Ontem à noite - com direito a uma foto-reportagem alargada - foi altura de regressar à nossa campanha de Amber Diceless, que estava em modo de pausa há uns meses. Com excepção de umas recentes jogatanas entre mim e a Raquel por chat/messenger, não havia uma sessão de jogo há que tempos! De modo que estávamos todos ansiosos por fazer o gostinho aos dados... er... bom, não há dados no jogo, mas vocês percebem.
Ausentes estiveram o Nuno (que já não aparece há tanto tempo que ninguém se lembra de lhe telefonar quando há estas combinações em cima da hora) e o Paulo (que, por mais que gostasse de vir, já tinha um fim-de-semana romântico combinado com a sua mais-que-tudo). A ausência do Paulo significava que não podiamos avançar o fio principal da trama, mas a Raquel (a nossa GM) ficou de nos arranjar divertimentos alternativos. No final, bem vistas as coisas, a Raquel acabou por não nos arranjar nada... isto porque os outros jogadores seguiram o Jota (que joga o Príncipe Collin) em mais um dos seus planos e isso bastou para manter toda a gente ocupada durante a noite inteira!
Houve uma sucessão de eventos curiosa que acabou por voltar de pernas para o ar parte da campanha e toda a vida de um jogadores, precisamente o Paulo, que estava ausente. O Jota começou tudo com o seu plano que criou o nosso encontro com com uma NPC importante muito esquiva e misteriosa, eu (jogando o Príncipe Gabriel) criei a oportunidade ao deixar a dita NPC inconsciente no chão (sou um cavalheiro, não sou?), e por fim o António (jogando a Princesa Jeanne) fez o que mais ninguém se lembrou e encontrou a chave de muitos segredos entre as posses da dama inconsciente.
Ora estes referidos segredos são algo que o Paulo (sob a forma do Príncipe Balthazar) tem tentado manter escondidos desde o início do jogo, há dezenas de sessões atrás. Podem então imaginar o seu pânico quando recebeu no telemóvel um SMS do Jota a vangloriar-se de estar próximo de lhe descobrir a careca. Seguiu-se um verdadeiro frenesim de SMS e chamadas, com o Paulo a tentar minimizar os estragos dando instruções à GM e respondendo às provocações bem-humoradas dos outros jogadores. Deve ter sido a primeira sessão de Amber Diceless jogada (bom, só em muito pequena parte) por SMS e telemóvel... qualquer dia, quando toda a gente tiver telemóveis de 3ª geração, já nem precisamos de nos reunir todos para jogar, ahah!
E foi assim que acabou a sessão, com os três jogadores presentes com a chave nas mãos para chegar ao fundo de um mistério até agora insondável. Na próxima sessão já vamos contar com o Paulo; vai ser engraçado ver até onde é que o Príncipe Balthazar estará disposto a ir para bloquear os seus primos.
Resumindo, foi uma sessão de 4 horas bastante produtiva e divertida, mas se analisarmos bem o conteúdo vemos que demorámos quatro horas para resolver cerca de três cenas relativamente simples (tão simples que, na verdade, só demos de caras com um das dezenas de NPCs importantes do jogo e nos cruzamos com um grupinho de três NPCs "genéricos"). A maioria da culpa é do facto de a Raquel não ter podido usar a maioria do material que tinha preparado (por falta de um jogador crucial para o avanço de determinada parte da trama), mas havia ali muita coisa para melhorar. Se não tivesse sido uma sessão literalmente improvisada na hora, este resultado final seria bastante mauzito.
Conclusão: temos mesmo de obrigar a Raquel a preparar melhor as sessões; uma vez que o sistema de Amber - tal como todos os outros sistemas com divisão de poderes GM/jogador minimamente tradicionais - não suporta por si só uma contribuição directa dos jogadores no rumo da trama, a responsabilidade de carregar o jogo cai praticamente toda sobre o GM. Ora, obviamente que uma pessoa hoje em dia não tem tempo para tudo como tinha quando andava no liceu e organizava vários jogos por semana, eheh. Deviamos ter mais mecânicas de meta-jogo em Amber, mas a verdade é que estamos num óptimo caminho graças à futura implementação dos Next Week On de Primetime Adventures e da compra de "plot points" com XP.
Isto está-me a dar saudades do meu querido PTA (estou a ganhar cada vez mais vontade de regressar a Dirtside!), onde um GM à-vontade com o sistema e o estilo de jogo pode criar (ou melhor, ajudar a criar) uma grande sessão sem precisar de praticamente nenhum trabalho de casa.