Destino: CRESTUS PRIME

Apesar de manter teimosamente o desejo de se separar da Comissão de Comércio Interestelar (ICC), Alexandria começa a perder as rédeas do Consórcio do Espaço Central (CSC).
Graças à acção dos recentes embargos comerciais e da quarentena a que é forçada pelos United Systems Marines (USM), Alexandria começa a dar sinais de fraqueza na organização das acções de guerrilha nos vários planetas do Sector CSC.
A principal rampa de lançamento de ataques contra Alexandria encontra-se em Goliath, cuja atmosfera é rarefeita demais para respirar sem assistência artificial. Porém, tendo já estabelecido uma base militar em Crestus Prime, o ICC espera conseguir conter os devaneios de Alexandria em pouco tempo.
Vocês, depois de algum tempo no planeta Goliath, são enviados na USS Cressida, uma nave de assalto do tipo Conestoga, até Crestus Prime, onde esperarão novas ordens. No entanto, tudo indica que seguirão para a linha da frente contra o CSC.
A distância de um planeta ao outro é de 3 JDT (Jump Drive Technology), pelo que se manterão "congelados" durante a maior parte da viagem.

Quer-me parecer que não me expliquei bem…

Vamos lá ver, este é o thread da crónica, onde eu vou resumindo (em modo narrativo) o que se vai passando.

Paralelamente, cada um de vocês (jogadores) têm um thread individual, onde deverão responder sempre que eu vos pedir ou sempre que tenham uma dúvida a colocar.

Assim sendo, vou fazer um ponto de situação:

  1. Conflito
    Vocês encontram-se numa situação de conflito que já escalou para o confronto armado.

  2. Oponentes
    O conflito opõe o Consórcio do Espaço Central (CSC*) à Comissão de Comércio Interestelar (ICC*).
    2.1. A encabeçar o CSC está Alexandria - um planeta rico, com desejos de independência.

  3. Personagens
    Vocês estão sob ordens dos United Systems Marines (USM) - o braço armado da ICC - e dirigem-se para Crestus Prime, onde esperarão novas ordens.

  4. Expectativas
    Agora eu pergunto: quais são as vossas expectativas para esta viagem/missão? Respondam no thread individual que vos corresponde. :wink:
    4.1. As expectativas tanto podem ser na perspectiva da vossa personagem (ex.: quero rebentar co’uma nave!) como da vossa, enquanto jogador (ex.: quero experimentar isto dos RPGs…) - não se preocupem muito que não há respostas erradas! :wink:


  • As siglas estão em inglês.

O hipersono nunca era igual para ninguém.

Muitas pessoas juram a pés juntos que se lembram de ter sonhado durante o "congelamento", enquanto que outras afirmam não ter sentido descontinuidade na percepção do tempo durante a viagem. Apesar de para cada JDT serem precisos apenas cerca de 10 dias de hipersono, há relatos de pessoas que estiveram anos (mesmo décadas) em hipersono sem sofrerem qualquer sequela, envelhecimento ou efeito secundário.

O hipersono é, de facto, um método extremamente seguro para viajar no espaço: apenas 1 em cada 100 mil pessoas se perde no sono eterno. Ou seja, apenas 0.0001 %.

Ao contrário do que acontece com a criogenização, em que organismos vivos são congelados muito abaixo dos 100 graus negativos, desidratando muito rapidamente e mantendo as propriedades do tecido vivo depois de reaquecidos (prática usada desde o século XX, para transportar peixes de aquário por avião, por exemplo); o hipersono é uma tecnologia que apenas abranda (ou suspende) o metabolismo até ao limiar estritamente necessário para a sobrevivência do indivíduo.

Ainda assim, o termo "congelamento" é consensual para designar esta tecnologia (ou, pelo menos, o seu efeito).

O voo da USS Cressida tem uma distância de 3 JDT (ou seja, 3 saltos), pelo que demorará pouco mais de um mês terrestre de hipersono até que cheguem ao vosso destino.

A cantina tem 12 mesas redondas, cuja placa central já tem a comida distribuída. A própria nave tratou de providenciar, como de costume, tudo o que vocês iriam precisar para a refeição, dentro do racionamento pré-estabelecido.

Em cada mesa cabem 4 a 6 pessoas, o que vos dá uma noção da tripulação da USS Cressida.

