Jogos novos Abril de 2019

Coloquem em resposta um tópico com os jogos novos que experimentaram em Abril e as vossas impressões sobre os mesmos.



Mafia de Cuba



Um jogo de dedução social que desconhecia por completo. Foi uma agradável surpresa principalmente porque resultou bastante bem em 5 partidas seguidas com um grupo de 11 pessoas!

Foi também a prova que continuo a ser uma nulidade neste tipo de jogos. :slight_smile:





Camel Up



Já tinha ouvido falar dele e com referências que é um familiar descompremetido e divertido. Confirmo que sim já que joguei com algumas pessoas do meu grupo habitual de jantaradas e correu bastante bem. Tem uma duração e profundidade ideal para uns bons momentos entre amigos e/ou família.

Não tenciono comprá-lo (joguei um emprestado), mas vai ficar na mira para o jogar de vez em quando.





Maharaja: The Game of Palace Building in India



Em Viana do Castelo temos um colega que de vez em quando gosta de desenterrar alguns jogos esquecidos. Este Maharaja foi um deles.

Gostei por ter mecânicas um pouco diferentes e que proporcionou uma sessão animada. Não consegui perceber se poderá ser um jogo com muita reutilização ou de vida curta.

Penso que é mais uma vítima da quantidade de oferta diferente que existe nos jogos de tabuleiro. Vai ser inevitavelmente atropelado por outros jogos mais na moda.







Raiders of the North Sea



Falei da moda em cima. Este parece-me bem um jogo da moda.

Interessante com uma mecânica simples e que proporciona alguns momentos variados. No entanto fiquei com a impressão que se torna um pouco uma "corrida" e que haverá um (ou dois) "caminhos" que são melhores do que os restantes.

Achei curioso ter uma caixa bem pequena para um jogo desta envergadura e, confesso, gostaria de o jogar mais umas vezes.

E também experimentá-lo a solo :smiley:





Friday



A compra deste jogo é mesmo uma consequência da atenção que ultimamente tenho dado à faceta solo dos boardgames.

Como é referenciado em tudo o que é lista de jogos a solo, fui dar uma espreitadela a um vídeo e, aliado ao preço relativamente baixo, decidi comprar.

Já joguei três vezes e ainda nem aos piratas cheguei. Mas já deu para perceber que é um jogo que requer paciência e persistência. Portanto conto revisitá-lo várias vezes nos próximos tempos e creio que depois de o dominar, volte a jogá-lo periodicamente.

[quote=lbaixinho]Foi uma agradável surpresa principalmente porque resultou bastante bem em 5 partidas seguidas com um grupo de 11 pessoas!

Foi também a prova que continuo a ser uma nulidade neste tipo de jogos. :)[/quote]

Yup!

Eu tb não sou grande jogador no que toca a deduções… mas essa foi uma Máfia do caraças :wink:


Res Arcana - 2 partidas
2019


Este é um jogo muito rápido de construção de um motor de transformação de recursos e destes em pontos. Tão rápido que anda ali muito perto do campo dos fillers...
No entanto as combinações e variabilidade podem levá-lo a parecer não o ser.
Achei curiosa a ideia de ter um baralho limitado de 8 cartas que será apenas o que se terá para usar, além do "personagem", individualmente em todo o jogo.
Por outro lado o benefício de ser tão rápido é também o que, para mim, o deixa ficar um pouco mal... Quando estamos a ver o motor a começar a funcionar, o jogo acaba. Este jogo é para aqueles que conseguem escolher o motor mais rápido a conseguir a sua eficácia. Não se dão muitas voltas ao baralho, uma, no máximo duas (o jogo dura 4 ou 5 rondas) e portanto será também um pouco dependente de quão rápido e se na sequência certa nos saem as cartas necessárias para "construir" o motor.
Joga-se com agrado mas não tem, para mim, apelo a longo prazo. Para quem não se importa de investir, estou certo que virão aí muitas expansões para manter a coisa "fresca".

New Frontiers - 1 partida
2018

Do mesmo designer do jogo anterior, este jogo tem uma história engraçada e é uma espécie de encerramento do círculo iniciado com o Puerto Rico e partilha com este muitas coisas.
O Puerto Rico foi inovador na mecânica de selecção de papeis... Um sucesso de vendas e até nº1 no BGG durante muitos anos (creio que será o jogo com maior longevidade nessa situação mas não tenho a certeza).
Depois surgiu o San Juan que era uma espécie de Puerto Rico: Jogo de Cartas... Também bem sucedido e ainda em edição (actualmente numa versão 2 com ligeiras modificações).
Daí, surgiu o Race for the Galaxy (já de Tom Lehman, também) que era uma variação sobre o San Juan mudando a forma como a escolha de papeis deixava de ser o ponto fulcral de competição e dava outra importância aos "edifícios"/"planetas" de custo 6.
O Race for the Galaxy teve muitas expansões, uma versão de dados e, agora, este New Frontiers que sendo o Race for the galaxy: o Jogo de Tabuleiro. acaba por ser algo como um Puerto Rico, versão 2.

