Folhas de personagem

Adicionei mais dois ficheiros, um pdf com as folhas de personagem do Alix e das duas personagens exemplo (Sabina e Flavius) e um doc com folhas de personagem em branco.

Gostava que criassem umas personagens para verem se gostam do processo de criação das personagens, pode ser? Depois ponham-nas aqui e avancem com as vossas críticas.

Salve os irmãos da “Legio XIII Gemina”!

Aqui seguem o Lucius Vorenus e Titus Pullo da série “Rome” no estado em que se encontravam logo no primeiro episódio, “A Águia Roubada”. (Ver na lista de ficheiros deste post)

É complicado gerir a distribuição de Atributos (segundo a tabela e os adicionais 1b e 1p) dado que um dos personagens, o Lucius, é um líder notório da centúria logo no primeiro episódio e não tem aparentemente nenhuma falha. Tive que lhe dar valores medianos a tudo mas mesmo assim não fiquei muito contente.

Outro aspecto pouco definido é o de Nação pois mesmo em situação de guerra será que os nosso personagens têm um osso assim tão grande para roer relativamente aos Gauleses? E quanto à divisão César/Pompeu? No início da série o conflito entre os dois ainda não se agravou.

Provavelmente devia ter utilizado uma versão posterior dos personagens durante a Batalha de Farsalo.

Os bens materiais e o estado pessoal ainda me são bastante misteriosos mas adicionei algo ao Titus que faz sentido dada a situação inicial do primeiro episódio.

Quando puder comento mais…

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

[quote=jrmariano]Salve os irmãos da "Legio XIII Gemina"! Aqui seguem o Lucius Vorenus e Titus Pullo da série "Rome" no estado em que se encontravam logo no primeiro episódio, "A Águia Roubada". (Ver na lista de ficheiros deste post)[/quote]

Salve!

Acho interessante e desafiante a tua opção de pegares no jogo pelo ângulo da série Rome. Isso tem consequências. É que a série funciona a partir de pressupostos diferentes da série do Alix. Ora eu estou a criar o jogo tendo em mente os pressupostos da BD, logo o sistema que estou a criar pode não funcionar para a série de tv. Voltarei a este assunto que não é específico das folhas de personagem numa entrada separada, agora só uma resposta breve aos pontos que levantas:

[quote]É complicado gerir a distribuição de Atributos (segundo a tabela e os adicionais 1b e 1p) dado que um dos personagens, o Lucius, é um líder notório da centúria logo no primeiro episódio e não tem aparentemente nenhuma falha. Tive que lhe dar valores medianos a tudo mas mesmo assim não fiquei muito contente.[/quote]

Um dos pressupostos do Alix é um grande equilíbiro entre as personagens. Enak, o companheiro do Alix, é uma criança mas as suas capacidades não variam de forma marcada de personagens mais avançadas. Como é evidente, isso não será o caso numa série de tv americana que tende a funcionar de acordo com os pressupostos típicos da ficção local, ou seja, da separação subhomens/homens/homens superiores/super homens/ ulta homens... Ponto a desenvolver em separado.

Em qualquer dos casos, nota que a minha dicepool implica ganhos marginais decrescentes da adição de bonificações/penalizações. 1p ou 1b tem um peso maior do que 2p ou 3b, e assim sucessivamente.

[quote]Outro aspecto pouco definido é o de Nação pois mesmo em situação de guerra será que os nosso personagens têm um osso assim tão grande para roer relativamente aos Gauleses?[/quote]

Outra coisa que tem muito a ver com a série do Alix. A questão não se coloca em geral. 1b a Roma quer dizer que aderem aos ideais de Roma e que se batem por estes. Não quer dizerem que queiram o mal dos demais, quer apenas dizer que os querem integrar no império, pacificamente de preferência.

Por outro lado, 1b a outra nação quer dizer que se é um nacionalista e que se convive mal com o domínio romano, mas que se pode aceitar este por questões pragmáticas.

