Jacques Xavier

JACQUES XAVIER, Male Military, Fast1: Init +3; Defense 18; PF/PV 10/14; Atk +3 melee, +3 ranged; SV Fort +2, Ref +4, Will +2; Rep +0; Str 16, Dex 16, Con 14, Int 15, Wis 14, Cha 12.
Skills: Balance +7, Craft (mechanical) +6, Drive +7, Escape Artist +5, Hide +7, Knowledge (tactics) +3, Move Silently +7, Read/Write Language (1), Sleight of Hand +5, Speak Language (1).
Feats: Defensive Martial Arts, Light Armor Proficiency, Personal Firearms Proficiency, Simple Weapons Proficiency.
Talents: Increased Speed.
Languages: francês, português, ingles, árabe.
Possessions: Compass, digital camera, duct tape, holster (concealed, leg), knife, light undercover shirt, pathfinder (.22 revolver).

No relatório do ECTLO, o parecer do psicólogo, Dr. Ulysse, indica-o como inapto para a frente de combate, sendo que “depois de diversas conversas com o referido soldado, recomendo(a) que depois do que aconteceu em , nomeadamente , ele não mais poderá servir na frente de combate, pelo que aconselho que seja colocado em reserva territorial.”

Foi assim que Jacques Xavier acabou por ser colocado como segurança, na Embaixada Francesa, em Lisboa. Mas as lembranças do seu passado em cenário de guerra não o largavam e decide tirar uns dias numa viagem pelo norte do país.
Eis que espreita, ao passar pela ponte de S. João, espreita pelo comboio e sente uma pontada no estômago!
Aquela cidade era tão parecida com a sua terra natal que simplesmente tinha de viver lá!
O pedido de transferência deu entrada poucos dias depois e, em pouco tempo, estava a trabalhar como segurança do Consulado Francês, no Porto.

Mas, em pouco tempo, os fantasmas do passado voltaram para o assombrar e Jacques só encontrava a paz nas lutas clandestinas que iam acontecendo um pouco por toda a parte. Ganhou fama nos bairros de pior nome: Aleixo, Cerco, Lagarteiro. Onde quer que houvesse um ring numa cave escura, Jacques aparecia por lá.
Passou a conhecer as ruelas da Invicta melhor do que as da velha Brest.

A maioria dos gunas temia-o.
Ou, pelo menos, julgava que sim…

Para Jacques, nada melhor do que começar a semana de folga com um bom combate! O seu ranking era invejável e apostar nele era dinheiro seguro. Gostavam de o ver a cansar o adversário, antes de lhe aplicar o ‘combo de Brest’ (como era já conhecida a sua rotina de socos e ganchos).

Mas o combate de hoje era diferente! Este combate não acabava no terceiro Round, como era normal nas lutas clandestinas. Este combate durava até ao Knock Out: às vezes horas, às vezes segundos — mas rendia mais algum dinheiro…!

Na verdade, Jacques não estava muito preocupado. Já tinha encontrado este adversário no ‘ring’ e conhecia bem as suas manhas: os seus compinchas chamavam-lhe Vandâ, por causa dos seus pontapés à altura do queixo! Mas os seus socos não tinham força nenhuma!

O combate realizava-se dentro de um círculo de motas.

Ligam-se os motores.
Acendem-se os faróis, apontados aos dois adversários, que já suam debaixo das luzes.

Um bacano acelera a primeira vez. Últimas apostas.

Segundo ‘burst’. Público ao rubro. Todos os olhos postos nos lutadores.

O tal bacano acelera a terceira vez. O combate começa assim que a mota chegue ao ralentim e, depois, só pára quando um dos dois não se levantar.

A DT já ronrona. O Vandâ lança-se ao ar num rotativo de fúria. Quase que apanhava Jacques desprevenido. Ainda o obriga a dar as costas ao pilar. Pressiona. Chuta no estômago. Jacques defende. Contra-balanceia co’um kick no pilar, volta-se.

O gajo parecia ter aprendido umas coisas desde o último encontro. Jacques esboça o ‘combo de Brest’ para o atiçar, mas ele parecia ter estudado uma defesa contra o golpe. Nada, porém, que com umas pequenas alterações, Jacques não conseguisse romper.

Mas eis que se desvenda o segredo máximo do Vandâ: um dos seus compinchas lança-lhe uma navalha para junto dos pés. Ele corre a agarrá-la e chicoteia o braço co’a mira posta em Jacques!
Consegue surpreendê-lo com um golpe no ombro e, acto contínuo, uma cotovelada no peito!

Jacques fita a sua ferida só de relance e responde com um forte soco no estômago do Vandâ.

A força do seu soco foi tanta que o assustou à séria(!), mas os compinchas dele gritam a incentivá-lo: «Fura-m’esse gajo! Baza-lh’um olho!»

O Vandâ recobra os ânimos e desata a correr contra Jacques, de navalha em punho!

Jacques tenta desviar-se mas o ímpeto do Vandâ ultrapassa as suas expectativas. Carrega sobre Jacques negando a sua defesa, e consegue desferir-lhe um golpe com a navalha.

Mas Jacques aproveita o seu movimento pesado para lhe aplicar uma valente joelhada nas costelas.

O Vandâ fica cego de raiva e sacode-lhe a navalha à cara. Mas Jacques baixa-se sem grandes problemas.

Agora Jacques vira-se ao Vandâ (ainda de frente) e tenta agarrá-lo pelo cachaço.

Os movimentos repentinos de Jacques apanham o Vandâ de surpresa e, ainda que tente esboçar uma navalhada, não consegue responder decentemente.

Jacques consegue puxá-lo facilmente para baixo e, dando a volta por detrás dele, engancha-lhe o pescoço com o braço esquerdo. Com a outra mão torce-lhe o braço que segura a naifa por detrás das suas costas.

Aperta.

O Vandâ ainda se sacode uma, esperneia duas vezes... mas logo perde a força e desfalece.

A navalha tilinta ao cair no chão. Jacques solta o Vandâ para a frente. Cai seco, dentes primeiro, no cimento oleoso da garagem.

 

O público está mudo.

 

Os capangas da organização logo se aproximam, cercando Jacques para que não sofra represálias, e escoltam-no para o escritório do Conde – o chefão da operação.

Este, de fato branco e gravata de padrão xadrez, estava já sentado do outro lado da secretária: “Tás de parabéns, carago! Pega lá na tua parte...” – desenha um sorriso malandro. “Agora desampara-m'a loja, ó Francês!”

Os capangas levam-no ao chuveiro improvisado, deixando transpirar que alguém deverá ter dito aos apostadores que o Vandâ tinha uma surpresa hoje. É que praticamente toda a gente apostou nele...! “Só o Conde é que apostou em ti, pá!” – diz um deles, piscando o olho.

Com efeito, apesar do Conde lhe ter dado €200, Jacques conseguira entrever uma maquia muito maior numa das gavetas da sua secretária.

Jacques seca-se com uma toalha suada.

Os capangas acompanham-no à saída. “Agora 'tás por tua conta.” – relembram.

Jacques acende um cigarro e, enquanto dá as primeiras passas, numa esquina mais à frente há alguém que o chama: “Aí, ó Avec, não queres bir até aqui!?”