Epístola de natividade

Caro Nicolau,


Agradeço-te pela missiva electrónica e desde já rogo tua tolerância ao meu atraso em retorquir. Em minha escusa apenas posso apresentar algum volume de trabalho adicional e alguma preocupação com tarefa semelhante à tua.


Se me tenho portado bem, inquiriste… Honestamente, não sei. Os conceitos de bem e mal são tão dúbios e pessoais que se torna difícil responder a tal questão.


A minha consciência está em relativo sossego. Tenho jogado mais este ano que o anterior, continuo a não fazer batota e a procurar dar conhecimento às massas ignaras das incríveis oportunidades que estão a perder para jogar e divertir-se.


Sei, porém, que a tua rede de informantes rivaliza com a do Obama e que a NSA já tentou inclusivamente destruir-te alguns elfos, como tem tentado com o pobre Snowden que merece mais o Nobel da Paz que o seu presidente. Assim, deves estar em condições de avaliar de forma informada a qualidade do meu comportamento. Confio que seja também de forma justa que o faças.


Política internacional à parte, poderás querer alguma informação acerca dos jogos que gostaria de receber nesta quadra natalícia. Vejamos então…


Colocando, ainda assim, os compatriotas à frente, o Madeira ou o CO2 são boas escolhas.


Depois, olhando para os jogos novos para mim e recuando ao longo do tempo, coisas de que gostei e que ficaram na lista de possíveis aquisições:


Francis Drake; Robinson Crusoe: Adventure on the Cursed Island; Andean Abyss; Keyflower; Turfmaster; Suburbia; Village; Upon a Salty Ocean; Antiquity; Eclipse; Vanuatu; Merchants & Marauders…


Outra opção será ajudar a completar a minha colecção de Android: Netrunner do qual ainda só tenho duas das expansões.


Ou então, podes consultar a minha wishlist no BGG. Tem mais algumas coisas por lá… Jogos mais antigos ou outras coisas que me despertaram a curiosidade.


De qualquer modo, sabes que ficarei feliz com qualquer escolha que entendas fazer.


Fica, desde já, com os meus agradecimentos e desejos de que este período de maior intensidade de trabalho não te canse em demasia.


Um respeitoso abraço,


Mallgur

após análise exaustiva da tua missiva deparei-me de facto com muitas escolhas, mas também muitas dúvidas sobre o direito às mesmas.



Afinal de contas são inúmeros os relatos que me chegam de que foi necessário um certo transmontano de criação (senão de nascimento) para alegrar o povo da invicta cidade, e não só, com jogos e alegria no início de Outubro, sem meter água…



Assim sendo acho que nada melhor do que te oferecer um passeio de barco rabelo que é um meio de transporte ecológico… não metas água aí…



Feliz Natal



P.S.: Tomo a liberdade de te tratar por tu, pois, ao contrário de outros pais natais falsificados que andam por aí neste forum acho que a proximidade humana ainda faz parte desta época, independentemente das boas acções… ou falta delas…

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Caro Nicolau,

Partilho da perspectiva humanista da quadra natalícia. Realmente a aproximação que se sente entre as pessoas nesta época pode ser contagiante. Muitos tentam colocar-lhe um rótulo meramente comercial e ver com algum cinismo este período, mas para mim há realmente uma certa dose de boa-vontade que parece flutuar no ar.
Talvez isso não se deva aos aspectos religiosos da época, seja o possível nascimento de um Messias judaico e a viagem de três monarcas inspirados por várias premonições a visitá-lo e entregar presentes, seja o Dies Natalis Invicti Solis que os Romanos celebravam com festins sumptuosos, ou mesmo o Yule dos nórdicos e a sacralização do azevinho e das árvores de folha perene. Talvez seja simplesmente o movimento astral, o solstício de Inverno, esta sensação de que algo vai mudar, que nos faz olhar o mundo com outra esperança e estar mais alerta às dificuldades que os outros passam...

Ou talvez não seja nada disso e o que interesse seja mesmo as prendas.

Nesta perspectiva mais materialista da questão, preocupa-me que os teus serviços de informação sejam, afinal,menos eficazes do que pensava.

