LisboaCon 2009 - Mini-encontro de Roleplayers

Olha que estás a deitar achas à fogueira (apagada) dos rpg = culto satanista...

Eu gosto de rpg e gosto de jogos de tabuleiro, o meu problema é outro: Não conheço nenhum rpg que seja tão fácil de gerir e fisicamente «colorido» como um jogo de tabuleiro; não conheço nenhum jogo de tabuleiro que seja tão interessante como um rpg. Aos poucos a convergência vai-se afirmando.

Sérgio Mascarenhas

Foi de facto uma pena não poder ter comparecido neste evento, especialmente depois de tanto chatear o Mariano para se combinar qualquer coisa de RPGs para Lisboa.

Espero que nos possamos encontrar em Leiria, de preferência com um pouco mais de organização. Mariano, abres o tópico?

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Bem, finalmente, após dois anos de ausência, volto a esta "casa" e para comentar o mini encontro de RPG na LisboaCon.

Tomei conhecimento do evento através do jrmariano numa conversa no Forum da White-Wolf e pareceu-me logo uma boa ideia visto que se há algo que falta em Lx são encontros de RPG. Ainda que este fosse de boardgames, a mera presença de RPlayers foi o suficiente para me convencer a aparecer.

O ambiente estava um bocado caótico é verdade e mexermo-nos no meio daquela confusão não era a coisa mais fácil do mundo. No entanto, dado o espaço disponibilizado e a (felizmente) enorme afluência que se registou, dificilmente seria de outra forma. Ainda assim deu para trocar dois dedos de conversa, experimentar alguns jogos novos e formatos diferentes e como disse o jrmariano firmar a intenção de se começar as Transylvania Chronicles.

Acho que o balanço foi positivo e venham mais eventos!

Quanto ao LeiriaCon não sei se vai gente de Lx, muita, pouca, se já estão organizados ou não. Se houver gente que queira ir mas não tem como ou não lhe agrada a ir sozinho (para já, eu), era boa ideia organizar-se e juntar um grupo para uma peregrinação a Leiria (com o bónus de se conhecer o Tromba Rija original - sim, eu penso sempre com o estomago).

Em Lx fica a info que me foi dada por um dos organizadores da LisboaCon, há um restaurante (creio ou se calhar é bar, não me recordo bem e ainda não tive tempo de lá ir) chamado PassionFruit onde se costumam reunir boardgamers na maioria e alguns RPlayers às quartas-feiras de tarde e até à 1h da manhã para convivio e jogo.

Resumo da ópera, foi bom e soube a pouco!

Abraços!

Também vais comprar o Warhammer 3? :slight_smile:

Tenho algumas dúvidas de que a diferença entre RPGs e BGs seja apenas questão de gestão ou cor. Um RPG com props, dados, fotos e imagens, hand-outs, música e sons de fundo, figuras e tiles bate qualquer jogo de tabuleiro na questão da cor. E tens Boardgames com sistemas de regras que conseguem ser mais complicados do que o BRP.

Eu vou comprar e devo correr a demonstração na LeiriaCon. Quem aparece para experimentar o Warhammer Fantasy Roleplay 3rd Edition?

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Não há stresse. Precisámos foi de mais Mestres de Jogo para o evento ou um Mestre de Cerimónias que facilitasse o convívio. Acho que podias ter ajudado nesse sentido.

Já tinha aberto o tópico do Encontro Nacional de Roleplayers - LeiriaCon 2009 antes sequer da LisboaCon, aqui: https://www.abreojogo.com/node/6946

Visitem-nos e que comecem os preparativos! :slight_smile:

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Não, tenho outras prioridades, pouco orçamento e é «caixa» a mais para mim. Acresce que não sou um fan do universo de jogo. Mas que vou querer ver, lá isso vou.

Para mim a diferença entre rpgs e jogos de tabuleiro não está de facto nos materiais de jogo nem nas regras, antes está na forma como uns e outras são usados. É por isso que penso que o rpg tem muito a aprender com os jogos de tabuleiro quanto à estruturação de conjuntos de materiais... e os jogos de tabuleiro têm muito que aprender com os rpgs quanto à criação de um ambiente de jogo. Eu hoje tendo a ver os dois mais como pontos num contínuo do que como realidades independentes. Há duas experiências que gostava de ter:

Chegar para jogar rpg, faltarem jogadores, haver uns novatos na sala, o tempo ser curto, e transformarmos a sessão de rpg num jogo de tabuleiro.

Começar a jogar um jogo de tabuleiro, a envolvência crescer e a certa altura saltarmos para rpg.

Ambos os casos deviam ser possíveis sem problema de maior, sem mudança de sistema de jogo, sem ajustamentos complicados de descrição das personagens e entidades de jogo. Infelizmente não conheço (ainda) nenhum pacote com estas características.

Sérgio Mascarenhas

[quote=smascrns]Para mim a diferença entre rpgs e jogos de tabuleiro não está de facto nos materiais de jogo nem nas regras, antes está na forma como uns e outras são usados. É por isso que penso que o rpg tem muito a aprender com os jogos de tabuleiro quanto à estruturação de conjuntos de materiais... e os jogos de tabuleiro têm muito que aprender com os rpgs quanto à criação de um ambiente de jogo. Eu hoje tendo a ver os dois mais como pontos num contínuo do que como realidades independentes. Há duas experiências que gostava de ter:

Chegar para jogar rpg, faltarem jogadores, haver uns novatos na sala, o tempo ser curto, e transformarmos a sessão de rpg num jogo de tabuleiro.

Começar a jogar um jogo de tabuleiro, a envolvência crescer e a certa altura saltarmos para rpg.

Ambos os casos deviam ser possíveis sem problema de maior, sem mudança de sistema de jogo, sem ajustamentos complicados de descrição das personagens e entidades de jogo. Infelizmente não conheço (ainda) nenhum pacote com estas características.[/quote]É pá, estou a ter flashbacks deste thread épico Happy Meeple

Gosto da tua ideia dos pontos num contínuo em vez de realidades independentes. Há muita, muita variedade de jogos de tabuleiro e muita, muita variedade de RPGs. É natural que estas linhas se toquem nas extremidades mas não sei se se poderão sobrepõr. Para já, os meus playtestings têem revelado que não.

É verdade, andamos em círculos, não é? Mas o ano que decorreu entretanto viu multiplicarem-se os materiais «tabuleiro» para DD4 e aparecer o WH3...

Eu olho cada vez mais para os jogos e as mecânicas como uma plataforma que pode ser utilizada para diversas finalidades, sem daí resultar que sejam tudo a mesma coisa. Mas que as pontes existem, lá isso existem. E até podem ser bem antigas. Descobri há dias uma descrição no BBG de um jogo de tabuleiro sobre a fuga de oficiais de uma prisão durante a 2ª GG onde ele é descrito mais ou menos nos seguintes termos: há um jogador que gere os alemães; os outros jogadores assumem o papel de oficiais prisioneiros que organizam tentativas de fuga. Cheira-me a que temos lá os componentes dum rpg táctico. Pequeno detalhe: o jogo data de 1973... um ano antes de um tal D&D...

Sérgio Mascarenhas

PS Afinal não, estava enganado. Fui ver as regras e o tal jogo, Escape from Colditz, pouco tem de rpg.

Quando é que podes vir um dia a Lisboa mostrar isto?


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O sistema é o mesmo de 40k?

Na essência sim mas usa dados customizados e componentes de jogos de tabuleiro e de cartas como interface para se jogar RPG.

