Tem ali pontos interessantíssimos, um mais ou menos escondido que diz “o pior cego é o que não quer ver”. Partilho um pouco da sua visão apocalíptica, até porque me encontro no campo dos que não são hardcore gamers e por isso fogem para outras formas de jogar.
O artigo não dá novidades em relação à evolução do hobby que nós já conhecemos. Sim, tornou-se muito mais difícil saber quem está a vender/comprar o quê, a partir de que sítio e para jogar aonde. Sim, D&D continua a estar no top de forma tão destacada, tão longe do segundo lugar, que basta vender uns milharzitos de cópias para chegar ao top 5. Sim, o modelo tradicional da FLGS já não funciona, especialmente em Portugal onde o mercado é ínfimo. Sim, as editoras têem de procurar métodos alternativos para publicar RPGs se quiserem continuar a vender-los em prateleiras (nomeadamente transformando-os em jogos de tabuleiro ou associando-os a licenças que suscitem vendas de fãs que nunca os vão jogar, só os querem ter). Sim, o negócio está mais difícil para os fullt-time designers que têem de fazer pela vida, mas o hobby está cada vez mais atraente para quem nele quiser entrar sem precisar de gastar um tostão para além do que já paga pela sua ligação à net (shameless plug: 7º Encontro Mensal de Roleplayers no Porto dia 06/11 - aparece e joga RPGs à borla).
[quote=Rui]Partilho um pouco da sua visão apocalíptica, até porque me encontro no campo dos que não são hardcore gamers e por isso fogem para outras formas de jogar.[/quote]É justamente por também estar no campo dos que não jogam só tabletop que não partilho da sua visão apocalíptica, não enquanto o convívio face-a-face for algo que os jogos de computador, por definição, não podem substituir. Além disso, pessoalmente, aprecio tanto um Starcraft 2 em que as mecânicas do jogo são processadas inteiramente pela máquina como um Go onde o funcionamente dessas mecânicas é feito passo-a-passo, frente-a-frente.