Log de uma sessão online de Amber

Ontem à noite, eu e a Raquel decidimos divertir-nos a jogar por chat no messenger uma pequena cena respeitante à nossa campanha de Amber Diceless... os resultados foram, no mínimo, inesperados, e a coisa foi tão incrível e tão intensa que acabou por durar quase dez horas de jogo!

A Raquel de certeza que quererá polir o texto antes de o publicar no site ou no fórum da campanha; já eu prefiro apresentar aqui o log completo do chat, para que não só o resultado final mas também todo o processo de negociação e criação fiquem documentados para os curiosos e estudiosos.

A cena foi introduzida por mim, como um reencontro inesperado do meu personagem com uma sua inimiga. Já sabia que a Raquel me ia oferecer algum tipo de oportunidade de vender a alma ao diabo em troca de algo que me ia interessar muito, mas estava à espera de ser traído e atacado, para receber uma boa dose de pancada antes de chegar à parte das negociações. Afinal, a Raquel saiu-se com algo completamente diferente. Quem acabou a trair pessoas (PCs e NPCs) a torto e a direito foi o meu personagem, que costuma ser um perfeito santo (bom, comparado com os grandes sacanas que povoam o mundo do jogo). Os outros jogadores vão querer a minha cabeça depois de lerem isto!

E pronto, feitas as apresentações cá vai esta pequena história sobre jogos de traição e sedução.


Ricardo: [Bom, vou começar eu com o parágrafo que tinha já escrito para o texto de ficção que não cheguei a continuar.]

GabrielRicardo: Tal como em todas as outras noites do ano, nas ruas secundárias do porto da cidade de Amber as ilhas de luz eram fracas e bastante espaçadas. Gabriel parou debaixo de um dos postes de iluminação, e retirou o papel do bolso.

Ricardo: Os olhos varreram a mensagem mais uma vez, sem no entanto a lerem. É que o texto já estava guardado na sua mente desde que alguém enfiara aquele pedaço de papel por debaixo da porta do seu quarto: 'Ainda procuras informações sobre o teu passado?'

Ricardo: [and that's it!]

Raquel: [Só pra confirmar, esta mensagen seria da Penta, certo?]

Ricardo: [sure! mas se não for o estilo dela, podemos mudar.]

Raquel: [Está bom assim! Estou só a entrosar-me na história.]

Raquel: Uma simples frase, sem nada que indicasse quem a escrevera: nada de assinatura, nada de símbolo, apenas um local e uma hora – aqui e agora. Ao longe, os sons de gargalhadas e música de alguma taverna tornam-se mais claros por alguns segundos até a porta se voltar a fechar e abafar os sons, deixando Gabriel a escutar o ranger do madeirame dos barcos no porto e o marulhar suave da água contra os cais.

Ricardo: [cool... my turn, ou continuas?]

Raquel: [Posso escrever mais um parágrafo, ou preferes continuar? Por mim tanto faz.]

Ricardo: [então continua tu. eu só ficar ali a olhar impacientemente para todo o lado à espera que alguém apareça.]

Raquel: [OK]

Ricardo: [estou curioso para ver como ela entra na cena... virá disfarçada? ou fará uma daquelas famosas entradas from above?]

Raquel: Nesta noite, os sons parecem ampliados, talvez porque Gabriel esteja mais alerta. O esvoaçar de morcegos, um grito na distância, o corricar de uma ratazana numa valeta. E então por fim o som de passos na mesma rua. Cada vez mais alto. Das sombras surge um par de silhuetas. Desilusão. Afinal são uma patrulha da Guarda da Cidade, que olha Gabriel de olhos desconfiados ao passar.

Raquel: [Queres que faça mais um parágrafo para fazer entrar a Penta?]

Ricardo: [força! eu vou pôr arroz ao lume!]

Raquel: [OK]

Raquel: O misterioso autor da carta estava atrasado pelo menos dez minutos. Gabriel começava a impacientar-se quando um ruído de panos a esvoaçar o fez girar nos calcanhares. Um vulto escuro saltara do telhado de um dos prédios e aterrava a poucos metros de si na rua deserta. A aterragem que deveria ter sido violenta foi afinal suave.

Raquel: O vulto era difícil de distinguir das sombras da noite, embrulhado como estava numa capa negra até aos pés. O vulto deu dois passos em frente, entrando calma mas cautelosamente no círculo de luz do poste a que Gabriel se encostara. Desta vez não haviam chamas à vista, nem asas a bater, mas Gabriel reconheceu claramente a face perfeitinha e o sorriso malévolo de Penta Kness.

Penta KnessRaquel: [Agora sou eu quem vai pôr cenas ao lume. Já venho.]

Ricardo: Gabriel desembainhou de imediato a sua espada, e pelo canto dos olhos procurou os comparsas de Penta Kness, que sem dúvida se aproximavam pelas sombras para o cercar.

Ricardo: "O que raio estás tu aqui a fazer?"

Raquel: Penta olhou a espada com escárnio nos olhos negros como carvões, mas mesmo assim parou o seu avanço. A capa negra mexeu-se, abriu uma nesga à frente, como se ela tivesse apoiado as mãos nas ancas. A nesga revelou botas altas e coxas macias. Ignorando a pergunta original, Penta falou em tons quentes. "Vejo que recebeu o meu recado."

Ricardo: Gabriel continuou a prescrutar a escuridão mas de outras pessoas nem sinal. Mas que raio?

De súbito, Gabriel girou 90 graus sobre si próprio e olhou por cima do ombro para o sitio onde antes tinha as costas voltadas.

Ricardo: "Onde está o Blayne?" perguntou ele. "Invisível algures, à espera de me ver de costas?"

Ricardo: A espada de Gabriel cortou o ar em várias direcções aleatórias, mas não atingiu mais nada que não fosse a brisa nocturna.

Ricardo: [your turn!]

Raquel: A gargalhada de Penta fazia lembrar o gotejar de água num riacho, mas era palpavelmente escarninha e ao mesmo tempo divertida. "Ui, de facto o Blaine vem de uma família de assassinos, mas creio que ele estaria mais interessado num certo outro alvo amberita." Um piscar de olho provocador acompanhado de um sorriso maligno.

Ricardo: Gabriel sossegou um pouco. Estaria ela a dizer a verdade? Ela ia enfrentá-lo sozinho? A bem da verdade, ele não era assim tão bom com uma espada, mas se ela lhe desse uns segundos para se poder concentrar no Logrus, tinha poucas dúvidas de sair dali vencedor.

