Vou começar por dizer que nao existe jogo mais porco que o Diplomacy. O pai de todos os jogos lixados, o Diplomacy é um jogo lindo, com um equilibrio espetacular. Mas é porco como tudo. Ha duas situaçoes em que nao se deve jogar Diplomacy, e elas sao numa sala pequena e com amigos. Querem transformar os vossos melhor amigos em inimigos amargurados? Joguem Diplomacy com eles.
Bem, depois disto vou falar do Amun-Re, um boardgame do famoso Reiner Knizia. Na altura em que o Amun-Re saiu, Knizia nao lançava um boardgame de caixa grande à meses, logo as expectativas para este boardgame eram elevadas.
Os jogos de caixa grande do Knizia sao lendarios. Euphrat&Tigris, Stephenson´s Rocket, Samurai, Modern Art, a lista é infidavel. Toda a gente pensava que este boardgame seria do mesmo calibre.
Infelizmente acho que a inspiraçao do Knizia falhou. Nao que o boardgame seja mau, nem de longe, mas nao esta ao nivel de, digamos, Medici por exemplo.
O jogo é simples. Temos um tabuleiro com 15 regioes do Egipto antigo. O objectivo é construir piramides nessas regioes para amealharmos o maximo numero de pontos. O jogo é repartido em 5 fases sobre 6 turnos. Na primeira fase escolhemos um numero de regioes igual ao numero de jogadores aleatoriamente. Depois fazemos um leilao sobre essas regioes. O leilao é simples, rapido e eficaz. Ha que fazer um lançe maior que o lançe dos outros jogadores na regiao que queremos. Se tivermos um lançe maior que o nosso na regiao, temos que mudar para uma regiao diferente.
Depois do lançe, vem as acçoes dos jogadores. Por esta ordem, os jogadores compram Power Cards, Farmers e Building Blocks. O total a pagar é um sequencia algerbica. Power Cards dao poderes especiais aos jogadores. Farmers cultivam as regioes e sao a base do salario de cada jogador. Building Blocks sao necessarios para construir piramides. Tres Building Blocks equivalem a uma piramide.
Depois vem o sacrificio a Amun-Re. Nesta fase, os jogadores oferecem as escondidas dinheiro a Amun-Re. Depois de revelado e contado o dinheiro, o total implica directamente quanto dinheiro cada Farmer vale. Quanto maior o sacrificio maior sera o valor de cada Farmer. È claro, tambem podemos roubar dinheiro ao templo de Amun-Re mas quem faz isso so recebe 3 ouro do banco e nao recebe items extras.
Depois vem o salario. Conforme o sacrificio a Amun-Re os Farmers irao valer entre 1 a 4 ouro cada um. Um jogador que tenha-se especializado em Farmers arrisca-se a receber muito dinheiro nesta fase.
No fim da primeira pontuaçao, as regioes sao limpas de tudo menos de piramides. Depois é como na primeira fase, escolher regioes e fazer lances por elas. A unica diferença é que agora é bem provavel que as regioes tenham bastantes piramides.
Depois de 3 turnos, vem a primeira pontuançao. Depois de mais 3 turnos a ultima pontuaçao aparece. A pontuaçao é simples, cada piramide vale um ponto, cada conjunto de piramides (uma piramide em cada regiao controlada por nos) vale 3 pontos. Depois ha mais condiçoes que existem como ter mais piramides no Alto e Baixo Egipto, mais ouro na mao, etc. Quem tiver mais pontos ganha.
O jogo é interessante. É uma mistura de varios estilos de jogos, como leilao e compra directa. A competitividade é alta, à medida que cada jogador tenta alcançar o equilibrio entre ter muitas piramides e ter acesso a um salario alto que lhes permita comprar mais coisas e oferecer um sacrifico enorme. No entanto, nao é um jogo ao nivel dos melhores de Reiner Knizia. O jogo nao tem a emoçao que o Euphrat&Tigris tem por exemplo. Acaba por nao ser mais do que um jogo bom, mas nao muito bom. O tema é interessante, os mecanismos sao tipicos do Knizia e o vicio esta presente, é um jogo que se pode jogar muitas vezes sem ficarmos chateados. Mas nao é brilhante. E do Knizia esperava muito melhor que isto.
No fim, dou um 14 de 20. Recomendado para quem quiser algo interessante para jogar, mas se for comprar um so boardgame ha muito melhores no mercado.
Mais info em https://www.boardgamegeek.com/game/5404