Ora bem, para seguir o repto lançado pelo Rui nesta sua entrada, vou enumerar algumas ideias que já me passaram pela cabeça, à muito tempo ou mais recentemente, relativamente à criação de jogos.
Nota inicial: pensei nestas coisas quando estava sem nada para fazer e depois nunca mais voltei a pegar nelas, dai qualquer inconsistência que pensem que encontraram em qualquer uma delas é provavelmente verdadeira hehe.
Segredo Obscuro (Dark Secret)
A ideia deste jogo é ter um grupo de jogadores a interpretar um grupo de personagens (meu deus... o choque) que se dedicam, por uma razão ou por outra, a descobrir os mistérios da humanidade, as grandes pirâmides, a perdida Atlântida, o Santo Graal, ect. Os personagens podem também investigar outro tipo de mistérios, os Mitos. Estes são mistérios ligados mais directamente ao sobrenatural, Vampiros, Lobisomens, Fantasmas, Magia, Demónios, Mitos urbanos, etc.
Este jogo é fortemente inspirado numa trilogia de filmes que vi uma vez em criança, e não sei se mais alguém viu, chamada Indiana Jones, e outros quais queres filmes e séries depois desses que lidassem com descobertas arqueológicas de grande significado e que nos fazem pensar "meu deus, que conhecimento é que os nosso antepassados de à milénios atrás realmente possuíam?". Vai também buscar muita inspiração ao filme/série The Others, X-Files (mas mais virada para o sobrenatural em geral do que aliens em particular) e a Arcanum, um grupo de mortais que investigam o sobrenatural no antigo setting WoD da WW.
Para além destes segredos que o grupo de aventureiros procura desvendar, existe outros mistérios em jogo, os mistérios da vida dos próprios personagens. Para além de todos os traits e afins que os jogadores metem na folha para resolverem os mistérios da antiguidade, também existe um espaço para uma coisa muito importante chamada "Pontas Soltas" (nome temporário), estas são coisas que aconteceram na vida dos personagens, ou ainda acontecem, fora do normal e que eles não o conseguem explicar, pode ser uma marca de nascença que por algum motivo muda de forma, pode ser um parente afastado e sempre que se reúne com a família inexplicavelmente acontece alguma tragédia, pode ser uma perda de memória durante um ano que só o personagem não sabe o que esteve a fazer, etc.
Durante o jogo o GM deve não só adereçar o mistério da antiguidade que os personagens estão a resolver, como também desenvolver as Pontas Soltas de cada personagem, levantando pedaços do véu sobre o porque desses eventos mas nunca os explicando totalmente. Isto porque estava a pensar em usar um GM rotativo, ou seja um jogador só é GM durante (por exemplo) 2 ou 3 sessões, e depois "passa a tocha" para outro jogador, este deve pegar nos desenvolvimentos, tanto do mistério como das pontas soltas, e faze-los avançar mais um bocado até ao próximo GM. Quando chegar ao último jogador pode-se decidir acabar ali com a campanha, nesse caso esse GM tem que resolver, pelo menos, as pontas soltas de metade dos jogadores e depois outro jogador, que já teve as suas pontas soltas resolvidas, finaliza o mistério e as questões dos restantes jogadores. Podem também decidir que querem continuar a coisa, então volta a rodar tudo, e novas pontas soltas podem ser criadas.
As maravilhosas 3:
- Sobre o que é o jogo?
É sobre um mundo cheio de mistérios, conspirações, descobertas fantásticas e enfrentar o desconhecido. É também sobre manter os jogadores em suspense sobre os mistérios dos seus próprios personagens.
- O que é que os personagens fazem?
Tentam desvendar os mistérios da antiguidade, seja através da resolução de puzzles milenares ou através de momentos acção nos cenários mais exóticos do planeta, enquanto tentam um ladrão de artefactos. Tentam também lidar com o seu passado e descobrir o que realmente se passou ou passa com as suas vidas.
- O que é que os jogadores fazem?
Tentam criar personagens com "Pontas Soltas" interessantes e planeiam sobre como desenvolver as dos outros jogadores, por forma a manter à mesa de jogo um suspense cerrado que dê origem a uma descoberta que deixe todos boquiabertos.
Agenda Criativa: se calhar talvez GAM (e/ou) SIM
Entre Anjos e Demónios (Between Angels And Demons)
Este jogo é um PvP (Player Versus Player) de 4 jogadores e um GM. 2 jogadores são Anjos e 2 Demónios, estes existem num mundo populado por humanos (não sei se na Terra ou outro qualquer mundo criado) e devem fazer os humanos (interpretados pelo GM) acreditar em si e no seu poder, quantos mais humanos tiverem fé num Anjo ou Demónio em particular, mais poder este tem.
Existe um guerra milenar entre Anjos e Demónios pela fé dos humanos, cada vez que um ser humano se entrega aos favores de um Demónio o seu poder cresce e podendo fazer com que mais humanos acreditem nele, o mesmo para os Anjos. Contudo o poder de cada um destes seres é limitado pela sua afinidade com o seu superior, Deus ou Satanás. Contudo Deus é muito menos propenso a ceder do seu poder para ajudar os humanos que Satanás.
