(Go) in a Flash

Vi este post do MGBM...[quote]Encontrei o boardgame que acho ser o mais visualmente agradável que alguma vez vi. Chama-se GemBlo.
https://www.boardgamegeek.com/game/19427[/quote]..e, olhando para as imagens, não deixo de me lembrar daquele que acho ser o jogo mais visualmente agradável de sempre. Chama-se Go (gô).
https://www.macloo.com/gogame/gointro.htm

Experimentem a introdução em flash e vejam a entrada na Wikipédia. Go é um jogo milenar cujo desenrolar cria um tabuleiro que roça a pura expressão artística do conflito entre os dois jogadores.

Com uma mistura delicada entre lógica e intuição este jogo clássico, apesar de ser comparado ao xadrez, está ainda para além das capacidades de qualquer computador poder desafiar um profissional.

Já leram Sun Tzu? Clausewitz? Go é o verdadeiro jogo de pensamento estratégico.

Como gamer, esta é a minha última sagrada descoberta :)

E onde é que tá o random da coisa? Os planos que por mais que se testem quando chegam à hora da verdade falham por causa daquela carta que teimou em nao sair na altura certa? A incerteza do resultado que um dado tanto dá? A lei das probabilidades? A curva de sino das mesmas, que qq gamer tem de cabeça quando pensa em 2d6? A infima, e infinetesimal probabilidade do plano louco afinal resultar? Ao fim e ao cabo tal como acontece na realidade!!! Tal como se calculam as probabilidades de atravessar o amarelo que acabou de cair no semáforo 3 metros à nossa frente e se pesa contra a probabilidade de parar e levar com o de trás em cima, e isto de preferência num centésimo de segundo!!!

Mas sim, o Go tal como o Xadrêz têm o seu lugar no universo dos jogos!!!

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Mas concordo plenamente com o pombeiro!

"se não tem dados... então desconfia" - lei nº 1 dos wargames Wink

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Yaaaa Phtagnn!!

Go é um daqueles jogos milenares que ilustra toda uma cultura.

Em que outro sítio senão no japão podemos encontrar um jogo que termina quando ambos os jogadores concordarem que se chegou a uma vantagem suficiente. E não estamos a falar de uma vantagem irrecuperável uma vez que o jogo permite quase sempre dar a volta. Estou mesmo a ver dois gajos: "é pá só mais dez jogadas que eu depois já acredito ... é pá só mais três ... acho que ainda consigo ... " E passadas dez horas ainda ali estavam ...

Uma das coisas que eu gosto mais no Go é a diversidade brutal de opções a tomar em cada jogada. Quando tens vários grupos de pedras, cada um pode ter em risco a sua sobrevivência, a oportunidade de tomar mais território ou simplesmente o potencial de exercer maior influência.

Como tudo isto é feito em absoluta dinãmica com os grupos do adversário, os objectivos que temos para cada posição são ponderados momento a momento e com uma fascinante variedade estratégica. Um grupo para sobreviver precisa de espaço. Se não o tiver, pode tentar alargar a sua influência ou ameaçar tomar o grupo adversário. Se não for possível, pode tentar fechar-se em copas ou pode tentar fugir. Todavia, se entretanto, o adversário deixar pontos fracos ou podermos contar com a ajuda de outro grupo, tudo muda! A tensão entre as peças cria posições inesperadas a qualquer momento.

Num jogo tão orgãnico, devemos procurar o movimento que mais consegue fazer numa só jogada, usando ao máximo os nossos recursos e tentando manter a iniciativa. Ao mesmo tempo, é necessário reconhecer quando é que é urgente resguardar uma determinada posição há medida que vão sendo definidos os pontos cruciais do tabuleiro. Reconhecer aquilo que é importante e aquilo que é supérfulo é uma parte essencial do Go.

De um ponto de vista imaginário, é fácil visualizar cada uma das pequenas partes do nosso gigantesco exército a tentar chamar a nossa atenção, a quererem atacar ou recuar, a pedirem comida ou botas para andar, a perguntarem-nos se vão marchar para a morte, a fazerem-nos hesitar sobre onde vamos jogar, que posição vamos priveligiar, como decidir se todos os pontos são importantes! :) Cabe-nos a nós - generais deste exército - reconhecer que territórios podem ser perdidos e que outros são críticos e determinar como gerir as perdas e os ganhos nas nossas forças.

