LISBOACON 2011 - Opiniões e sugestões

[quote=espanhol]Todas as opiniões são válidas e consigo perceber o teu ponto de vista, mas não concordo com quase nada do que escreveste..[/quote]

Ótimo. Esta discussão obedece ao tema de «Opiniões e sugestões». Quando assim, o que interessa é que haja discussão e ponontos de vista divergentes.

[quote]Em primeiro lugar isto não é um evento comercial, não é organizado pelo negócio mas sim pelos clientes. Quantos eventos na FIL conheces que são organizados pelos clientes?[/quote]

Não faço ideia e é-me profundamente indiferente. Considero que é totalmente irrelevante. A questão não é essa, a questão é simplesmente esta: é um evento bem ou mal organizado? Ora bem ou mal organizado quer dizer, organizado de forma profissional ou amadorística? Dito por outras palavras, obedece aos standards da organização de eventos, fica aquém ou ultrapassa a média? Para atingir ou ultrapassar a média é preciso saber-fazer. (Digo isto tendo presente que já organizei eventos sem fins lucrativos e de entrada livre; já organizei eventos sem fins lucrativos e com entrada paga; já estive em eventos organizados por outros, mas em que esses outros eram organizações sem fins lucrativos e os eventos não visavam o lucro. Lucro ou não lucro, é indiferente, ou é bem feito ou não.)

Sucede que considero que a LisboaCon é um evento organizado de forma profissional, ou seja, com saber-fazer de profissionais. O que responde ao teu ponto seguinte:

[quote]Se querias uma coisa profissional, teriam de ser as empresas que têm algo a lucrar com isso, a organizar o evento.[/quote]

Estás completamente a leste. Repito, a questão não é de lucro, é de ser ou não bem feito. Se é bem feito e vai melhorando ao longo dos anos, se corresponde aos standards da organização de eventos, é feito com saber-fazer profissional. É indiferente saber se quem organiza ganha ou não dinheiro com o evento.

As empresas de comercialização de jogos querem vender jogos. Isso é um negócio. Os organizadores da LisboaCon querem um evento de sucesso. Isso é outro negócio. Nada demonstra que quem é bom a comercializar jogos é bom a organizar eventos, e viceversa. Aliás, a regra é o oposto, cada macaco no seu galho.

[quote]Nós temos algo a lucrar, mas não é dinheiro, é divulgar os jogos e arranjar mais pessoas para jogar.[/quote]

E quem disse o contrário? Mas também, e quem disse que são fins incompatíveis?

[quote]Os jogos que estão à vende não servem para encher os bolsos aos organizadores mas para pagar os custos de organizar este evento.[/quote]

Quem disse o oposto? Eu alguma vez disse que a evolução devia ser para um evento comercial que tornasse ricos os seus organizadores? Estás a combater moinhos de vento que só existem na tua imaginação.

[quote]Queres ir para a FIL e cobrar 20€ por entrada? Achas que vai haver mais pessoas?[/quote]

Eujá fui a eventos na FIL onde não se cobra nada pela entrada. E não me parece necessariamente mal se, para suportar a LisboaCon se pedir um pagamento à entrada. A verdade é que a LisboaCon proporciona várias horas de entertenimento gratuito. Pedir-se 2 ou 3€, por exemplo, o que é metade de um bilhete de cinema, não me parece descabido. Mas isto não é coisa que se decida arbitrariamente. A LisboaCon tem que ter, mais fim lucrativo, menos fim lucrativo, uma gestão financeira. Cabe a esta definir tais coisas (repito e insisto, com saber-fazer profissional).

E na FIL vai seguramente haver muito mais pessoas, tens alguma dúvida?

[quote]"com pessoal preparado especificamente para estar ali com os putos e os pôr a jogar;"

Duas coisas que eu não concordo com esta frase:

1. A maior parte dos jogos que estavam por lá, têm uma idade mínima de 10 anos, alguns com mínima de 12. E se perguntares a grande parte das pessoas do grupo, a maioria vai-te dizer que não tem interesse em jogar com crianças.[/quote]

Que absurdo! Então organiza-se um evento para divulgar os jogos; e começa-se por definir que não se tem interesse em os divulgar precisamente ao target por excelência? É uma evidência óbvia que os jogadores de amanhã se criam em miúdos e que se há esforço compensador para a comunidade dos amadores de jogos de tabuleiros e associados é o de investir nas crianças sem limite inferior de idade.

