Aquelarre

É um RPG espanhol que joguei um par de vezes como GM. Permite jogar na idade média no séc. XIV (a variante que fez mais sucesso) ou nos séc. XVI-XVII (o período de apogeu espanhol, mas é consideravelmente menos jogado). Vou descrever a componente medieval que é a que conheço.

O sistema é o BRP, simples e eficaz: características com 3d6 (força, inteligência, etc) e skills de 0 a100. Lança-se uns dados para ver a classe social (de mendigo a aristocrata, se bem que o melhor seja os Pj escolherem serem todos do mesmo grupo social para evitar grandes desigualdades) e situação familiar e já está. Existem regras para simular tudo, desde sexo, a combates rápidos mas sangrentos

O background é a península ibérica, num dos reinos cristãos (Castela, Portugal, Aragão, Leão, Navarra; embora seja dada preferência de tratamento a personagens castelhanas- são mais genéricas sem grandes especificidades- eu optei sempre por jogar em Portugal). São fornecidas informações sobre a sociedade da época, edifícios que se poderia esperar encontrar (igreja, castelo) e como formar rapidamente uma cidade medieval de acordo com as necessidades (se bem que um bocadinho de pesquisa não custa assim tanto).

É uma Idade Média muito longe de Pendragon e mais realista (bastante sombrio até): não se luta para salvar princesas em perigo, mas para fazer pela vida. Podem-se fazer jogos virados para a intriga política, acção, guerra (entre os reinos peninsulares e contra os muçulmanos de Granada), tudo o que se quiser. Podem-se fazer aventuras anónimas (estilo defender uma aldeia contra lobos ou bandidos) ou participar nos grandes acontecimentos da época (alguém quer beijar a mão de D. Inês depois morta?) Também existe um bestiário (com trasgos e bruxas) e um sistema de magia (a usar com precaução, dado que é perigosa, tanto por quem a usa como para a vítima).

Foram feitos dúzias de suplementos mas nunca li nenhum (um amigo meu creio que comprou alguns).

Não estou a comentar o jogo, mas a review.

Algumas guidelines que acho interessantes:

1-Formatação

Mete mais uns parágrafos nisso; da maneira como está torna-se dificil a leitura; já tenho visto várias reviews tuas, deves ser a pessoa com mais reviews aqui neste momento, e acho que vai sendo altura de ver mais profissionalismo nas coisas

2-Letra

Times New Roman é complicado de ler na net; usa fontes não-serifadas.

3-Conteúdo

É escasso; fala sobre o sistema, dá exemplos de criação de persos, e situações de jogo, sobre se é um jogo fáceil de aprender ou não (agradeco ao Mariano), etc.

Ah, e evita todo e qualquer comentário pessoal, a menos que o faças no fim, como “nota pessoal”. Caso contrário, não é uma review, é a tua opinião.

Da maneira como está, parece que te levantaste com sono às 4h da manhã e não tinhas mais nada que fazer. :smiley:

Nota: Não é nada de pessoal, isto aplica-se a toda a gente que faça reviews.

–~~–

To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

1. Já me chamaram várias vezes à atenção e estou (muito lentamente é certo) a tentar corrigir isso.

2. Não sei o que são letras não serifadas. Areal talvez?

3. O sistema BRP é o mesmo de Call of Cthulhu e Nephilim que já apresentei. A criação de personagens é fácil: em tabelas são lançadas dados para obter o background familiar e social, a profissão actual e depois recebemos pontos de bónus de acordo com os resultados que serão colocado em skills relacionados com esse "passado"; depois recebemos mais pontos para colocar-mos nas skills que quisermos.

Quanto a ser fácil de aprender, depende da experiência de cada um. Embora pense que seja fácil e interessante, existem outros jogos em universo semelhante (pendragon) que me atraem mais. Joguei Aquelarre há 8 anos como GM e nunca mais repeti. Exige alguma investigação por parte dos GM para criar uma idade média credível (para se distinguir de mundos de fantasia) e não creio que as limitações das personagens (não há armas mágicas ou super-poderes) o tornem muito atractivo a jogadores.

Lembro-me de ter experimentado este RPG de nuestros hermanos e de procurar alguma coisa em que eles tivessem acrescentado mais valor a um jogo que podia ser ser só uma versão medieval de d20/BRP. Que me lembre, eles têem lá umas ideias de alinhar a personagem entre racionalidade/irracionalidade (não me recordo dos nomes que lhe dão), mas - para além disso - falta-lhe alguma coisa que se destaque.

