Pyrgos estava no seu passeio matinal, depois de ter dado graças na capela da aldeia. O sol acabara de se levantar e prometia ser um belo dia. Mas quando chegou à praça da aldeia, viu que os habitantes estavam reunidos em volta de um forasteiro.
- Eu digo-vos, o novo deus é muito mais poderoso que as vossas divindades. Elas nada fazem por vocês, obrigam-vos a trabalhar como escravos, dão-vos doenças, e tem de pagar tudo o que tem para resolver os problemas que eles próprios criaram. Pois eu digo-vos: Dagombhala, responde às vossas preces, e é generoso.
Alguns dos habitantes acenam a cabeça em concordância.
Dendros procura um sítio onde se possa sentar e mirar, com curiosidade, este forasteiro. Tenta compreender o que ele diz e como reagem as pessoas ao seu discurso.
Dendros Alano insurge-se da turba de gente, impondo a sua voz grave:
- Estultas, as tuas palavras, orador! Pois que deus é o teu, quando dizes que este caminhará sobre a terra? Não passará de um mortal. O meu deus olhá-lo-á com desprezo, lá de cima, contá-lo-á entre os hereges, preparar-lhe-á a mesma pena que já deu a muitos outros com os mesmos intuitos desse teu Dagombalah!
Dendros não se deixa intimidar e continua no mesmo tom:
- Não existe um único falso deus que reduza a poeira mortais crentes de que no seu deus reside a verdade! Falso profeta, é o que és, convencido de que um simples diabo como esse Dagombalah pode usurpar a seu belprazer a natureza dos bons deuses e recompensar apenas os infelizes mortais que o seguem!
Dendros continua a seguir o "profeta" com o olhar, tentando antecipar para onde se dirige ele. Ele sabe que a demagogia barata dos profetas pode levar à instabilidade das populações.
Muito embora Dendros aprove a pregação por linhas tortas em caso de crises religiosas, aproveitar-se da pequenez de espírito das multidões em tempos de crise é inconcebível.
Dendros fica a observar por uns tempos a cabana, tentando identificar se o indivíduo se vê dali, ou o que poderá estar a fazer.
OOC: descreve-me a cabana e imediações. Gostava de saber se há janelas, se a porta ficou aberta, se há esconderijos por perto, caso algum imprevisto aconteça. Entre outras coisas que se possam julgar oportunas.
Não, é apenas uma cabana de pastor abandonada (tu conhece-la) que foi ocupada por ele agora. Não há janelas, e aquilo tem apenas uns 3 metros por 4. E há montes de árvores e moitas (é floresta cerrada).