Quanto à questão das idades, outro absurdo. Há imensos jogos para X anos que podem ser jogados por crianças de idade inferior desde que haja mais velhos a ensinar-lhes as regras ou desde que joguem com mais velhos. E há imensos jogos para crianças comenos de 10 anos. Se estiveste na LisboaCon deves ter visto a zona da Lego, por exemplo.

[quote]Uma coisa é um pai e uma mãe jogarem em casa com os filhos, outra coisa é um jogador (aqui não interessa o que ele faz ou se tem filhos ou não) ter de estar a jogar com crianças.[/quote]

Não deves mesmo gostar de crianças! Já nasceste adulto? Mais ideias absurdas, é o que é. Chamo-te apenas a atenção para um ponto: a LisboaCon (felizmente) tinha uma série de gente que se voluntarizou para estar por ali a apresentar, ensinar jogos. Ora estou certo de que algumas dessas pessoas gostam de crianças, gostam de brincar com crianças e gostam de jogar com crianças. Por isso estou certo de que haverá voluntários para uma zona infantil.

Quando eu falo em "gente preparada" não estou a falar em gente com cursos, estudos de puericultura, títulos académicos. Estou falar de voluntários que conhecem os jogos mais indicados para as diferentes idades das crianças e com gosto em os porem a jogar. Só isto.

[quote] Não é que eu me importe de jogar com crianças, mas não quero jogar um 18xx ou um Agricola com um miudo de 10 anos que a) não vai conseguir ter atenção durante o jogo todo e b) não me vai proporcionar um desafio tão grande como se jogasse com um adulto (excepção se o adulto for o Tereso, Vasco, Miguel, etc..)[/quote]

Ou seja, não tens perfil para voluntário. Nem para jogos com crianças nem para jogos de adultos. Porque nos jogos de adultos também te vais deparar com imensa gente que não conhece os jogos ou que simplesmente não é bom jogador. Tens perfil para participante e vais lá para jogar. Tudo bem! Olha, eu também sou assim. Agora, felizmente nem toda a gente é como nós e a LisboaCon consegue atrair uma magnífico grupo de gente com paciência e gosto em pôr outros a jogar por um par de dias, mesmo se isso obriga a sacrificarem o seu próprio prazer de jogar os jogos.

[quote]2. As pessoas que ajudam na organização (camisolas amarelas) estão a abdicar do seu tempo e da sua oportunidade de participar na LisboaCon para estarem ali ao dispor de quem vai entrando, e tu ainda queres que alguns deles façam de babysitter para os pais poderem estar à vontade?[/quote]

Quero sim. Mas quero que o façam como VOLUNTÁRIOS. Se houver gente que se dispõe para isso, porque não fazê-lo? Dou-te um exemplo, eu joguei Guillotine com a minha filha de 13 anos e com o Stormover. Ele já jogou o jogo até à exaustão, logo não foi prorpriamente um momento lúdico transcendente jogar o jogo com dois iniciados. A seguir a tua lógica, isto é um contrasenso e não há gente para tal. Estás errado.

Eu joguei um jogo da Lego com a minha filha de 7 e dois participantes adultos que estavam a experimentar o jogo. Eles tinham aprendido com uma voluntária e disponibilizaram-se para vestir metaforicamente a camisola amarela para ensinarem o jogo a mim e à minha filha. Das 5 pessoas envolvidas só uma foi uma criança. Do teu ponto de vista isto é algo que não pode nem deve ocorrer na Con. Estás errado, é evidente.

[quote]Depois falas em palestras, mas eu não me lembro de ver aqui um número considerável de pessoas a querer palestras neste tipo de eventos. Para quê uma coisa que as pessoas não querem?[/quote]

Não sabes, é o que é. E não sabes porque não houve oferta, é tão simples como isto. Só podias saber se houvesse oferta e o espaço ficasse vazio.

E depois, o que é define o sucesso nestes casos? A sala dos rpgs movimentou umas 15 pessoas. Isto atinge a tua bitola quantitativa de sucesso ou fica àquem? A zona dos jogos de simulação movimentou menos de 10 pessoas. Mais uma vez, com tão pouca gente não se deve eliminar pura e simplesmente estes casos evidentes de insucesso e dar mais espaço aos jogos de tabuleiro? (Num caso e noutro estou a reportar-me à tarde de sábado.)

