Corunea, a mistura de um boardgame com RPG

Há muito que se pensa em combinar boardgames com RPGs, em criar um hibrido de ambos.

Bem, tal sonho é agora realidade.

https://www.boardgamegeek.com/game/31336

O nome do jogo é Corunea e é a mistura de um RPG com um boardgame.

Este jogo promete muito e deverá agradar a ambos os fãs.

Eu estive já a explorar o site oficial e dá-me a ideia que é um jogo mais do lado do cardgame do que do roleplay, por isso suponho que não será propriamente original. No entanto, é uma ideia a seguir.

Sinceramente, não vejo nada do que eu considero "roleplay" nesse jogo. Estive a ler as páginas dos game mechanisms no site oficial do jogo e não tem nada que ver com roleplay propriamente dito, mas sim com mecânicas de jogo utilizadas em sistemas de jogo que têm servido de suporte para os jogos de roleplay. São duas coisas bem diferentes... Acho que o Borg já falou nisso algures (várias vezes, lol).

Aqui está o link para poderem constatar por vocês mesmos:

https://www.corunea.com/nolok.php?p=1&PHPSESSID=ebcda46ec3597d20a96273aeeb1826f4

Hmmm bolas, fui induzido em erro então, na página do BGG parece dar a sensação de isto ser do género criar a própria história à medida que se avança.

Bah, ainda não é desta que se mistura boardgames com RPGs pelos vistos.


A samurai once asked Zen Master Hakuin where he would go after he died. Hakuin answered ‘How am I supposed to know?’
‘How do you know? You’re a Zen master!’ exclaimed the samurai.
‘Yes, but not a dead one,’ Hakuin answered.

Os híbridos não são completamente inexistentes. A minha primeira aproximação ao rpg foi um híbrido publicado na saudosa Jeux & Stratégies francesa nos idos de 1982.

Há um jogo excelente rpg não menos francês, o Rêve de Dragon, que inclui um boardgame no sistema de magia. A ideia básica é a de que quando os mágicos fazem magia entram numa dimensão onírica, espécie de universo paralelo. Este é representado por aquilo que ao nível do meta-jogo (ou seja, na «dimensão» dos jogadores) é um verdadeiro boardgame.

Ainda outro jogo francês - mas um que eu não conheço directamente -, o Cadwallon, combina rpg com wargame táctico de escala 1 para 1.

O universo de Glorantha que está por detrás dos rpgs Runequest e Heroquest surgiu primeiro em dois boardwargames, Dragon Pass e outro de que me não lembro do nome. Embora não exista comunicação directa ao nível dos sistemas de jogo, é possível combinar os dois tipos de jogo numa experiência lúdica única.

Por outro lado, não é difícil combinar jogos como Runebound ou Shadows Over Camelot com rpgs. No caso deste último a tarefa até seria facilitada se ele for casado com o excelente Prince Valiant.

Por outro lado, a distância que separa boardgames como Runebound, wargames como Dragon Noir e campanhas de rpg como a velhinha mas sempre óptima Griffin Mountain de RQ, a distância que os separa - dizia eu - é bem menor do que pode parecer à primeira vista.

Sérgio Mascarenhas

…isto fez-me lembrar o velhinho Arcadia: The Wild Hunt, o jogo de cartas do mais antigo Changeling, do oWoD; lá também se fazia um personagem, se punham cartas na mesa com mapas, tesouros a apanhar, inimigos a derrotar e uma quest no final, que podia ser completada em colaboração ou oposição com outros, e podia inclusivé ser jogado sozinho.

Comparo este jogo com o excelente, na minha opinião nada humilde, Arkham Horror.

E, para provar algo que existe neste ponto mas que a esta hora ainda não sei bem o que é, com o Filth & Fury.

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar.