CHANGELING: THE DREAMING, da White Wolf
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AVISAM-SE OS LEITORES QUE A LADY ENTROPY É ALTAMENTE TENDENCIOSA A CHANGELING, POR ISSO ACAUTELEM-SE!
Este é o starter kit, uma versão simplificada das regras e com alguma informação sobre o setting, que podem fazer download de graça aqui ==> https://www.white-wolf.com/Changeling%20Web%20Week/ChangelingQuickStart.pdf
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Changeling: the Dreaming foi o 5º livro a sair usando o sistema ST, corria o ano da Graça de 1995. Como os anteriores, saiu primeiro em capa mole (1ª edição) e depois um em capa dura (2ª edição). Ao contrário de todos os jogos anteriores, era (bem como a maior parte dos seus suplementos) totalmente a cores.
Isto (juntamente com um suporte de outro material que nenhum outro dos jogos teve) chamou imediatamente a atenção: folhas de personagem a cores vendidas em bloco (parte do raro Player’s Kit), Bunker Cards Coleccionaveis (cartas com as “Disciplinas” de changeling - o que fazia cada nivel, etc), entre muitos outras coisas.
1 - SETTING - Changeling apresenta-nos um mundo duplo: por um lado humano, por outro Fae (e não chamem Fairy a uma changeling - chamem Old Ones, Wise Ones, Fae, Tuatha, Kithain… mas Fairies, abilitam-se a que eles ou vos matem ali mesmo, ou vos mandem uns “amiguinhos” fazer uma visitinha). Changelings são os elfos/fae das lendas celticas, poderosos espiritos da natureza, os primeiros filhos dos deuses, nascidos quando o Dreaming foi criado – o que aconteceu antes do primeiro homem nascer.
Com o passar do tempo, o mundo dos homens foi-se afastando de Arcadia e do dreaming, a habitação das fae – até que… todos os portões para lá se encerraram subitamente, (algures no sec 14/15) condenando milhares de fae a ficarem presas no mundo humano. Os que ficaram (na sua maioria plebeus) foram forçados a procurar refugio entre a humanidade – assumindo corpos humanos para proteger a sua alma feita de essencia primal, que nunca poderia resistir à descrença na magia que se tornava cada vez mais forte com o chegar do Renascimento (os mages tb sofreram com isto) – sendo criaturas feitas de pura magia, os Changelings NUNCA poderiam sobreviver se não tomassem esta medida – dai o termo “CHANGELING” (nas lendas originais, dizia-se que alguem era uma Changeling qdo uma fada roubava uma criança humana e deixava uma exactamente igual no berço – só que era uma fae, que fazia a vida negra aos pais humanos).
Basicamente, esta é a premissa que inicia a história de changeling. Todas as Fae lutam para voltar a Arcadia, o seu lar, porque lentamente, a Banalidade avança e torna-se cada vez mais poderosa – a morte de um corpo humano nada significa para uma changeling, pois eles reencarnam. Mas a banalidade significa a destruição permanente da alma – sem retorno.
E como de costume temos o já tipico White-Wolfiano motivo de angst… “Oh não, o mundo é banal, ninguém vê os dragões, nem as coisas belas… e depois há aquelas pessoas horriveis… que são tão banais… temos de ser coloridos e divertidos e gostar de flores e passarinhos.”
Esqueçam.
Changeling n é isto.
Changeling é mais no género “O Duque Dray invadiu um freehold, justificando-se com o apoio que a High Queen Amraël deu aos commoners. A House Fiona apoia-nos, a House Scatach também. Os outros não. Não há hipotese - vamos entrar em guerra contra esses convencidos Gwyddion. Somos 1 para 3, mas marchamos ainda hoje para o Campo das Brumas. Enviem os assassinos Eshu, de qualquer forma. Talvez eles consigam eliminar alguns dos comandantes inimigos.”
Para quê perder tempo a angustiar-se com a humanidade (pessoal ou em geral ou a falta dela) quando podemos entrar em plots grandiosos? Ir à corte, entrar numa batalha contra exercitos inimigos, seduzir e ser seduzido? Raptar, assassinar e morrer uma morte gloriosa contra inimigos muito mais fortes?
Como de costume, pode culpar-se a White Wolf, e neste caso especifico, as aventuras (maior parte deles) feitas para Changeling, onde as pobres “fadinhas” têm sempre que enfrentar Psicologos e Psiquiatras malvados que querem convencer o mundo que elas n existem! O meu conselho – ignorem isso. Com changeling temos uma mistura de Tolkien, Rei Artur e Mundo Moderno que é verdadeiramente explosiva! Changeling ficou conhecido por ser o primeiro jogo a sacar um livro inteiramente sobre a arte da guerra, com regras para combates em massa (infelizmente, não das melhores, valeu o esforço, graças aos deuses pelas tabelas de batalha de L5R que são facilmente adaptáveis).
2 - KITHS E HOUSES - Buga ver quais são as raças (sim a white wolf tem a mania desesperada dos clãs, tribos, tradições… diga-se de passagem que a maior parte dos RPGs imitam-na) de changeling, bem como as Houses, casas nobres, reservadas aos (DUH) nobres.
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Boggans: Os Hobbits de Tolkien. Espiritos caseiros que adoram construir, cozinhar, arrumar. (Só n têm os pés peludos).
