Ecrãs

Não sei se existe um tópico semelhante, mas tenho curiosidade em saber se o pessoal utiliza ecrãs nas sessões de rpg’s. Se utilizam, é o do jogo em questão ou qualquer um serve? E quais acham os mais giros? Eu costumo usar para ajudar um pouco os jogadores (sobretudo se a cena for perigosa). E tenho 2: um do nephilim americano (que acho bonito com os seus motivos esotéricos, embora a cor castanha seja um pouco monótona, mas questão de gosto) e o de D&D 3ª edição que não acho grande coisa (representa uma cena de acção, com personagens de várias classes e raças em acção); só tendo 2, uso o de nephilim que é mais bonito.

Eu gosto bué de screens pela sua utilidade.

Para mim aquilo no fundo deve ser um compacto das regras mais importantes ou complexas do jogo, disponiveis num formato que facilite uma consulta e compreensão rápida que todos (GM e jogadores) devem ter acesso, ao invés de ir folhear pelas páginas do livro de um lado para o outro (que trás também o inconveniente de só poder ser feito por uma pessoa).

E já agora, alguém tem screens de D&D 3ª Ed para a troca? hehe

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Eu sempre gostei de bons ecrãs de mestre-jogo, especialmente como forma de consultar rapidamente algum pormenor das regras, nisso concordo inteiramente com o Red. Isso implica usar o ecrã do respectivo jogo, sim, por isso até tenho ainda uma série deles.

No entanto, cada vez menos os uso propriamente, pois:

Não gosto de estar separado dos jogadores
Noto que, para mim, é mais fácil falar para alguém sem um pedaço de cartão na frente e prefiro também ver facilmente as folhas de personagem, mapas e dados, funcionando tudo no mesmo espaço.

Não altero lançamentos
Já há um certo tempo que cheguei à conclusão que, se eu não aceito um determinado resultado dos dados, para que é que os estou a lançar? Pelo contrário, se é para lançar, é porque qualquer resultado poderá ser interessante. Lançamentos é para toda a gente os ver.

Nos últimos tempos, por exemplo, tenho usado frequentemente o screen de Vampire: the Requiem. Este é provavelmente o melhor que alguma vez já tive. É lindo, é robusto e, por trás, tem montes de coisas que eu não preciso de decorar. Levo-o sempre que posso para as sessões, pouso-o na mesa à minha frente, mas praticamente nunca o levanto.

[quote=Rick Danger]Não gosto de estar separado dos jogadores

Noto que, para mim, é mais fácil falar para alguém sem um pedaço de cartão na frente e prefiro também ver facilmente as folhas de personagem, mapas e dados, funcionando tudo no mesmo espaço.

Não altero lançamentos
Já há um certo tempo que cheguei à conclusão que, se eu não aceito um determinado resultado dos dados, para que é que os estou a lançar? Pelo contrário, se é para lançar, é porque qualquer resultado poderá ser interessante. Lançamentos é para toda a gente os ver.[/quote]Concordo totalmente com estes dois pontos.

Quanto ao primeiro ponto, senti exactamente o mesmo da primeira vez que usei um. Acho que a melhor solução é colocá-lo aberto e de pé numa parte da mesa onde não esteja um jogador (para não o tapar) ou então aberto e deitado no centro da mesa. A ideia é que todos possam consultar essas regras.

Acho que o segundo nem precisa de comentário, 100% lá.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Bom tópico, Fabiano.

Bom, eu durante muito tempo (anos e anos) não fazia nada sem o meu “ecrã” de Call of Cthulhu, que comprei em segunda mão junto com a maioria da colecção de CoC do nosso Nietzsche. A decoração no ecrã era horrível, e não no sentido de inspirar terror ou horror… era mesmo por que era muito mázinha. No entanto, tinha a vantagem de ser “deitado”, ou seja não era muito alto (não quebrava a ligação com os jogadores mas era suficiente para esconder anotações e lançamentos) e era muito largo, o que permitia esconder/demarcar uma área bem maior.

As tabelas eram úteis ao início, para um iniciado ao CoC como eu, mas o sistema era bem simples e portanto rapidamente perderam qualquer utilidade (salvo a tabela de Resisted Rolls, mas que também acabava eventualmente por se decorar) até porque não tinham a tabela que eu mais usava: a das regras opcionais de Hit Location.