O ambiente é descontraído, pois ainda faltam três dias até ao desembarque em Crestus Prime.

Depois do pequeno-almoço cada um assume as suas posições. Tinham três dias para treinar, polir armas, rever procedimentos, exercitar o corpo, preparar-se mentalmente para um facto inevitável: dali a três dias seriam colocados em Crestus Prime, na frente de batalha.

Pouco tempo depois, o Comandante fala à tripulação pelo intercomunicador:

"Tripulação da USS Cressida, fala-vos o vosso Comandante. Ao contrário do que seria de esperar, não nos encontramos em aproximação da órbita de Crestus Prime. Ainda estamos a meio do caminho mas a Mãe* decidiu acordar-nos sob novas directrizes. A partir deste momento as nossas ordens são de averiguar um pedido de socorro que a Mãe detectou." — ligeira pausa: "Assim sendo, venho convocar a presença na ponte do Capitão Laycock e do Tenente Brightman. À vontade."

* [Mãe é o nome com que a tripulação se refere à nave, de nome USS Cressida (USS = United SystemS) uma vez que o seu sistema operativo se chama Mu/Th/Ur 9000.]

A reunião começa por um primeiro momento bilateral, entre os Dr. Brightman e Dr. Laycock.

O Dr. Brightman começa por resumir as conclusões que conseguiu obter nos testes realizados ao sinal.

Tenente: "Tudo leva a crer que o sinal seja fidedigno. Mas, uma vez que o sinal começou a ser emitido há mais de 160 anos, as chances de ainda haver sobreviventes no local são ínfimas!"

Capitão: "Talvez. Mas somos obrigados contratualmente a ir observar a ocorrência."

Confirmam as coordenadas do planetóide e, após observação pelo telescópio de bordo, o Dr. Laycock mede vários parâmetros patentes no espectro deste pequeno ponto no vazio.

É neste momento que se lhes juntam o Sargento Isamu e Gina Weather.

Capitão: "É incrível! O planetóide tem realmente atmosfera nominal!" — ligeira pausa para agrupar os pensamentos: "É uma descoberta extraordinária!"

Tenente: "E será ainda mais extraordinário para quem conseguir primeiro reclamar esse pedaço de terra...!"

Piloto: "Acham mesmo que já é seguro partir do princípio de que não é uma armadilha do Consórcio?"

Tenente: "A não ser que há 160 anos alguém já estivesse a congeminar um plano contra os Sistemas*!" — ri-se.


[Pedia-vos que, caso queiram acrescentar algo ao que vai sendo dito, o façam nos vossos próprios threads.]

* - quando diz "Sistemas" refere-se aos United Systems, a aliança que une a maioria da humanidade debaixo duma mesma bandeira.

Piloto: "Acreditem, o que eu mais queria era dar os comandos desta Conestoga* a outro piloto, mas acho mais prudente enviar primeiro uma sonda."

Representante: "Pelo contrário! Enviar uma sonda atrasaria todo o processo."

Capitão: "Temo que tenha razão. O tempo que a sonda demoraria a chegar a uma distância suficiente para conseguir recolher mais dados e regressar obrigaria a um desvio ainda maior na nossa rota!"

Piloto: "Percebo."

Capitão: "Enquanto que se enviarmos um vaivém tripulado, já estaremos preparados para a eventualidade de ser necessário descer ao planetóide."

Dito isto, Gina Weather oferece-se logo para seguir nessa missão. Acto contínuo, também o Sargento Isamu se oferece para integrar o contingente.

Finda a reunião, apresentam a seguinte lista ao Comandante:

Capitão Laycock - Hazardous Atmosphere and Radiation Detachment (HARD) Specialist;

Tenente Brightman - Conselho Científico;

Dr. Graham - Pessoal Médico;

Master-Sargent Powell - United Systems Marine Corps;

Tech-Sargent Isamu - Piloto Aerospacial;

2 Rifle Teams: Private 1st-Class Bolivar, Private Beliveau, Private Cherkovsky, Private Lambert;

2 Gun Teams: Lance Corporal Birkeland, Private 1st-Class Porter, Private Duples, Private Medina;

2 Auxiliary Branch: Stevie Battle, Ian Stude;

Gina Weather - Bio-National Representative.