Quero deixar diferenciadas duas coisas:
- A propensão que Deus ou Satanás têm de oferecer o seu poder para ajudar um humano;
- A quantidade de poder que é efectivamente cedido para resolver o problema.
Aqui entra o "dilema" do jogo, um Anjo com pouca afinidade com Deus pode não ter muito poder celeste, o que torna mais difícil resolver os problemas do humano que quer conquistar, contudo o poder celestial não trás nenhuma obrigação, ou seja, um humano que seja salvo pelo poder de Deus é livre de seguir a sua vida. Contudo esse Anjo pode recorrer ao poder infernal para resolver o problema do humano, mas o poder infernal obriga quem toma proveito dele de ficar em dívida para com Satanás, e esse dívida será cobrada no futuro. Para além disso também o próprio Anjo fica mais marcado pelo inferno, e mais perto de se tornar um Demónio fica.
Ou seja, até que ponto está um Anjo disposto a ir para fazer um humano acreditar em si e ao mesmo tempo mantê-lo a salvo e manter a sua posição celestial é uma questão a adereçar durante o jogo.
Para os Demónios esta questão só serve se eles tiverem à procura de redenção, pelo que ainda não sei o que faria um Demónio recorrer ao poder celeste.
o PvP disto entra na parte em que cada Demónio vai querer ter um certo humano sobre a sua influência, ao mesmo tempo que um Anjo e ambos têm que lutar para o humano acreditar apenas num. O jogo pode acabar quando um dos lados ganhar 3 humanos, ou então quando todos à mesa servirem o mesmo poder, ou todos Satanás ou todos Deus.
- Sobre o que é o jogo?
A luta eterna entre o bem e o mal pela alma da humanidade.
- O que é que os personagens fazem?
Tentam fazer os humanos acreditarem em si para aumentarem a sua base de poder e poderem afectar mais humanos.
- O que é que os jogadores fazem?
Tentam roubar os humanos dos outros jogadores, que sirvam poderes diferentes, ou fazê-los ter que usar os poderes opostos aos seus para passarem para o seu lado.
Agenda Criativa: isto vai na volta deve ser um NAR (e/ou) GAM
Sem nome - ainda não pensei muito nisto
Um jogo de fantasia passado num mundo dividido entre 3 forças em conflito, os Seguidores da Luz dedicados a manter e espalhar a sua fé, e os maiores sacanas desse universo, os Seguidores das Trevas dedicados à necromancia e que tentam abalar os planos de conquista dos seus adversários (Seguidores da Luz) e os Seguidores de Gaia naturalistas, elementais, que querem preservar as suas florestas e crenças xamãs perante a expansão dos Seguidores da Luz da Este, e dos Seguidores das Trevas a Oeste.
Os Seguidores da Luz, são muito dados a ajudar os outros, embora usem essa ajuda para porem as pessoas em dívida para consigo, usando assim a fé para manter a sua população sobre controlo e a promessa de um mundo melhor para angariar mais seguidores. Consideram os Gaian bárbaros perdidos do verdadeiro caminho da vida e procuram trazê-los de volta para o rebanho, os Seguidores das Trevas são contudo os seus piores inimigos, não só por saberem a verdade sobre si, mas por não poderem ser reconvertidos e serem considerados abominações.
Os Seguidores das Trevas vivem sobre regras muito estritas e brutais, embrenham-se em magia negra e no mundo dos mortos com extrema facilidade e à vontade, por isso não conseguem viver sem estarem rodeados pela morte e sem a provocarem. Não procuram impor as suas crenças sobre os outros mas sabem dos perigos da expansão dos Seguidores da Luz, e iram impedi-la a qualquer custo, nem que para isso tenham que passar por cima de Gaia, o único obstáculo entre as duas forças.
Os Seguidores de Gaia não existem como entidade única, sendo o seu território populado por tribos bárbaras ou cidades culturalmente e tecnologicamente avançadas, dependendo de como a sua população local evoluiu. Dedicam-se contudo ao xamanismo e à crença que o poder da natureza os protege e abriga, a correcta interpretação sobre como o fazer normalmente dá origem a muitas guerras internas e discussões sem fim. Vivem no território entre os Seguidores da Luz e das Trevas, vendo-se por isso arrastados para uma guerra que não pretendem, tendo muitas vezes que negociar com ambos os lados para poderem sobreviver.
- Sobre o que é o jogo?
É um jogo típico de fantasia/fantástico, com magia, lutas pela sobrevivência e planos maquiavélicos por todos os lados para tentar suplantar as ameaças externas, passado num mundo cheio de cor, estranhas misturas entre ciência, fé e magia, mitos e deuses que se dão lado a lado com os humanos.
- O que é que os personagens fazem?
Tentam sobreviver neste mundo à beira do conflito enquanto avançam as agendas que as sua fé lhe impõem, vivendo aventuras e suplantando todos os desafios que forem precisos para o fazerem. Ou podem tentar criar a sua própria fé ou base de poder, para conquistar um território próprio e deixarem a sua marca neste mundo.
- O que é que os jogadores fazem?
Tentam interpretar os seus personagens e as suas crenças... estou um bocado na dúvida nesta parte sobre introduzir ou não outras técnicas de jogo. E trazer o mais possível desse universo para o imaginário dos outros jogadores, através de descrições das suas acções ou da sua personagem.
Agenda Criativa: GAM/SIM