Adventure! (GBU Review)

ADVENTURE!
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Ora bem, meninos e meninas. Este é o que eu chamo “RPG de férias”: ou seja, um RPG baratinho (está agora em promoção por 12.95 USD), em tamanho portatil (A5) e contem informação suficiente para jogar um numero enorme de jogos sem precisar de mais nada, e com a vantagem acrescida que não tem suplementos. Parece incrivel, não é? Já para n mencionar que tem um sistema de poderes altamente flexivel e adaptavel para uma série de jogos.

Digo desde já que nos grandes forums de RPG, esta preciosidade é considerada dos melhores que andam para aí.

1 - SETTING: O setting original é o chamado “PULP” , se bem que o sistema é suficientemente flexivel para ser adaptado para outros settings mais ou menos cinematograficos, como Espionagem Moderna estilo James Bond e Missão Impossivel; Superherois Humanos como Batman, The Punisher ou Daredevil; series com toques sobrehumanos como The Sentinel ou The Profiler.

PULP, como já referi, é um tipo de literatura que apareceu na América no pós-recessão de 1929 - os herois destas aventuras eram maiores que a vida, capazes de feitos extremamente heroicos e de actos de generosidade incomparáveis; enquanto que os vilões pretendiam subjugar a humanidade/conquistar o mundo, usando para isso enormes poderes, recursos monetários e um génio incomparavel. A expressão que mais facilmente traduz o ambiente Pulp é “Preto no Branco”: os bons são muito bons, os maus são muito maus. Claro que há sombras de cinzento pelo meio (é perfeitamente normal o Genio do Mal ser uma figura trágica que faz tudo por um amor não retribuido pela Heroina; e é igualmente comum o bonzinho de serviço ser um ser um cigano de sorriso pronto e dedos ageis, que n consegue impedir-se de seduzir todos os rabos de saia que vê ou de aliviar qualquer carteira que esteja a jeito, desde que n cause danos permanentes).

O mundo (e a era - anos 20) em que vivemos neste jogo é um mundo de maravilhas, onde cientistas geniais e herois de punhos duros vivem lado a lado, correndo o mundo a salvar donzelas, enfrentando tribos canibais do Amazonas, dinossauros e lideres de cultos misteriosos. Este é um jogo em que a se joga e age com um panache cinematografico - pode não ser metafisico como Mage, ou introspectivo como Vampire, mas isso é porque o objectivo principal é a DIVERSÃO pura e dura como todos gostamos!

Este jogo é o primeiro (em termos de setting) da triologia TRINITY da White Wolf, que inclui Adventure! (1920s), Aberrant (2050s) e Aeon (2100s) - no entanto, é possivelmente o jogo mais afastado e mais cinematográfico dos três: a palavra chave para o jogo é “Esperança” - e isso traduz-se sem duvida quer no sistema quer no setting.

2 - SISTEMA: Adventure! usa o sistema modificado de Storyteller, desenvolvido para esta trilogia (foi usado pela primeira vez em Aeon) mais conhecido pelo sistema de EXALTED (se bem que Adventure! saiu agora em… blegh… D20). Cada personagem tem Atributes (capacidades mentais, sociais e fisicas) e Skills (conhecimentos). A dificuldade é determinada PELO NUMERO DE SUCESSOS OBTIDOS (uma acção simples requere 1 sucesso; uma acção muito complexa exige 5) - cada 7 ou mais que sair num dado conta como um sucesso - 10 contam como 2 sucessos. O numero de dados lançados é igual à soma de Skill + Atribute para cada determinada acção.

3 - CRIAÇÃO DE PERSONAGEM: Aqui é que a coisa pia mais fina – e está a maior parte da diversão! O Indiana Jones é o vosso heroi? Pois façam uma personagem que era o pai dele (worships Sir Sean Connery) quando era novo! E para as meninas, porque não fazer uma versão interessante da Miss Lara Croft? Curvilinea, com 2 pistolas na mão e a precisão suficiente para abater moscas a tiro, mas capaz de ensinar uma ou duas coisas ao acima referido Indiana?

Todos os herois são chamados INSPIRED , porque algures no seu passado foram por acaso, acidente ou voluntariamente, sujeitos a uma dose de Raios-Z - um elemento misterioso descoberto recentemente - que despertou neles capacidades suprahumanas - nunca na linha dos superherois de Aberrant, mas sim na linha do génio de Sherlock Holmes, do Sex-Appeal de Jessica Rabbit ou na tenacidade e resistência do Batman.

Assim, cada heroi escolhe a fonte da sua inspiração: Heroic (pessoas com capacidades muito acima da média, mas mesmo assim humanas: um bom exemplo é Indiana Jones, que têm uma incrivel mistura de savoir-faire, sorte, charme e pura resistencia à pancada); Mentalist (pessoas dotadas de capacidades mentais extraordinarias, como telepatia, ESP, telekinesia, etc. O Mandrake seria um bom exemplo, um ilusionista que resolve maior parte dos seus problemas usando engenhosidade, capacidade de improviso e um pouco de magia para inclinar a balança a seu favor) e Stalwart (o menos humano dos três, com capacidades que quase se comparam a alguns superherois, como força extraordinaria ou resistencia incrivel. O Batman, que salta de predio em predio, atira-se pelo ar sem medo ou aguenta cargas de pau incriveis é um bom exemplo de Stalwart). Note-se que cada personagem só pode ter 1 tipo de Inspiration.

Depois, cada jogador cria a sua personagem COMO UM HUMANO (ou seja, antes da Inspiration) - os pontos são poucos - tal como um humano normal).

Em seguida, vem a Inspiration: cada jogador recebe 13 inspiration points que pode usar para comprar Knacks (poderes), mais atributes, mais skills, mais backgrounds, etc. Note-se que o jogador é que escolhe em que é que quer investir os seus pontos – pode gastar tudo em Poderes, ou comprar só um ou dois, e depois gasta-los de forma a ter um génio matemático que é igualmente um pianista brilhante e ginasta de alta competição nos seus tempos livres.

The Good: Tudo. As Fictions de introdução foram escritas pelo genial Warren Ellis, a arte é o estilo indicado, a apresentação genial e bem dividia. Ah, e é barato e contem a linha de jogo inteira entre as duas capas.

The Bad: O setting pode ser um pouco estranho para nós portugas, que n tivesmos o boom da Pulp Fiction (não, não é o filme do Tarantino) – mas mesmo assim,`há centenas de livros gratis na net de pulp fiction (já que os direitos de autor já foram ao ar) para ler e entender melhor o setting.

The Ugly: Merecia mais apoio da White Wolf. Montes de apoio. Não digo suplementos… alias DIGO SUPLEMENTOS – aventuras! Montes delas!

Classificação (1 a 5):
Ambiente: 5
Sistema: 4
Suplementos: -
Apresentação: 5

Classificação Global: 5 - Volto a repetir - COMPREM ESTE LIVRO!

Bem apresentado, boa fiction, sistema sólido. Do que eu conheço, é o melhor dos três e dá para fazer histórias que não tenham nada a ver com o Aeon universe.