Estas são as notas que eu tinha preparado para o episódio passado de Dirtside. Estou a colocá-las aqui a título de curiosidade, para as gerações futuras e os estudiosos das cousas do role-play que precisem de material para as suas teses de doutoramento. ;)Anyway, elas estão tal e qual eu as usei. Só retirei algumas que, por não ter tido oportunidade de usar, vou guardar para os próximos episódios. E acrescentei dois ou três comentários, assinalados como “Notas‿.
Factos para estabelecer:
• Nadja Romanova ainda está no planeta. Ela ficou porque os seus pacientes precisam dela, e ela precisa de se embrenhar no trabalho para esquecer o que fez; precisa de enfrentar a pessoa que vê no espelho. Se Viktor Ralek protestar, ela afirma que os transportes para fora de Eden estão difíceis, o que é a mais pura verdade.
Nota: Isto destina-se apenas a não deixar que uma fonte possível de bangs para o personagem do Jota saia de cena.
• Graças aos cordelinhos puxados pela Senadora Johanssen e Van Meyer, o tribunal marcial ou comissão de inquérito que se ia debruçar sobre os actos de William Jefferson é desconvocado. O General Jamieson vem dar-lhe esta notícia pessoalmente; comenta que Van Meyer lhe disse que William estava destacado para uma missão especial de infiltração na rebelião e deseja-lhe boa sorte. Comenta-lhe de passagem que, possivelmente, quem será julgado será talvez o Tenente Ralek… aparentemente o Capitão Morgan está a reunir algum tipo de provas que pretende apresentar mais tarde.
Nota: Serve para deixar o Paulo, jogador do William Jefferson, livre e completamente à vontade para resolver o seu issue de Vingança contra a Federação da forma que ele entender. Depois dos acontecimentos do episódio anterior, seria completamente irrealista pensar que a Federação e o Exército o iam deixar andar por aí como se nada se passasse. Isto resolve o seu problema e deixa o campo aberto a todas as possibilidades, não limitando as opções do jogador. Além disso, aquela parte sobre o Capitão Morgan e o Viktor Ralek serve para começar a fazer o Jota suar e preparar o terreno para um ou dois bangs relacionados com isto.
Bangs:
• 1) William Jefferson recebe uma mensagem, por intermédio de Daniel Fishburne (que ainda está furioso com ele), para um encontro urgente com o líder da rebelião nessa mesma noite. A sua vida e identidade secreta correm perigo. O encontro, por causa da segurança militar reforçada, será numa zona abandonada dos níveis inferiores da cidade, um local perfeito para uma emboscada. Será que William confia em Fishburne? Será que confia no líder da rebelião, que aparentemente já aceitou trair? Ou vai tentar arranjar uma forma mais segura, e mais demorada, de receber qualquer que seja a mensagem “urgente‿ que a Rebelião tem para ele?
1.1) A mensagem que o líder quer dar a William Jefferson é que a sua identidade foi comprometida. A agente (Nadja Romanova) pode ou não ter confessado o assassinato da testemunha do episódio anterior ao Tenente Viktor Ralek, o que pode ou não ter-lhe dado a certeza de que William é o agente infiltrado que ele suspeitava ser. Que vai ele fazer? E, já agora, que vai Viktor Ralek fazer se souber que Nadja está em perigo ou que foi eliminada?
1.2) Segunda parte da mensagem: o líder pergunta a William se Daniel ou a tal Rita Jamieson lhe deram mais problemas. Não? Os rebeldes também têm, na medida do possível, seguido Fishburne e Rita desde o incidente em que Daniel revelou a identidade de William (têm até uma gravação vídeo, obtida por micro-robô, bastante picante do rebelde e da filha do general!) e nenhum deles parece estar a ser seguido ou a efectuar contactos suspeitos. Isto significa que Daniel, apesar de aparentemente bastante instável, não comprometeu a operação. Mas, mais importante que isso, significa que a tal Rita, a própria filha do general, não o quis comprometer. Eles podem usar isso a seu favor: tentando recrutá-la à força, ou até usar as ligações dela à rebelião para chantagear o seu pai, o General Jamieson. (Mesmo que Paulo não faça nada com isto, será ao menos útil para o iniciar de outro bang, mais à frente.)
