Lá se jogou, finalmente devo acrescentar, a 2ª sessão.
Pegámos onde se tinha ficado na sessão anterior e começámos daí, com Sahlak Dezlan a mostrar-se impressionado com os dotes artísticos de Seilsya, e a convidá-la para actuar numa festa que iria dar em sua casa, para entreter alguns convidados. Confesso que isto era um “Aventura Aqui!”, mas tenho como desculpa uma das Intimacies do personagem do Padeira, a sua dança, que foi o que usei como cenoura.
Antes ainda se fizeram uns combates sociaizitos, para dar um pouco de cor e ambiente à coisa; eu não achei que fossem estritamente necessários e acrescentassem algo de valor, apenas por uma coisa: tudo o que poderia ser espremido dali já tinha sido na sessão anterior. Deu para integrar mais o Olim Kar na história, ao arranjar-lhe uns stakes giros para que ele pudesse ficar com uma carrada de pedras de sonho E arranjar trabalho ao mesmo tempo, os outros jogadores não brilharam mais ou menos do que já tinham feito na sessão anterior. De notar também que toda esta cena foi influenciada pelo que aconteceu na sessão anterior, com os jogadores a apontar que a dream parlour estava cheia de clientes atraídos pela actuação da Seilsya - isto não estava definido por nenhum lançamento de dados, nem tinha ficado definido nos stakes da sessão anterior, foram os jogadores que quiseram introduzir esse elemento no jogo.
Uma parte interessante veio a seguir, por duas razões: a) introduzia o combate físico, para toda a gente perceber como funciona ANTES de se ter charms que alterem tudo, e b) introduzia um elemento de conspiração à coisa, com um dos mooks sobreviventes a dizer que tinham sido contratados para os “fazer suar”. Honestamente, nunca pensei que os matassem todos; isso vai servir-me de aviso num futuro próximo - ter jogadores homicidas nunca é bom. Um resultado interessante deste combate, é que à mesa deve ter durado uns 40 minutos no máximo a resolver, com idas a páginas para consultar e confirmar regras, o que é bom. Quando houver Charms, já temos o combate na ponta da lingua. Ah, já agora, o combate em jogo durou menos de 30 segundos. Os personagens são BONS, são realmente o tipo de gente que vai Exaltar. Um resultado menos bom, foi o signature move do Tiago ter aparecido - ele vai usar isso SEMPRE, mas vai deixar de ganhar dados de stunt.
Já na festa, introduzi vários persongens que achei interessantes e que sabia iriam apelar aos jogadores; entre eles, Dofcho Sesai, o lider da caravana que trouxe escravos a Gem; Lady Tarendra, uma enviada dos Fair Folk, e o seu guarda costas e respectiva entourage; Abu al-Khayr, um Earth Aspected Dragon Blooded Outcaste; e um primo do Olim Kar, o Kudawu Tetumi, feito escravo depois de ter sido apanhado a roubar.
Estes NPC’s foram introduzidos para fazer mexer com os jogadores.
O Abu al-Khayr, para fazer mexer a Cynis Ashihami, já que ela odeia TODOS os DB’s; o Kudawu Tetumi, para fazer mexer o Olim Kar, já que a sua Motivação é ajudar a família; os nobres, para fazer mexer a Seilsya.
Começo pelo que correu menos bem: o Tiago escolheu para o seu personagem a Motivação de ajudar a familia; eu pus lá o personagem do primo para que ele reagisse, e exagerei propositadamente a introdução para que ele se emocionasse e fizesse alguma coisa, o que não aconteceu. O primo disse que tinha sido feito escravo depois de sair de Abalone de propósito para o ir salvar, é fisicamente maltratado à frente dele, e a única reacção do jogador é “força aí, aguenta-te!”; não é o que estava à espera. No final, o Tiago disse que tinha adorado a sessão; isto a mim diz-me que, apesar de eu não estar a conseguir arranjar coisas que o façam mexer por si, ele ainda se diverte. Nem tudo é mau, pelos vistos.
Agora o que eu acho que correu bem, terminando na cereja em cima do bolo: o Padeira foi, como esperei que fizesse, tentar falar com toda a gente na sala. Começou com o Abu al-Khayr, o que me deu uma excelente oportunidade para engajar a personagem da Inês, ao fazer o DB seduzir a sedutora das cobras e indo com ela para trás das cortinas, o que fez a personagem da Inês espumar de raiva, pois ela detesta DB’s, mas primeiro tinha que se desenvencilhar da Lady Tarendra, que insistia que ela ficasse e bebesse o vinho que tinha trazido do Wyld (vinho normal, não envenenado, não provocador de mutações) - isto num combate social, com a Inês a perder violentamente ao mesmo tempo que via o odiado e feioso DB a enrolar-se com a Seilsya. Nesta altura houve o inicio do jogo do Benfica, e parámos a sessão. A Inês parecia um pouco chateada com tudo, mas sugeri-lhe que este poderia ser um bom momento para Exaltar, o que ela aceitou com alegria - eu teria preferido que fosse ela a sugerir isso, no entanto; uma Exaltação é, ou deve ser, um momento terrivelmente dramático na vida de uma pessoa, e eu acho isso tão pessoal e intímo que tenho para mim deveria ser o jogador a escolher quando Exaltar, não o GM.
No geral, achei esta sessão MELHOR que a anterior; jogou-se practicamente o mesmo tempo, foi igualmente bem aproveitado, mas toda a gente esteve sempre interessada no que se passava.
Pontos fixes:
-as regras dos combates practicamente sabidas
-os jogadores estão a ficar mais à vontade com a introdução de elementos em jogo
-a parte final, da festa, com toda a gente on edge com o que estava a acontecer
-várias coisas aconteceram em jogo que vão dar muitos e interessantes desenvolvimentos
Pontos menos fixes:
-na minha opinião, ainda há coisas que não acrescentam à história e que servem para perder tempo
-o facto de o Tiago não se interessar pelo que é posto à mesa dá-me que pensar: para que raio escolheu ele aquela Motivação, se depois não se sente ele próprio movido por ela quando ela lhe bate na cara?