Ricardo: Gabriel mediu melhor a sua adversária. Aquele piscar de olho, e as coxas macias que os movimentos da capa deixavam antever... será que ela o queria distrair e apanhar desprevenido? Se sim, parecia estar a resultar... pelo menos confuso ele já estava.

Ricardo: [bom, agora eu devia perguntar o que ela faz ali, ou se vamos ajustar contas ou não, algo assim... não me lembro é de nenhuma frase fixe de diálogo. queres falar tu primeiro?]

Raquel: [Pode ser...]

Raquel: Vendo que Gabriel descontraía um pouco, o sorriso de Penta Kness descaíu ligeiramente e ela agora parecia olhar o baronete com mais cautela. Parecendo chegar a uma decisão, Penta atirou para trás a capa com um gesto gracioso que parecia de hábito.

Raquel: Apesar de Gabriel ter tido um vislumbre de asas, a capa caíu de tal maneira que disfarçava os apêndices. À sua frente, Penta revelava-se, esbelta, elegante, um autêntico anjo caído.

Raquel: Vinha de botas altas, saia a meio da coxa, com rachas de lado que deixavam pouco à imaginação, e uma carapaça a proteger o peito que nem lhe chegava a meio da barriga. Tirando a capa, o único material que usava parecia ser couro. E pele cremosa.

Raquel: E aparentemente estava desarmada.

Raquel: “Já está mais descansado?” perguntou ela na sua voz quente. “Podemos conversar um pouco?”

Raquel: [Tua vez]

Ricardo: Gabriel engoliu em seco. O seu primeiro instinto foi certificar-se que Trisha não estava por perto para ver o que quer que fosse que se estava ali a passar. Mas Trisha estava ainda a recuperar, em casa, claro. Além disso, ele era casado mas podia olhar, ou não?

Raquel: [LOL!]

Ricardo: Sentindo-se meio tolo, ali com a espada em riste, Gabriel voltou a embainhar a lâmina. Queria deixar um ou dois centímetros de folga, para puder soltar a espada rapidamente numa emergência. No entanto, um movimento subtil de Penta no último instante abriu um pouco mais da sua saia, e Gabriel empurrou a espada até ao fim antes de dar pelo erro. O pequeno mecanismo de tranca de segurança na bainha fez clique. Maldição.

Ricardo: Gabriel sorriu, e tentou parecer descontraído. Mas todo ele estava rígido e tenso, em antecipação de... não sabia bem o quê.

Ricardo: "Conversar... claro, podemos conversar. Mas nada de truques." Nada de truques, boa Gabriel. Ela deve estar cheia de medo de ti.

Ricardo: [your turn!]

Raquel: Penta inclinou a cabeça para o lado, como se Gabriel fosse uma curiosidade. Não estava a sorrir, mas isso parecia ser um esforço para ela, já que os cantos dos seus lábios tremiam muito ligeiramente como se se quisessem lançar noutro sorriso escarninho. Em vez disso, voltou a falar.

Raquel: “Descontraia, Gabriel,” disse ela, dando um passo em frente. Ao contrário de muitas criaturas voadoras, Penta era graciosa em terra, movendo-se como um felino. Deu mais um passo e parou a cerca de três metros de Gabriel. “Estamos no meio da rua, em plena Amber. Não há aqui truques.”

Raquel: A mulher não dava a mínima indicação de medo ou inquietude. Ou tinha alguma na manga, ou era de tal modo intrépida que não receava caminhar as ruas de Amber.

Raquel: [your turn]

Ricardo: Gabriel olhou para a esquerda e para a direita, ao longo da rua. Estavam em plena Amber, isso era verdade. E a guarda andava por perto; não que fosse útil contra Penta, mas ao menos saber que as patrulhas por aí andavam deixava Gabriel mais descansado. O que é que Penta podia fazer? Se ela quisesse incendiar alguma coisa ali, que estivesse à vontade.

Ricardo: Okay, eu mordo o isco, menina, pensou Gabriel.

Ricardo: "Se realmente fez este caminho para falar comigo, vamos falar então," disse Gabriel, tentando não deixar que os seus olhos descaíssem para as coxas de Penta. "Foi uma pena que da última vez tivesse feito uma saída tão súbita da minha habitação; mal pudémos trocar mais de duas palavras."

Ricardo: [tua vez!]

Raquel: Sem qualquer aviso, o olhar da mulher alada tornou-se frio como pedra, seus olhos como duas esferas de mármore polido. “Vossemecê não foi propriamente o anfitrião mais cordial com que já me deparei, diga-se de passagem.” Sem perder qualquer suavidade, a voz de Penta já não era quente. Mais como o vento frio fustigando uma floresta queimada. Com um brilhozinho vingativo no olho, Penta acrescentou:

Raquel: "Como vai a cadelinha da Tamara? Daphne, não era?”

Raquel: [your turn]

Ricardo: Gabriel abriu a boca para praguejar, mas conteve-se a tempo. Durante toda a conversa, nem sequer dispensara um pensamento para Daphne, a prima a quem supostamente queria tanto. Talvez pudesse retirar dali algo que ajudasse Daphne? Mas isso só ia acontecer se não espantasse Penta.

Ricardo: "A Daphne ainda não está totalmente recuperada..." tentou Gabriel dizer sem que notasse qualquer hesitação. "Mas ao menos é uma pessoa livre. A Lady Kness com certeza apreciará o valor dessa qualidade, não?"

Ricardo: [now you]

Raquel: Penta soltou uma gargalhada, agradavelmente surpreendida com a riposta do baronete. O seu olhar voltou a ganhar vida e calor quando enfrentou Gabriel, molhando o lábio inferior com uma língua rosada. "A liberdade valerá alguma coisa a quem não a aprecia?"

Raquel: Não esperando por uma resposta do Gabriel, Penta mudou o peso de uma perna para a outra num movimento fluido. Com um arquear de uma sobrancelha escura, contra-atacou: "A cadelinha tem o cérebro frito, não é verdade? Continua numa prisão, quiçá pior ainda que a outra."

Raquel: [tua vez]

Ricardo: Gabriel ficou calado por uns segundos. "É uma questão de tempo. Tem havido... melhorias," mentiu Gabriel.

Ricardo: Visivelmente cabisbaixo desde que Penta mencionara o nome de Daphne e, principalmente, a descrição exacta da sua condição médica, Gabriel acrescentou: "Veio de tão longe apenas para se vangloriar? Escusava de se ter incomodado. Uma carta bastava. Diga à sua patroa que as coisas não vão ficar assim... mas ela já sabe isso, não é verdade?"