E é. Quem já jogou os dois não terá dificuldades em ver as semelhanças. O New Frontiers tem mais papeis, uma valorização dos mesmos diferente (no Puerto Rico todos os não escolhidos são "incentivados", neste só um), algumas ligeiras alterações no funcionamento desses papeis, uma escolha de "edifícios"/"tecnologias" variável, e não fixa como no Puerto Rico, e, claro, a mudança do tema entre a Terra e o Espaço. Mas é muito, muito parecido.

Curiosamente, acaba, para mim, por ter o mesmo "problema" do Res Arcana. É demasiado rápido.
O Puerto Rico é um jogo para hora e meia. Este, com jogadores familiarizados, deve estar ali a bater na hora certinha. No Puerto Rico temos um desenvolvimento lento da economia da ilha, o mercados não absorve todos os produtos de forma livre, os mesmos só podem ser enviados para o "velho mundo" sem se misturarem, a construção dos edifícios é custosa, o número de colonos é condicionado às necessidades, as plantações vão crescendo aos poucos e a sua produção implica, em muitos casos, ter os edifícios necessários ocupados.
No New Frontiers as coisas são mais "livres". O número de planetas (as "plantações" do PR) descoberto é muito grande. A colonização dos mesmos é mais directa. A produção acaba por ser um pouco menos determinante que no PR. Os desenvolvimentos (os "edifícios" do PR) estão logo activos mal se compram e não é necessário ocupá-los. E por aí fora...
E isto não é mau, objectivamente, por si. Até faz algum sentido temático pois as coisas no tempo dos navios à vela eram mais lentas do que, provavelmente, serão no tempo das viagens interplanetárias.

Mas eu gosto de ver as coisas a desenvolverem-se. Gosto de ter tempo para desenvolver uma estratégia a mais longo prazo. E assim, acho que prefiro jogar Puerto Rico...

Uma outra coisa que me diverte bastante em relação a estes dois jogos (Puerto Rico e New Frontiers) é a análise social da coisa.
Muitos de nós estarão a par das "polémicas" em volta do Puerto Rico, da sua suposta legitimização da escravatura, e outros disparates do género... Este New Frontiers e a ausência de polémica à sua volta servem o excelente propósito de demonstrar como as tais "polémicas" são absurdas. No fundo é praticamente o mesmo jogo mas, pelos vistos, a colonização e exploração de territórios (planetas inteiros), o extermínio de espécies ou a alteração e destrução de culturas indígenas (ironicamente apelidadas de Uplift) já não serão um problema... Desde que seja no espaço e os colonos sejam azuis e não castanhos.
No espaço ninguém ouve os escravos gritar, afinal...

Snooker Solitaire - 1 partida
2016


Em boa verdade, já tinha jogado isto antes. Mas não tinha registado...
É um Print and Play interessante para quem gosta de Snooker. É simples, pouco trabalhoso de imprimir e as mecânicas são bastantes competentes a simular as escolhas e tácticas que um jogador de Snooker tem que fazer durante uma partida. A estrutura que vai colocando contra nós adversários gradualmente mais difíceis também faz um bom trabalho.
Se gostam do desporto e o decurso actual do Campeonato do Mundo vos desperta o interesse no mesmo, experimentem este PnP...

Wildlands - 1 partida
2018

Andava muito curioso para experimentar este jogo de pancadaria do Martin Wallace. Este mês pude finalmente fazê-lo.
Está muito interessante. É essencialmente táctico e creio que, tal como mencionado na conversa após a partida, será melhor a 3 ou 4 jogadores (como joguei).
As facções pareceram-me requerer um tipo diferente de aproximação a cada uma e o conhecimento das mesmas ajudará certamente à competitividade.
Só teria duas coisas a apontar ao jogo e uma delas decorre da outra.
O preço... E isso é, provavelmente, por culpa das miniaturas. Estão muito giras, isso não é o problema... O problema é que dificultam a "leitura" do jogo. A questão mais frequente na partida que jogamos foi, sem dúvida: "Qual é este boneco?"
É importante para o jogo estarmos cientes de qual é o personagem dos oponentes (e o nossos também) num determinado espaço do tabuleiro e a ausência do símbolo do mesmo na miniatura, base ou outra coisa qualquer, é um problema. Temos que olhar para a aparência física de uma miniatura de 3 cm, comparar isso com a imagem na carta e só assim podemos saber quem é quem.
Por mim, se houvesse ume edição deste jogo com peças em cartão com os símbolos dos personagens em vez das miniaturas e a diferença de preço correspondente a isso, talvez comprasse, apesar de estar a tentar reduzir à colecção. Assim, é demasiado caro para o que é... Mesmo sendo divertido e interessante.
Raispartam as sacripantas das minis!
 

