Eu não queria… Eu confesso que não queria vir aqui deixar nenhum post. Já causei polémicas suficientes, já me meti nas polémicas dos outros, já sofri os efeitos das polémicas causadas por outros… Mas não me deixam… Passei por aqui, com inocência, e o que vejo. Lá está o meu nome referido, lá está Kult a ser falado. E pronto, vem um homem lá de cima cá abaixo e fazem-me isto. Está mal… Agora tenho de responder… Mas digam-me lá para que se vai perder tanto tempo com estas discussões inúteis sobre os delírios messiânicos de um tal de de Ron Edwards. Sim, eu subscrevo a ideia de que o tal Ron Edwards cheira a cibermessias à distância, e não é preciso ter lido as suas obras completas para perceber que assim é. E se há quem acha mal que se discuta pessoas (não sei quem disse isto, mas houve alguém neste fórum que criticou estar-se a discutir a personalidade alegadamente perturbada desse tal Ron), então não me refiram a mim, por favor, até porque eu não estou do outro lado do oceano e até conheço algumas das pessoas que escrevem neste fórum! Parece-me que o socialmente correcto aqui tem dois pesos e duas medidas…
Bom, prosseguindo, há pessoas que socialmente não se conseguem destacar e que usam a internet da mesma forma que os polemistas de outros tempos usavam as Cornetas do Diabo para alcançar protagonismo. Enfim… Provavelmente foi esse o objectivo do pessoal que se reunir em torno dessa tal Forge. Talvez tivessem outros propósitos mais positivos. O que não era suposto - digo eu - era formar-se uma espécie de culto em redor das teorias que saem desse site. Já alguém começou a adorar a sandália do Ron Edwards? Será que tenho de sublinhar o ridículo destas situações recordando a cena a que já aludi de uma grande obra do cinema, que não tem nada a ver com RPGs, mas sim com falsos messsias? Pois bem, eu sou o eremita que não falava há não sei quantos e estava sossegado no meu buraco, quando me vieram incomodar!
Mas porquê, pergunto-me eu, porquê? Com tanto jogo para jogar, tanta campanha para preparar, vocês perdem horas com o “contrato social”, e o “espaço imaginário” e outras expressões pseudo-sociológicas (provavelmente criadas por tipos licenciados pelo MIT e que fizeram um curso de psicologia social por correspondência). Vocês já repararam que estão a discutir isto numa área do fórum chamada actual play? Isto é actual play? Onde? No meu ponto de vista “actual play” (não sei se a expressão tem o TM da Ron Edwards Inc. ou não…) é jogar… Jogar mesmo, interpretar personagens, a malta divertir-se, etc, etc. Não discutir qual é o sexo dos anjos ou se os ajos têm sexo, e se o sexo dos anjos é grande ou pequeno e se são virgens ou não… Que raio! Que cena estranha!
Bom, se acham que essas teorias facilitam ou proporcionam alguma coisa, muito bem. Pelos comentários que eu tenho apanhado até agora não funcionam de modo algum, mas, enfim, isto é má-língua minha. Agora que a discussão sobre este tema desintegrou o meu grupo isso é certo! E ainda tenho o Manuel à perna a dizer-me que eu fui demasiado brando com o Ricardo e que deveria tê-lo torturado publicamente no pelourinho de Oeiras.
Agora o que realmente me parece é que tudo isso só resulta se o mestre de jogo for uma besta facínora que precisa de um sistema que controle os seus ímpetos destruidores de jogador de jogos de tabuleiro. Na minha modesta opinião, se as ferramentas da Forge servem para uniformizar todo o mundo do role play sob uma única bandeira (zieg heil!), para evitar os abusos dos mestres de jogo estúpidos, o powermongering dos jogadores estúpidos, eu digo, não! Porquê? Se o grupo de jogo não presta o melhor é encontrar outro, não encontrar um sistema que é aperfeiçoado até à exaustão para controlar e refrear as interacções entre jogadores e mestre de jogo e que não tem mais nada de conteúdo… Isto para não dizer que é uma absoluta imbecilidade ter regras para agilizar interacções sociais (garanto-vos, eu que sou da área das ciências sociais, que os verdadeiros cientistas sociais rotulam, catalogam, analisam, mas não impõe regras para controlar as interacções sociais).
Bom, se o tal N do GNS assentou com uma luva alguém a mim não foi de certeza, pelos motivos que já disse mil e uma vezes. E mais uma vez: eu nunca usei bangs!!! Nem proto-bangs, nem merda nenhuma. E peço, por favor, que não voltem a incluir-me na descrição da gradual ascensão do grupo de jogo ao Céu da Forge. Eu não ascenci aos Céus, desci aos Infernos, onde estão sistemas de jogo que eu considero excelentes, como Kult, Trinity, Vampire, Adventure, entre outros… E se uma maioria pode querer dizer que os estúpidos estão todos do mesmo lado, em contrapartida uma maioria pode querer dizes que os que se querem excluir (a título de exemplo, a malta da Forge) são apenas tipos arrogantes e pretensiosos que julgam ter o dom da Verdade. E neste caso, a maioria continua a aderir aos sistemas tradicionais. Também é verdade que a maior parte da maioria deve ter aderido ao d20 - que não me agrada minimamente - mas enfim, este é um hobbie que agrada a adolescentes e não só a adultos, portanto é normal que um sistema do tipo d20 triunfe. E o d20 pelo menos não é pretensioso; monopolista, mas não pretensioso.
Dito isto, depois de ter dito já tanta coisa, espero que respeitem o meu desejo de ser mantido fora disto. Encarem-me como um “freak” se quiserem, que usando os sistemas tradicionais (que o Messias Ron Edwards poderá, eventualmente, condenar ao esquecimento) se afastou da norma absoluta e introduziu algumas alterações meramente pessoais e que para agradar a alguns jogadores (o Ricardo, naturalmente) recorreu a determinados métodos e pôs de parte algumas regras para que as coisas resultassem. Mas isso não significa, nunca significou, nem nunca significará que eu subscrevo algo que tenha sido ou vá ser escrito por alguns dos autores ou simpatizantes da Forge. Resumindo e concluindo, eu não odeio a Forge, porque, citando Nietzsche, só se odeia o que nos é igual ou superior. Eu simplesmente ignoro a Forge e tudo o que dela sai, como ignoro…enfim, não vou dizer o quê, não vá alguém ficar ofendido. E pronto, retiro-me…