Eu não estou a falar de dezenas de palestras. Estou a falar de um canto com umas cadeiras para umas 20 pessoas e com uma ou duas palestras, encontros, mesas redondas, ou similares em cada fim de tarde. Se houver 8 pessoas a assistir, a conversar, a interagir, para mim é um sucesso e merece o lugar na LisboaCon. PARA MIM, insisto.

[quote]As pessoas querem jogar e/ou estar com o pessoal que já não vêm há algum tempo, não querem ir para uma sala ouvir alguém falar sobre jogos (pelo menos não neste evento)[/quote]

A tendência que tu tens de te arvorares em arauto, porta-voz, coro, de "as pessoas". O que é que te dá o direito de falares pelos outros? Não devias antes dizer mais modestamente que isso é o que tu queres? E que, por isso, não te cabe vetar outras atividades que outras pessoas queiram?

Registo também o «jogar e/ou estar com o pessoal que já não vêm há algum tempo». Afinal tu não estás propriamente a pensar numa Con de divulgação, estás a pensar num encontro de amigos, de um grupo de iniciados, só para "nós", os iluminados...

[quote]Quanto ao espaço, esteve cheio durante um periodo de Sábado, mas eu nunca tive problemas em arranjar um sítio para jogar quando precisei e se não houvesse lugar, esperava.[/quote]

Estás a esquecer uma coisa. Este ano foi melhor que o passado e esse foi melhor que no anterior. E melhor aqui reporta-se ao número de pessoas. Ora a expetativa é a de que a LisboaCon 2012 seja um sucesso ainda maior do que a de 2011. O que quer dizer mais pessoas. Logo mais necessidade de espaço. Logo... já percebeste a ideia, estou certo.

[quote]Acho que num evento deste tipo, mais vale ter muita gente num espaço à justa do que pouca gente num espaço muito grande, mas isso é só a minha opinião.[/quote]

Estás completamente errado. É igualemente mau ter muito pouca gente num espaço muito grande ou ter demasiada gente para um espaço muito curto, mas a segunda situação cria sempre muito mais problemas e tem um impacto potencialmente mais danoso para o futuro. Uma pessoa que se sinta defraudada porque veio à Con do Porto, de Leiria ou mesmo de Lisboa e depois não pode jogar porque não tem mesa, não se pode mexer porque não há espaço, anda aos encontrões, etc., essa pessoa provavelmente não volta no ano seguinte, esta é a grande diferença.

[quote]Eu acho que esta edição foi melhor que a anterior e melhor que a primeira. E dou os parabéns ao Hélio, Tiago e a todos os outros que ajudaram e que deram o corpo para que fosse possível.[/quote]

Inteiramente de acordo, aliás foi por aí que eu comecei. E espero que a próxima Con seja melhor e maior. Mas para isso tem que mudar de casa porque a Aerlis não dá para mais. Dores de crescimento. Eu sugeri a FIL mas pode haver outras alternativas. Não faço parte da organização mas se fizesse estaria NESTE MOMENTO a pensar seriamente no assunto, dedicando-me à Con profissionalmente ou como amador (com saber-fazer de profissional).

Há ainda uma hipotese intermédia que é o centro de congressos de Lisboa (Antiga FIL), o sitio é bonito tem muito estacionamento gratuito ao (contrário da FIL), tem comboio até ás 2h e autocarros toda a noite (Pelo menos por enquanto) tem um bom bar com cozinha e deve ser muito mais barato.Mas tambem acho que o espaço da AERLIS pode ser mais bem aproveitado, a zona da restauração esteve bastante desabitada e é uma sala com uma area consideravel.

Não quero interferir na acesa discussão. Concordo com os dois em diferentes coisas. Porém na questão das palestras acho que haveria bastantes interessados. Era uma das sugestões que ia deixar.

No IBGM - Lisboa houve palestras e sala cheia, cerca de 30 pessoas mesmo tendo menos visitantes que a LisboaCon(e de manhã). E acho que seria bom para o evento elas existirem.

Bom dia a todos:

Estive a passar os olhos pelo forum, até porque também estive no Lisboacon, e não pude deixar de resistir a fazer dois ou três comentários...

[quote=smascrns]Nós temos algo a lucrar, mas não é dinheiro, é divulgar os jogos e arranjar mais pessoas para jogar.[/quote]

Há que ter em conta que estes eventos servem, e muito bem, para divulgar o jogos de tabuleiro. Eu pessoalmente acho muito difícil ir a uma loja e escolher um jogo apenas pelas críticas ou análises que se podem encontrar na net. Sendo assim, o poder experimentar o jogo é para mim uma mais valia. Por exemplo, não consigo perceber o atrativo do Dominion e no entanto é um sucesso.

