Incrivelmente mais de 12 anos, penso que têm à volta dos 23 ou 24 anos. Não sei porquê, para eles isto é tudo um negócio muito "geek" e pelos vistos têm medo de ser ostracizados por isso, já lhes apontei o ridículo da situação, mas enfim :p
Será um problema de auto-confiança.. ou então têm medo de se converterem numa cópia dos amigos jogadores, nomeadamente um tal de "Tiago", heheheh
Tou, como é óbvio, a brincar. Tens que os convencer a virem a um encontro, para eles verem que as pessoas "normais" também gostam disto, e que se divertem "apenas" jogando.
Deve ser mesmo uma coisa geracional. Até há uns anos atrás toda a gente sabia que existia o poker (afinal, os filmes de cóbois eram muito populares até aos anos 70), muita gente cruzou-se com ele (era mais um jogo de cartas) mas sem o assimilar. Sempre houve uma seita pequena de jogadores a jogar a dinheiro em vãos de escada, mas se perguntares a alguém com mais de 35 anos se sabe jogar póker, ou não sabe ou aprendeu há pouco tempo. Digo isto de olhos fechados e sem qualquer base estatística.
Suponho que o pessoal mais novo que mama jogos de computador e a internet desde o berço tenha muito mais contacto com o poker. Mudança cultural em curso.
Por isso, acho que um jogo ser de nicho ou não depende apenas dele fazer parte ou não do conhecimento geral da população. Settlers e Carcassone são um nicho - xadrez, poker e Scrabble não. Xadrez é reconhecido mundialmente como um símbolo de estratégia. Poker é famoso pelos rios de dinheiro que se ganha e se perde instantaneamente. Scrabble é o rei dos jogos de palavras. De uma forma ou doutra, todos estes três jogos já apareceram em capas de revista, livros, séries de televisão, filmes ou publicidade.
Não me parece que o Settlers ou o Carcassone alguma vez vão chegar ao nível destes clássicos. No tempo que demora a se tornarem populares, jogos parecidos mas melhores irão surgindo.
[quote=Rick Danger]..a maioria das pessoas não tem qualquer hobby.[/quote]
Estatisticamente: babarem-se em frente da televisão a ver jogos de futebol, darem polimento ao carro pra este nao desvalorizar quando o forem vender em 2ªmão (pelo valor taxativo dos usados do Guia do Automovel), ou caçadores, ou pescadores - estes últimos então as figurinhas que fazem às 4 da manhã na Marginal, não vos digo nem vos conto (droga - é a essas horas que às vezes regresso das minhas noitadas a fazer figura de geek!!).
Mas sim, à parte do futebol, é raro ouvir-se alguém dizer que tem um hobby, com medo de ser ostracizado, seja ele qual for. Tenho um exemplo prático como o catano: durante dois anos trabalhei no mesmo piso que um caramelo, de nome Pedro Barradas, a quem dava os bons dias como a qualquer outro colega de trabalho, de vez em quando almoçava com ele e os demais, etc. Sabia que tinha vivido em Paço d'Arcos, e o resto das conversas de almoço eram as de circunstancia do costume. Um dia estou a olhar para a lista de jogadores portugueses de ASL na página da MMP, quando um nome me salta à vista: Pedro Barradas - Paço d'Arcos!!!!! No dia a seguir vou direitinho ter com ele a perguntar-lhe se era o mesmo da lista!!! Exactamente ele! (BTW: o n/barracuda que entretanto foi viver para a Austrália!!). Incrivel, dois anos a trabalharmos no mesmo piso e nenhum de nós tinha levantado a questão de qual o hobby a que se dedicava!!
Alto que aí é tudo uma questão de marketing. Se uma Hasbro ou uma Matel comprassem os direitos de edição do Carcassonne ou do Settlers estes apareciam à venda em todo o lado por uma pechincha e tornavam-se clássicos instantâneos. Daqui a poucos anos estariam na lista das prendas de natal de todas as avós e avôs para os netos.
Se ficarem nas mãos de umas PMEs de jogos vão continuar no mercado por mais uma década ou duas até a geração Knizia desaparecer. Depois vai-lhes suceder o mesmo que sucedeu à maior parte dos jogos das Yakinto, Havalon Hill e outros editores dos anos 70, 80 e 90: morrem as empresas e os jogos desaparecem.
[quote=smascrns]Se uma Hasbro ou uma Matel comprassem os direitos de edição do Carcassonne ou do Settlers estes apareciam à venda em todo o lado por uma pechincha e tornavam-se clássicos instantâneos.[/quote]E, se nos questionarmos porque é que a Matel ou a Hasbro não fazem isso, a resposta está na maior parte das pessoas não estarem interessadas em jogos e, se estiverem, são como o Joe ou o Bob descritos no artigo.