A culpa é do publico!

Já la vou mas antes e como muito gosto aqui vai uma piquena alegoria:

O Seinfeld vai actuar no seu stand-up e a noite corre muito mal sem nenhuma gargalhada... Ele chega ao backstage e diz "Este publico é uma merda!". Ele tem razão?

Ou seja, portanto o mr. Seinfeld fica fodido pq o publico não se riu do que usualmente funciona!

Alegoria ends e cross-link para RPGs em que o seinbixo era GM e o publico eram os players. De quem é a culpa?

Primeiro, o que funciona com uns players pode não funcionar para outros.

Segundo, o GM tem de ser flexivel in-game e adaptar o seu estilo ao sabor da resposta dos jogadores.

Terceiro, o GM tem de aquecer o publico para obter resposta dele.

Quarto, os jogadores tem de sentir que são importantes para o GM.

Todos estes pontos fazem paralelos directos com o stand-up comedy e com eles tentava so imaginar o que levaria um GM a chegar back-stage e dizer " Que players de merda ". 

Acho que fazes um bom ponto.

Penso que a maioria das situações desse género derivam de o mestre querer um tipo de jogo diferente daquele que os jogadores querem jogar; não é culpa do público, e também não é culpa dele. As pessoas têm gostos diferentes, só isso.

O resto das situações deve ficar coberta pelos casos em que os jogadores não querem jogar (tipo, só estão ali para beber uns copos e estar com a malta, e o jogo é a desculpa); só nesse caso é que o desdém do mestre seria justificado. Se não querem jogar, deixem jogar quem quer e não os perturbem.


"You can choose just who you are."

Trabalhei durante muito tempo na Devir daqui como mestre, todo sábado mestrava para qualquer pessoa que aparecia na loja e ficava à disposição dos curiosos para explicar o que é RPG e mestrar aventuras introdutórias.

Na grande maioria das vezes tudo transcorreu sem problemas, mas algumas vezes acontecia de eu terminar a sessão dizendo "Que players de merda". Quase todos os casos se encaixam mais ou menos no que o Ricardo já disse, eram pessoas que não queriam jogar, queriam jogar outra coisa ou, os piores casos, estavam lá para atrapalhar os jogos dos outros.

Em relação aos copos e tal, não me vou repetir por isso essa vai na resposta ao comentario do Itiro.

É verdade que as vezes o GM quer A e os players querem B. Em grande medida o primeiro post que fiz no blog trata esse dilema mas é preciso analisar a alegoria em questão que é a de:

Um GM vai actuar para um publico que lhe é desconhecido (alegoria do stand-up). O meu interesse era apenas analisar este aspecto particular e portanto permitam-me esta pequena correcção ao post inicial. Alargar a questão a toda a relação GM/player é algo demasiado abrangente e não sinto grande propensão para abrir essa "particular can of worms" :)

Raras vezes fiz sessões em clubes e quando o fiz foi em situições muito controladas. Imagino no entanto o terror que pode ser e vejo que muito GM aqui esta qq coisa sensibilizado com o assunto.

Não era essa no entanto a questão que queria abordar conforme respondi ao ric e mais digo que não se pode fazer sessão para quem nao quer jogar e nessa situação a meu ver a culpa tb é do GM visto "He should know better".

Se a questão é achar que algo que funciona para o seu grupo vai funcionar para todos, concordo (quase coloco um "você" aqui ), o erro foi do mestre, estamos lidando com pessoas e não dá para achar uma resposta universal.

Durante o tal período de "mestre profissional" eu costumava conversar um pouco com os jogadores para saber gostos e descobrir algumas coisas a respeito deles e com isso me preparar um pouco melhor para a sessão de jogo.

Achei a analogia com "stand up comedy" boa, mas tem uma diferença: a interação entre mestre e jogadores é maior do que entre cômico e público. Você pode levar o burro até a água, mas não tem como forçá-lo a beber, se os jogadores não cooperarem, mesmo com um mestre voluntarioso, o jogo pode desandar.