[quote=sérgio]E quem disse o contrário? Mas também, e quem disse que são fins incompatíveis?[/quote]

Aqui, concordo plenamente. Não esquecer que quem normalmente tem a fatia de leão não são os organizadores dos eventos ou mesmo os criadores dos jogos, mas sim as grandes editoras e os distribuidores. Basta ver a diferença entre os preços nos EUA e em Portugal de algum jogos. E depois, qual é o problema se a organização ganhar algum dinheiro se isso servir para a próxima edição do Lisboa con ser mais e melhor?! Com mais divulgação, há mais gente a jogar, logo mais distribuidores e mais concorrência. Logo, mais jogos e mais baratos. Não me importaria nada de comprar os jogos em Portugal se a diferença de preços para o estrangeiro não fosse tão grande.

[quote=smascrns]Queres ir para a FIL e cobrar 20€ por entrada? Achas que vai haver mais pessoas?[/quote]

O ir para a FIL a mim não me parece, à partida, uma má ideia. O ter-se que pagar entrada ou não depende apenas do género de negociação de contrapartidas com a FIL. Mas o facto é de que, apesar de o evento estar MUITO bem organizado, o espaço emOerias estava já um pouco apinhado. Talvez aguente mais um ano a este ritmo de crescimento... Qual é o problema de pagar para ter qualidade? Entre o dinheiro que se gasta em jogos, €2 ou mesmo €5 não me parece significativo....

[quote=smascrns]Uma coisa é um pai e uma mãe jogarem em casa com os filhos, outra coisa é um jogador (aqui não interessa o que ele faz ou se tem filhos ou não) ter de estar a jogar com crianças.[/quote]

[quote=sérgio]Eu joguei um jogo da Lego com a minha filha de 7 e dois participantes adultos que estavam a experimentar o jogo. Eles tinham aprendido com uma voluntária e disponibilizaram-se para vestir metaforicamente a camisola amarela para ensinarem o jogo a mim e à minha filha. Das 5 pessoas envolvidas só uma foi uma criança. Do teu ponto de vista isto é algo que não pode nem deve ocorrer na Con. Estás errado, é evidente.[/quote]

LOLOLOL... Aqui tenho que me confessar: os dois adultos a jogar o Ramsés da Lego foram eu e o meu marido! Estávamos a experimentar jogos para miúdos para oferecer aos meus irmãos ( 7 anos ) e calhou bem ter uma cobaia para ver como era a reacção ao jogo. Tal como para mim só compro o que já experimentei, para os meus miúdos só compro se achar que eles vão gostar mesmo! Pensava que era para isso mesmo que as convensões servem, ou estou enganada?! Além disso, ainda há pouco se defendia a ideia da divulgação do vício e agora é para todos menos aqueles que incomodam?! Não percebo...

Quanto ao jogar com os miúdos, um pensamento: como é que muita gente reclama do tempo que eles passam colados às consolas e televisões se depois não estão dispostos a estar com os miúdos a explicar e jogar com eles jogos que agradem a ambos???? Tenho 4 irmãos, sendo eu a mais velha (30's) , seguindo-se 2 de 20 anos e dois com 6 e 7 anos, e posso dizer com toda a justiça que prefiro de longe jogar com eles do que com muitos amigos meus, que se entitulam hard core gamers. Explicação: eles jogam para se divertir e não para mostrar que são os maiores. Atenção, não estou a dizer que todos os hard core são assim ou que todos os miúdos se prestam a isso, mas isto é a minha experiência pessoal.

[quote=smascrns]As pessoas querem jogar e/ou estar com o pessoal que já não vêm há algum tempo, não querem ir para uma sala ouvir alguém falar sobre jogos (pelo menos não neste evento)[/quote]

Pessoal que quer pôr a conversa em dia não vai a uma convensão, vai a um café. Não é para isso que elas devem existir. Por isso é que há sítio onde as pessoas se juntam para jogar, como acontece nos encontros dos Bordgamers de Lisboa. As palestras são pertinentes para pôr os jogadores em contacto directo com as editoras e os criadores e, mesmo aí, só vai quem tem interesse se os espaços forem relativamente bem definidos dentro da convensão...

Para mim a experiência foi muito possitiva, em particular, a disponilidade e simpatia dos assistentes. Parabens e espero que para o ano seja "mais e melhor bom" :)