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Eshu: Altos, magros, negrões TODOS BONS (erm, desculpem, ás vezes as minhas hormonas descontrolam-se) Nunca param no mesmo sitio, adoram viajar, grandes contadores de histórias (e, quem diga, aldrabões).
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Nockers: Se fossem mais baixinhos e barbudos, eram os anões de Tolkien - mestres artifices, com mau temperamento e uma linguagem que faria um carroceiro corar.
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Pooka: Cada pooka tem um animal que o rege - e tem caracteristicas fisicas que o denunciam e no qual se pode transformar. São também conhecidos pela sua tendência por serem incapazes de dizer a verdade directamente.
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Redcaps: Muito maus mesmo! O seu nome vem do hábito de molharem as boinas ou chapeus no sangue dos inimigos que matam. Feios, porcos e maus, com dentes de tubarão e comem tudo o que quiserem (sim, tudo, incluindo metal, madeira, outras changelings, etc).
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Sátiros: Sim, sátiros como nas lendas gregas - são conhecidos por terem pernas de cabra. São grandes sábios e estudiosos, e têm um apetite sexual capaz de assustar um cavalo (pooka, claro). “Mente sã em corpo são, e sexo sempre que possivel” é o lema deles.
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Sidhe: (a pronuncia correcta para isto é “Shee” (chi), por incrivel que pareça – a forma correcta de escrever “Banshee” é “Bean Sidhe”). Os elfos de Tolkien: altos, bonitos (mas mesmo MUITO bonitos), fortes, nobres e convencidos, com orelhas em bico.
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Sluagh: Os goticos de serviço: mestres de segredos, cuscos, falam muito baixinho, escondem-se em ruinas e vestem-se como os góticos do Heavens (dica para o ppl do Porto).
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Trolls: Altos, fortes, nórdicos e AZUIS, honrados e fortes como o caraças, os trolls são aqueles que nunca quebram os juramentos que fazem.
- Houses -
House Ailil: Casa de principes e reis, mais conhecidos pelas suas manipulações e governar das sombras que de ocuparem tronos. Estão sempre involvidos em planos grandiosos e são viciados em poder.
House Balor: descendentes dos Fomorianos, os inimigos mortais das Sidhe, na maior parte das vezes, a descendência desta casa mantém a sua verdadeira identidade escondida, fazendo-se passar por membros de outra casa. Todos eles têm uma deformidade mental ou fisica.
House Dougal: A casa dos maiores artifices e criadores dos mais poderosos artefactos – nem os Nockers os conseguem bater nesta matéria. Simples, directos e honrados, sem paciencia para as mariquices da corte. Todos têm um defeito fisico, para honrar o seu antepassado, Dougal.
House Eiluned: Os mestres da magia – toda a gente descofia deles e muitos consideram-nos a versão Seelie dos Ailil, já que os fundadores das duas casas eram irmãos.
House Fiona: apaixonados, destemidos, temiveis em batalha, a casa Fiona é conhecida pela sua tendencia de se apaixonar por quem n devem. NADA (quer sobrenatural ou n) mete medo a um Fiona – a n ser que a vida de um amado esteja ameaçada.
House Gwyddion: Maior parte dos governantes pertence à casa do Falcão - nobres, poderosos, e sabem sempre quando lhes mentem. São também conhecidos por se passarem dos cornos e atacarem toda a gente à volta (n estou a brincar) quando se sentem insultados.
House Leanhaun: se há casa que ama a humanidade, é a casa Leanhaun. São musas, adorando a companhia de artistas e outros humanos interessantes – mas para seu grande drama, são forçados a roubar a essência criativa dos humanos que tanto amam - por cada mês que n o fizerem, envelhecem um ano.
House Liam: provavelmente a casa mais honrada e humilde, e ao mesmo tempo a mais desprezada: no entanto eles são pacientes, e sacrificam tudo, incluindo o seu bem estar e as suas posições para proteger quem servem.
House Scathach: Conhecidos pelas suas capacidades de combate (considerados os melhores guerreiros Sidhe) e as suas capacidades de prever o futuro.
3 - SISTEMA Obviamente, sendo da White Wolf, Changeling usa o conhecido sistema Storyteller, o mesmo de Vampire, Werewolf e Mage. Para aqueles que n sabem, é muito simples:
Todas as personagens têm Traits (capacidades fisicas, sociais, etc) e Abilities (conhecimentos) - que vão de 1 a 5 (e em casos MUITO raros acima disso). Lança-se um número de D10 iguais à soma da Ability mais indicada + Trait correspondente (ex. dar um murro a alguém pede Brawl + Dexterity). A dificuldade base é 6 ou mais… mas pode subir se as condições causarem problemas (dar um soco a alguem dentro de um quarto escuro, etc). Cada 1 que sai, no entanto, cancela um sucesso.
The Good: As possibilidades são infinitas! O céu é o limite! Tudo pode acontecer!
The Bad: O Storyteller system consegue ser irritante no que toca a combate - tem o chamado “Complexo do Coelhinho da Duracel”: e dura, dura, dura!
The Ugly: Com o fim do World of Darkness, o jogo foi descontinuado… e é provável que não volte a ser reeditado.
Classificação (1 a 5):
Ambiente: 5
Sistema: 3
Suplementos: 5
Apresentação: 5
Classificação Global: 4.5