30 de Abril e 1 de Maio - Encontro semanal do Porto em duas partes

Para aproveitar o feriado do dia do trabalhador (será que também vamos ter um LOL de alguém pelo nome do feriado?) o grupo organizou-se numa sessão dupla na quarta à noite e depois na quinta à tarde.

Quarta à noite no Acua Bar, em Espinho, começamos a chegar com o bar só para nós. Quando fomos para a área onde jogámos ainda éramos os únicos clientes da casa.

Um grupo juntou-se à volta do Traders of Genoa, creio que Dugy, Cristy, Larkin10, Johnny Bee Good e Zenão. Nessa altura eu já jogava Notre Dame à Hello Kitty, Zeristoff, Cat Ballou e PCC1972, depois de uma breve explicação, ainda que a maioria deles já conhecesse o jogo. A Femme Fatale também estava a explicar um jogo noutra mesa, mas já não me recordo de qual era. Fico à espera que ela esclareça aqui o que jogou.

Correu bem. Não me recordo de quem ganhou, mas creio que não me dei mal de todo.

Depois avancei para o Lord of the Rings com o mesmo grupo. Mais uma vez se confirma que este jogo é mais difícil com mais pessoas e fomos derrotados pelo Sauron já em Mordor. Os pobres PCC1972 e Cat Ballou foram os primeiros a serem observados pelo terrível olho de Sauron, mas os restantes também foram detectados pouco depois.

Finalmente passámos ao Intrigue, jogado de acordo com as regras, ou seja, com os subornos a serem pagos de uma só vez sem competição directa entre os licitadores.

A Hello Kitty, apesar daquele ar inofensivo e inocente, revelou ser a encarnação do mal e conquistou a vitória, seguida pela Cat Ballou que, discretamente, foi aproveitando da melhor forma as querelas entre os outros jogadores. Realmente este jogo favorece os espíritos retorcidos e maléficos dos "buraquinhos", como o PCC1972 lhes chamou no rescaldo do jogo. Apesar das traições, mentiras, manipulações e autênticos roubos, o espirito dos jogadores foi o adequado e tudo ficou bem...

O Traders of Genoa ainda decorria quando me vim embora, esperando ter uma noite descansada para estar apto para a tarde do dia seguinte.

Na quinta cheguei cedo e, com os elementos que estavam já presentes, Dugy e Johnny Bee Good, mais o Asur e o Ivo, que entretanto chegaram voltei a visitar Notre Dame, desta vez algo novo para todos menos para mim.

Expliquei o melhor que pude, avisando que a experiência é uma vantagem neste jogo, para que, caso ganhasse, não sentir que teria sido, de alguma forma, injusto para com os outros jogadores.

Foi um jogo muito interessante. Puderam ver-se várias formas de aproximação ao jogo diferentes e a pontuação não foi muito desequilibrada no final. Eu optei por contribuir sempre para Notre Dame e controlar a praga dos ratos até aos dois últimos turnos, tentando ter sempre dinheiro para contribuir ao máximo em Notre Dame e sobrar para o suborno, maximizar os pontos com um casal no Jardim e elementos no hospital para baixar a progressão da peste. A Carruagem e a Estalagem usei só como recurso quando não tinha nenhuma das outras opções disponíveis. O Asur investiu bastante nas mensagens enquanto o Ivo tentou sempre ir recolhendo pontos ao longo do jogo, chegando a ter três pares de cubos no Jardim, recebendo assim 3 pontos adicionais de cada vez. O Johnny Bee Good não me pareceu ter definido claramente uma estratégia, saltando um pouco entre as várias opções (talvez por também ter saltado para outra mesa para ensinar o Carcassonne Hunters & Gatherers à Cat Ballou e à Polaroid), assim como o Dugy que talvez tenha sentido a pressão do Johnny em jogar depressa.

Acabei por beneficiar um pouco da minha experiência anterior no jogo e ganhar, mas tanto o Asur como o Ivo ficaram com pontuações próximas da minha e nem o Johnny nem o Dugy, ainda que tenham ficado mais para trás, tiveram pontuações baixas para estreias neste jogo.

Depois estreei o meu Stephenson's Rocket. Já o tinha há algum tempo e tinha já tentado jogar antes com o que o vch me emprestado há tempos, mas a mecânica faz um pouco de confusão ao início e por isso nunca tinha realmente jogado o jogo.

Desta vez li as regras um par de vezes antes de o propor e acho que o jogo não desiludiu. Joguei com o A_ORIGINAL, Dugy e maumau que forma muito pacientes com a minha explicação e inexperiência no jogo. Lá fomos lidando com a confusão original que causa este jogo, com toda a gente a iniciar pela recolha de tokens das cidades, deixando a movimentação das locomotivas e a construção de estações para mais tarde. Depois foi a cena das fusões que são, acho eu, um pouco contra-intuitivas, os vetos e a pontuação por contactos com cidades.

O Dugy ganhou bem, à minha frente por 4000 libras, com o A_ORIGINAL a ver o seu investimento em tokens de mercadorias recompensado com o terceiro lugar. O maumau teve alguma infelicidade ao ver a companhia onde tinha mais acções acabar por ficar isolada e penso que essa será a razão para ter ficado em quarto. Um jogo que me parece merecer voltar à mesa, principalmente depois de eu ter estudado melhor a FAQ e estar mais bem preparado para explicar a outros jogadores.