Ricardo: "Faça uma boa viagem de regresso, Penta," concluiu Gabriel, fazendo tenções de regressar aos seus aposentos e de se trancar sozinho com os seus pensamentos.

Ricardo: [tu, tu!]

Raquel: "Em primeiro lugar," a voz de Penta cortou a noite como um chicote, "Tamara Hendrake não é minha patroa." Apesar do tom frio e da hostilidade ainda assim a mulher não dava mostras de qualquer tensão. A sua pose era descontraida e agora ela cruzava os braços, revelando pequenas protecções para os antebraços em couro trabalhado.

Raquel: "E não duvido que Tamara queira reaver o que o Gabriel a fez perder. De facto as coisas não vão ficar como estão, pode contar com isso." Mais um sorrizinho malévolo. "Mas o meu passeio a Amber não tem nada a ver com Tamara."

Raquel: Penta estudou a reacção de Gabriel com olhos semicerrados.

Raquel: [your turn!]

Ricardo: "Não tem?" disse Gabriel antes que o pudesse evitar. Não queria revelar a sua surpresa, mas agora era tarde demais para isso, não era? Boa, Gabriel.

Ricardo: Com o polegar de uma mão a brincar nervosamente com o seu cinto de couro trabalhado, uma oferta de Trisha, Gabriel continuou, tentanto manter o seu tom de voz neutro, desta vez.

Ricardo: "Se realmente não tem uma relação de exclusividade com a Tamara, talvez tenhamos algo a conversar, sim. Fazia-me falta uma ajuda, para variar."

Ricardo: [agora tu]

Raquel: Um simples arquear de uma sobrancelha fina mostrou todo o desprezo que Penta sentia pela palavra ajuda vinda de um amberita. De qualquer modo, aproximou-se mais um passo e voltou a incliar a cabeça para o lado num gesto que parecia ser característico dela.

Raquel: "A minha função na vida não é facilitar a vida a amberitas," esclareceu ela. E depois com um novo sorriso quente: "Mas de facto tenho informação que lhe interessa, ou melhor, conheço quem tenha e posso providenciar um encontro..."

Raquel: [tua vez]

Raquel: [Tá aqui o Rodrigo e vamos ver um episódio de Galactica, portanto posso demorar mais um pouquito nas respostas, mas chego lá]

Ricardo: [okay, don't worry]

Ricardo: "Sou tanto Amberita como Caosiano; a Penta sabe disso," disse Gabriel, sentindo-se ofendido mas não sabendo porquê. A verdade é que não tinha muito orgulho das suas raízes nas cortes... nem em Amber, já que se falava nisso.

Ricardo: "Mas esqueçamos os pormenores. Evidentemente eu também tenho algo que lhe interessa, e eu estou curioso para saber o quê."

Ricardo: Gabriel olhou em volta. A rua continua deserta, apesar dos ruídos de animação que saíam das tavernas mais próximas. "Quer continuar esta conversa aqui, ou devemos procurar um local mais abrigado?"

Ricardo: [a bola é tua]

Raquel: Pela primeira vez Penta Kness desviou os olhos do Gabriel e olhou para um lado e depois o outro da rua escura. Com um encolher de ombros voltou a olhar Gabriel com indiferença espelhada na cara. "É a sua terra, Gabriel. A escolha é sua."

Ricardo: [ah, batota!]

Raquel: [hehehe]

Raquel: [tua vez]

Ricardo: [já sei... a casa da Nacara, eheh! ou ela já lá está a viver outra vez?]

Raquel: [Podíamos fazer uma cena gira: a Nacara apanhar-vos em flagrante na primeira noite em que volta a casa N me lembro se ela já estaria lá a viver, mas creio que não.]

Ricardo: [atão vamos nisso.]

Ricardo: "Há uma casa aqui perto que podemos usar," diz Gabriel, apontando com a mão num dos sentidos da rua. "Se fizer o favor de me acompanhar..."

Ricardo: [e a resposta dela é...]

Raquel: [Pronto, o epis acabou e já vou responder mais depressa]

Raquel: Descruzando os braços, Penta voltou a ajeitar a capa de modo a que esta lhe cobrisse o corpo, escondendo os seus atributos do resto de Amber. "Pois com certeza," foi a resposta num tom suave.

Raquel: [go ahead]

Ricardo: [fade out, fade in?]

Raquel: [ya, pode ser]

Ricardo: A zona da Praça das Cerejeiras era bastante melhor iluminada que as ruas do Porto. Gabriel conduziu Penta para um beco por detrás de uma fila de casas. Recuperou a chave do seu esconderijo habitual e dirigiu-se à porta das traseiras da casa de Nacara.

Ricardo: Após uma pequena hesitação, introduziu a chave na fechadura. Não, de certeza que Nacara ainda não estava de volta. Por causa do seu estado fragilizado, passava os seus dias e as suas noites com as suas irmãs.

Ricardo: Gabriel abriu a porta, e realmente a costa parecia livre. A casa estava silenciosa e às escuras. Enquanto Gabriel acendia os candelabros, Penta olhava em volta. A dada altura pegou num pequeno retrato emoldurado de Nacara e das suas irmãs, mas não fez qualquer comentário.

Ricardo: Terminada a sua tarefa, Gabriel deu por si na sala de jantar de Nacara, com Penta Kness quase a respirar-lhe sobre o ombro. Contornando a mesa de jantar para colocar algo entre ele e ela, Gabriel abriu um armário do pequeno bar e retirou dois copos e escolheu ao calhas uma garrafa de vinho.

Ricardo: Desapertou a sua capa, para se sentir mais à vontade - estava calor com todas aquelas velas acessas - , e sentou-se. Penta continuava de pé, a olhá-lo, com aquele sorrisinho a querer surgir-lhe nos lábios.

Ricardo: [your turn]

Raquel: Sentindo-se mais à vontade na casinha de Nacara depois do escrutínio inicial, Penta livrou-se da capa negra com um gesto teatral – talvez para benefício do baronete, talvez para lhe causar maior desconforto. A capa aterrou nas costas de uma cadeira e deixou assim à vista um par de asas com aspecto de terem saído de uma Sombra steam-punk.

Raquel: Pareciam uma engenhoca fabricada, com couro e placas de algum material acastanhado desconhecido. Mas Gabriel sabia que não eram sintéticas.

