Boas!
Estou a fazer uma espécie de inquérito ou colecta de opiniões sobre aquilo que gostam no mundo dos jogos (miniaturas e/ou tabuleiro) de forma a poder criar uma base para um projecto que ando a desenvolver há um par de anos.
Peço a vossa sincera opinião sobre alguns pontos a ter em conta quando encontram um jogo novo, aquilo que gostam ou detestam. Ou aspectos que achem determinantes a condenar um jogo ao insucesso.
Isto serve de referência para umas regras que ando a escrever há um tempo para uma espécie de jogo de tabuleiro com miniaturas. Já tenho grande parte das regras escritas e o projecto todo concebido, neste momento quero passar à fase de aperfeiçoamento e finalização, integrando a informação que irei obter nos vossos feedbacks.
Este tópico estará presente em três locais distintos, o fórum [b]Setti.tv[/b] (www.setti.tv/nforum) destinado a jogos de miniaturas como Warhammer e Flames of War; o fórum [b]Fog of War[/b] (index.php) destinado a jogos de miniaturas como Warhammer e Warmachine; e o fórum [b]Abre o Jogo[/b] (www.abreojogo.com) destinado a jogos de tabuleiro e RPGs, de forma a aglomerar toda a informação dos vários núcleos. Algumas perguntas estão mais direccionadas para jogos de tabuleiro enquanto outras para jogos de miniaturas por isso enquadrem-nas como quiserem.
[size=14][b]-TIPO DE DADOS: D6 ou D10[/b][/size]
A grande maioria de jogos de miniaturas e tabuleiro utilizam o D6, dado de 6 faces numerado de 1 a 6 enquanto que nos RPG o dado mais comum passou a ser o D10, dado de 10 faces numerado de 1 a 10 (existem algumas regras que utilizam a numeração 0 a 9).
Acham que a escolha do número de faces interfere com o jogo?!
Eu estou habituado ao D6 por excelência e a estabelecer relações com base nessa variável, mas para fins estatísticos, ou comodismo, considero o D10 como um dado mais equilibrado. A maior parte dos jogos de miniaturas com D6 utilizam tabelas de relação entre valores para definir qual o valor a tirar no dado para considerar sucesso/falha. Com o D10 pode-se utilizar um sistema diferente como a maior parte das Statlines são concebidas com valores entre 0 e 10, o D10 corresponde na mesma medida porque o número de faces é idêntico ao valor mínimo e máximo a atingir (isto utilizando o princípio 1~10). A média passa também a ser algo a considerar porque com mais 4 números aparecem mais hipóteses de se falhar como de acertar (dependendo do número a atingir) e isso tem relevância num sistema de jogo.
O único contra do D10 é o formato... o formato do D6 é universal e o dado rola bastante bem, sendo também fácil a forma como se obtém o resultado. No D10 o dado não rola tão bem e o valor só pode ser visto de ângulo frontal ao dado, o que torna a coisa mais difícil quando tentamos perceber o resultado de outras pessoas.
[size=14][b]-TABULEIRO MARCADO ou SISTEMA DE MEDIDA[/b][/size]
Ok, esta pergunta entra quase num "jogo de miniaturas" VS "jogo de tabuleiro", mas tem fundamento para o que eu pretendo.
Para o pessoal das miniaturas, não olhando a regras, acham que os vossos jogos de miniaturas (WH:FB; WH:40; FOW; WM) tinham a perder se jogados num sistema de terreno marcado (quadrados ou hexágonos) com medidas pré-concebidas e sabendo à partida o que iria ou não ser tangível?
Para o pessoal dos boardgames, não olhando a regras, acham que os vossos jogos de tabuleiro (Battlelore, Memoir'44, Axies & Allies, C&C, etc.) tinham a perder se jogados num tabuleiro sem qualquer marcação, sendo necessária a utilização de fita métrica?
Eu sei que cada jogo é um jogo por isso talvez resuma as duas perguntas numa só: o mesmo jogo com o mesmo sistema de regras, tabuleiro marcado ou sistema de medida?
[b]--MEDIDAS LIVRES OU FECHADAS[/b]
No seguimento dos jogos com sistemas de medidas, preferem medidas livres (onde se pode medir tudo e ter uma antecipação do que pode ser feito e dos valores a atingir) ou sistema de medidas fechado (onde só existe a possibilidade de medir após declaração de acções condicionando os valores a atingir)?
[b]--SISTEMA DE MEDIDAS MÉTRICO ou IMPERIAL[/b]
Este é um tema que gera discussão... a minha opinião relativamente a este factor é simples, jogo conforme o sistema foi desenhado originalmente! As adaptações de sistemas gera arredondamentos e números estranhos. No caso métrico->imperial é terrível porque lida-se com números não-inteiros, enquanto o contrário já é mais simples devido a poder ser escalável (m, cm, mm).
