fluXus

«Terra de planície, banhada não só pela Ria que a penetra, conferindo-lhe originalidade, mas também por uma luminosidade, surpreendentemente doce, que muda a cada instante, numa alternância, de insuspeitas tonalidades.»

Sim, alguém escreveu um dia isto sobre Aveiro.
Esse alguém, é certo, nunca terá suspeitado da existência de algo mais...
Há-de ser um entre tantos cuja mente bloqueia a realidade.
Um entre tantos que se recusa a ver o que é tão óbvio.
Um entre tantos incapaz de se aperceber de que a cidade não oferece protecção a ninguém, ela própria completamente indefesa contra o avanço contínuo e incansável das forças das trevas.
Um entre tantos que mesmo perante evidências flagrantes da acção das forças das trevas não as consegue ver (ou prefere não as ver).
Um entre tantos que prefere aceitar esse véu auto-imposto de engano e decepção para conseguir seguir o seu dia-a-dia sem enlouquecer.
Mas nem todas as forças que actuam através das trevas são malignas.
São forasteiras, é verdade. E com toda a certeza não foram convidadas! Mas nem todas apresentam uma ameaça real...!
E esse facto só vem dificultar o papel daqueles que conseguem sentir a presença das trevas.
O conhecimento de que as trevas existem não dá paz de espírito a ninguém.
Apenas assegura que as trevas também chegarão a notar a presença de quem se dê conta delas...
Depois de as trevas se darem conta de nós nada mais é certo, apenas uma coisa: nunca mais olharemos a cidade com os mesmos olhos (se olhos ainda tivermos)...!

MWOAHAHA!