Raquel: Sob esta luz mais forte, Gabriel percebeu talmbém que em vez dos cabelos de chamas que Penta usara da última vez que se tinham encontrado, agora os seus cabelos eram negros como a noite lá fora e ondulados. A roupa continuava escassa, no entanto, e ainda não havia sinais de qualquer arma.

Raquel: “Planeia embebedar-me, Gabriel?” perguntou ela, com um tom de diversão na voz, apontando a garrafa de vinho com um gesto do queixo.

Raquel: [força]

Ricardo: "Na realidade," disse Gabriel pegando na garrafa, soltando a rolha com a mão e enchendo um dos copos, "isto é mais para meu benefício do que seu."

Ricardo: Depois de beber alguns tragos, Gabriel encheu o segundo copo até meio e empurrou-no na direcção de Penta.

Raquel: [deixa-me enfiar um comentário da Penta... coisa pequena]

Ricardo: [sure!]

Raquel: Pela primeira vez naquela noite o sorriso divertido de Penta não continha a farpa malévola. "Não me diga que o ponho nervoso..." foi o comentário, enquanto esticava a mão para o copo de vinho, mantendo-se de pé.

Raquel: [pronto]

Ricardo: Gabriel encarou Penta enquanto os dedos da sua mão direita rodavam inconscientemente para um lado e para o outro a aliança de casamento na sua mão direita. Se ela entrasse assim vestida num dos bailes de Amber, nem a tia Flora ia poder competir com ela pelo centro das atenção, pensou ele a propósito de nada.

Ricardo: A resposta de Gabriel ao comentário de Penta foi um breve sorriso amarelo. "Não se quer sentar?" convidou Gabriel.

Ricardo: [continuas?]

Raquel: [Ya, continuo]

Raquel: O escárnio regressou instantaneamente ao olhar da caosita, desta vez dirigido aos sofás e cadeiras da sala. Como resposta, Penta afastou-se com a sua bebida e foi buscar um banco alto à outra ponta da sala. Trouxe-o para junto de Gabriel, empoleirou-se no alto numa pose descontraida usando as asas com naturalidade e subtileza nos seus movimentos.

Raquel: Com um pé apoiado no próprio assento do banco, a pose desnudava-lhe por completo uma coxa. Felizmente, a aba que passava por parte dianteira da saia caiu de modo a tapar qualquer vista menos decente.

Raquel: Penta parecia nem ter notado. Cheirou o conteúdo do copo e provou o vinho. Sentada ali no banco, a ponta das suas asas quase tocava o chão. "Esta é a sua casinha de cidade?" perguntou em tom de conversação, mas algures na sua voz ia já uma farpa. Penta tirara as suas conclusões a partir dos retratos espalhados pela casa.

Raquel: [go ahead]

Ricardo: Gabriel, bebeu mais alguns goles antes de responder. O espectáculo de Penta a empoleirar-se no banco deixara-lhe a garganta seca. "Na verdade é de uma boa amiga, que está ausente há meses. Costumo vir cá quando preciso de estar sozinho. Não é exactamente o local onde as pessoas vêm procuram um príncipe de Amber, portanto..."

Ricardo: Gabriel não sabia se era boa jogada estar a revelar a Penta tanto sobre si e as pessoas que lhe eram queridas mas, como sempre, já era tarde demais para o evitar. Além disso, sem o penteado de chamas, Penta até parecia alguém que... 'Que' o quê, Gabriel? Bom, pelo menos ela ainda não demonstrara qualquer hostilidade física para com ele... e onde é que ela podia esconder uma arma vestida com aquilo?

Ricardo: [dá-lhe!]

Raquel: Penta olhou Gabriel nos olhos bastante tempo. Era difícil ler-lhe as emoções nas írises negras. Ao fim de algum tempo fungou e fez um meio-sorriso escarninho que desapareceu quase de seguida quando ela tomou mais um gole de vinho.

Raquel: "Antes que a sua amiga volte a casa," uma olhada rápida à aliança do Gabriel e um aumento milimétrico do sorriso acompanharam a palavra 'amiga', "seria talvez melhor discutirmos o assunto que nos traz a este canto do universo?"

Ricardo: "Alguns chamar-lhe-iam o centro do universo, mas tudo bem. Continue, por favor."

Raquel: Segurando o copo pela borda, entre polegar e médio, Penta apoiou o antebraço no joelho mais elevado e baloiçou o copo casualmente. O sorriso desta vez foi quase selvagem. "Sim, os amberitas sempre foram egocêntricos, é verdade," foi a resposta em tons secos.

Raquel: Mas logo de seguida Penta lançou-se na questão que vinha pairando no ar a noite inteira. "Chegou-me aos ouvidos que o Gabriel procura informação sobre o seu passado..." iniciou ela a conversa, apagando qualquer vestígio dos sorrisinhos anteriores.

Raquel: [resposta?]

Ricardo: "Bom, se não fosse verdade não teria vindo ao nosso pequeno encontro," disse Gabriel, trocando de posição na cadeira. "E de que tipo de informação estamos a falar?"

Raquel: "Informação sobre o seu pai e a sua infância," replicou logo o anjo empoleirado no banco de Nacara, baloiçando de novo o copo de vinho. "Em primeira mão," acrescentou depois de uma pausa dramática, "de alguém que esteve por perto nessa altura."

Raquel: [força]

Ricardo: "Tu?" Gabriel abriu a boca, espantado, mas desta vez conteve-se a tempo. Se chamasse 'mãe' a Penta Kness, provavelmente ela nunca ia parar de rir, nem daqui a mil anos. Ela disse 'por perto', mas de certeza que não queria dizer tão perto assim.

Ricardo: "Isso seriam realmente boas notícias. Um acidente grave deixou-me com algumas falhas sérias na minha memória, falhas essas que espero colmatar rapidamente para prosseguir os meus projectos" disse Gabriel enquanto se levantava da sua cadeira e se aproximava de Penta.

Ricardo: A alguns passos dela, Gabriel encostou-se à mesa da sala, e cruzou os braços, olhando-a nos olhos. "E porque é que eu tenho um pressentimento que isto me vai sair caro, Lady Penta?"

Ricardo: [força]

Raquel: Penta parecia estar a esforçar-se por manter outro sorriso afastado dos seus lábios, mas os seus olhos negros brilhavam com algo entre diversão e crueldade. Ela parou de baloiçar o copo e inclinou a cabeça. "Informação é uma coisa fabulosa," disse ela, circundando o assunto. "Vale tanto mais quanto o desespero para a alcançar. E eu ouvi dizer que o Gabriel já tentou várias fontes."

