Alguém deu um excelente exemplo com porcos para explicar Incoerência à mesa de jogo; como não consigo lembrar-me de quem o fez, vou tentar descrevê-lo aqui - tendo certeza absoluta que o mais certo é o exemplo não passar a vários níveis e pelas mais variadas razões:
Imaginem porcos. Suínos. Porquinhos. Bácoros. Tós.
Agora imagem 3 tipos, diferentes, que gostam de porcos.
O 1º gosta de cozinhar porcos. Ele tem uma panóplia de receitas de porcos ao seu dispôr que envergonha os maiores chefs dos melhores restaurantes.
O 2º gosta de corridas de porcos, e tem um porco campeão na Corrida Anual de Porcos de Idanha-a-Nova chamado Bonito.
O 3º gosta de porcos em casa como animais de estimação, e tem um porco inteligentíssimo que lhe vai buscar o jornal e os chinelos e lhe ganha regularmente ao xadrez chamado Bernardo.
Agora imaginem que os três homens se encontram, e o 1º diz: "bom, eu gosto mais é das costoletas do porco, e vocês?"
Isto é Incoerência, e o mesmo acontece às mesas de jogo um pouco por todo o Mundo, inclusivé à minha, embora tente evitá-lo a todo o custo - falhando ligeiramente menos que miseravelmente.
Numa outra nota, cada vez gosto mais de ler o Bankuei.
Numa outra nota ainda, isto revela um pouco dos meus sentimentos em relação à Teoria - até há bem pouco tempo, tinha apenas encontrado uma pessoa que se
queixava de estar insatisfeito com o roleplay; depois de 18 anos a jogar, e depois de uns 6 meses a falar sobre isto, posso dizer que encontrei talvez mais três. Todas as pessoas com que falei sobre rpg até hoje se mostravam plenamente satisfeitas com o seu jogo; aliás, posso dizer com segurança que as pessoas com que falo hoje e que não conhecem Teoria estão bastante satisfeitas com o seu jogo - jogam apenas e únicamente um tipo de jogo e recusam-se a explorar outros, mas estão satisfeitíssimas - e aprendi à minha custa que não posso apontar-lhes o dedo e evangilizá-las à força sob pena altíssima de hostilização irracional.
Eu, por minha parte, também estava satisfeito com o meu estilo de jogo, mas não me importo de aprender mais, e adoro falar sobre rpg. Acho, no entanto, que grande parte das coisas novas que surgem são apenas dar nomes a algo que já existe há anos - como disse noutra lado: é como A Lei Da Gravidade, sempre esteve cá, mas até o Newton levar com a maçã na cabeça não havia ninguém a falar sobre isso - e isso é simplesmente cansativo.
Já agora: há um novo meet-up a chegar; gostava de encontrar lá mais caras novas, se possível, e de rever o máximo de caras antigas; aqui aponto o dedo a 2 grupos distintos: Hugo Barbosa e João Mendes, gostava de vos ver (e rever) por lá e ao vosso gang, e tenho muito mais do que uma razão para o querer.
Como sempre, discutam isto se vos aprouver.