Vejam o que mais gente tem a dizer sobre Go em www.kiseido.com

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Devo dizer que, para o meu gosto pessoal, me são indiferentes as supostas fronteiras que se imaginam existir entre os jogos. Já joguei cardgames, RPGs, miniaturas, boardgames, wargames e tudo o mais e não vão ser supostas separaçoes entre jogos tradicionais e não tradicionais ou entre a falta de dados ou excesso deles que me vão impedir de experimentar jogos que possam ser interessantes.

Julguei que era só o pessoal de RPG que prezava as suas "linhas na areia" para poder dizer que se sente mais confortável deste lado ou daquele. Talvez o problema seja mesmo meu que sou demasiado tolerante e não tenho tempo para jogar todos os jogos que quero :)

Nao estou a falar em deixar de lado e nao jogar, estou a falar em quais os que dão logo um tique tack assim que se dá uma vista de olhos pelas regras e quais não dão. Há ppl que ouve falar em dados e pensamento imediato: “É aleatório, pura sorte, não é jogo”, enquanto que há pessoal que é exactamente o contrário!!! LOL!!! Tenha eu tempo para jogar. Para mim o que me faz imediatamente não jogar um jogo são as cores, ainda na sexta o philipe mostra-me um jogo, começa-me a explicar as regras e quando eu olho para os componentes, não muito obrigado!! Safa aquilo parecia um arco-iris em tons de verdes!!! Questões de ser daltónico!! LOL

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

O Go, na minha opinião é um jogo demasiado parecido com o xadrez, de regras extremamente simples mas que permitem ao jogador uma complexidade brutalissima, que exige tremendo esforço e dedicação... claro que se pode jogar tudo isso sem se ser um verdadeiro mestre (tal como todos os jogos)...

Jogo jogos sem dados (estranha-se mas entranha-se) e adoro montes de mecânicas de n jogos que não estão dependentes da sorte... mas o Go, o xadrez, as damas e o reversi estão fora da minha lista... há quem lhe chame gostos... e eu também Laughing

Mas sim ... sou essencialmente um wargamer (com miniaturas) e os dados são meus amigos de longa data ... não posso de um momento para o outro deixar de lhes ligar pevide... não vão eles deixar-me mal numa batalha futura Laughing

Yaaaa Phtagnn!!

Sim, a curva de aprendizagem é completamente diferente.
Aliás, é um paradoxo, mas Go tem regras ainda mais simples que xadrez, por isso é mais difícil de aprender :) Quanto mais liberdade se tem, mais complicado se torna decidir. A complexidade do jogo também é a sua virtude.

Claro que não estou a dizer que este é o melhor wargame do mundo - nem se pode fazer a comparação - e, se calhar, Go nem pertence neste site, mas um gajo, se tem um blogue, também é para estas coisas.

Se alguém quiser saber mais, mande-me um mail ([email protected]).

Existe também um joguito muito fixe que usa um mini-tabuleiro de 9x9 e dá para experimentar o básico.

Hoy, :)

Um esclarecimento:

[quote=Sgrovi]um jogo que termina quando ambos os jogadores concordarem que se chegou a uma vantagem suficiente[/quote]

Um jogo de Go termina quando ambos os adversarios passam consecutivamente. Normalmente, só se passa quando já só há jogadas que nos custem pontos, e é típico isto acontecer ao mesmo tempo para ambos os jogadores, mas pode não acontecer isso. Quanto aos jogadores concordarem ou não, isso é irrelevante. :)

Já Tenjo, esse sim. Condições de vitória: ganhas o jogo quando toda a gente à mesa concordar que já ganhaste! :)

[quote=JMendes]Um jogo de Go termina quando ambos os adversarios passam consecutivamente. Normalmente, só se passa quando já só há jogadas que nos custem pontos, e é típico isto acontecer ao mesmo tempo para ambos os jogadores, mas pode não acontecer isso.[/quote]Sim, quando o jogo está perto do fim, o tabuleiro estará dividido em territórios controlados por um jogador ou por outro. Jogar dentro do nosso território - a menos que seja para o proteger - apenas ocupa espaço e reduz a nossa pontuação final. No entanto, teoricamente é sempre possível ir jogando dentro do território do adversário, tentando invadi-lo. Na prática, nós avaliamos a posição do nosso adversário e vemos que seria uma perda de tempo invadi-la, ou seja, cada peça que lá entrar é uma peça morta.

Este é dos primeiros conceitos talvez um pouco difíceis de interiorizar no Go e que tem inteiramente a ver com a profundidade estratégica do jogo. Se quiserem saber mais, mandem-me um mail e têem aqui um óptimo servidor para jogar na net:
https://www.kiseido.com
Se quiserem aprender a jogar, registem-se e digam-me qualquer coisa. Relembro que o meu mail é rickdg @ gmail.com