Entretanto, a malta vai esperando que eu comece a escrever as tralhas sobre o que se passou no nosso retiro. A razão da minha demora é que me está a demorar imenso tempo só a sincronizar-me novamente com o estado das várias discussões que eu tenho vindo a seguir. E ainda bem que o faço, porque assim posso apanhar estas verdadeiras pérolas de sabedoria.
Este thread é uma dessas pérolas. A contribuição do Ron é interessante, mas os posts do Ralph Mazza (Valamir), e especial, o segundo, são um insight fabuloso acerca da default gamer culture. A ler por toda a gente que quer levar a diversão em RPGs a sério.
Muito fixe, já tinha pensado nisso antes mas aproveito este thread para consolidar as minhas ideias.
Para mim o que define um "bom roleplayer" e um "bom GM" é serem pessoas capazes de contribuir para a diversão de todos à mesa, através da sua interacção com o universo de imaginação criado por todos.
Simplesmente isto independentemente do jogo em questão, depois tendo em conta cada jogo especificamente pode-se elaborar, por exemplo:
Bom roleplayer de Shadowrun - pessoa capaz de trabalhar em equipa, manter-se fiel ao plano elaborado pela equipa e não se armar em herói. Bom GM de Shadowrun - pessoa capaz de introduzir missões interessantes para os jogadores resolverem.
Alguém que fosse para este cenário e estivesse sempre a tentar trazer o assunto em cima da mesa para os problemas que o persoangem tem com a sua filha (por exemplo), estaria a fazer "mau" roleplay em Shadowrun, mas poderia fazer um "bom" roleplay em PTA por exemplo.
Portanto é uma definição que varia de jogo para jogo não podendo nunca ser específica para todos.
Estou perto?
"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"
Está perto, mas é um pouco mais que isso. É também o reconhecimento que "contribuir para a diversão" de alguém implica saber o que é que diverte esse alguém. (Duh!)
Para expandir o teu exemplo, se estiveres a jogar ShadowRun com um gajo como o Tony LB, é bom que, além da missão e do plano, lhe atires para cima com a filha e com mais tudo o que te fôr possível atirar-lhe para cima.
É uma definição que varia de jogo para jogo, e também de jogador para jogador. :)
Ya tou a ver. Então estrapolando do exemplo anterior vamos imaginar isto, ninguém à mesa (tirando o TonyLB) está interessado em ver esse tipo de conflitos em jogo, por qualquer razão, contudo o TonyLB está sempre a puxá-los porque é o que ele gosta. A questão é: estam todos os outros a fazer "mau RP" por não atenderem ao que o TonyLB gosta de ver em jogo ou está ela a fazer "mau RP" por forçar para cima da mesa coisas que ninguém se interessa ou quer ver em jogo?
Nota: eu não conheço o TonyLB de lado nenhum, só estou a usar a sua referência porque como exemplo.
"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"
Eu poria a coisa noutro campo. Se 1) o TonyLB foi para a mesa convencido que se ía jogar da maneira dele pq não falou disso com o resto da malta, ou 2) se o resto da malta lhe disse que não queria telenovelas e ele está a forçá-las, então a falha é a nível de contrato social.
Se quebrar o contrato social = mau RP (e não sei se se pode dizer isto), enão no caso 2) ele fez mau RP. No caso 1) houve um problema de comunicação, só. Não acho é que o resto dos jogadores tenham feito “mau RP” em nenhum dos casos.