Descontentamento geral no Brasil

Acho que muitos de nós sempre achámos que o Brasil era uma espécie paraíso no que toca a RPGs (por comparação com Portugal, claro): há muitos livros traduzidos, muitos jogos de criação nacional publicados, muita gente a jogar, revistas mensais da especialidade, convenções de grande afluência, etc.

Ainda assim, nem tudo é um mar de rosas: https://boards1.wizards.com/showthread.php?t=863803 (link via Área Cinza, um blogue no nosso agregador).

Aparentemente o fluxo de RPGs traduzidos está cada vez mais seco e, como é óbvio, não há nenhum jogador que não queira mais e mais.

Sempre é bem melhor que a situação em Portugal (livros traduzidos à venda = zero), mas pronto. Curiosamente, e devido às fronteiras abertas da União Europeia e aos impostos alfandegários mais em conta e à força do Euro, por comparação somos um paraíso no que toca à importação de jogos (sejam RPGs, tabuleiro, cartas, o que for)… conseguimos arranjá-los facilmente e quase sempre (pelo menos para quem sabe onde procurar) por preços abaixo do PVP recomendado pelas editoras.

É o mal de haver monopólios…

O problema é que isto não se passa só com D&D. Conheço muitos jogadores Brasileiros de Legend of the Five Rings (CCG) que passam meses à espera da saída das novas expansões, as quais além de tarde e a más horas, chegam a preços insultuosos…

Já ajudei à discussão com este post: https://boards1.wizards.com/showpost.php?p=12697450&postcount=83

Leiam e vejam o que acham. :slight_smile:

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

… nem tanto ao mar.

A situação está ruim? Sim está, mas uma coisa que as pessoas parecem não entender é que a Devir, apesar de ter as licenças para a maioria das coisas importadas no país ainda é uma empresa pequena.

Não dá para lançar um livro de RPG por mês, ela não tem a Hasbro por trás cobrindo custos e o mercado nacional não é tão grande quanto parece / poderia.

Parte da culpa disso é da própria Devir, principalmente agora que ela parece estar voltando suas atenções para o mercado de quadrinhos, ela está lançando muitas coisas: livros e principalmente quadrinhos. O atendimento da loja não é grande coisa e o fato dela “monopolizar” o mercado não ajuda muito mesmo.

É o típico problema do ovo e da galinha, o mercado é deficitário para a editora e por isso ela diminui o lançamento de livros, por outro lado, o fato de não ter novidades faz com que o mercado esfrie e as pessoas procurem formas alternativas de conseguir as informações, reduzindo ainda mais o número de consumidores de material traduzido.

Num país onde crianças são aprovadas automaticamente em escolas, sem precisar ter aprendido nada e com milhões de analfabetos funcionais é difícil sobreviver lançando livros para um hobby onde a leitura (não só dos livros de regras) é fundamental e que sempre carrega o estigma de envolver magia, satanismo, assassinatos mal explicados e mais um monte de coisas.

[quote=Itiro]Num país onde crianças são aprovadas automaticamente em escolas, sem precisar ter aprendido nada e com milhões de analfabetos funcionais é difícil sobreviver lançando livros para um hobby onde a leitura (não só dos livros de regras) é fundamental e que sempre carrega o estigma de envolver magia, satanismo, assassinatos mal explicados e mais um monte de coisas.[/quote]

Tss,tss, parece Portugal, só que vocês têm mais 100 milhoes de habitantes em cima o que alarga automaticamente o mercado.