É verdade que várias pessoas foram fundamentais para o bom decorrer do evento do início de Outubro na Invicta. Não foi só o simpático transmontano... Todas foram fundamentais e creio que a minha contribuição foi, pelo menos, um pouco útil.
Para que essa figura pudesse andar pelos espaços do evento a distribuir a sua simpatia (e algumas lágrimas também) outros houve que tiveram que dedicar mais tempo aos bastidores e ao suporte do resto do evento. Efectivamente poucas vezes pude andar a passear pelas mesas onde tantos jogaram, como gostaria de ter feito, mas tal deveu-se a ter passado a vasta maioria do tempo na recepção e a procurar lidar com algumas questões de organização que foram surgindo.

Não andarão as tuas fontes de informação a ser poluídas? Repara que nestas páginas se pode ver a ganância manifesta dessa criatura bragantina... Não estará ele a semear a dúvida e os boatos entre os teus agentes para poder desviar as atenções e conseguir receber 20 jogos neste natal?

Nem sequer a coisa dos barcos rabelos te informam bem... Por muito agradáveis que sejam, estes barcos agora turísticos são a motor diesel e portanto não tão ecológicos como isso.

Vê lá Nicolau... Confirma bem as tuas fontes ou ainda acabas a procurar armas de destruição maciça no Burquina-Faso.

Espero ter contribuído ainda mais para um desempenho bem elucidado da tua parte.

Um forte abraço,

Mallgur

[quote=Mallgur]Para mim esta InvictaCon foi um sucesso.







Quero deixar alguns agradecimentos pessoais, sem desfavor de todos os que ajudaram a tornar este evento possível (mais do que seria prático enumerar aqui), a pessoas que foram fundamentais para a realização do evento e para a manutenção da minha já pouca sanidade mental perante as dificuldades com que nos deparámos…



Ao Joao104 que carregou nos ombros muito do peso desta organização. No fundo acaba por ter o trabalho de organizar duas Cons ao ano…

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Apesar dos relatos que me chegam, decidi enviar uma para sua casa.



No entanto e devido à crise, a caixinha vai num barco a remos desde a lapónia, remado por um valoroso elfo voluntário, pois com a crise não há dinheiro para o feno mágico que faz o Rodolfo e companhia voar… E assim aproveita-se para não aumentar o buraco do ozono aqui sobre a minha casa.



Como a viagem ainda demora algum tempo o elfo já partiu, mas vai demorar umas semanas a chegar aí.



Aguardo indicação da recepção da mesma.



Nicolau



p.s.: essa assinatura é muito deprimente… vamos lá alegrar um pouquinho…

Caro Nicolau,



Conforme tinha já afirmado, estou antecipadamente grato pela oferenda. O valoroso elfo pode fazer a viagem com tranquilidade pois não sou apressado e estou bem a par das dificuldades que ele deverá atravessar para chegar até aqui.



Quanto à assinatura, as circunstâncias da sua criação foram tudo menos deprimentes…

Estavamos a começar a preparar uma partida de Romolo o Remo (bem bom, diga-se) e a conversa desviou-se para a natureza algo previsível da vida no que concerne aos resultados finais da mesma que, algo que talvez te escape devido à tua natureza imortal, termina sempre no mesmo…

Nesse contexto afirmei, para risada geral, que a vida está broken. A ideia não é que a mesma seja infeliz ou não valha a pena "jogar" mas garantidamente que o vencedor (se considerarmos a morte como adversário) é sempre o mesmo.



Portanto, para já, vai ficar como está.



Mais uma vez, agradeço a tua boa vontade e generosidade.



Despeço-me com amizade até nova epístola que virá confirmar a recepção da lembrança.



Grande abraço,



Mallgur.

Caro Nicolau,



Recebi há poucos dias uma missiva de um seu colega que me afirmou ter encarregue alguns elfos de me entregarem um presente.

Hoje fui contactado por um pequeno ser com o estranho nome de Ubaldo Pracídio Sidraque, que mencionou prefir ser conhecido pela iniciais UPS o que achei compreensível, que me entregou um caixotinho proveniente de Gália, também conhecida por França.



Ora, não querendo estragar surpresas ou incorrer em insatisfação dos vossos desejos em relação à abertura do presente, gostaria de saber se este presente é o vosso ou não.



Grato, apresento os mais cordiais cumprimentos,



Mallgur

Carissimo Pedro,



por acaso sabe quanto é o ordenado mínimo dos gauleses? Acha por acaso que eu, aqui na Lapónia tenho meios para pagar tais luxos?



Não… concerteza que esse "Ubaldo" é um enviado dessa corporação imperialista de bebidas com quem tenho um processo litigioso de uso indevido de imagem.



O meu escravo elfo voluntário para rentabilizar a sua viagem está a dedicar-se à pesca do bacalhau, se bem que ele não sabe pescar nem com anzol nem com rede.