Abril foi um mês mais calmo em termos de novidades, e nem todas foram muito boas.







O Just One foi sem dúvida a novidade do mês, tendo visto a mesa 9 vezes. Um party game de palavras, muito semelhante ao Codenames. Em relação a este, gosto que o Just One abra a possibilidade a toda a mesa de dar pistas em vez de um solitário spymaster, o que leva a que haja menos tempos mortos que no Codenames e seja mais acessível a diversos tipos de jogadores. Quando o expliquei pela primeira vez toda a gente suspeitou e comentou "é só isto? Fácil". Mas no final da primeira partida estava tudo com pica para jogar outra vez, e tentar melhorar a desastrosa pontuação inicial. Apesar de estar aprovado, e ter algumas vantagens sobre o Codenames, acho que nunca chega a dar aquela satisfação do Codenames quando o Spymaster consegue relacionar 4-5 palavras e a equipa acerta todas. Não sei também quanto tempo durará o fascínio do jogo, à medida que o mesmo grupo vai jogado várias vezes. Para já, apetece-me continuar a jogar até atingir a miragem que é a pontuação perfeita. 







As expansões contam como novidades? Este mês experimentei pela primeira vez a expansão Colonies para o Terraforming Mars. Infelizmente, e tal como as expansões anteriores (com excepção da Hellas & Elysium), acho que não é uma mais-valia para o  jogo, antes uma distração dispendiosa para os jogadores sem, em que as acções e cartas novas não dão grande retorno pelo investimento. 







Uma experiência curiosa, tendo em conta que conseguimos jogar com uma série de regras mal num jogo tão simples. É um area-control muito básico, com disputa por zonas e pontuação para quem controlar mais zonas em cada distrito no fim do jogo. A forma errada como o jogámos tornou o jogo mais lento e estratégico, em vez de mais rápido e táctico, que seria o objectivo inicial dos designers. Tenho que experimentar novamente com as regras correctas, mas mesmo assim não me parece que esteja ao mesmo nível de tanto bom area control que anda por aí.







Já aqui tinha este por jogar há algum tempo, e finalmente pude levá-lo à mesa. Bom cooperativo, parece-me que o sistema funciona muito bem. Pensei que seria um Pandemic ligeiramente mais puxado, mas é completamente diferente. Começámos com um jogo a quatro, que levou algum tempo, tendo perdido na última ronda. Voltei a jogá-lo duas vezes a solo, em nenhuma estive perto de ganhar. Há cooperativos que nos fazem pensar que está tudo a correr bem para depois nos tirar o tapete debaixo dos pés com um mecanismo aleatório, aqui quase tudo é determinado pelas nossas escolhas, e começamos a sofrer logo de início. Quero jogar mais com outros números de jogadores. 

Este mês joguei 4 jogos novos:





London (Second Edition)





Excelente jogo de draft de cartas, controlo de mão e, também, da pobreza.

Desde então já o joguei em três ocasiões e certamente o irei jogar mais vezes.

Gostei imenso da simplicidade e elegância do jogo. É suprendentemente bastante estratégico. 





Shadowrun Crossfire: Prime Runner Edition





Um deck builder cooperativo, bastante interessante e desafiante. Bem diferente dos Legendary Encounters ou campanhas do Hero Realms.

Numa tarde fiz várias partidas - algumas bem rápidas (porque correram horrivelmente mal) - e certamente irei continuar a experimentá-lo.





A Game of Thrones: Catan – Brotherhood of the Watch





O que dizer deste jogo… é o Catan, jogo do qual gosto mas com uns pequenos twists. 

Terei de o experimentar outra vez para formar uma melhor opinião do jogo mas acho que prefiro o Catan normal.

Não gostei de, em determinados momentos do jogo, haver a hípotese de um jogador (que esteja na frente) possa deixar a muralha cair para vencer a partida. 





Top Race





O Top Race foi-me descrito como sendo o predecessor do Downforce mas ainda melhor. Não sei se melhor mas diferente o suficiente sim, são dois jogos diferentes.

A forma de jogar é em tudo idêntica mas com algumas diferenças fundamentais entre os jogos nas formas dos leilões e apostas.

No Downforce é possível vencer focando-se nas apostas e poupando nos leilões. Os poderes variáveis também são interessantes e não existem no Top Race.

O Top Race foca-se mais na corrida e tentar vencer com o nosso carro, as apostas e até mesmo os leilões são quase secundários. 

Apesar de gostar bastante do Downforce (que aliás faz parte da minha colecção) irei certamente voltar a jogar o Top Race; são os dois bons e são experiências diferentes.