Isto só é verdadeiramente compreensível com conhecimento da série do Alix, de facto.

[quote]E quanto à divisão César/Pompeu? No início da série o conflito entre os dois ainda não se agravou. Provavelmente devia ter utilizado uma versão posterior dos personagens durante a Batalha de Farsalo.[/quote]

A resposta é quase a mesma da anterior. O conflito César/Pompeu é central à série de Alix. Numerosos livros funcionam em torno deste conflito. Aqui a série pode ter fugido bastante à realidade histórica, não sei pois não fui ver.

[quote]Os bens materiais e o estado pessoal ainda me são bastante misteriosos[/quote]

A verdade é que na série de Alix uns e outros jogam um papel bastante circunstancial. Uma pancada valente numa cena apaga-se por completo na cena seguinte. O registo é para ser mesmo circunstancial.

O mesmo quanto aos bens materiais. Por exemplo, em A Tiara de Oribal é evidente que a tiara do dito é um bem central ao enredo, pelo que ocupa aqui um papel importante.

Os factores circunstanciais são mesmo circunstaciais. Só em casos raros é que eles são permanentes. Por exemplo a «amizade» entre Alix e Enak.

[/uote]mas adicionei algo ao Titus que faz sentido dada a situação inicial do primeiro episódio.[/quote]

Precisamente! Se nesse momento o facto de estar ressacado ser determinante para a evolução da acção, é algo a registar imperativamente.

Uma das hipóteses até é não utilizar estes espaços da fdp como locais onde se escreve. Antes, podem ser espaços para colocação de tokens com informações precisas. É algo a repensar quando as regras estiverem definidas e passar a questões de apresentação formal do jogo.

Sérgio Mascarenhas

Ah, mas eu estava consciente que a série de BD tem outros pressupostos mas como ainda não a conheço suficientemente bem para construir um personagem adequado decidi ir “aquecendo” com os protagonistas do Rome.

Poderia entrar numa discussão sobre os arquétipos do “herói” nas séries americanas (esta é uma co-produção americana e italiana da HBO!) porque acho que estás a generalizar um pouco mas não vou por aí porque não seria particularmente produtivo dado que o objectivo é mesmo adaptar o Alix. Mas, nota que não ter conhecimento de causa parece causar algum “atrito” para se manipular a gosto a criação de personagens.

Não tinha reparado nesse facto dos ganhos marginais pois estava a mentalmente a organizá-los como se fossem uma escala de 1 a 5. Portanto um Lucius com “3” a tudo não me pareceu assim tão mau dado que ele, apesar de ser um Centurião não se destacar assim tanto como um grande líder no início da história.

OK, mas eu percebi que tendo um 1B no lado Roma tinhas automaticamente um 1P na outra nação rival ou adversária e que estando o espaço em branco tinhas que o preencher, nomeando-a.

O conflito César/Pompeu também é central à primeira época da série mas cronologicamente, naquele ponto da série, eles ainda não inimigos declarados.

Quanto aos estados, acho que a solução é não incluí-los na ficha no formato actual pois dá a impressão que tem que ser algo a ser preenchida durante a fase de criação. De certeza que depois se arranjará uma solução!

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

[quote=jrmariano]Ah, mas eu estava consciente que a série de BD tem outros pressupostos mas como ainda não a conheço suficientemente bem para construir um personagem adequado decidi ir "aquecendo" com os protagonistas do Rome.[/quote]

Tudo bem, aliás permite pôr à prova a flexibilidade do sistema. Alix é o fóco mas se der para jogar outras abordagens à Roma Antiga ou mesmo a outros universos, tanto melhor.

[quote]Poderia entrar numa discussão sobre os arquétipos do "herói" nas séries americanas (esta é uma co-produção americana e italiana da HBO!) porque acho que estás a generalizar um pouco mas não vou por aí porque não seria particularmente produtivo dado que o objectivo é mesmo adaptar o Alix.[/quote]

Sem dúvida. É uma discussão muito interessante para, por exemplo, uma conversa sobre as opções que cada um de nós faz em termos de universos de jogo. Por exemplo, eu escolho normalmente ficções que hoje sairam do radar e até podem ser consideradas obsoletas (como seria o Alix se não fosse a reedição do Público, aliás).

