[Magia & Dragões] The Big Three - alavanca criativa?

Texto:

3 perguntas, 3 respostas sujeitas a constante actualização.

 

Sobre que é o jogo?

Magia e Dragões é acerca da tua cidade reduzida a ruínas pela passagem de terroríficas criaturas voadoras que ensombram o céu com as suas asas. É acerca de pessoas comuns com poderes extraordinários, capazes de criar qualquer coisa a partir da sua imaginação, que se tornam líderes e heróis de toda a civilização. É acerca do combate épico e fabuloso entre magos e dragões sobre o topo dos arranha-céus das grandes metrópoles, uma última grande guerra que pode engolir o mundo.

Magia e Dragões é acerca de extremos de poder, autoridade e responsabilidade. O que fazer quando o poder que usas para o bem de todos também os está a matar e já foste longe demais para dele renunciares? Aqui se opõe as forças do destino ao valor do indivíduo. A civilização desconhece a ligação entre os seus maiores herois e os seus maiores vilões. As pessoas têem o direito a saber - mesmo que isso não salve vidas - ou é essencial esconder a verdade em nome de preservar a autoridade que as pode proteger? É melhor viver em ignorãncia ou morrer em liberdade?

 

O que é que as personagens fazem?

Perante a ameaça premente, os nossos heróis salvam a sua cidade da destruição e combatem gigantescos Dragões, monstros cujo olhar cruel e inteligente desafia a compreensão humana. Para concentrarem o seu poder, os nossos protagonistas tentam reunir-se e apoiar-se. Munidos da Magia da criação, nos últimos sete anos eles elevaram o progresso da civilização humana. Agora, tentam segurar as pontas e enfrentar a verdade sobre o que se passa. Confrontados com o conhecimento que todos os seus actos extraordinários fortalecem os seus próprios inimigos, lidam com o drama de perpetuarem o conflito para impedir o fim do mundo.

 

O que é que os jogadores fazem?

Os jogadores, no limite das noções mais épicas de magia, exploram uma história dramática posta a baloiçar no fim da civilização humana. Um deles - o Arquimago - é responsável por apresentar o ambiente e fazê-lo desenrolar-se de acordo com o tema descrito acima, pressionando as personagens a agirem emocionalmente e/ou a usarem cada vez mais magia. A maior parte dos jogadores criam e controlam os protagonistas, não só conduzindo a sua reacção perante os vários dramas apresentados, mas também determinando o rumo da história de acordo com as suas decisões.

O sistema integra valores próprios de Destino e de Vontade para cada personagem. Destino ajuda a ter maior sucesso em todos os lançamentos de Magia. Vontade ajuda em todos os outros lançamentos. Cada jogador escolhe como estes valores evoluem ao longo da sessão, dando a entender para que lado do tema as suas personagens estão a tender. O Arquimago deve observar esta evolução de forma a criar conflito dentro da história. Se o jogador se entrega ao seu Destino e procura avançar sem remorsos para a Terceira Guerra Mundial, o Arquimago apresenta-lhe a filha de seis anos que pergunta ao pai o que é que lhe vai acontecer. Se o jogador exerce a sua Vontade própria e procura fugir para as montanhas com a namorada, o Arquimago mostra-lhe todos os gritos de sofrimento e mãos suplicantes que ele abandona à sua sorte.

Os jogadores deverão negociar oportunamente estas situações de forma a integrar o interesse de todos na história.


Isto promete! O título não faz justiça à premissa do teu projecto, RD!

E a terceira perguntinha, hem? Trabalha lá nisso!

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

[quote=jrmariano]O título não faz justiça à premissa do teu projecto, RD![/quote]Não gostas de “Magia & Dragões”? Pode ser um working title, mas - na sua simplicidade e falta de originalidade - até é capaz de funcionar :slight_smile:

É mais “dragões aparecem em Londres!” ou “dragões conquistam Forgotten Realms!”?

De qualquer das maneiras, posso sugerir que os mágicos tenham também eles um pinguinho de dragão?

Se a magia viesse toda dos dragões, os mágicos estariam a combater aquilo que lhes dá o seu poder, e ao “vencer”, estariam a aniquilá-lo.

Que dizes?