Agora o screen que eu mais gostava era mesmo o da primeira edição de Kult. Muitas noites passei eu hipnotizado pela voz do Nietzsche e por aquela imagem de desespero de um anjo aprisionado prestes a ser trucidado por uma máquina de execução funcinando à base de rodas dentadas industriais. Já a informação para o GM do screen em si era muito má… algumas partes estavam cheios de erros, nomeadamente (e se a memória não me falha) a sempre em uso constante tabela de Hit Location. Havia uma location que em vez de dizer Abdomen ou Tórax ou algo parecido dizia… wait for it… WIFE! Ainda bem que só um dos nossos personagens era casado, LOL.

Hoje em dia… screens só uso mesmo em boardgames que funcionam à base de informação escondida, LOL. Mudou a minha forma de abordar os RPGs e de conseguir os meus objectivos. Já não quero demarcar o meu canto da mesa e a minha posição como Mestre, já não quero focar as atenções em mim, já não quero separar-me dos jogadores, já não tenho aventuras ou outro material que precise ou queira esconder (no máximo tenho algumas frases-chave / ideias anotadas num pedaço de papel), já não tenho lançamentos de dados/cartas/whatever que queira fazer em segredo, nem ando a lidar com sistemas complexos cheios de tabelas que é preciso consultar a cada passo. Pelo contrário, quero que toda a gente à mesa se sinta entre iguais, estimulado a participar, criar e a partilhar, e descobri o poder que há em fazer os lançamentos de vida ou de morte ali mesmo em frente à cara dos jogadores, sem truques, sem possibilidades de voltar atrás, com resultados definitivos. Como o Rick disse, se o resultado dos dados/cartas não for para aceitar, então no nosso grupo eles não se usam.

Anyway, um ecrã foi e continuará a ser uma excelente ferramenta. Lá por não ser a mais adequada para o que ando a fazer nestes últimos, não é por isso que não compreenda e apoie quem faz uso dela para os seus próprios propósitos. É que felizmente não há só uma maneira de se jogar RPGs. :slight_smile:

Há uma cena muito fixe que é basicamente um screen em branco (neste caso cinzento) com bolsas plásticas onde podes colocar as tuas próprias folhas A4 com a informação que te interessa, em vez de levares com um layout e conteúdos pré-definidos. Deve ser relativamente fácil de improvisar algo assim, com um pouco de jeito para trabalhos manuais.

Só é pena o resultado final não ser tão bonito, com aqueles desenhos porreiros e evocativos a que estamos habituados. Um gajo pode imprimir ilustrações para lá colocar mas não é a mesma coisa… as tabelas são úteis e tal, mas o artwork também serve uma função muito importante.

Estiveste lá perto, mas não era bem: o erro era WOMEN em vez de ABDOMEN. Mas acho que era a única gralha. No screen, obviamente… Agora a ilustração, muito boa!

Tenho dois ecrã: um de Nephilim e outro de Call of Cthulhu. Prefiro o de Nephilim porque é mais baixo e não tenho de me esticar para ver os jogadores e estes não me vêem só do nariz para cima.

Confesso que para mim o aspecto estético do ecrã é irrelevante, para mim é útil para (raras) consultas, mas fundamentalmente para manter privadas as minhas notas e alguns lançamentos.

Não é que eu ache que os jogadores me vão tentar ler as notas, mas com o ecrã é mais fácil disfarçar improvisos, mudanças súbitas de planos ou situações de os jogadores fazerem alguma coisas de totalmente inesperada e a aventura ter de ser toda mudada (Grunf! Malditos jogadores!)

Em relação aos dados, é verdade que também roubo um bocadinho para os jogadores (ou talvez roube é para mim, que não quero que a aventura acabe antes do fim), mas tenho uma opinião diferente do Rick Danger. Mesmo que não cumpra rigorosamente o que dizem os dados, estes servem como ajuda a perspectivar a situação. Assim, se nos dados sair um resultado que mate toda a party, eu posso não matar toda a party, mas indico-lhes um resultado que os coloca em graves dificuldades.

Bem, eu ajudo nos dados em situação: ou porque a party corra o risco de morrer toda como referiu o neoneon, ou quando os jogadores tiveram montes de boas ideias, esforçaram-se a fazer bom role-play e de repente um lançamento de dados que nem seria muito importante revela-se completamente calamitoso: aí prefiro ignorar o dado.

Olha que essa dos mapas é piada… na ultima sessão de Shinigami tive que berrar contigo para fazeres a porcaria de um sketch para percebemos onde estava a party inteira mais os inimigos, mais o capitão… tu nunca pareceste gostar muito de mapas.