Mas, se estiverem a criar um jogo novo, de miniaturas, e a terem de optar entre um sistema e o outro, qual optariam?
[size=14][b]-ACÇÃO POR TURNO ou ACÇÃO POR SEQUÊNCIA[/b][/size]
Esta pergunta vem no sentido de controlo de mais de uma peça/unidade/grupo/etc.
Vocês preferem o tipo de acções por turno, onde um jogador faz o que pode ser feito com as suas peças/unidades, utiliza todas as acções disponíveis e cede o turno ao adversário para que este faça o mesmo; ou preferem um sistema de acção por sequência onde um jogador joga UMA das suas peças/unidades e faz todas as acções dessa peça/unidade dando e cede ao adversário a possibilidade de fazer o mesmo com UMA das suas peças/unidades?
Existem muitos jogos de tabuleiro onde estes dois métodos são utilizados... por exemplo, dos que eu jogo, o Runebound é um jogo que se adequa à primeira opção, onde eu movimento o meu herói, dou porrada, faço magias, compro coisas, acabo o meu turno e não faço mais nada; agora é o adversário a fazer o turno dele. Na maior parte dos jogos de miniaturas este sistema é o sistema por defeito, o que causa um grande impacto no jogo, como o facto de ter o primeiro turno em que possa movimentar e sobretudo causar baixas ao adversário.
Outro jogo de tabuleiro que jogo, o Agricola, corresponde à segunda opção. Eu designo uma das minhas peças para fazer uma acção e resolvo-a, e o meu adversário faz o mesmo com uma das suas peças, ciclicamente. Este conceito já foi aplicado em jogos de miniaturas, esteve numa edição antiga de 40K e a interactividade é maior. O contra que vejo é a nível de regras pois têm de existir regras muito bem definidas para não existir caos nos "turnos" de sequência.
[b]--SEQUÊNCIA: ACÇÃO POR ACÇÃO ou TURNOS DE ACÇÕES[/b]
Isto é um bocado esquisito mas no exemplo que dei (3a Edição de 40K) onde UMA unidade movia->disparava->combatia e o adversário fazia o mesmo com UMA unidade sua. Até aqui tudo bem mas para criar ainda mais interactividade (ou confusão) consideravam o facto de fazer o mesmo com as acções?!
Exemplo:
Jogador 1 move unidade A - Jogador 2 move unidade X; Jogador 1 dispara unidade A sobre unidade Z - Jogador 2 dispara unidade X sobre unidade A...
Parece um bocado confuso... mas acham que, se muito bem escrito, um sistema de regras com este tipo de implementação funcionava?!
APARTE: o projecto que escrevi tem um princípio de Acção-Reacção onde não existem quaisquer tipo de turnos e as unidades são "activadas". Acho que o AT-43 da Rackham tem um sistema parecido ao que descrevi acima mas não confirmo porque não cheguei a testar o sistema (ainda).
[size=14][b]-CARTAS ou LIVROS (regras)[/b][/size]
Este é o último ponto a focar neste pequeno inquérito.
É-vos mais prático ter as regras compiladas num livro (ou vários) ou ter outros métodos de referência como Cartas (em caso de miniaturas) ou descrições no próprio Tabuleiro (em caso de jogos de Tabuleiro)?
No caso dos jogos de miniaturas existem ambos os métodos. O mais usual (WH:FB, WH:40K e FOW) as regras e especificações de unidades são todas compiladas num ou vários livros de regras/regimentos. Mas também existem Cartas de referência nos jogos Warmachine/Hordes e AT-43.
Isto também depende um pouco de jogo para jogo... no meu caso específico estou a criar regras para um jogo Skirmish com "named characters" ou indivíduos únicos. Acho que neste ambiente o uso de cartas é capaz de funcionar melhor visualmente, pelo menos em Warmachine/AT-43 as cartas têm utilidade práctica no jogo e não servem apenas como referência. No meu caso serviriam talvez como referência mas sem grandes fins prácticos.
E também torna a coisa mais apelativa. Para alguns jogadores não tão integrados no mundo dos jogos de miniaturas massivos ter umas cartas de referência criam um ambiente mais light do que tabelas em livros.
Agora resta saber se pretendem informação dispersa em cartas de referência ou no próprio tabuleiro de jogo ou compilada em livros e tabelas.
Foi tudo... pelo menos as arestas que pretendo limar. Se tiver mais alguma questão ou ponto de vista criarei novo tópico em continuação a este.
Se tiverem algum outro factor a apontar que não os supracitados estejam à vontade para partilhar. Knowledge is the Weapon!
Obrigado pelo interesse!
Carlos