Quando o La Strada saiu há uns anitos atrás, podia ter passado debaixo dos radares da maioria dos boardgames se não fosse por um detalhe importante: O designer deste boardgame é o Martin Wallace.
Em La Strada o objectivo do jogo é ganhar o máximo de ouro construindo, surpresa, estradas. As estradas ligarão vários aglomerados populacionais o que consequentemente trará ouro para o jogador. 4 jogadores podem jogar este boardgame.
Para começar, este boardgame é modular. O tabuleiro de jogo tem várias partes e é montado, a parte de jogo do tabuleiro sendo um hexágono que pode ser montado de varias maneiras. Isto e mais o facto de que as aldeias e cidades são postas no tabuleiro de forma aleatória contribuem para uma maior longevidade deste jogo.
No começo do jogo, depois de montado o tabuleiro e colocadas as vilas e cidades, cada jogador coloca um workshop no tabuleiro. Esta será a nossa base de onde tudo começa. A área de jogo esta dividida em três tipos de terrenos, planícies, florestas e montanhas. Isto é importante. Recebemos várias estradas que deverão ser colocadas durante o jogo. Cada estrada custa um determinado valor. Estradas de planície custam 2 recursos, enquanto que estradas de montanhas valem 4 recursos, e deverão ser colocada conforme o terreno onde é colocada, por exemplo estradas de planícies em planícies. E como pagamos as estradas? Simples, cada jogador ganha no fim de cada turno 6 recursos que pode acumular com recursos não gastos até 10 recursos. Usam-se esses recursos para comprar estradas, quantas quisermos até gastarmos os recursos todos, se quisermos, no nosso turno.
Há algumas regras para construir estradas no entanto. Quando quisermos ligar uma cidade com uma estrada, somos obrigados a ligar a cidades que não tenham sido ainda ligadas por estradas nossas. Logo, é impossível andar ás voltas, tem que se ligar a sítios que ainda não estão na nossa rede de estradas. Cada cidade ou aldeia ligada implica que podemos expandir as nossas estradas a partir dessa cidade ou aldeia. Assim, o jogo evolui de maneira a que quase o tabuleiro todo fique ligado com as nossas estradas.
Quando ligamos um sítio populacional, pomos nesse sítio um cubo da nossa cor. Este cubo indica que temos controlo desse sítio. Claro, outros jogadores podem por cubos lá também desde que liguem a esse sítio com uma estrada. Quantos mais cubos um sítio tiver, menos ouro cada jogador ganha, logo é essencial que consigamos os monopólios dos sítios populacionais mais grandes, como as metrópoles.

No fim do jogo, que acontece quando ou não temos mais estradas para colocar, ou não temos mais cubos, ou já não há mais nenhuma jogada possível para o jogador, contam-se o ouro de cada jogador. O ouro é atribuído conforme a representação de cubos nas aldeias e cidades. Quantos mais cubos de diferentes jogadores estiverem num sítio, menos ouro o jogador ganha. E prontos, quem tiver mais ouro no fim ganha.
Este é um jogo simples de regras fáceis. Apesar de ter sido designed pelo Wallace, é um jogo puramente táctico. De facto é na sua simplicidade que reside o melhor aspecto do jogo. Este boardgame joga-se em 15, 20 minutos e isto adicionado a sua simplicidade torna um jogo num óptimo filler boardgame, ou seja, um boardgame para jogar antes, entre ou depois dos boardgames principais.
Eu cá gosto do jogo. Não é nada de especial e nos jogos do tipo de conectar lugares o Medieval Merchant ainda esta como meu preferido. Mas este jogo é bom e perfeito para se jogar quando se tem 20 minutos de folga. Recomendo este boardgame a quem quiser jogar algo rápido e não complicado ou a quem é maluco pelo Wallace para ver o seu outro lado de designing que é o designing de boardgames rápidos e simples. Poderá também ser bom para iniciados aos boardgames, como jogo de entrada a este mundo.
Um 15 de 20.