O comandante logo constatou o óbvio, tendo substituído o Dr. Graham pela Dr.ª Alba.

* - a USS Cressida é uma nave de assalto do tipo Conestoga. Tem 385 metros de comprimento, pesando 78 mil toneladas. Para este voo, segue com uma tripulação de 450 militares, mas tem capacidade para mais do dobro.

O Comandante dá a ordem e os preparativos começam logo após o lançamento da sonda. Entretando ausenta-se da ponte, procurando o Capitão Laycock nos seus aposentos:

Capitão: "Caro comandante, faça o favor de entrar."

Comandante: "Deixa-te dessas tretas, Terrence. Tens a certeza de que isto é mesmo necessário?

Capitão: "Julgo que sim. Mas,..."

Ao que o Comandante responde, dando ares de não ter sequer prestado atenção ao que o Capitão dissera:

"Hoje quando acordei tinha tudo planeado, sabes? Tudo certinho... Iamos para Crestus Prime, largávamos umas bombas nos alexandrinos e voltávamos para casa. Missão cumprida! Sabes?"

Ao que o Capitão nem tem tempo de responder, já que o comandante logo continua:

"Pelo menos seria assim se fossem os Marines a mandar nisto! Mas não! É mais uma palhaçada corporativa! Somos todos uns lacaios de merda daqueles gananciosos dum raio! Se soubesses como tenho essa merda atravessada na garganta...!"

Capitão: "Mas meu comandante..."

Comandante: "Promete-me só uma coisa, Terrence. Trás-me os meus soldados de volta, ouviste!?" — e, fora dos aposentos, já no corredor: "Traga-os de volta, Capitão Laycock."

Pouco depois falava à tripulação pelo intercomunicador:

"Tripulação da USS Cressida, fala-vos o vosso Comandante. Dadas as circunstâncias, serei curto e grosso! O pessoal convocado para a missão de reconhecimento tem seis horas para embarcar*. Nem mais um minuto." — e, depois duma breve pausa, onde se podia ouvir um ligeiro ranger de dentes: "Não quero chegar atrasado a Crestus Prime! À vontade."

* [Embarcarão no Cais 3A, na Cheyenne UD-4L atribuída ao Tech-Sargent Isamu]

Seis horas volvidas o pessoal convocado (16 indivíduos) encontra-se à frente da Cheyenne UD-4L em formatura. O comandante, em tom de revista, dirige-se-lhes:

"Alguns de vocês já combateram lado a lado enquanto que outros nem fizeram o serviço militar. Não estou aqui para vos julgar, acredito que cada um tem uma função específica a realizar. Por isso estou à frente duma Conestoga. Por isso vos falo agora. (pausa) Viemos para aqui com a certeza de que serviriamos a nossa pátria, dando bom uso ao nosso treino e utilizando ao máximo as nossas competências e conhecimentos. Ninguém está aqui obrigado(!), ainda que o cenário de que alguns possam vir perder a vida contra o CSC seja uma probabilidade. Nenhum de vocês teve medo disso e nenhum de vocês virou as costas a esse destino. (pausa) Por isso apenas, já sois meus companheiros de armas. Mas a nossa presença aqui também nos obriga a outras responsabilidades (pausa, com direito a um olhar pelo canto do olho na direcção de Gina Weather), como é o caso desta missão em que me vejo forçado a enviar-vos. Mas não descurem das vossas responsabilidades nem, muito menos, das vossas competências! Não quero perder nenhuma vida antes de chegarmos a Crestus Prime por causa de uma falha de atenção ou porque me-esqueci-que-estava-trancada... (gargalhada geral por causa da referência a um erro do Private Duples numa missão anterior)

Na ponte dizem-me que têm uma janela de 72h depois de partirem da USS Cressida. Se não voltarem dentro desse tempo... seremos forçados a seguir para Crestus Prime sem vocês. — e, voltando-se para os Marines: Querem ou não querem meter abaixo uns alexandrinos!?

A resposta é directa, como se coreografada:

"AH-HOO!"

O olhar, antes apreensivo, do comandante transforma-se no de um pai orgulhoso:

"Minha gente, já esperámos tempo demais! Entrem na nave e... não me façam esperar muito!"

Ainda não tinha sido há muito tempo atrás, tinham visto a Terra a diminuir de tamanho até ao ponto em que a hibernação era obrigatória. Desta feita, era a USS Cressida que diminuía de tamanho enquanto se afastavam em direcção ao desconhecido.

