Dezembro 2010 - Natal com jogos em família e uma breve análise anual

O mês do Natal permitiu-me jogar bastantes jogos em família. A presença de familiares aqui em casa e as prendas oferecidas a alguns dos miúdos proporcionaram uma boa parte das 39 partidas registadas no mês.

Curiosamente, um dos jogos que mais joguei foi Famiglia. É um interessante filler para dois que nos dá um gostinho a deck building em 15 minutos. A ausência de pretensões a complexidade ou promessa de combos arrasadores acabam por ser trunfos a favor deste jogo. Essencialmente táctico, como tantos outros jogos assentes na mesma mecânica, não apresenta aos jogadores, ao contrário de muitos dos outros atrás referidos, qualquer ilusão de possibilidades estratégicas complexas. Essa pureza e franqueza granjearam-lhe um apreço especial para mim.

Um outra novidade para mim que salta para os jogos mais jogados do mês foi uma aquisição quase às cegas. Leaping Lemmings é um jogo algo fora do habitual para a GMT Games mas nem por isso menos divertido. O tema baseado no mito do comportamento suicida dos Lemmings ajuda à leveza do ambiente de jogo e resulta bem. Cabe a cada jogador liderar o seu clã de Lemmings até à beira de um precipício para que daí se possam lançar com o maior estilo possível, pontuando de acordo com a sua capacidade artística. Acabou por ser uma boa compra.

Outras novidades foram Triumvirate e Haggis, dois jogos de cartas que me interessaram por permitirem jogar um jogo de vazas a dois o primeiro e algo similar a Tichu a três o segundo. Haggis será talvez o melhor dos dois mas ainda tenho que experimentar mais o Triumvirate para decidir. De qualquer modo, o objectivo de cada um é distinto pelo que ambos deverão manter-se na colecção.

Também pude experimentar Ascension: Chronicle of the Godslayer e, francamente, não gostei. Parece-me demasiado caótico e sem qualquer possibilidade de controlo pelos jogadores, especialmente a quatro. Talvez volte a experimentar a dois para ver se resulta melhor...

Finalmente, duas novidades da Lego. Ramsés Pyramid, desenvolvido com a ajuda do nosso conhecido Reiner Knizia e Creationary, uma espécie de Pictionary mas usando construções Lego em vez de desenhos. Em ambos os casos o que achei mais interessante foi as possibilidades de adaptação dos jogos oferecidas pela sua natureza. As sugestões que vêm na caixa são interessantes, incluindo uma variante cooperativa para o primeiro, e ainda se encontram mais online no site dedicado a estes jogos. Para quem procura um brinquedo que possa também ser usado como jogo não existem muitas opções e estas não são nada más nessa perspectiva.

Recapitulando o ano de 2010 e recorrendo aos números para o fazer, creio que foi um ano francamente positivo em termos de jogos.

Joguei mais de 440 partidas usando perto de 190 jogos diferentes num total estimado de 407 horas de jogo, ou seja, perto de 17 dias de diversão. Bem melhor que muitas férias, não é?

Pude experimentar 95 jogos novos durante este ano e usei mais de metade da minha colecção.

Mesmo sem estes números para me apoiar sabia que este ano tinha sido bom. Sabia-o porque pude ir a todos os encontros nacionais, à grande maioria dos encontros semanais do Grupo do Porto e a cerca de metade dos mensais (raios partam os casamentos...) e pude ainda ajudar em algumas acções de divulgação deste hobby junto de pessoas que o não conheciam. Tendo estado em tudo isso, sabia que tinha estado com boa gente a jogar bons jogos e isso faz qualquer ano bom...

Que 2011 seja para todos pelo menos tão bom como 2010 foi, neste aspecto, para mim.

Abraços!