Entretanto decorria um Shadows over Camelot com o Ivo como traidor revelado algo prematuramente e a Cat Ballou explicava o Bang à Polaroid, mas devido a um compromisso anterior para uma corrida de Kart fez com que tivesse que me ir embora sem que ela o pudesse experimentar. Fica prometido para uma próxima oportunidade...

Foram mais dois excelentes períodos de convívio e exercício mental...

Até à próxima!

Na quarta à noite abriu-se as hostilidades com um Samurai entre mim, Larkin10, Cristy e JohnnyBeGood. O Johnny tinha curiosidade em conhecer o jogo depois dos minhas críticas extremamente positivas ao jogo. Penso que não o desiludiu. Eu perdi-me no jogo mas não deixei de ficar (mais uma vez) agradado com a jogabilidade desta pérola. O Larkin10 ganhou o jogo (porque foi o que menos errou) ao JohnnyBeGood no último critério de desempate, ambos beneficiando porém dos meus erros e da Cristy. No entanto adorei a jogatana.

Já o Traders of Genoa que eu possuo, e que ainda não o tinha posto à prova com 5 jogadores, surpreendeu-me. É um brilhante jogo de negociação. E com 5 jogadores em volta dele só peca pelo tempo que consome, porque nas demais vertentes é, indubitavelmente, um jogo sólido, equilibrado e capaz de oferecer uma excelente experiência de jogo. Que foi o que aconteceu. Começamos pouco antes da meia noite e acabamos para lá das 3h. da manhã. Sim, leram bem. Para lá das 3h. da manhã. O Zenão arrecadou o ouro (merecido, pois é um negociante nato - escolhe muito bem os momentos para fazer subir a parada, dirige muito bem o "leilão" da torre, enfim, jogou o jogo pelo jogo e saiu-se muito bem), eu a prata ficando muito próximo do Zenão (surpreendi-me a mim mesmo com a minha vertente negocial - deve ser do Intrigue) enquanto que o Larkin10 deixou-se levar pelo bluff constante do JohnnyBeGood (e eu é que sou intriguista) e a Cristy não soube vender a bom preço os movimentos da torre, acabando este trio algo distante dos outros dois jogadores. Foi muito divertido e tenso (a parte dos leilões) mas algo demorado (que é, honestamente, o único defeito que aponto ao jogo).

Já na quinta estreei-me (e mal) no Notre Dame. Até porque tinha a constante pressão do JohnnyBeGood a acelerar o meu pensamento. Confesso, porém, que achei o jogo mediano. Mediano não por ter jogado mal, mas sim por achar que é um multiplayer solitário, com pouca interação entre jogadores (as cartas de acção e a recolha de mensagens são os únicos momentos onde existe interação e esta apresenta-se de forma indirecta) e com um tema pouco aproveitado (os bairros, o controlo dos ratos e as carruagens são os únicos pontos temáticos que encontrei no jogo). Esta é a minha opinião, claro. Fiquei merecidamente em último neste jogo com uma enorme diferença para os restantes, culpando aqui as minhas dúbias decisões durante o jogo e as aceleradelas impostas pelo Johnny, e não o jogo em si.

Já o Stephenson's Rocket mostrou-se uma agradável surpresa. Adorei o tema (tenho uma predileção especial pela ferrovia e respectivos transportes) e achei que o jogo tem opções relativamente simples de tomar mas com uma profundidade estratégica impressionante (basta dizer que é do mestre Knizia). Achei muito interessante as companhias serem comunitárias, bem como o sistema de acções das várias companhias. Como o Mallgur referiu, as fusões são o único ponto verdadeiramente confuso neste jogo. Jogo esse que é muito consistente e desafiante. O ponto negativo são as notas. São quase folhas A5. De resto, apreciei bastante esta experiência (começo a tornar-me fã do Knizia).

Tive ainda a oportunidade de conhecer o colossal Civilization da Avalon. O maumau perdeu algum tempo comigo (ao qual eu desde já agradeço) de forma a mostrar-me as linhas mestras deste imponente jogo. Não o chegamos a jogar (não faltarão oportunidades até porque o meu imenso interesse continua intocável) mas já deu para perceber porque é que é um clássico. Uma obra prima.

Retribui o tempo dispensado pelo maumau mostrando-lhe outra obra prima que é o Crossin' Colors do JohnnyBeGood. A Polaroid, como também não conhecia e como se mostrou interessada, juntou-se a nós. Após breve explicação, começamos a jogar. Com alguns alertas pelo meio acerca da não remoção da peça que fica livre após a nossa jogada e com algumas dicas de anti-jogo que o jogo permite, deu para percebeu que, um jogo simples mas muito envolvente, capaz de cativar qualquer adepto (e não só) de jogos de tabuleiro com a sua simplicidade de regras mas importante escolha na movimentação das peças, conseguiu impressionar mais dois "fiéis seguidores" desta nossa "religião".

Excelenta dupla sessão semanal. Pena o tempo se escoar tão rapidamente.

Cumprimentos e até sempre.