O Tech-Sargent Isamu fala pelo intercomunicador:

"Sentem-se e relaxem, temos uma viagem de 18 horas pela frente." — comunicado que é complementado pelas palavras do Capitão Laycock:

"Como vêem, 18 para lá, 20* para cá, só teremos 34 horas para mostrar o que valemos!"

A USS Cressida tinha-vos deixado na orla deste sistema, pelo que teriam que se aproximar sozinhos. Se de início conseguiam apenas distinguir um ponto luminoso no ecrãn, agora já conseguiam distinguir vários corpos celestes para além da estrela do sistema. Esta estrela era um sol-frio, o que justificava a distância a que o planetóide se encontrava da estrela, apenas de 0,93 UA**.

12 horas volvidas, começam a entrever-se as silhuetas dos dois satélites naturais do planetóide e a aproximação chegava à última fase. Felizmente a cortina de asteróides neste sistema era praticamente inexistente.

* As duas horas extra na viagem de regresso resultam da necessidade de vencer a gravidade e a atmosfera do planetóide, assim como a força gravitacional do sol deste sistema.

** UA = Unidade Astronómica. A distância a que a Terra dista do Sol varia entre 1,017 UA e 0,9833 UA. Cientistas vieram a confirmar, em 2082, que a terraformação seria viável entre 0,89 UA e 1,11 UA.

Apesar do ratio de acidentes espaciais provocados por micro-asteróides ser incrivelmente reduzido, o Capitão resolve deixar que o técnico auxiliar observe o casco da nave, apesar do atraso que isso acarretará para a missão.

O Dr. Brightman, recebe um pedido do Capitão para que fizesse os cálculos necessários para quantificar este atraso — coisa que já se encontrava a fazer. E, como tal, não demorou muito para que respondesse ao Capitão com dois cenários: o atrado implicaria um mínimo de 2 horas, no caso de se encontrar tudo bem com o casco, e um mínimo de 6 horas, no caso de ser necessária alguma reparação complexa.

Com isso em mente acerca-se ainda dos scanners e, com os dados recolhidos, faz um relatório para entregar ao piloto, por forma a limitar a área de aterrizagem:

«...proximidade...fonte do sinal...existência...sinais de vida...hemisfério norte...quadrante 4...»


* * * * *

Stevie, por outro lado, começa os preparativos: recolher todas as ferramentas necessárias (scanners, ponteiros de solda, alicates, etc), testar o tempo de resposta da consola de comandos, testar o fato espacial, testar os cabos de oxigénio, entre outras coisas. Claro que o Ian (o outro técnico auxiliar) ajudou em todas essas tarefas mas, ainda assim, todos os preparativos demoraram quase uma hora e meia. Posto isto, e depois de ser observado pela Drª Fisher — observando o procedimento protocolar para medir a pressão arterial, o nível de ansiedade e outros parâmetros vitais — Stevie segue até à sala de despressurização e, sob vigilância do Ian, lá sai para o exterior, levando consigo a sua mala de ferramentas (acoplada no fato) e a consola de comandos.

O computador de bordo tinha-lhe dado uma indicação precisa da área de embate mas, mesmo assim, foram precisos 10 minutos para que Stevie conseguisse lá chegar. Uma vez lá, Stevie usa o scanner de pressão no casco e, voltando-se para Ian:

"Parece que temos aqui uma micro-rotura! Talvez não seja nada mas acho mais seguro soldar isto antes que aumente e nos rebente a todos!" — e, antes de testar o ponteiro de solda, procura a sua localização na consola: "Pronto, ó Ian, baixa aí o nível de oxigénio nas camaratas para não termos nenhuma surpresa inflamável..."

Depois do "OK" de Ian, Stevie liga o ponteiro e começa a soldar a micro-rotura que, mesmo sendo pequena, não permitia que o ponteiro fosse utilizado muito próximo. Pelo contrário, Stevie tinha que soldar uma placa a cobrir a rotura para depois fazer os acabamentos com uma espátula, usando concreto (cimento) espacial.

No entanto, enquanto Stevie soldava, Ian volta a falar aos auscultadores, assustado:

"Está a descer demais, Stevie! Já vai quase nos 50%!" — referindo-se do nível de oxigénio das camaratas, que devia manter-se no limiar de segurança dos 75%.