Raquel: Ela encolheu os ombros, um gesto que se reflectiu nas asas. "Portanto creio que sim, que o preço será elevado. Estará disposto a pagar alto, Gabriel? Quer assim tanto saber de onde lhe vem o sangue?"

Raquel: [força]

Ricardo: "Nesta altura do campeonato, Penta, aceito toda a [i]ajuda[/i] que me puder dar, vender ou trocar. Deixe-se de rodeios. Qual é o seu preço?" perguntou Gabriel, mantendo-se firme na sua pose de braços cruzados.

Ricardo: [tell, do tell!]

Raquel: "Duas coisas," disse ela de imediato, levantando-se com graciosidade felina e aproximando-se de Gabriel, com o copo ainda pendendo de uma mão. "Primeiro, o afastamento dos príncipes que defendem Garnath..."

Raquel: Penta esperou pela reacção de Gabriel, aproximando-se outro passo, medindo-o com os seus olhos de carvão. Ela estava agora tão perto que Gabriel lhe conseguia apanhar o aroma da pele, um cheiro a verde e natureza que parecia incongruente com a pessoa à sua frente.

Raquel: [força]

Ricardo: "Afastamento?" Gabriel fechou os olhos por um momento, para se poder concentrar naquele aroma. "Quer que abra as portas do reino de Ambar para os vossos exércitos passarem, é isso?"

Ricardo: [vá, diz-me lá que isso não é assim tão mau, eheh]

Raquel: "Ora..." disse Penta, dando os passos finais que a colocavam a dois palmos do Gabriel. Gesticulou com o braço livre e abriu muito ligeiramente as asas. "Não é bem assim. Só falei nos príncipes. Esta terra tem exércitos, certo?" E com essa, Penta debruçou-se mais perto de Gabriel, esticando um braço para poisar o seu copo na mesa atrás de Gabriel, braço esse que roçou no de Gabriel.

Raquel: [força]

Ricardo: Gabriel tentou permanecer o mais quieto possível, para não acusar o contacto. Obviamente que a sua posse rígida o denunciou ainda mais rapidamente.

Ricardo: "Só os príncipes, diz a Penta. Sim, não seria impossível arranjar uma distração que mantivesse os meus primos ocupados por algum tempo. Enganar um tio seria muito mais difícil, mas eles parecerem estar ocupados noutros lados. É a minha prima Jeanne quem está responsável pelas defesas de Garnath."

Ricardo: "Feito. E a segunda condição?" perguntou Gabriel, olhando com espectativa os olhos negros de Lady Penta, que pareciam fixos nos seus.

Ricardo: [hit me!]

Raquel: Assim perto, os olhos de Penta Kness eram um pouco mais fáceis de ler, e Gabriel pôde ver claramente uma sugestão de surpresa e agrado nas profundezas das íris negras por uma fracção de segundo. Penta sorriu, e desta vez era um sorriso agradável. "Está-me a parecer que de facto vamos conseguir aqui um negociozinho," comentou quase num ronronar.

Raquel: Em vez de se afastar, Penta manteve-se ali, quase a tocar em Gabriel. O calor da pele dela era quase palpável. "A segunda parte encaixa lindamente com a primeira. Queremos o Príncipe Balthazar numa bandeja, que é como quem diz, num certo lugar, a uma certa hora, sozinho e sem Trumps."

Raquel: Penta voltou a molhar os lábios, mas os seus olhos não largavam os de Gabriel.

Raquel: [Hehehe!]

Raquel: [Ia meter qualquer coisa relacionada com a Trisha, mas depois achei que era rebuscado demais... Mas ainda te hei-de tramar com o casório, vais ver.]

Ricardo: "O Balthazar?" Gabriel tentou falar devagar, para não gaguejar. "Pensei que... que se dessem bem com ele. Afinal, ele está noivo de uma mulher alada como você," disse Gabriel, levantando uma mão e passando os dedos ao de leve nas asas de aspecto sintético de Penta. Ele queria tocar-lhe, e aquele parecia-lhe o sítio mais inocente, por causa do aspecto mecânico. "O que lhe querem fazer?"

Ricardo: [eheh, fizeste bem. força!]

Raquel: O aspecto bem podia ser mecânico, mas o material (fosse lá ele qual fosse) era quente e suave como pele, embora mais rígido. E era sensível ao toque, dava a sensação de ter vida própria.

Raquel: Penta reagiu ao toque abrindo mais as asas para a frente, ameaçando envolvê-los lentamente num meio-círculo com elas.

Raquel: Nos seus olhos, no entanto, passou um clarão de surpresa ao comentário do Gabriel. "Não me tinha apercebido que ele estava noivo, e muito menos de um outro anjo," comentou ela numa voz quente e baixa. "Fala-me dela," pediu, ignorando a última pergunta do Gabriel.

Raquel: [go ahead!]

Ricardo: [*outro* anjo? *anjos*? ela deve estar a gozar, não? eheh]

Raquel: [LOL! Pá, tem asas...]

Ricardo: "Da Carolina? É uma longa história..." disse Gabriel, como que hipnotizado pelas reacções do tecido das asas às suas carícias.

Ricardo: [do you wanna hear it all?]

Raquel: Penta parecia estar a gostar do toque porque completou o semi-círculo em redor deles, isolando-os do resto do mundo tanto quanto possível. No movimento dos músculos (seriam mesmo músculos normais?) havia uma força enorme subentendida.

Raquel: A caosita ergueu uma mão que poisou no peito de Gabriel, junto ao coração. "Hmm, parece que nenhum de nós tem pressa..." disse ela à laia de resposta, acrescentando depois um "Gostas das minhas asas?" mais caloroso.

Raquel: [go ahead!]

Ricardo: "As tuas asas? Nunca vi nada igual... estão diferentes; desde a última vez, quero dizer."

Ricardo: [faz aí um comentário qualquer, e volta ao assunto da Carolina, que eu desembucho já tudo!]

Raquel: "Este é o aspecto normal delas," explicou Penta, apoiando a segunda mão à cintura do Gabriel. O seu sorriso alargou-se, revelando um dos caninos afiados. "Mas dizias acerca da Carolina...?"

Raquel: [força]

Raquel: [Ai se a Trisha te vê a namoriscar com gajas quando ela está de cama, pá... Tás feito.]

Ricardo: [Ei, eu estou a sacar-lhe informação - ou é o contrário? - em prol do reino - ou é o contrário? Isto é tudo um grande sacrifício para mim!!]

