Arcane Warfare

Arcane Warfare é um jogo de miniaturas históricas que pretende simular batalhas campais desde o início do período histórico (3200 AC) até ao final da Idade Média.

Joga-se em três modalidades, jogo pequeno, padrão (standard) e grande (extended), com a possibilidade de se jogar um jogo de manobra de maiores dimensões. As regras são fáceis de seguir e de implementar e o jogo torna-se bastante dinâmico assim que as regras são apreendidas. Gosto muito deste jogo e posso afirmar isso com imparcialidade, dado que nunca ganhei um único jogo (nem em torneio, nem em jogos amigáveis).

O Exército:
Cada exército tem um conjunto de bases que representam diversos tipos de tropas, consoante a sua classificação.

Para a classificação das tropas ser o mais rigorosa possível em termos históricos e funcionais, à classificação das unidades gerais (piqueiros, arqueiros, cavalaria ligeira, etc), os autores das regras introduziram características primárias, como por exemplo "Light", "Medium" e "Heavy" (reflectindo genericamente se a formação é mais ou menos pesada e se tem mais ou menos armadura), "Band" (para forças "bárbaras" pouco disciplinadas) ou "Archer" para arqueiros a cavalo. Outras características, desta vez secundárias são, por exemplo, "Elite" ou "inferior". Assim, os legionários romanos são "Heavy" por terem equipamento defensivo pesado que lhes dá um bónus de defesa; a cavalaria samurai é classificada como CvMAe (Cavalaria Média Arqueira de elite), tendo assim um bónus de combate e disparando com arco à
distância.
As unidades podem ficar com valores diferentes de combate, com o correspondende custo em Pontos de Exército (Army Points), conforme as suas especificidades incluídas nas listas.
Para se criar um exército combina-se um número de pontos de tropas (por exemplo, 50 pontos para fazer um jogo pequeno), observa-se a lista respectiva que tem o tipo de unidades disponível, escolhe-se de entre os mínimos e máximos disponíveis e já está. Isso faz com que mesmo que 2 adversários utilizem a mesma lista, terão provavelmente exércitos com importantes diferenças (um jogador pelos romanos poderá tentar ter o máximo de legionários possíveis em detrimentos de cavalaria e auxiliares, outro jogador poderá escolher o contrário). As listas são um ponto forte, dado o grande rigor e investigação das fontes primárias e secundárias. Os autores e colaboradores na elaboração das regras tiveram por ponto de honra nunca distorcer a verdade histórica para que esta se adaptasse ao jogo, bem pelo contrário: foram as regras quem sofreram inúmeras alterações na sua fase inicial de molde a melhor corresponderem à verdade histórica! A proporção qualidade de tropas/custo torna os exércitos relativamente equilibrados pelo que com um mínimo de sorte e jogando de forma inteligente qualquer jogador tema possibilidade de vencer.

O funcionamento do jogo:
Dispõe-se o terreno (rios, florestas, pântanos, que devem corresponder à geografia de um dos exércitos), vê-se quem joga primeiro e depois cada comandante lançará um d6 para saber quantas ordens poderá ter. Num exército regular, como o romano, os dados podem ser livremente atribuídos aos comandantes, e no caso do Comandante-Chefe pode, inclusivé, lançar de novo; se o exército for "irregular", como os povos bárbaros, não o poderá fazer, pelo que se compensa assim o maior custo dos generais regulares. As ordens podem servir para mover alas do exército constituído pelo mesmo tipo de unidades ou unidades individuais. No principio é fácil mover o exército que está bem organizado, mas à medida que asunidades sofrem tiro, combatem e as linhas desorganizam-se, a situação muda de figura e todas as manobras tornam-se cruciais.

O sistema de comando é também revolucionário: em lugar de se jogar por turnos ("ora jogas tu, ora jogo eu"), AWr usa um sistema de jogadas simultâneas por iniciativa. O general com a iniciativa mais alta joga primeiro, e assim sucessivamente até ao general com dados mais baixos. Ao contrário do que possa parecer, nem sempre ter a iniciativa é bom pois o último a jogar, por vezes, joga melhor. Esta característica faz de Arcane um jogo mentalmente tenso e muito
interessante no qual o jogador tem de ter em conta um enorme leque de possibilidades e de factores. E contudo, o jogo não se torna mais lento, muito pelo contrário! Se não for pelo resto, a incerteza quanto ao dado e às iniciativas encarregam-se disso!

A par das regras básicas que permitem jogar, existem imensas outras que clarificam situações de jogo que acabarão por ocorrer à medida que se vai jogando.

É um jogo que, parecendo à partida ser mais complexo que DBA/DBM, acaba por ser instintivo. Teme menos cálculos do que Warhammer e tem imensos pormenores, mas o seu grau de realismo e sofisticação, aliado à simplicidade das regras (quer "de per si", quer em termos de texto) é incomparavelmente maior permitindo jogar de forma histórica sem chegar ao nível de dificuldade de muitos wargames de tabuleiro.

Esqueci-me de um pormenor: este jogo é português, está publicado, eu conheço o seu criador (chama-se Gabriel e é de Lisboa), imensa gente tem participado no seu desenvolvimento (eu dei a minha modesta contribuição com algumas listas), temos um fórum de discussão, o que significa que quaisquer sugestões feitas podem ser tidas em conta e introduzidas, ao contrário do que sucede em outros jogos estrangeiros.


Nota interessante: já existe mais gente estrangeira a jogar lá fora do que portugueses!

Do que estás à espera para jogarmos isto?

:wink:

_____________________________________________________________
Evil never dies, it just waits to be reborn…

Existe um grupo no Porto que se costuma encontrar aos sábados no museu militar; em lisboa também existe um grupo.

Página onde estão as regras em inglês (uma versão antiga, mas dá para perceber)

https://www.dnir.net/JerboaNet/AWr/AWr.htm

Para te encontrares com a malta de Lisboa podes ir a um dos grupos que existe aqui no abreojogo (sim, nós estamos por todo o lado!) e pedir mais informações ao Orlando.

https://www.abreojogo.com/arcane_warfare

 

 

Se estiveres interessado no grupo do Porto, fala com o Pedro Casimiro:

[email protected]