[quote]Mas, nota que não ter conhecimento de causa parece causar algum "atrito" para se manipular a gosto a criação de personagens.[/quote]

É um dos problemas de jogos baseados num universo real ou de ficção preciso. Se os jogadores não o conhecem podem direccionar o seu jogo em sentidos muito diferentes do universo de referência ou sentir que não dispõem de elementos para «entrar» no jogo. É algo que só pode ser ultrapassado com um capítulo sobre o universo do Alix mas essa não é a minha prioridade neste momento. Fica a nota para consideração futura.

[quote]Não tinha reparado nesse facto dos ganhos marginais pois estava a mentalmente a organizá-los como se fossem uma escala de 1 a 5. Portanto um Lucius com "3" a tudo não me pareceu assim tão mau dado que ele, apesar de ser um Centurião não se destacar assim tanto como um grande líder no início da história.[/quote]

Eu gosto de ganhos marginais decrescentes precisamente porque limitam a «sofreguidão» de acumular modificadores.

Nota que à partida não estou a considerar alterações aos atributos em curso de jogo, salvo em situações excepcionais (p.e. uma personagem que perde uma perna ou adquire uma doença crónica debilitante).

[quote]OK, mas eu percebi que tendo um 1B no lado Roma tinhas automaticamente um 1P na outra nação rival ou adversária e que estando o espaço em branco tinhas que o preencher, nomeando-a.[/quote]

Tens razão, as regras não estão suficientemente claras. Isso é o que sucede normalmente mas em alguns casos 1B de um lado significa 1P a tudo o resto que possa estar em contradição com o lado que escolhemos.

Digamos que o sistema funciona à base da ideia de que amigo do meu amigo meu amigo é, e de que quem não está por mim está contra mim... Sucede apenas que em alguns casos há uma contraposição clara dos dois lados - César/Pompeu - e noutros apenas é claramente identificado um dos lados - Roma/______.

[quote]O conflito César/Pompeu também é central à primeira época da série mas cronologicamente, naquele ponto da série, eles ainda não inimigos declarados.[/quote]

O mesmo sucede no Alix. Eles ainda não estão em confronto directo, militar ou politico, mas Pompeu, o mau da fita, vai criando intrigas e esquemas para prejudicar César. Alix torna-se um agente deste que combate essas intrigas e esquemas. Mas há livros em que a posição se reverte.

Isto prende-se com um aspecto que não coloquei nas regras de base: a interacção entre os diversos pares conflituais. Quer dizer, o que sucede quando a tomada de partido entra em confronto com os valores? Há um segundo nível de posicionamento das personagens.

Isto é um dado da série do Alix! O livro publicado esta semana, Vercingetorix, coloca a Alix precisamente um confronto deste tipo. Ele decide que os valores são mais importantes do que o partido. Em certa medida, ele está normalmente do lado de César por entender que este está do lado da justiça enquanto Pompeu está do lado dos interesses. No caso de Vercingetorix Alix entende que a situação se reverte e que é Pompeu que está do lado da justiça. Isso é dito no livro, por sinal (mais um exemplo para citar no jogo).

Prefiro deixar este tipo de dilemas mais complexos para as regras avançadas.

[quote]Quanto aos estados, acho que a solução é não incluí-los na ficha no formato actual pois dá a impressão que tem que ser algo a ser preenchida durante a fase de criação. De certeza que depois se arranjará uma solução![/quote]

É verdade, estou de acordo contigo. Deve ser uma secção separada sobre as consequências da acção ou algo do género. Quando fizer uma actualização dos ficheiros do jogo introduzirei esta alteração.

Sérgio Mascarenhas