Raquel: [Hahaha!!!]

Ricardo: Por entre mais encorajamentos - verbais e outros - Gabriel conta a Penta o pouco que sabe de Carolina. É tudo uma série de detalhes disconexos, como a parte dos "duplos", a parte do Collin aprisionado nos sonhos, a parte como Carolina conseguiu evitar ser presa pelo Corwin, a parte dela ter sido vista a negociar com as forças do caos, os zepellins, as shadows, as bandeiras, etc.

Ricardo: "Não sei se eles vão mesmo casar ou não, mas já que ela está grávida dele, acho que era o mínimo que se exigia do Balthazar. Ah, eu ainda não tinha mencionado a gravidez, pois não?"

Ricardo: [força!]

Raquel: [Ai se o Paulo vê isto, passa-se!!]

Ricardo: [eheh]

Raquel: "De facto não," ronronou Penta ao ouvido de Gabriel, aproveitando a oportunidade para lhe mordiscar a orelha. Voltou a olhá-lo nos olhos com um sorriso satisfeito nos lábios. "Muito interessante, Gabriel. Essa Carolina é muito intrigante. Mas primeiro o Príncipe Balthazar. Temos negócio?"

Raquel: [força]

Ricardo: [não te preocupes, Balthazar! eu depois vou salvar-te como fiz com a Daphne!]

Raquel: [cof Que está no hospital cof]

Ricardo: "Sim..." suspira Gabriel, roçando ao de leve a sua maça do rosto pela face de Penta. As suas mãos estão agora mais atrevidas, e começam a percorrer o corpo dela.

Ricardo: [e pimba, I've said it!]

Ricardo: [comé, ela vai pôr travão a isto ou quê? sou um homem casado!!]

Raquel: [hehehe, então lembra-te disso In-Character, LOL!!]

Ricardo: [ei, estava a pensar... se calhar estou safo! como a Trisha ficou ferida com gravidade no final da cerimónia, não houve hipótese de consumar o casamento, logo ele ainda não é válido! que achas, ainda posso aproveitar mais uns dias como solteiro?]

Raquel: Como as asas, o corpo de Penta - forte e macio - responde ao toque. O anjo arrasta uma mão suavemente numa carícia até ao cabelo de Gabriel e enterra lá os dedos. "Hmm," ronrona ela junto aos lábios do baronete, "maravilhoso." Seria difícil perceber se ela se referia ao negócio ou às carícias. "Selamos o negócio com um beijo?"

Raquel: [que nos diz o recém-casado?]

Ricardo: [um beijo??? ei, e o resto?????]

Raquel: [Ah, e não, esse argumento da consumação não vale nada, pá.]

Raquel: [Hehehe]

Ricardo: [mas, mas, mas....]

Ricardo: A resposta de Gabriel é o próprio beijo, forte, intenso, decidido. Mas suas mãos e braços parecem determinados a não deixar Penta escapar tão rapidamente, e comprimem o corpo dela contra o seu.

Ricardo: [vá desfaz lá isto]

Ricardo: [se conseguires, claro, eheh]

Raquel: Penta não parece inclinada a largar assim tão cedo e aliás entrega-se ao beijo, quente e macia. E forte. O aperto de Gabriel não parece incomodá-la. Mas ao fim de algum tempo ela quebra o beijo e encara Gabriel com um olhar quase selvagem. "Alegra-me que tenhamos chegado a acordo," confessa por entre arquejos suaves. "Tanto, de facto, que te dou uma informaçãozinha de graça."

Ricardo: [wohoo!]

Raquel: Antes de falar, no entanto, Penta mordisca-lhe o lábio delicadamente, e depois brinda-o com um sorriso. "Essa Carolina não é do Caos. Não conheço ninguém dessa descrição pelas minhas bandas e muito menos nas duas casas aladas." E com isto planta-lhe outro beijo escaldante.

Raquel: [hmm... fazemos entrar a Nacara?]

Ricardo: [mas, mas, isto estava a ir tão bem! estava a fazer amigos no Caos, em nome da Paz e Entendimento Universais!]

Raquel: [LOL!]

Raquel: [Ora pois claro...]

Ricardo: [pode ser, deixa-me só dar o toque final na pintura que a nossa querida Nacara vai ver]

Raquel: [Ui, que fixe!]

Ricardo: "Certo," responde Gabriel sem estar minimamente preocupado com Carolina, Balthazar, o resto dos seus primos e, muito menos ainda, com a sua esposa Trisha, que ainda está em convalescença depois de ter arriscado a vida para o salvar.

Ricardo: Com braços que parecem ter engrossado para duas vezes o seu tamanho normal, e ele agarra Penta e gira 180 graus sobre si, entalando-a com pouca gentileza contra a mesa. Um dos braços agarra na toalha de mesa e, num gesto rápido e bruto, lança pelo ar toalha, centro de mesa, copos, garrafa e peças decorativas, para se estilhaçar tudo no chão.

Ricardo: Gabriel sorri para Penta. O seu rosto está ligeiramente alterado; os maxilares são mais longos e pronunciados, o seu nariz mais largo e achatado. No seu sorriso brilham também vários novos caninos afiados.

Ricardo: [okay, acho que podes reagir/fazer entrar a menina!]

Raquel: [Vai ser bonito...]

Ricardo: [vai ser é lindo quando a Nacara quiser contar à Trisha e não tiver coragem de lhe partir o coração inocente, tentando em vez disso dar-lhe apoio e tornar-se a a melhor amiga dela, eheh] (Nota do Editor: Trisha tentou matar Nacara, por ciúmes, há uns meses atrás, coisa de que ainda ninguém desconfia.)

Raquel: Penta parece não se importar. Aliás, parece gostar mais, porque solta umas gargalhadas deliciadas. As suas asas esvoaçam em busca de equilíbrio quando Gabriel a gira, quebrando o efeito de biombo que vinham fazendo, e depois, entalada contra a mesa, Penta vê-se forçada a deixá-las mais abertas para fora, tapando a vista do outro lado da sala.

Raquel: A transformação do Gabriel leva-a a sorrir de um modo ainda mais selvagem. Sem comentar, ela enrosca uma perna na dele. Seus olhos iluminam-se como brasas, lançando reflexos na face do Gabriel. Ela atira-se a outro beijo.

NacaraRaquel: E é no calor deste contacto que subitamente a porta da rua se abre e um par de mulheres estaca face a tal visão. Horrorizadas ou talvez apenas surpreendidas com a visão, as duas irmãs deixam-se ficar de boca aberta junto à entrada, com expressões idênticas de pasmo.

