Fetiches de jogador/GM

[quote=RedPissLegion]De uma maneira ou de outra acho que quando se joga Vampire existe sempre a tendência de investir mais pontos nos atributos e habilidades que influênciam directamente os roles para as disciplinas, de modo a termos poderes mais chulados. Afinal de contas quem é que não gostava de ser o super-bruto capaz de fazer Dominate ao Lodin? hehe[/quote]

Isso também poderá ser dito de qualquer jogador cujo nome comece por P, termine em A, e tenha em qualquer ordem as letras ADEIR no meio. :D

Há sempre em qualquer rpg um jogador assim; no entanto não é de casos especificos de jogadores que quero falar, mas de tipos de jogo que acontecem à mesa, e da maneira como eles se encaixam e conformam a apenas esses três tipos.

[quote=RedPissLegion]Contudo também já vi/ouvi falar daquele pessoal que se centra total e completamente no meta-plot e o tenta cumprir à risca, e aqui falo tanto de GMs como de jogadores, e que gostam mesmo é de estar presente e ir participando nos eventos do meta-plot da WW e que se algo sai dessas linhas cai logo o carmo e a trindade.[/quote]

O oWoD é um exemplo perfeito disso, assim como o L5R: o que quer que os jogadores façam, o jogo nunca vai ser sobre as suas personagens. Isto não é mau, por si: se toda a gente se divertir, não há nada de errado nisso.

[quote=RedPissLegion]Mas já agora deixo esta questão, vamos imaginar que num jogo de Vampire os personagens têm como objectivo tornar-se príncipes de uma cidade, sendo que toda a história gira em torno da sua ascenção ao poder (ou não hehe), com todos os precalços envolvidos, ai estaria a haver uma fetichização do personagem ou das regras?[/quote]

Mais uma vez, este seria um exemplo atípico. Não conhecendo o Vampire a fundo, eu diria que essa não era uma campanha normal; se ela é criada de raiz para ser à volta dos personagens - toda a gente concorda com isto e os problemas emocionais de ser um Vampiro estão bem vincados, então estamos a falar do Fetiche de Personagem; no entanto, se essa ascenção ao poder acontece depois de se ultrapassarem todos os desafios possíveis e imaginados, e depois de os personagens terem sido feitos e geridos de maneira a maximizar o uso das regras em seu proveito, sem ligar aos problemas pessoais de cada um, então eu diria que se trata de Fetiche das Regras. Mas reforço: para mim, esta é uma campanha atípica - não conheço ou pretendo conhecer todas as campanhas de Vampire, mas as que conheço NUNCA foram assim, por isso sinto-me à vontade para generalizar.

Já agora, os jogos indy que joguei até hoje (PTA, My Life With Master, TSoY, Torchbearer) incluo-os no Fetiche de Personagem; julgo que não é preciso explicar porquê. Em análise, acho o 101 muito mais Fetiche de História que de Personagem.

Bem isso nos 5 anos em que jogo o jogo é o caso mais típico, sempre joguei assim e os GM Guides apontam todos nesta direcção, só tive contacto com a forma de jogar que referes como típica no fórum Vampire PT e não foi algo muito bem recebida hehe.

Contudo isto levanta a pergunta, tu sempre tiveste contacto com o jogo de uma maneira, eu de outra, isto quer dizer que as distinções podem ser mutáveis com a interpretação do jogo pelos jogadores/GM?

[quote=Rui]Há sempre em qualquer rpg um jogador assim; no entanto não é de casos especificos de jogadores que quero falar, mas de tipos de jogo que acontecem à mesa, e da maneira como eles se encaixam e conformam a apenas esses três tipos.[/quote]Não estava a falar do caso específico de um jogador, como disse em cima sempre joguei Vampire em modo Fetiche das Regras, por isso tanto eu como os restantes jogadores com quem já partilhei uma mesa, de um modo geral sempre investimos na maximização do poder das disciplinas, visto esta ser a melhor maneira de ultrapassar os desafios e obstáculos que o jogo e o GM atira para os jogadores.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Não digo que possam, nem que não possam - digo que Vampire é sobre explorar o mundo - Fetiche da História. O meta-plot brutal do jogo deveria ser um dead giveaway.

[quote=Rui]

[quote=RedPissLegion]De uma maneira ou de outra acho que quando se joga Vampire existe sempre a tendência de investir mais pontos nos atributos e habilidades que influênciam directamente os roles para as disciplinas, de modo a termos poderes mais chulados. Afinal de contas quem é que não gostava de ser o super-bruto capaz de fazer Dominate ao Lodin? hehe[/quote]

Isso também poderá ser dito de qualquer jogador cujo nome comece por P, termine em A, e tenha em qualquer ordem as letras ADEIR no meio. :smiley:

Há sempre em qualquer rpg um jogador assim; no entanto não é de casos especificos de jogadores que quero falar, mas de tipos de jogo que acontecem à mesa, e da maneira como eles se encaixam e conformam a apenas esses três tipos.[/quote]

Perdão??!?!?!?!?

