Alô!
Tendo ficado com o Killer e com a Susana até ao fim da sessão de teste do Diogo, venho só dar aqui um comentário rápido para dizer que gostei muito do jogo e da aventura que jogámos, e também, claro, da mestria do Diogo a mestrar a cena.
Achei que as regras eram muitíssimo simples, tinham apenas o que era necessário, e que as excepções eram poucas mas boas e equilibradas.
Com "excepções" refiro-me em boa parte à regra de Subir a Parada para fazer um reroll e à cena dos Flashbacks, a qual achei bastante interessante e potenciadora de storytelling, e que permite ao jogador introduzir um flashback para o passado do personagem para ganhar +1 no roll que vai fazer.
Mas tentado responder mais directamente ao que já foi opinado e especificamente em relação à mecânica das memórias eu não fiquei assim tão insatisfeito com essa regra. Aliás, achei muito fixe, como dizia acima, e acho que está boa como está, ou algo parecido com isto.
Mas, claro está, como qualquer regra de um roleplaying game, está muito dependente do feeling, atitude e gostos do grupo que está a jogar a sessão.
Ou seja, nem toda a gente gosta -- como o Sérgio falava e muito bem -- de interromper a fluidez da acção para introduzir uma cena fora dali; e normalmente não estamos sempre com a mesma flexibilidade de imaginação para fazer surgir assim uma narração fora de contexto, mesmo que curta. Claramente foi isso que me aconteceu pelo menos três vezes na sessão! :D nas quais parei por momentos a pensar que me apetecia mesmo experimentar a mecânica das memórias mas que não conseguia naquele momento espremer nada de jeito...! ;D
Ou seja, o estatuto actual de regra opcional -- que está lá para se o grupo quiser experimentar ir por aí -- está bem apropriado, diria.
Também acho bem que, à discrição do mestre de jogo, as pistas que é suposto os PCs descobrirem com certos rolls, sejam descobertas à mesma, tal como dizem as regras (segundo o que o Diogo nos disse), sendo que o falhanço no roll por parte do player determina uma adversidade qualquer decorrente da tentativa de chegar à informação.
Acho isso bem mas talvez ache é que essa questão não deva ser uma regra explícita e sim uma sugestão das regras (mas também não sei como é que vem descrita no documento, lá está), isto para que os jogadores não fiquem com a sensação clara de que vão sempre conseguir.
De qualquer maneira, acho que isto está mais nas mãos do feeling que o mestre de jogo passa à mesa do que o que vem explicitamente escrito nas regras. Diria eu, não sei.
Comentando sobre a questão da dispersão dos dados, ou seja, do target number (ou difficulty value) de um roll ser determinado por um roll do GM (d4, d6, d8, d10 ou d12, conforme a dificuldade), concordo que realmente há bastante aleatoriedade, e quero desde já dizer que, nesta sessão, nós players estávamos frequentemente a rolar valores baixos (2, 3, ...) mas o azar do GM Diogo foi digno de lenda e por mais de 6 ou 8 vezes nós rolávamos 1, 2 ou 3 e ele rolava abaixo disso. (Ressalvo, no entanto, que ele como GM compensava muito bem com outras competencias.)
Ou seja, isto tudo para dizer que confirmo que a cena é realmente um bocado aleatória e talvez tire algum controle ao mestre de jogo. Se isso é bom ou menos bom, não sei... provavelmente mais playtests o dirão, sim!
Mas uma coisa boa tem: o GM não tem que matar muito a cabeça a decidir um número específico para a dificuldade, e talvez até dê alguma imprevisibilidade à coisa toda, que é sempre engraçado. :)
E depois com a tal regra dos players conseguirem sempre as pistas e isto ser muito um jogo de investigação (tou a dizer bem?)...
Respondendo-te directamente, Rui, acho que só as Vantagens e o Subir a Parada é que têm algum controlo sobre esta aleatoriedade porque dão rerolls, enquanto que o +1 das Memórias talvez não faça assim tanta diferença... :|
E é isto que tenho a dizer sobre isto.
Algumas das coisas que digo acima são ditas sem ter ainda muito bem digerido o que vocês, Sérgio e Rui disseram, portanto talvez até concorde mais fortemente com algumas das vossas contribuições, ou tenha mais coisas a dizer... mas por agora ainda tou a digerir. :)
Abraços e força nas cenas!
Henrique