Ricardo: [um par?????]

Raquel: [Nacara e Lazuli, a propósito. Força, continua ]

Raquel: [A mana veio-a deixar a casa]

Ricardo: [bonito... não perdes uma oportunidade!!! isto já parece Dirtside!]

Raquel: [Hei, que mal fiz eu? E isso foi um elogio? Dirtside foi fixe!]

Ricardo: [claro que foi um elogio]

Ricardo: [e então, devo continuar mais um bocado ou interrompo o acto?]

Raquel: [Faz como entenderes ]

Ricardo: O beijo é breve, mas não menos intenso. Gabriel empurra Penta para trás, sentando-a em cima da mesa, e depois despe a sua camisa com uma mão enquanto a outra tenta libertar os seios da sua amante da pequena couraça que os cobre.

Ricardo: Inevitavelmente, é Penta quem detecta primeiro as duas irmãs, sentindo a sua presença ao mesmo tempo que sente a corrente de ar de ar frio causada pela porta aberta passar pelas suas asas. Gabriel permanece alheio a tudo, lutando ainda com a couraça enquanto a outra mão, já livre, tenta puxar a saia de Penta ainda mais para cima.

Ricardo: [e pronto, your call!]

Raquel: Sentindo a mudança no ar que a rodeia, Penta deixa-se inclinar para trás, apoiada nos cotovelos, evitando espalmar as asas contra a mesa, e atira a cabeça ainda mais para trás, espreitando assim de pernas para o ar para a entrada. A visão das duas irmãs arruina-lhe o sorriso, substituindo-o por um trejeito de desagrado.

Raquel: Nem a mão de Gabriel pela sua saia acima lhe consegue tirar a frieza da voz quando declara: "Gabriel, creio que a tua amiguinha chegou a casa."

Raquel: [força!]

Ricardo: [ouch!)

Raquel: [hehehe]

Ricardo: [deixa-me só ver aqui no site qual delas é a Lazuli...]

Raquel: [a tipa dos cavalos, amiguinha do Balthazar, creio.]

Ricardo: [amiguinha do Balthazar, ainda por cima???]

Raquel: [mais ou menos. acho que eles ainda não se viram muito durante a acção, mas das poucas vezes que se viram deram-se bem. Foi ela que criou o cavalo actual dele...]

LazuliRicardo: Gabriel espreita por cima das asas de Penta, não querendo acreditar. Mas a verdade é que não só lá está Nacara, como também a sua irmã Lazuli. Gabriel procurou algo para cubrir o seu peito nu, mas a sua camisa estava no chão, a alguns metros de si, junto com a toalha da mesa e um pequeno caleidoscópio de cacos de vidro e cerâmica. Como é que raio é que ele podia explicar isto?

Ricardo: O facto de ter sido apanhado em flagrante foi um verdadeiro balde de água fria, que fez reverter de um momento para o outro a transformação de Gabriel. Se não fosse por isso, ele podia ter aproveitado que já estava a meio caminho para se transformar em algo irreconhecível... mas agora era um bocado tarde, não era?

Ricardo: Lazuli e Nacara estavam as duas horrizadas a olhar tanto para ele como para as asas de Penta.

Ricardo: Deixando Penta para se recompôr sozinha, Gabriel foi apanhar do chão a sua camisa. Enquanto enfia rapidamente os braços pelas mangas, a única coisa que conseguiu dizer para as duas irmãs, como uma espécie de desculpa, foi simplesmente: "Erm... não estavamos à vossa espera."

Ricardo: [dá-lhe!]

Raquel: Combalida ainda da doença, não foi Nacara mas sim Lazuli quem disparou logo um "Não me diga" um nada frio mas bastante aguçado. Com a voz da irmã parecendo tirá-la do estupor, Nacara falou por fim. "Pelo Unicórnio, que se passa nesta casa?" inquiriu com um olhar acusador na direcção do Gabriel.

Raquel: Penta, por seu lado, desceu da mesa na maior das calmas com aquele seu jeito felino. Seus olhos tinham voltado a ser os carvões negros do início da noite. Com um ou dois puxões quase casuais tinha a pouca roupa direitinha no lugar certo e dirigiu às manas Halifax um sorriso malévolo, mas não abriu a boca.

Raquel: [força!]

Raquel: [Iiii, caneco, já viste bem as horas?]

Ricardo: [a Penta não diz nada?? malandra!!]

Ricardo: [eheh, 5 AM]

Raquel: [queres que ela diga alguma coisa? olha que sai insulto!]

Ricardo: [eheh, sempre desviava as atenções de mim, ahah]

Raquel: [Hmm, prefiro que sofras tu]

Ricardo: Gabriel aproveitou o tempo para apertar os botões da camisa, que agora lhe caía desfraldada sobre as calças, que felizmente não chegara a despir ou a desapertar. "Eu sei que isto parece estranho, mas... bom, na verdade não tenho uma boa explicação. Precisava de um sítio para conversar em privado com a Lady Penta. Ela é das Cortes do Caos, compreendem?"

Ricardo: "Uma coisa levou à outra e bom, como eu disse, não há uma boa explicação. Amanhã poderemos falar melhor. Entretanto preciso que mantenham a - ahem - presença da Lady Penta aqui esta noite, em Amber, como segredo absoluto. O futuro da Coroa e da guerra entre Amber e as Cortes depende disso." [i]Já para não dizer a minha, e a do meu casamento,[/i] reflectiu Gabriel.

Ricardo: "Eu e a Lady Penta já estávamos de saída, não era?" disse Gabriel, olhando por um momento para Penta. "Desculpem os estragos e a confusão. Isto não... não fazia parte do plano."

Ricardo: [take it!]

Raquel: Penta lançou um olhar fulminante a Gabriel e depois às irmãs Halifax. "Bonito. Tens uma boquinha grande, Gabriel," comentou com frieza na voz, e só reparando depois que o comentário poderia ter mais que um sentido. Continuou como se nada fosse. "Agora que elas sabem quem sou vou ter de as matar," concluiu com um sorriso maldoso.

Raquel: No entanto, em vez de tomar acção nesse sentido, Penta limitou-se a dirigir-se arrogantemente até à sua capa, como se fosse dona do apartamento, e a colocá-la sobre os ombros e as asas com outro movimento teatral. "Certifica-te que lhes manténs a trela curta, Gabriel, ou eu posso não chegar a casa viva... e lá se vai o nosso acordo."