Qual é o prob de jogar assim? Biliões de foruns algures nos states INCENTIVAM a se jogar dessa maneira, pois é a unica maneira de teres alguma e qq influencia na historia. E mesmo assim n me livro de levar na tola com um piano radioactivo a arder! (private joke, quem a conhece sabe do que tou a falar)

Daqui a pouco chamam-me mushkin e Igor, e sei lá qts mais ofensas corporais que me querem infligir, por fazer a perso de maneira a ser "extra-especial" naquelas funções para a qual a pensei fazer.

E esse tal de P com A e ADEIR no meio parece ser 1 tipo fixe por pensar dessa maneira! :stuck_out_tongue:

Nenhum problema, nem estava a apontar como tal - aliás, eu em Exalted ESPERO que jogues assim. :slight_smile:

Finalmente, tempo.

Eu não acho que o bruto meta-plot da WW escrito nos vários suplementos seja o centro do jogo, e digo isto por um simples motivos, em parte alguma do corebook ou do guia do GM para construir crónica ele é referido como algo necessário para o jogo, até julgo que ele não é referido de todo.

A minha interpretação de Vampire, depois de ter lido o que acho que são os livros principais (Corebook, Players Guide e ST Guide - Guide to Sabbat e Camarilla dependendo se o sect vai ser ou não importante para a crónica), é que este é um jogo sobre jogadas de poder, manipulações, traições, sombras, segredos, segredos dentro de segredos, etc.

Agora tendo em conta os fetiches que enunciaste, acho que tanto o de Regras como o de História se podem aplicar, pelos seguintes motivos:

- Há quem curta simplesmente descobrir os segredos do universo de jogo, aqui chular o PC pode ajudar a descobrir mais, mas concordo que não seja de todo o enfoque da crónica;

- Há quem curta deixar a sua marca no mundo, criar os seus próprios planos, fazer as suas jogadas e atingir os seus objectivos. Aqui chular o PC é tudo, quanto mais poderoso for o teu PC maior impacto ele pode ter sobre os restantes personagens do jogo e próprio universo, acho que o padeira explicou este ponto muito bem num post mais abaixo. Isto de maneira nenhuma põe de lado a exploração do setting, afinal convém ires descobrindo os segredos da história para saberes em que águas te moves e quem é que podes manipular ou quem é que te quer lixar e aqui acho que ambos os fetiches vêm ao de cima com a mesma importância.

Pessoalmente acho que a segunda maneira de jogar é a mais adequada à ideia inicial de Vampire, tendo em conta o que vem escrito nos livros que enunciei em cima bem como as crónicas que li até agora (que em boa verdade são poucas), julgo que o New York by Night é o melhor exemplo disto.

Como é que as carradas de livros de meta-plot entram no meio disto? para mim são simplesmente auxiliares. Da mesma maneira que a WOTC edita carradas de livros sobre classes de D&D e monstros e etc, não faz de D&D um jogo sobre classes e monstros, a meu ver é um jogo sobre desafios tácticos (posso estar errado, corrijam-me) e todos esses suplementes auxiliam a fazer isso, mas não são o centro do jogo pelo simples facto de não serem necessários para se jogar.

Da mesma maneira vejo os suplementos da WW como auxiliares para se construir histórias de intriga e segredos, mas não quer dizer que o jogo tenha que ser especificamente sobre o metaplot deles, outra vez pelo simples facto que ele não é para se jogar. Já agora aproveito também para lembrar que muitos desses suplementos também trazem carradas de disciplinas e poderes novos, o que acho que reforçar um bocado a ideia do fetiche pelas regras.

Já agora em nota final, existe um tipo de história que vem no GM Guide dirigido aos problemas dos personagens: histórias de redenção, vampiros que voltam a ser humanos. Nestas histórias o objectivo é mesmo o vampiro lidar com todos os seus problemas internos e culpas e afins para se tornar de novo uma pessoa, nunca joguei uma coisa destas por isso não sei o quão funcional realmente é, mas a sê-lo seria uma campanha com fetiche sobre personagens?

No meio disto tudo queria só esclarecer uma coisa, quando falas dos fetiches estes aplicam-se à intenção do jogo certo? não há maneira como ele é jogado.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"