Se bem percebo, o teu problema é com a distribuição aleatória de pontos…
Bom, questões de gosto. Inicialmente a maioria dos RPGs usava a criação aleatória de personagens, o que, suponho, se devia às raízes wargaming. Julgo que o conceito era criar várias unidades militares especializadas, aliás, “personagens”, com vantagens e desvantagens diversas que se complementassem e soubessem usar as melhores estratégias nas batalhas com os romanos/exércitos napoleónicos/nazis, digo “interagissem com os NPCs”, para ver quem é que no final ganhava mais condecorações e pontos de mérito, ahem, subisse de nível e fizesse melhor roleplay.
Quando os RPG passaram a ser mais sobre roleplay e menos sobre roll-play é que começou a surgir a preocupação que os jogadores pudessem definir as suas personagens.
Falava eu de questões de gosto. Percebo que os jogadores gostem de criar as suas personagens, mas acho que também é um desafio interessante interpretar os resultados dos dados e derivar umas personagem tridimensional a partir daí.
Aliás, a minha impressão é que as personagens criadas por lançamento aleatório são normalmente mais desiquilibradas e dão origem a PCs muito curiosos que, bem jogados, se tornam inesquecíveis, mesmo para os próprios jogadores.
Julgo também que o lançamento aleatório é mais simples para os novos jogadores:
“Ok, vais jogar um anão travesti com meio metro mas lindíssimo, com uma força descomunal mas que desmaia quando lhe dão um beliscão e é perito no lançamento de presuntos”
Do que dizer-lhes:
“Tens aqui x pontos para distribuir por x características, sendo que a característica A e B estão limitadas a y e z, as características C e D entre k e w, tens escolher 10 entre estes 140 skills, além de seis raças, 12 profissões, 14 alinhamentos, 24 culturas, 160 naturalidades. Ah, e não te esqueças de escolher um entre 60 deuses de 12 panteões, sendo que em cada deus tens um leque de cerca de 6 heresias. Estás à vontade para definir a psicologia da personagem.”