Quanto à review, acho que o kabukiman tem escrito cada uma como bem entende e assim deve continuar a fazer. Acho é que mais gente também deve dar as suas opiniões. Pessoalmente, é por julgar que uma review tem de cumprir nomeadamente com todos os requisitos que o Rui referiu que ainda não fiz nenhuma :) Pergunto-me se não é melhor ao menos escrever qualquer coisa.

[quote=Rui]Mete mais uns parágrafos nisso; da maneira como está torna-se dificil a leitura; já tenho visto várias reviews tuas, deves ser a pessoa com mais reviews aqui neste momento, e acho que vai sendo altura de ver mais profissionalismo nas coisas

(…)
3-Conteúdo

É escasso; fala sobre o sistema, dá exemplos de criação de persos, e situações de jogo, sobre se é um jogo fáceil de aprender ou não (agradeco ao Mariano), etc.

Ah, e evita todo e qualquer comentário pessoal, a menos que o faças no fim, como “nota pessoal”. Caso contrário, não é uma review, é a tua opinião. [/quote]

Um comentário ao teu comentário:
1 - “Profissionalismo” é algo que se paga, pelo que me parece excessivo estar a pedir tal coisa a textos escritos por boa vontade. Pode-se dar sugestões e conselhos de melhoria, mas pedir profissionalismo… só com o dinheiro em mão!

3- Aqui estou de acordo. Kabukiman: podias talvez concretizar algumas coisas: explicar porque é que a magia é perigosa, em que é o sistema de regras diverge do BRP, se este é fácil de usar, como é que as personagens espanholas são mais genéricas, etc.

Mas já discordo da parte do “comentário pessoal”. Toda a crítica é uma opinião e um comentário pessoal, dependente de um certo grau de subjectividade (assim se explica que as “estrelas” dos críticos de cinema sejam tão díspares).
Eu até acho preferível que quem está a fazer a crítica mostre claramente os seus gostos e ódios pessoais, pois assim posso calcular até que ponto os meus gostos são compatíveis com os do crítico.

[quote=Rui]
Ah, e evita todo e qualquer comentário pessoal, a menos que o faças no fim, como “nota pessoal”. Caso contrário, não é uma review, é a tua opinião.[/quote]

Toda e qualquer review é um comentário pessoal. Faz-me lembrar os comentadores profissionais de cinema, quando eu abria o jornal e me dava ao trabalho de ler o que eles escreviam, por norma quanto melhor eles diziam de um filme, mais eu o evitava. Isto porque se preocupavam tanto em não omitirem “opiniões pessoais” que o que escreviam acaba por nao ter interesse nenhum. Resultado deixei de os ler e continuo a ver os filmes que gosto, e de vez em quando lá me sai a fava do bolo, ossos do oficio!! E sim, prefiro ler antes uma review que indique a opinião de quem escreve, pois de seguida dou uma pequena volta por outras reviews do autor e fico com uma boa idéia do que ele está a dizer, comparando os gostos do mesmo com os meus, ou seja extremamente útil. Claro que não é de descartar os conteúdos da review, o focar em aspectos não só positivos mas negativos da mesma, etc, etc.

Exemplos de reviews muito boas são as do Tom Vassel, no BGG. O rapaz gosta de tudo mais um par de botas e escreve-o a preto e ranco nas mesmas, mas não deixam de ser umas reviews fenomenais.

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Em rpg’s, eu gosto das críticas do SteveD na rpg.net, e foi por isso que apontei que o crítico deve sempre que possível ser objectivo, e depois no fim dar a sua opinião pessoal.

Não é claro que todas as críticas sejam uma opinião pessoal: fazer uma crítica a um jogo pode passar apenas por dizer como se joga, se precisa de mais material para jogar, como é que o texto está posto em relação às margens, se é um txto fácil de ler, etc. Não estou a discordar por discordar, mas porque já vi críticas assim que me levam a pensar que também é possível fazer-se isso por cá.

Agora, o kabuki faz as críticas por carolice; ninguém lhe pede para fazer as críticas, ninguém lhe paga para fazer as críticas. Ele tomará as minhas opiniões com o sal que achar que deve tomar, obviamente. MAS!, se não o fizer não acho que possam ser consideradas críticas, antes opiniões.

Edit: desculpa, kabuki, isto foi completamente threadjacking!

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

Bem, eu como já tinha dito joguei um par de vezes há 8 anos atrás, por isso não me lembro de muito pormenores. A parte da racionalidade/iracionalidade era chamada de cordura e afectava a magia (mas atenção que nada tinha a ver com a San de CoC); quanto mais iracionalidade maior possibilidade de lançar o feitiço.

Porque é que era perigoso? Não me lembro bem, mas sei que era arriscado lançar feitiços para personagens normais dado que exigia grande especialização (terei de reler o manual para ver as consequências) e era fácil uma poção falhar e ter consequências desastrosas. Além de que se o bispo local ouvisse falar de ti, tinhas uns esbirros que te prendiam, julgavam e queimavam.

Neoneon: eu não falei em espanhois, falei em castelhanos. O jogo está sobretudo direccionado para castela (e em menor grau aragão) que tem caracteristicas mais genéricas (não custaria muito dizer, vocês estão em França ou Inglaterra em vez de Castela), a catalunha, portugal e navarra tinham especificidades culturais muito próprias quer não estão contemplados no jogo. Como o rick disse não há nada de muito notável no jogo: podia-se pegar em pendragon e com um mínimo de leituras conseguia-se o mesmo resultado a nível de historicidade que se consegue com o aqualerre que supostamente é especializado no séc. XIV.

O jogo teve um sucesso moderado em espanha, mas nada de extraordinário (acho que é um bom caso para se estudar para as hipóteses de um rpg português). Publicaram montes de suplementos, sobre o fantástico medieval e profissões estilo World of darkness mas poucas aventuras ou backgrounds.

Descobri há tempos que o Aquelarre foi escrito pelo mesmo gajo do Capitan Alatriste, um jogo que tem mais ou menos a mesma temática (pelo menos passa-se no mesmo tempo, acho!).

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

Não, o Aquelarre passa-se no séc. XIII e XIV, durante a Reconquista Cristã, e o Capitán Alatriste no séc. XVII, já depois das Descobertas e na altura dos Filipes.

Eu sei, falei de “espanhóis” para referir os povos não-portugueses da Península. Bem sei que na altura a Espanha não existia.

Não sei se concordo contigo. O sistema Pendragon foi concebido para jogar personagens épicas em feitos heróicos e paixões arrebatadoras. Por isso o sistem de paixões, de dualidade moral, de críticos, etc.
O Aquelarre, se bem me lembro, é um jogo mais realista, com mendigos a tentar sair da latrina, mercenários que degolam donzelas por um bocado de pão, bruxos que tentam exercer o seu ofício sem serem queimados pela populaça. Por isso tem um sistema de dados menos propenso a sucessos críticos, uma estatística de lançamentos que gera resultados mais intermédios, não tem regras para paixões ou dilemas morais, etc. Afinal de contas, o sistema de regras também faz o jogo.

Se calhar querias dizer que alguém que conhecesse o sistema BRP e lesse uns livros de história conseguia montar um jogo quase igual.

A propósito: o criador do jogo tem algumas aventuras no seu site: dreamers.com domain name is for sale. Inquire now.

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"Não sei se concordo contigo. O sistema Pendragon foi concebido para jogar personagens épicas em feitos heróicos e paixões arrebatadoras. Por isso o sistem de paixões, de dualidade moral, de críticos, etc.
O Aquelarre, se bem me lembro, é um jogo mais realista, com mendigos a tentar sair da latrina, mercenários que degolam donzelas por um bocado de pão, bruxos que tentam exercer o seu ofício sem serem queimados pela populaça. Por isso tem um sistema de dados menos propenso a sucessos críticos, uma estatística de lançamentos que gera resultados mais intermédios, não tem regras para paixões ou dilemas morais, etc. Afinal de contas, o sistema de regras também faz o jogo.

Se calhar querias dizer que alguém que conhecesse o sistema BRP e lesse uns livros de história conseguia montar um jogo quase igual.

A propósito: o criador do jogo tem algumas aventuras no seu site: https://dreamers.com/historol/h5.htm[/quote]"

Sim, só que para esse género de jogo já tinhas o warhammer; se bem me lembro tinha até a profissão de apanhador de ratos. Combater como um mero salteador num universo realista em que as tuas hipóteses de promoção social são nulas, parece-me pouco interessante (num jogo de fantasia podes ignorar a realidade e fazer com que depois de matarem uns quantos monstros os jogadores sejam admirados por todos).