* * * * *

Na camarata dos marines, Granada aproveita a dica do Sargento-Mor para se lançar à tarefa em mãos:

"1-mississipi, 2-mississipi, 3-mississipi, (...), 48-mississipi, 49-mississipi, 50." — Granada tinha conseguido, sem dificuldade, chegar às 50 flexões. No entanto, quando se preparava para se levantar sente o Sargento-Mor a descer ao seu lado e a gritar:

"NÃO OUVI MISSISSIPI!!! MAIS CINQUENTA, GRANADA!!!"

Ela ri-se pelo canto do olho e volta às flexões mas, para seu espanto, desta vez custaram-lhe muito mais do que seria de esperar. Já o Sweden, mesmo ao seu lado, não iria deixar que ninguém lhe passasse a perna, e decide lançar-se também a mais uma ronda de flexões, para divertimento do próprio Sargento-Mor.

Ambos chegaram ao fim da segunda ronda sem esforço, e é só um par de horas depois que o cansaço lhes vem bater à porta. Todo aquele esforço, que noutro dia nem metade de um simples aquecimento seria, tinha deixado Granada de rastos... Sentia náuseas e respirava difícil.

Só passado um bocado, depois da Drª Fisher chegar à camarata, é que Granada percebeu o que se passava:

"Há um défice de oxigénio nesta ala provavelmente causado pelo embate com o micro-asteróide." — explicou a doutora.

É que, cerca de uma hora depois de Stevie ter ido para o exterior da nave, um dos alarmes dispara e a Drª Fisher tinha sido chamada às camaratas para acudir ao pessoal. Pelos vistos, o nível de oxigénio estava a baixar drasticamente chegando a níveis capazes de colocar muita gente indisposta, com nauseas, vómitos e mesmo inconscientes.

Chegada à camarata principal, onde estavam os soldados, o Sargento-Mor Powell dirige-se-lhe:

"Estes marines estão muito em baixo de forma, doc. Nem aguentaram umas flexõezitas!" — ignorando que o nível de oxigénio tinha baixado e que, por causa do esforço físico, o seu pessoal estava ainda pior do que seria de esperar. Ainda assim havia quem conseguisse lutar contra as nauseas e se oferecesse para a ajudar, e outros havia que não tinham sentido nada de estranho, como era o caso do próprio Sweden que veio a perceber que se tratava de envenenamento por falta de oxigénio.


Gina Weather apercebe-se da movimentação nas camaratas dos marines mas deixa-se ficar bem sossegada no seu cantinho, sem sofrer com o baixo teor de oxigenação da ala. Enquanto isso, espera por um ofício da Bio-National.


Isso mesmo pessoal, USS Cressida voltou a entrar em funcionamento! Mas em novos moldes:

  • a campanha passa a ser actualizada todas as 5ª-feiras - pelo que vos peço que respondam antes disso;
  • para quem responder atempadamente, volta e meia usarei o sábado para dar mais um avanço;
  • ainda assim, passarei a responder a todas as personagens neste mesmo thread — Destino: CRESTUS PRIME — pelo menos durante uns tempos (enquanto praticamente toda a gente estiver confinada a um mesmo espaço).
  • pedia-vos então que continuassem a responder nos vossos próprios threads que eu depois compilo a acção de toda a gente num só post.

Sala de Monitorização: Ian parece não perceber o que se passa. O nível de oxigénio continuava a baixar bem para além do limite de segurança, mas o que o seu ecrã lhe mostrava é que a pressão dentro da nava se encontrava estável. Nada indicava, portanto, que esta alteração se devesse à micro-rotura mas antes a um mau funcionamento do sistema interno de atmosfera artificial.

Ponte: Alertado para a situação, o CAPITÃO resolve chamar o Dr. BRIGHTMAN de volta para a ponte a fim de prestar conselho técnico e científico, caso fosse necessário. Quanto ao PILOTO, espera apenas que tudo acabe o mais rapidamente possível.

