#108: In My Time of Dying (C3i #22)

A minha cópia da revista C3i #22, publicada pela GMT, chegou ontem, juntamente com os diversos extras, mapas e peças de jogos. Randy adquiriu recentemente o Up Front mas ainda não se sente confiante nas regras, de forma que para a nossa sessão regular de jogos de guerra de quinta-feira à noite, ele nomeou o Combat Commander como o jogo da noite, e vendo os novos cenários que me tinham chegado escolheu o cenário #108 "In My Time of Dying" desenhado por Dan Holte.

Randy iria jogar com os Alemães, e eu ficaria com os Britânicos, nesta acção decorrida a 6 de Junho de 1944, em França. A situação que este cenário retrata passa-se em pleno Dia D, quando as forças Britânicas repararam num posto defensivo Alemão a Sul de Morris. Achando que necessitavam de neutralizar o perigo que esta constituía, o 1º Suffolks foi encarregado de aniquilar a mesma. Apenas 150 homens se lhes oponham mas, como veremos, esta constituía uma posição defensiva formidável.

Randy precisava de colocar o seu bunquer primeiro, e foi colocá-lo no objectivo 5, bem longe no lado esquerdo. Coloquei então as minhas forças (1 hexágono de profundidade), e o Randy concluiu a colocação das forças Alemãs (10 hexágonos de profundidade) e fortificações. Quando concluimos a colocação de ambas as forças, era este o aspecto do mapa:


Agora já podiamos começar!!

Eu tinha dois pequenos problemas, e ambos envolviam as metralhadoras do Randy. O Randy tinha colocado o seu melhor armamento em ambos os lados do terreno, criando assim uma "zona de morte" maravilhosa, para ele, pela qual eu precisava de avançar as minhas tropas se é que queria alcançar os meus objectivos. As sebes, que esperava eu que dificultassem as linhas de visão, não ajudaram muito - por quase todo o lado por onde as minhas tropas passassem, pelo menos uma das metrelhadoras do Randy podia alcança-las!! (O mapa provém do Battlepack #1 Paratrooper).

Tendo na minha posse um morteiro médio capaz de colocar fumo, tive a esperança de conseguir colocar um écran de fumo que dificultasse a capacidade de tiro dos homens do Randy. De inicio tive algum sucesso, apesar do fumo não ser tão pesado quanto eu gostaria que fosse, mas depressa a pontaria dos meus tiros foi-se tornando pior e pior.

Se um hexágono se encontra a 8 hexágonos de distância, eu tenho 55% de probabilidade de colocar fumo nesse hexágono. Foi o que tentei fazer de inicio, e depois reduzi o alcance significativamente, aumentando a probabilidade - e mesmo assim falhava continuamente! As granadas de fumo tinham um resultado mais garantido, mas raramente ajudavam a defender-me de ambas as metralhadoras inimigas.

Com isto tudo as minhas unidades tentaram avançar, entraram num terreno cheio de arame farpado e morreram debaixo do fogo cruzado Alemão. O inicio deste assalto não me estava a correr nada bem!!

Um dos meus lideres quebrou, e eu joguei um comando de Rout em mim mesmo, para tirar a carta da mão, apenas para descobrir um lançamento de 12 (Time!), que teria feito recuar o meu líder para fora do terreno. Entreguei a carta de iniciativa ao Randy! Eu estava a precisar urgentemente de defesas, mas a estrada bordejada de árvores era uma autêntica ratoeira, e o resto do terreno pantanoso não era muito melhor. Quando a minha equipa de morteiro quebrou, eu sabia que estava metido em sarilhos.


Encontrei-me na situação de guardar religiosamente cartas com comandos de Dig In, a preparar-me para o primeiro avanço de Tempo (uma vez que me estava a aproximar rápidamente do fimdo meu baralho).

O meu baralho chegou ao fim - sendo a última carta mais uma de Dig In. Coloquei os meus reforços de engenharia e joguei as três cartas de Dug-In nas minhas unidades. Estava com esperança de avançar as minhas tropas para lá do arame farpado, para que pudessem entrincheirar-se mais perto da cerca, mas o Randy também tinha colocado arame farpado nesse local! Só o chegar às cercas estava-se a revelar extremamente difícil.

Mas finalmente tinha engenheiros de combate - e cargas de demolição!!!

O próximo problema foi o Herói Alemão, que entrou no campo de batalho a ouvir-se em pano de fundo o coro da "cavalgada das Valquirias". (Porque carga-d'água não me saiem eventos destes? Eu continuava a tirar eventos de "breeze"!!) A condição de vitória por morte súbita em jogo, fazia que o controlo de 4 dos 5 objectivos pelo Randy, me obrigasse a manter algumas unidades mais atrás para me proteger de alguma loucura daquele Herói, pelo menos até que eu capturasse um dos objectivos.

O Randy jogou a carta "Hidden Unit", e eu tremi. Contudo como o requisito da mesma obrigava à existência de um hexágono vazio de unidade e com pelo menos 1 de cobertura... não existiam hexágonos nessas condições!! Assim, suspirei de alivio, e voltei-me a preocupar com o Herói. O Randy não querendo expor as tropas, libertou-se da carta de Hidden Unit em vez de esperar que o seu requisito fosse cumprido para a poder jogar outra vez.