Pode ser que se safe e este ano, na noite de natal, não tenha de subsitir a leite e bolachas e consiga comer um bacalhau.



De qualquer forma a carga que ele leva ainda demorará a chegar às suas mãos, mas irá devidamente inditificada quanto à sua proveniencia.



Com votos de festas felizes,

Nicolau

Caro Pedro,



recebi noticias que o meu Elfo após várias tentativas entrar no estuário do Douro acabou por ser desviado para o porto de Leixões.



Segundo a carta ele indicou-me que apesar de estar habituado aqui ao frio polar, teve de partilhar os seus matimentos e roupas com outro elfo que que seguia para a mesma zona, mas cuja embarcação demonstrou não estar em condições e a meter água. Assim sendo ele não promete que o pacote que te enviei chegue às mãos, pois pode necessitar de usa-lo para uma fogueira.



A ver vamos…



De qualquer forma, se ele sobreviver ao frio, sem usar a caixa como combustivel, deve fazer chegar a dita cuja às tuas mãos em breve…



Festas Felizes!

Nicolau

Caro Nicolau,



Fiquei deveras consternado com as notícias dos infortúnios do teu elfo e do seu companheiro de viagem.

Não quero parecer indelicado mas devo contudo apontar alguma falta de capacidade de planeamento desse teu elfo. Sendo sobejamente conhecida a hospitalidade nortenha, deveria o teu elfo ter-me contactado quando se encontrava ao largo da barra do Douro. Teria certamente arranjado forma de o resgatar para o interior deste invicto burgo e um abrigo devidamente aquecido com o suprimento adequado da iguaria local conhecida por Francesinha.



Espero sinceramente que ele mantenha o espírito de missão que deve reger a actuação de um elfo e arranje forma de sobreviver sem dano para o presente que foi incumbido de entregar. Naturalmente que estou ao dispor para o apoiar em tudo o que estiver ao meu alcance.



Grato, como sempre, pela informação e atenção demonstradas despeço-me com um abraço,



Mallgur

Caro Nicolau,

 

Antes de tudo o mais, muito obrigado pelo presente. Foi uma excelente escolha e estou deveras feliz com a mesma. Espero que não fiques aborrecido com o facto de a ter já aberto.

Este jogo (Keyflower) ficou claramente nos meus preferidos daqueles que experimentei pela primeira vez este ano. Tenho a clara ideia de que será jogado muitas vezes e será devidamente apreciado nessas ocasiões.

 

Houve, no entanto, algo que me deixou um pouco preocupado acerca da tua relação com a força de trabalho que te permite todos os anos fazer tanta gente feliz.

Estava a contar encontrar um elfo esfomeado e friorento, dada a tua última missiva, mas o elfo que me entregou este mui prezado presente era anafadiho e não mostrava quaisquer sinais do frio que dizia ter apanhado. Aliás, tenho ideia que o mesmo provém das mais gélidas regiões destas lusas terras e portanto não deverá sofrer assim tanto com as comparativamente tépidas temperaturas da Invicta. Tal seria confirmado pela volumetria estomacal indicadora dos hábitos que essas gentes têm de combater o frio ingerindo porções de carne de dimensões semi-lendárias a que chamam, simples e enganadoramente, "posta".

Mais ainda fiquei a pensar que este elfo exagera ao contar-te os seus infortúnios quando mostrou uma energia inusitada para chorar convulsivamente ao ser derrotado pela minha companheira numa partida de Coloretto. Se calhar é algo genético que o impele a tais lamúrias pelos mais variados motivos…

Nota que não deixou de ser uma simpatia e cumprir com a sua missão de forma competente e adequada… Quer-me é parecer que anda à procura de um aumento ou então de receber presentes às vintenas.

 

Enfim, voltando ao mais importante, estou deveras feliz com o meu presente e colocarei em breve imagens do mesmo por aqui. Só não o faço agora por não ter ainda acedido a um dispositivo de aquisição de imagem adequado.

 

Continuadamente grato, deixo-te um forte abraço,

 

Mallgur

Caro Nicolau,



Conforme prometido, aqui fica uma imagem da tua generosa oferta, ladeada por efígies de homenagem à tua pessoa. Nesta altura ainda estava o presente com o plástico protector mas entretanto já o removi para ler as regras e espero em breve poder jogá-lo.







Mais uma vez, muito obrigado!



Grande abraço,



Mallgur



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