Die Macher

Pois é. E então lá foi. Nesta sexta-feira ganhámos coragem, enchemos os pulmões de ar, cerrámos os dentes e atacámos o bicho pelos cornos. Die Macher deixou de ser, para nós, aquele monstro sagrado dos eurogames.


O #1 do BGG foi, finalmente, dissecado de princípio a fim naquela que foi, para mim, uma noite memorável. Primeiro as más disposições do costume...

- então mas isto é mesmo para jogar tudo de uma vez?

- não sei se aguento tanto tempo, de empreitada, um jogo sobre política alemã.

Depois de ultrapassadas, com um GRANDE SAPO NA GARGANTA, as primeiras barreiras, começou a jogatina. O pessoal já estava mais ou menos familiarizado com o jogo. Todos, ou quase, já tinham visto a fabulosa review de Scott Nicholson e também já todos tínhamos, numa outra sexta-feira de Outono, feito um turno experimental do jogo, por forma a que, quando nos agarrássemos ao bicho, não houvesse grandes surpresas.

Claro que isso não aconteceu. Nos primeiros segundos houve logo quem fizesse um reparo ridículo do género:

- epá, posso voltar atrás porque não reparei que esta região só dá 15 votos e eu escolhi-a como assador para toda a minha carne???

Claro que eu não digo quem foi. Ele não ia gostar de ser exposto assim de forma vil e despudorada. Mas nós lá deixámos voltar atrás. Afinal, era a primeira vez de um jogo de 4 horas.

- Ok Nuno (#nbs#), muda lá essa merda senão nunca mais daqui saímos.

Entre espreitadelas às regras - é impossível jogar Die Macher pela primeira vez sem estar sempre com um olho no burro - lá fomos prosseguindo. Fazendo leilão, jogando cartas de influência, coligações, controlo dos media, deputados, votos, subornos, enfim, uma quantidade imensa de coisas que se têm de fazer, em quatro regiões distintas ao mesmo tempo!

O massacre cerebral que resulta da exigência de Die Macher é inenarrável. No final da segunda região, de um total de sete!, já todos estávamos esgotados, a suar, com menos meio maço de tabaco e uma grade de cerveja. O que torna o jogo esgotante é a constante envolvência de todos em tudo, e sempre. Complicadíssimo. O tempo de jogo e a mecânica, comparando com a exigência mental, são relegados para terceiro plano.

No final estávamos, quase todos, satisfeitos, com o resultado do jogo. Uns mais que outros.

Este é um jogo de estratégia, estratégia, com muitas decisões difíceis, com uma curva de aprendizagem a fazer lembrar aquela curva do circuito do Mónaco, conhecem?

Deixo só um alerta para todos aqueles que querem jogar Die Macher. Não o façam com um SAPO NA GARGANTA. O sapo andou a pairar sobre a mesa de jogo durante toda a noite, numa experiência, desse ponto de vista, irrepetível. O jogo já é de tal maneira difícil e tenso que, se não estiverem todos com disponibilidade para o jogar à séria, não vale a pena. Esgotamos recursos a mais...

Da próxima vez, EU é que serei convidado para jogar Die Macher, e não o farei às mijinhas. O jogo tem de ser jogado de seguida, completo. Não se pode deixar de uma semana para a outra, como inicialmente prevíramos que pudesse acontecer. O envolvimento é demasiadamente importante para se deixar arrefecer.

Jogo em Leiria, jogo em Lisboa, jogo em Braga. Meus amigos, convidem-me que eu vou. Sempre!

Paulo Soledade

[quote=soledade]

Jogo em Leiria, jogo em Lisboa, jogo em Braga. Meus amigos, convidem-me que eu vou. Sempre!

[/quote]

 

Caro Paulo

Desde já ficas convidado a jogar esse colosso aqui em Lisboa comigo e quem mais quiser qd te der jeito

abraços

Luis Evangelista