Conforme já anunciado na lista de patrocínios para o RPGénesis deste ano, eu estou a patrocinar o evento com três prémios diferentes:
Melhor "Jogo-Relâmpago"
Como mestre-jogo regular nos encontros mensais de roleplayers do Porto, todos os meses eu procuro RPGs para jogar cenários de uma só sessão nos quais qualquer pessoa possa entrar, mesmo que não tenha qualquer experiência, RPGs que sejam fáceis de preparar e não peçam muito tempo de sessão. Assim, comprometo-me a organizar uma sessão de teste em Setembro para o RPG que melhor se adequar a este formato e a dar feedback ao seu autor.
Melhor "Meta-Dragão"
O Dragão-Mestre ( https://dragaomestre.tumblr.com ) é um simples RPG numa folha A4 para um poderoso mestre-jogo e muitos jogadores. O seu sistema está disponível em licença aberta Creative Commons, ou seja, desde que a sua autoria seja atribuida a Ricardo Tavares, este sistema pode ser usado e alterado por qualquer pessoa para criar um RPG também gratuito e livremente licenciado. Assim, comprometo-me a premiar com um vale de 5$ da https://rpg.drivethrustuff.com/ o participante que criar a melhor adaptação das regras do Dragão-Mestre.
Melhor "RPG Do Outro Mundo"
Todos os RPGs são de outro mundo, mas alguns procuram mesmo quebrar as fronteiras das nossas expetativas propondo premissas e sistemas inesperados e estranhamente divertidos. Como autor do podcast Jogador-Sonhador ( https://jogadorsonhador.podbean.com/ ), eu procuro estar sempre atento a essas novidades. Assim, comprometo-me a oferecer um próximo episódio do Jogador-Sonhador ao autor do RPG que eu considerar mais criativo e inovador. O autor premiado fará parte deste episódio Do Outro Mundo e decidirá inteiramente o seu tema, convidados, formato, etc.
Neste tópico, vou responder a quaisquer questões que os participantes tenham sobre estes prémios. Aproveito também para explicar melhor os meus critérios:
Para o Melhor "Jogo-Relâmpago" é importante o quão pronto-a-jogar este RPG está. Isso não quer dizer que ganhe o RPG mais completo, mas sim aquele que me demore menos tempo a preparar para jogar uma sessão de duas a quatro horas num próximo encontro mensal. Neste tipo de sessão, tanto podem estar presentes pessoas com muita experiência como pessoas que nunca jogaram um RPG. Esta facilidade de jogar implica que o texto deste RPG seja agradável de ler e que tenha com ele o mínimo dos elementos necessários para jogar, nomeadamente fichas de personagens, tabelas de consulta, etc. Além de ser fácil de se jogar, este RPG também necessita de ser interessante o suficiente para motivar as pessoas a experimentar-lo, ou seja, não deve ser um jogo muito parecido com aquilo que já jogamos todas as semanas (ex:d20+modificador vs dificuldade para matar o monstro e pilhar a masmorra) mas também não pode ser tão diferente que demore muito tempo a explicar porque é que é interessante.
Para o Melhor "Meta-Dragão", o que conta é usar criativamente as regras muito simples do Dragão-Mestre para escrever um RPG que aproveite esta imensa autoridade que este pequeno sistema dá ao mestre-jogo. Estas regras podem ser adaptadas desde que esta simplicidade seja preservada e que o texto não tenha vergonha de assumir que está a pôr o jogo todo em cima dos ombros do mestre-jogo. Esta tendência premeditada para priveligiar o papel do mestre-jogo pode ser comentada abertamente no texto, levada para a brincadeira como o Dragão-Mestre faz ou tratada de uma forma séria, é como o autor preferir. Como as regras são minimalistas, é importante a ambientação (o possível setting) em que elas são integradas e a forma como elas são exploradas ao máximo pelo jogo. Seguindo a filosofia do Dragão-Mestre em aproveitar o espaço disponível numa folha A4, também é importante usar uma linguagem que vá direta ao assunto aproveitando bem a contagem de palavras que o texto tiver acima do mínimo das cinco mil, ou seja, uma prosa muito palavrosa ou repetitiva será penalizada.
Para o Melhor "RPG Do Outro Mundo" é necessário conhecer os ditames dos RPGs e estar disposto a ir além deles, ou seja, o que conta aqui é pegar nos clichés, dominar-los e assumir o risco de quebrar-los. Desde que o texto seja compreenssível e minimamente jogável, o seu autor é livre de pôr em causa todos os preconceitos que temos acerca dos RPGs, ou seja, a sua liberdade artística não serve de desculpa para escrever cinco mil vezes a palavra "abacaxi" ou inventar a sua própria linguagem que está para lá das nossas regras de ortografia. Tentando pensar "out-of-the-box", o texto deste RPG deve tentar ser inovador na sua proposta, forma e/ou conteúdo desafiando-nos a sair da nossa zona de conforto.