Mais informação aqui: https://www.fantasyflightgames.com/edge_news.asp?eidn=904

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Vou investigar isso então. O universo de WH40K bem como de Old World (ou fantasy) parecem-me fascinantes mas sou sincero, detestei o sistema e não consegui nutrir qualquer simpatia pelo meu Adeptus Arbitrus!

https://www.abreojogo.com/node/6904


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Não creio que o problema dos RPGs sejam as mecânicas. Até porque, vamos ser francos, as mecânicas dos RPGs derivam dos jogos de tabuleiro…
O problema é mesmo os settings detalhadíssimos dos RPGs, que exigem um enorme investimento de tempo para ambientação. Quando procuro RPGs que sejam de acesso fácil, o problema não são as regras, é mesmo conseguir condensar um universo de jogo em poucas palavras que permita aos novatos jogar…

Se vires, a maior parte dos jogos de tabuleiro actuais, o setting (ou tema, como lhe chamam) é largamente rudimentar/inexistente/indiferente para a jogabilidade. É difícil reproduzir isso em termos de RPGS.

Por outras palavras, é fácil explicar o Basic Roleplaying em 10-15 minutos. Não é fácil explicar o Glorantha nesse intervalo de tempo.

Sim e não, tudo depende dos exemplos. Um universo hiper detalhado para um rpg one shot não faz sentido. Ora a maior parte dos jogos de tabuleiro funcionam mais ou menos como one shots. Com a diferença de que nos jdt há rejogabilidade, ou seja, os jogadores podem jogar várias vezes o mesmo «cenário», enquanto isso já não se aplica aos rpgs. E é por isso que os rpgs precisam de universos detalhados.

Mas, por outro lado, pergunta a um amante de jogos de guerra napoleónicos ou de jogos de guerra de segunda guerra mundial se ele vai lá com superficialidades! Esses jogadores querem jogos que transmitam universos muito mais detalhados, investigados, digeridos do que qualquer universo de rpg.

E quanto a explicar Glorantha num instante... eu fiquei fan com o RQ2 onde as explicações eram... rudimentares, incompletas e muito insuficientes. Deixei de ser fan à medida que me foram sendo impingidas mais e mais detalhes que simplesmente não me disparavam a imaginação como os esboços e fragmentos do RQ2. Já para não falar do DD original...

Nota que eu não estou a eliminar a diferença entre rpg e jdt, penso é que ela apenas tendencialmente passa por aí. Qualquer jdt sobre a Terra Media é muito mais interessante para quem tenha lido e se tenha empolgado com os livros do Tolkien. E quem o leu e disponha de um sistema de rpg simples e adaptável quase não precisa de materiais produzidos especificamente para jogar rpg na Terra Media.

Sérgio Mascarenhas

Não é por nada pessoal mas já que esse tópico de conversa se desvia do tópico principal será que não podiam abrir outro tópico ou continuar a conversa naquele tópico de que o Rick_Danger falou? :slight_smile:

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Assim que o tiver nas minhas mãos combina-se qualquer coisa. Talvez num encontro mensal se eu o receber antes da LeiriaCon?

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E ainda bem que apareceste, Prophet. :slight_smile:

O pessoal que vai para a LeiriaCon costuma combinar as viagens para se tornar efectivamente mais acessível visitá-la.

Por acaso aconselho-te vivamente a começares a ires à Quartas dos Boardgames no Passion Fruit porque acho que vais acabar por estabelecer contactos nesse sentido e afinidades no campo do gaming (incluindo o RPG).

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Repara que os jogos de guerra napoleónicos ou da segunda guerra mundial de que falas não são representativos dos jogos de tabuleiro que agora se jogam. E tal como os RPGS, também exigem substanciais conhecimentos de fundo e um enorme investimento inicial para entrar no universo que representam (mesmo sendo um contexto histórico familiar). Já para não falar que estes tipos de jogos têm uma duração média de 6 a 8 horas.

A maioria dos jogos de tabuleiro que são mais populares são jogos abstractos com um verniz de tema, em que os jogadores manuseiam um conjunto de regras simples e que não exigem qualquer conhecimento ou relação com o universo/tema em que o jogo alegadamente se insere (aliás, é muito frequente as mesmas mecânicas serem transpostas para temas completamente diferentes).

Enfim, para não prolongar isto, o que eu queria dizer é que o problema dos RPGs não passa pelas mecânicas que são usadas, mas por arranjar um setting que seja acessível aos novatos e consiga sustentar o interesse dos veteranos.