• 2) William Jefferson finalmente descobre quem é o assassino da sua família. O relatório classificado que Veronica e Van Meyer lhe dão para as mãos indica que o breve inquérito realizado na altura deu como responsável o Soldado Daniel Fishburne, que na altura servia no pelotão de Viktor Ralek e Thomas M’Bane. Há um relatório assinado pelo próprio em que ele relata o acontecimento. Foi apenas um caso de entre muitos outros que aconteceram nesse planeta nesse pelotão (à semelhança das outras unidades); todos arquivados sem qualquer punição ou sentença. Veronica e Van Meyer não querem que Paulo faça nada. A coisa foi obviamente um acidente, e William procurar vingança apenas vai fazer com que a Rebelião perca dois dos seus melhores agentes: William & Daniel.
2.1) William vai obviamente tentar obter vingança/explicações/satisfações de Daniel. Quando este estiver a ser pressionado/ameaçado, vai dizer que assumiu a responsabilidade pelo sucedido, mas que o foi realmente culpa do seu alferes. Além disso, foi tudo um acidente terrível. Más informações, ordens rígidas, aconteceu tudo muito rápido. Como o seu líder ficou terrivelmente abalado pelo acto e com medo de sofrer uma punição disciplinar que lhe acabasse com a carreira (que o poria em maus lençois com o seu pai, um militar da velha guarda), Daniel decidiu assumir as culpas por ele. Isto tinha sido realmente um acidente, e porque o seu alferes era bom rapaz, e boa pessoa… além de que ficar conhecido como um soldado sanguinário automaticamente o deixava fora de suspeitas de rebelde infiltrado no exército.
2.2) Só com muitas pressões/violência (ou William pode ameaçar fazer uma denuncia para prender Rita por traição, por exemplo) é que Daniel vai revelar o nome do seu “camarada‿; ele ainda está na tropa, mas o acontecimento abalou-o tanto que ele optou por uma carreira mais técnica e de secretária… este soldado é, nem mais nem menos, que Francis Jamieson, irmão de Rita! Realmente é verdade o que William diz, Francis nunca mais esteve na linha da frente desde a campanha em Ellis e transferiu-se quase de imediato para uma unidade técnica, onde permaneceu o resto da sua carreira.
• 3) Jan Van Meyer em conversa tranquila com William Jefferson aborda por acaso o assunto Christine Sanders, a rival que William matou a sangue-frio. Van Meyer comenta que ela estava a trabalhar para ele e para Veronica. Ele estava prestes a arranjar papéis para ela poder ser libertada como sendo agente duplo ao serviço da Federação quando William a assassinou. São assim, os azares da vida. É irónico que William tenha vindo substituí-la, já que foi ele que a retirou de serviço. Van Meyer espera que ele seja tão bom como ela.
3.1) Sim, foi mesmo Veronica quem orquestrou o rapto e assassinato do seu pai, para ganhar a posição dele. Foi tudo organizado por Christine Sanders, um contacto de Van Meyer e Veronica. Veronica menciona então “aquele totó que a acompanhava para todo o lado‿, referindo-se a Daniel Fishburne. Diz que Christine o controlava como um cãozinho amestrado. É impressionante como os homens podem ser tão ingénuos. Mas William não é ingénuo, pois não?
• 4) Viktor Ralek é abordado por Jan Van Meyer. Este pergunta-lhe “Quanto é que essa Nadja Romonava importa para ti? Vou-te dizer que, neste momento, estou sentado sobre provas que ela matou aquele nosso soldado no hospital; um exame extenso e cuidado ao seu historial neste hospital revelou fortes suspeitas de que ela possa estar a ajudar os rebeldes desviando medicamentos e prestando cuidados médicos não-registados. O Capitão Morgan – que era o responsável pela segurança do hospital – está farto de insistir que quer o relatório final do Special Branch sobre o incidente. Não quis dar-lhe num prato a cabeça da Nadja sem primeiro falar contigo. Posso dar-lhe o que ele quer… ou posso dizer que o soldado morreu de causas naturais e deixar a Nadja à solta. O que achas?‿
4.1) Se Viktor não tentar fazer nada por Nadja, “assim seja‿, Van Meyer deixa-a à mercê do Capitão Morgan. Se ele a quiser salvar, os amigos têm de ser uns para os outros, e Viktor fica a dever-lhe um favor. Van Meyer deixa passar a ideia de que as coisas em Eden estão para ficar ainda muito mais quentes. A Federação está a reforçar a presença militar em todas as colónias, mas Eden é realmente o ponto mais quente (ele até sabe porquê, mas não o revela). Há-de chegar uma altura em que homens de confiança em lugares-chave como Viktor poderão ser essenciais.