Camaratas: As camaratas resultam da divisão duma sala maior em 4 salas mais pequenas: a primeira serve de laboratório para o Dr. Brightman; a segunda serve de escritório para a representante civil, GINA WEATHER; a terceira como depósito de armamento e equipamento espacial; e a quarta como sala comum. Ou seja, uma vez que já não nos encontramos na USS Cressida, não há refeitório por ali perto. Pelo que a Dr.ª FISHER se vê obrigada a levar os inconscientes para o depósito. O SWEDEN ajuda como se estivesse na recruta a levar saco de areia atrás de saco de areia. Já a GRANADA começa a dar sinais de melhoria, mas as náuseas ainda a atormentam.

Exterior: Se o que Ian lhe relata corresponde à realidade, poderá ser sinal de que até os aparelhos tenham sofrido com o embate. No entanto, o STEVIE não ía esmorecer e, pouco depois, a placa de segurança já estava soldada. Depois de a espatular com concreto espacial contacta Ian para que volte a colocar a atmosfera interior em valores nominais.

Sala de Monitorização: Ian, algo receoso, coloca os valores de volta ao máximo e, pouco tempo depois, tudo volta aos normal como se ainda há segundos não estivessem em queda vertiginosa. No entanto, normalizada a situação na atmosfera artificial, Stevie parece tardar em responder às comunicações de Ian. Depois de confirmar, este apercebe-se de que agora são os níveis de oxigénio que alimentam o fato espacial de Stevie que estão caóticos. Acto contínuo, comunica para a ponte:

"Como é que havemos de o voltar a trazer para dentro?"

Camaratas: Com o nível de oxigénio finalmente normalizado o pessoal demonstra rápidas melhoras. No entanto, a readaptação dos pulmões vai provocando algumas recaídas, como é o caso de Granada [que volta a perder 1 Con] e de mais alguns colegas. Já Sweden adapta-se bem à mudança, continuando a ajudar os mais fragilizados. Já a Dr.ª Fisher é recebe um apelo da ponte para que se prepare — a situação do Stevie pode exigir cuidados médicos de primeira ordem.

Ponte: O Dr. Brightman, assustado, tentava chamar o Capitão à razão:

"Mas e se te acontece alguma coisa, Terrence?"

"Não te preocupes, Alan. Não me vai acontecer nada!" — responde o Capitão, ao que continua: "Seja como fôr, ficavam em boas mãos..." — diz sorrindo, enquanto dá uma palmada no ombro do Dr. Brightman, como que a relembrá-lo de que para além de cientista era também tenente dos marines espaciais. E sai da ponte, em direcção à sala de monitorização.

"Mas porque é que ele se arrisca desta maneira?" — pergunta o tenente a Oonishi, ao que este lhe responde:

"O Capitão é um HARD! O Stevie está em boas mãos." — que, com isto, consegue acalmar o tenente. [*]

Sala de Monitorizção: O Ian nem podia acreditar. O Capitão tinha decidido ser ele mesmo a tentar resgatar o Stevie, agora que parecia estar inconsciente. É que, apesar de o tudo de oxigenação o ligar à Cheyenne, apenas os seus próprios movimentos, assim como o correcto uso dos pequenos motores propulsores, o fariam regressar à nave. No entanto, o Capitão já estava a chegar:

"Arranja-me um fato." — era o Capitão. Já tinha chegado. Ía vestir um fato espacial para ir buscar ele próprio o Stevie lá fora. Mas e se havia falha em todo o sistema de oxigenação? O mais certo era o Capitão acabar no mesmo estado...

O Capitão apercebeu-se da sua preocupação e acalma-o:

"Não, Ian. Não vou lá fora, vou só puxar o Stevie cá para dentro." — mas isso ainda era maior loucura. O Capitão iria ficar na sala de saída com a comporta aberta para o exterior... era loucura!

Exterior: Mas o Capitão parecia saber o que fazer. Depois de vestir o fato espacial o Capitão entrava na sala de emergência, prendendia-se com uma corrente de segurança à comporta, e pedia ao Ian que despressurizasse a sala para, depois, poder abrir a porta para a sala de saída. Depois, iria até junto da saída para começar a puxar o tubo do Stevie.

[Vou testar aqui uma House Rule. O Capitão vai fazer um lançamento de Força para ver se consegue puxar o Stevie a tempo, mas vai precisar de acumular três sucessos antes de três falhanços para o conseguir. Para além disso, os falhanços que obtiver serão penalizações em lançamentos futuros (para ele ou para o Stevie).]