Raquel: Ignorando as farpas e a lata da estranha, Nacara dirigiu a desilusão no seu olhar para Gabriel e abanou a cabeça. "Devias ter vergonha na cara," foi a acusação, "sabendo o estado em que se encontra a tua esposa." Já Lazuli não tirava os olhos de cima da estranha que tinha a lata de as ameaçar casa da sua própria irmã.

Raquel: [força!]

Ricardo: [yikes! quando esta cena aqui acabar, acho que não vou ter um amigo/amiga de sobra em Amber!! acho que é desta que vou querer destruir o universo!!]

Raquel: [hehehe]

Ricardo: [meses de jogo deitados fora numa noite!!]

Raquel: [Olha que a ideia da casa da Nacara foi tua. Não me responsabilizo.]

Ricardo: "Desculpa, Nacara, Eu posso explicar, mas por agora é melhor deixarmos as coisas por aqui. E tenho acompanhar a minha convidada para fora da cidade. Seguramente compreendem?" perguntou Gabriel, olhando esperançado para Nacara e Lazuli, mas sabendo que compreensão não devia esperar nenhuma.

Ricardo: "Lady Penta, podemos ir?"

Ricardo: [vê lá se nos deixam sair, eheh... e se a Penta não entorna mais o caldo, eheh]

Raquel: De facto das duas irmãs, Gabriel não obteve simpatia. Lazuli continuava algures entre um ar chocado e ofendido; Nacara era pura desilusão.

Raquel: Acabando de ajeitar a capa, Penta dirigiu-se para a porta, de novo coberta de negro dos pés à cabeça tal como se apresentara no início da noite a Gabriel. Já ela tinha passado a ombreira da porta quando comentou com ilusão de casualidade: "De facto preciso de uma escolta, não vá alguém lançar alarme. Que tal um passeio ao luar, Gabriel?" O tom era claramente uma provocação às duas raparigas.

Raquel: [força. E sim, elas deixam sair.]

Ricardo: Gabriel prefiriu não responder a Penta, pelo menos não ali. Ao passar por Lazuli e Nacara, olhou-as com o ar mais triste que conseguiu reunir no seu rosto. "Por favor, não contem a ninguém. Dêm-me uma oportunidade de explicar primeiro, por favor." Enquanto falava, Gabriel tentou tocar no braço de Nacara para a reconfortar, mas esta afastou-se bruscamente, como se ele tivesse algo contagioso.

Ricardo: [elas dizem mais alguma coisa?]

Raquel: [népia.]

Raquel: (Queres escrever um parágrafo só pra concluir a cena?)

Ricardo: Gabriel abandona então a casa de Nacara, em direcção a Penta, que o espera já a alguma distância na rua. Atrás de si, a porta fecha-se bruscamente; não faz um estrondo, mas faria, se não fosse tão tarde e se Lazuli não estivesse ainda tão perturbada.

Ricardo: [comé, a Penta tá numa de ir embora já, certo?]

Raquel: [Sim, a não ser que tenhas algo em mente. De outro modo as meninas estragaram o momento]

Ricardo: [yep]

Ricardo: Penta parece determinada em desaparecer nas sombras da noite o mais cedo possível. "Quando te posso voltar a ver?" pergunta Gabriel, aparentemente pouco arrependido de tudo o que já traiu nessa noite.

Ricardo: [okay, acaba tu, a menos que precises de alguma resposta minha!]

Raquel: Penta gira nos calcanhares, parando repentinamente o seu avanço e brindando Gabriel com mais um dos seus sorrisos escarninhos. Há uma pausa enquanto o anjo estuda Gabriel com os seus olhos penetrantes, e depois a resposta em tons quentes. "Em breve. Entro em contacto contigo em breve." E sem mais, Lady Penta Kness dá meia volta e ao fim de alguns passos funde-se com as sombras das ruas de Amber.

Raquel: [Tá bom assim?]

Ricardo: [óptimo! clap, clap, clap! bué fixe!!! temos de fazer isto mais vezes!!!!]

Raquel: [Cool! Tb gostei!! Agora sabes porque é que às vezes faço noitadas nos MUSH... a ideia é a mesma...]

Raquel: [Bom, vou ver se ainda durmo alguma coisa.]

Ricardo: [okay, então gude nute! foi muito fixe, thanks again!]

Raquel: [Boa noite/manhã/whatever! Heh, é bom ver os jogadores satisfeitos. Hm, e gostei de conhecer a Penta mais de perto. Ainda não tinha definido muito bem a personalidade dela. Agora já sei como ela funciona.]

Ricardo: [sim, se chamares a isso funcionar... mas aparentemente o Gabriel ainda está pior do que ela!]

Raquel: [Pois, o Gabriel é que me surpreendeu, pá! Já sabia que a Penta seria sacana e/ou violenta, mas o Gabriel embarcar nisto... com a Trisha + Daphne no hospital... Hehehe]

Ricardo: [eh, sabes como é.... aquele fascínio por Bad Girls... e a Penta é mais bad que a Trisha! bom, não te chateio mais! dorme bem!!

Raquel: [Sim, definitivamente mais bad...Vê lá bem no que te metes... Gude nute!!]

"Qu' é que foi? Bazem daqui! Não vêem que 'tamos ocupados?"

Muito interessante. Faz-me novamente ter vontade de jogar Amber. Ou, pelo menos, reler os livros. 

[quote=Rick Danger]"Qu' é que foi? Bazem daqui! Não vêem que 'tamos ocupados?" [/quote]

É isso mesmo... Isto de ser Príncipe de Amber é uma chatice. Tantos afazeres e tantas solicitações... não dão nem tempo a um gajo para uma "rapidinha" com uma arqui-inimiga na casa da nossa melhor amiga enquanto a nossa esposa está em convalescença. A vida é realmente uma injustiça atrás de outra!

[quote=Rick Danger]

"Qu' é que foi? Bazem daqui! Não vêem que 'tamos ocupados?"

[/quote]

O Gabriel é um fraco, toda a gente sabe isso ::evil grin:: Qualquer outro príncipe teria tomado conta da situação. Fraco, digo-vos… :wink:

A Raquel entretanto escreveu um texto de ficção que serve de rescaldo a esta cena, seguindo os passos da nossa sedutora alada depois do fim abrupto do encontro. Aqui fica o link, para os curiosos: https://eowyn.turnodanoite.com/forum/viewtopic.php?t=62

 


"You can choose just who you are."