Finalmente o meu melhor líder chegou-se à cerca, juntamente com os seus leais e bravos homens.


Entretanto, o Herói Alemão aproximou-se...


O capitulo seguinte do jogo foi extremamente sangrento: as metrelhadoras do Randy lançaram-se em grande estilo contra o meu líder exposto na frente, que morreu antes de se conseguir lançar no ataque. Isto foi desastroso para mim: o meu único lider estava preso cá atrás numa posição exposta, de guarda ao primeiro objectivo: e eu não o podia mexer com facilidade, graças às Metrelhadores da Morte!

Finalmente, mas por pouco tempo, ele conseguiu quebrar o Herói Alemão.

Com a maioria das minhas unidades em pedaços, consegui finalmente avançar para o combate corpo-a-corpo com uma das minhas equipas de Linha. Duas emboscadas depois, eu tinha capturado o meu primeiro objectivo. Hurra!!! Era uma pena ver tantas das minhas unidades em fuga ou presas nos campos de arame farpado....e agora eu estava a prestar muita atenção ao registo de unidades destruídas, pois os meus homens estavam quase no ponto de abandonar a luta.


Mais campos de arame farpado atrasaram e prenderam as minhas forças, muitas delas morrendo aí. Um incêndio por trás dos objectivos estava a espalhar-se, mas não preocupava por aí além - ainda.

Num momento de puro gozo os meus engenheiros de combate avançaram contra a metralhadora do lado direito: o Randy estava sem comandos de Fire na mão!! As cargas de demolição foram ineficazes mas o combate corpo-a-corpo não foi - as 3 cartas de Ambush que eu tinha na mão ajudaram bastante! O Randy só podia olhar com surpresa ao ver os engenheiros a varrerem eficazmente a posição onde se encontrava a metrelhadora. O Herói Alemão já não era uma ameaça assim tão grande, mas a captura do Bunker era ainda um problema que eu tinha pela frente.


O terceiro objectivo provou ser um dos meus melhores momentos: o Randy tinha duas cartas de Ambush na mão, e decidiu-se a avançar para combate corpo-a-corpo com os meus engenheiros, na esperança de os eliminar (e a colocar-me a um piscar de olhos da rendição). Mal ele sania que eu também tinha na mão duas cartas de Ambush ... e uma de Light Wounds!!

A minha unidade sobrevivente capturou o objectivo e celebrou. O bunker ainda se encontrava à minha frente e estava a ficar sem tempo. O primeiro lançamento de morte súbita veio sem resultado, continuando o jogo, mas por mais quanto tempo?

O meu grande problema é que por esta altura já não disponha de muitas forças. A última unidade de engenheiros, juntamente com o seu líder, estavam ocupados a aceitar a rendição do Herói Alemão - sim, é verdade!! Infelizmente, o resto das forças Alemãs não pareciam ter muita vontade de se renderem. O combate corpo-a-corpo nãoe parecia uma grande opção, mas disparar contrar um bunker sem líderes e pouco poder de fogo? Esta não era mesmo a opção.

Tentei colocar fumo com as granadas de forma a cobrir o meu ataque, mas não estava a funcionar assim tão bem. À mão estavam-me a chegar mais cartas de Ambush - talvez eu fosse capaz de o fazer outra vez. No entanto estavam-me a faltar cartas de Recover e quando o Randy me apanhou mais unidades em campos de minas e de arame farpado, eu não as consegui salvar quando os seus últimos homens os mataram e os meus Britânicos tão perto da vitória que chegou a parecer quase impossivel, renderam-se!


O cenário que o Randy tinha escolhido por parecer um que não iria demorar muito, demorou efectivamente algum tempo: ao todo uma hora e quarenta minutos. De um inicio horrivel, consegui recuperar o suficiente para ter a vitória quase nas mãos. Foi um jogo memorável e bem divertido.

Históricamente a unidade dos Suffolks não fez muito melhor do que eu. Na realidade o primeiro ataque falhou, com os lideres mortos nos primeiros momentos. Finalmente com o anoitecer a posição alemã foi tomada, mas não antes que muitos soldados morressem tentado conquistar esta posição fortificada.

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Originalmente publicado no BGG. Postado simúltaneamente no [url=https://sites.google.com/site/firepigeonproject/Home/combat-commander/-108-in-my-time-of-dying-c3i-22]LUDO ERGO SUM[/url]


Merric Blackman é um dos grandes contribuidores de sessões de jogos no BGG com mais de 500 publicadas até hoje. Graciosamente autorizou-me a apresentar esta tradução que espero não ser a última. Quaisquer erros são no seu todo devidos a mim e aos meus pobres dotes literários e de tradução!

No teu site, o Ludo Ergo Sum, falas de uma LisboaCon a 140 e tal dias de distância? Detalhes, por favor!

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Santarém e Almeirim
ideonauta.blogspot.com - Viajando pelos mundos do RPG!

É o Encontro Nacional em Lisboa.

In my time of dying,

want nobody to mourn
All I want for you to do

is take my body home

Well, well, well, so I can die easy...


https://www.dailymotion.com/video/x8nv30_led-zeppelin-in-my-time-of-dying-19_music