O Capitão começa então a puxar pelo cabo mas, apesar dos seus esforços, o Stevie teria "encalhado" em alguma saliência.

Por sua vez o Stevie, ao embater numa saliência da nave, recupera de novo os sentidos. Qual será o seu plano de acção?

  1. usar o casco da nave para se endireitar e ir "levitando" para mais próximo da entrada (DEX check);
  2. usar os motores propulsores que fazem parte do seu fato (Drive check); ou
  3. agarrar-se ao cabo e simplesmente "trepar" por ele (STR check).

[*] - A brigada HARD (Hazardous Atmosphere and Radiation Detachments) era a mais experiente em condições extremas.

Tinham passado duas horas desde que Stevie tinha sido resgatado do vácuo. Finalmente o capitão podia sair do fato e regressar à ponte. Essas duas horas tinham sido essenciais para a sobrevivência de Stevie que se a despressurização tivesse sido levada a cabo em menos tempo ele poderia vir a sofrer sequelas. No entanto, o Capitão tinha ficado preso com ele (dentro do seu fato espacial entenda-se) na mesma sala durante todo o processo. A inexistência de uma câmara hiperbárica a isso exigia, e também que a nave fosse obrigada a manter-se em órbita durante esse tempo, já que uma aproximação ao planetóide durante esse procedimento poderia resultar em tragédia.

Ainda assim, duas horas foram mais que suficientes para que o resto da tripulação se estabilizasse pela baixa oxigenação e para que, na ponte, um novo vector de aproximação tivesse sido estabelecido. De regresso à ponte, diz o capitão para o piloto:

"Quer-me parecer que está em pulgas para sair daqui. Não, sargento?"

Sargento: "E o Stevie, tudo bem com ele?"

Capitão: "A Doutora vai continuar a observá-lo. Mas não é impeditivo. Siga rumo a Levi."

A Cheyenne estava já em vector descendente. Iria ainda completar mais de meia órbita em espiral centrípeta antes que pudessem pensar em aterrar.

"Finalmente!" — era o estado de espírito geral da tripulação. Apenas em dois casos isso não era bem assim:

  1. Stevie, que ainda não tinha recuperado os sentidos;
  2. Dr.ª Alba, que apesar do modelo H.A.L. β conter na sua programação diversos algoritmos que lhe permitem imitar sentimentos humanos, como até um certo grau de empatia, o único que o faz sentir algo parecido com o que o resto da tripulação sentia era, não o cansaço de esperar mas a compreensão de que, de acordo com as directrizes recebidas do comando da USS Cressida, a missão deveria completar-se no menor tempo possível.

* * * * *

A grafite cumpria bem a sua função e o calor provocado pelo atrito da nave na atmosfera ripostava do casco da Cheyenne sem provocar sobre-aquecimento. Pouco depois, era como sobrevoar de novo a Terra de avião: primeiro as nuvens do alto-estrato mergulhavam Cheyenne acima, depois era a nave que penetrava extensos cúmulos. Até que, qual não é o vosso espanto, quando o Sargento liga todos os monitores ao canal da ponte.

"Montanhas... são montanhas!" — grita um dos marines mais verdes.

Com efeito, Levi parecia-se bastante com a Terra (apesar da ausência de vegetação de grande porte) e o Dr. Brightman voltava a referir o facto de se tratar dum planetóide com atmosfera nominal.

No monitor uma paisagem branca, como se neve se tratasse. Mas, explica o Dr. Brightman, "Neve a esta altitude e nesta latitude vai contra o que seria de esperar de acordo com os padrões terrestres."

Seja como fôr, a Cheyenne aterriza dezenas de quilómetros depois da paisagem branca, numa planície de terra árida a uma distância de cerca de 50 quilómetros (vem de novo o Dr. Brightman confirmar entretanto) do ponto de origem do pedido de socorro que vos trouxe até estas paragens.

Sargento: "Desculpem lá rapazes, mas não queria a Cheyenne tão perto da neve. A diferença repentina de temperatura podia virar o casco do avesso." — explica pelos intercomunicadores. E toda a gente sabia que, depois de atravessar a atmosfera, a Cheyenne só podia voar outra vez passadas umas boas horas.

Capitão: "Sargento Powell, prepare o M577." *

* o M577 é um carro blindado com capacidade para 14 pessoas.