–~~–

Alguém muito sábio disse uma vez: “So, Trebek, we meet again! The game’s afoot!”

[quote=Rui]É mais "dragões aparecem em Londres!" ou "dragões conquistam Forgotten Realms!"?[/quote]Bem topado, Rui! Efectivamente deixei em aberto um bocado a época, mas é mais suposto ser nos dias de hoje. Digamos que o jogo original é modern day e eventualmente pode haver uma expansão para outros settings :)

[quote]De qualquer das maneiras, posso sugerir que os mágicos tenham também eles um pinguinho de dragão?[/quote]E têem. Magos e dragões são, digamos, irmãos por magia, lados opostos da mesma moeda. Os dragõe também têem uma pinguinha de mago.

[quote]Se a magia viesse toda dos dragões, os mágicos estariam a combater aquilo que lhes dá o seu poder, e ao "vencer", estariam a aniquilá-lo.[/quote]Leste o teaser no livro que já criei? De dia para dia, quanto mais magia os magos usarem, mais fortes e determinados se tornam os dragões. Do texto acima:

O que fazer quando o poder que usas para o bem de todos também os está a matar e já foste longe demais para dele renunciares?

Confrontados com o conhecimento que todos os seus actos extraordinários fortalecem os seus próprios inimigos, lidam com o drama de perpetuarem o conflito para impedir o fim do mundo.

Eu queria que a magia estivesse ao mesmo nível nas duas forças opostas, não que os dragões fossem a fonte dela.

Melhorei as respostas, actualizei-as aqui e postei-as na primeira página do Grande Livro de Magia & Dragões Laughing

Acho q finalmente consegui perceber o que me “incomodava” nesta premissa.

PC’s ganham destino e ficam mais poderosos para salvar o mundo dos dragões tornando também os dragões mais poderosos. Isto é um equilibrio constante, logo é meio irrelevante o nível de destino que se tem. Deixa de o ser quando o poder pode ser útil para algo mais do que combater os dragões directamente.

PC’s ganham vontade e ficam mais poderosos para se afastarem de alguma forma desse conflicto.

Entrar pelo conflicto vai provocar problemas de vontade, sair do conflito vai provocar problemas de destino. E onde é que isto para? Ou, melhor, qual a resolução? Climax? E depois?

O que estou a imaginar por agora é algo em que os personagens vão enfrentando desafios de ambos os tipos, evoluindo em ambos os campos paralela e indefinidamente. Não há nenhum problema com isso para muitos tipos de jogo mas se o que queres é explorar um tema, que é o que parece, então precisas de chegar a uma conclusão, a uma resposta final, pois enquanto for possível compensar uma resposta para um lado com uma seguinte que lhe seja oposta de forma a manter as coisas equilibradas não estás a forçar essa conclusão, permitindo a fuga a ela, evitando-se assim enfrentar o tema de cabeça.

Provavelmente estou errado ou está-me algo a passar ao lado mas é o sentimento que este texto me provoca. Certamente também tem muito a ver com o facto de ser apenas a resposta às perguntas e nada mais.

[quote=B0rg]Entrar pelo conflicto vai provocar problemas de vontade, sair do conflito vai provocar problemas de destino. E onde é que isto para? Ou, melhor, qual a resolução? Climax? E depois?[/quote]Apesar de ter respondido ás big three, a premissa do jogo está ainda muito esboçada e, por isso, é difícil explicar-me. Eu próprio não tenho a certeza :) mas diria que o conflito está justamente entre esse entrar ou sair - entre usar cada vez mais magia e escalar a guerra ou evitar usar magia e evitar ter parte na guerra. De qualquer forma, a ameaça dos dragões mantém-se, a questão é o que é que a personagem vai fazer acerca dela. Mesmo sabendo que o seu não envolvimento evita a continuação da guerra, conseguirá aguentar na sua consciência o massacre que entretanto estropia a sua cidade? Ou tentará "ganhar" a guerra indo até ás últimas consequências, nem que para isso tenha de se declarar imperador, por exemplo, e silenciar todos os que o acusam de perpetuar o estado de coisas?

Agora, ainda tenho menos a certeza de como a mecãnica Destino/Vontade poderá reflectir isto.