Mineiro II

ORLANDO, Male Blue Collar, Tough3: Init +2; Defense 13; PF/PV 27.0/19.16; Atk +3 melee, +4 ranged; SV Fort +7, Ref +3 [-10], Will +0; Rep +1; Str 13, Dex 14, Con 16, Int 10, Wis 8, Cha 12.
Skills: Climb +5, Concentration +4, Craft (mechanical) +2, Craft (structural) +4, Demolitions +2, Intimidate +4, Spot +1.
Feats: Endurance, Simple Weapons Proficiency, Toughness.
Talents: Remain Conscious, Robust.
Special Abilities: Immunity to Psychic, Levitate Self, Sonic Blast. Defects: Bleeder, Sensitivity to Cold, Terrible Ref Save.
Languages: Comum, Académico.

Acercam-se dele que, à primeira vista, não aparenta ter nenhum ferimento. Mas é quando Orlando se ajoelha para lhe retirar o capacete para que ficasse mais à vontade que repara que tem sangue a escorrer dos ouvidos. Aí, ele tosse e parece dizer: “…das paredes… (cof cof)

Entretanto, a porta do elevador fecha-se sozinha e o elevador arranca lá para cima.

O J’aquim olha para Orlando como quem já perdeu tempo demais e retoma em direcção à Galeria K.

“…vieram (cof cof) das paredes…” — chegaram a ouvir, antes do jovem desfalecer.

Nisto, ouvem um silvo da parede e, em J’aquim olhando para lá, surpreende-se com uma criatura do tamanho duma pessoa que, escalando a parede como um lagarto, lhe cospe para cima um líquido corrosivo. Orlando reage prontamente, soltando uma onda de choque dos seus tímpanos na direcção da criatura, fazendo-a cair centenas de metros no ventre da montanha.

J’aquim, com o braço esquerdo a soltar fumo mas, para além disso, sem reacção, diz apenas: “Era um do outro turno!”

"Que coisa foi aquela!" diz Orlando.

Sem ligar aos ferimentos do seu colega, Orlando chega-se até a beira do precepicio

e olha lá para baixo. Depois reage instintivamente outra vez gritando, um girto sem significado, para o vazio da escuridão.

"Hu-zaaahhh!!" - como se para assustar a creatura que pelos vistos os queria magoar.

E pensa "E o que raio é que se passou comigo?..." enquanto se dirige para o seu amigo J'aquim.

A verdade é que não têm tempo para grandes pensamentos. É que, de dentro da Galeria K, vêm a correr mais dois trabalhadores do outro turno: o primeiro parece ter-se misturado com o próprio capacete ou algo do género, porque a sua pele parecia a de um caranguejo; o segundo tem os braços enormes, quase do mesmo tamanho que o próprio corpo!

Vêm a correr na vossa direcção e não têm nada boa cara!

[Vais agir em primeiro lugar. O que queres fazer?]

[Já te faço um resumo a explicar as alterações que tens vindo a sofrer.]

[Ilustração no próximo post!]

O que se tem vindo a passar convosco é que, ao estarem perante o novo minério, foram expostos a largas doses de radiação, pelo que sofreram mutações! Algumas podem dar-te algum jeito, mas outras só vieram para te dificultar a vida:

  • Bleeder: Sempre que sofras dano começarás a sangrar mais que o habitual, perdendo 1 ponto adicional por ronda.
  • Immunity to Psychic/Psionic: És imune a efeitos psíquicos e/ou psiónicos de outro indivíduo. Não podes suspender essa imunidade, mesmo que o queiras — veio para ficar.
  • Levitate Self: Consegues elevar-te psíquicamente no ar, levitando acima do chão na vertical. Duração: até 5 minutos (3/dia).
  • Sensitivity to Cold: És sensível ao frio e sofres dano duplo desse tipo de ataque.
  • Sonic Blast: Consegues lançar uma explosão de som, desferindo 1d6 pontos de dano sónico, num cone de 9m. (1/ronda).
  • Terrible Ref Save: Sofres uma penalidade de -10 aos lançamentos de protecção de Reflexos.

Orlando vê que aquelas "criaturas" não estão para brincadeiras.

Começa a gesticular para que eles venham na sua direcção e não na direcção do J'aquim que se encontra em muito mau estado.

- "Ahhh! OOOhhh!!" grita Orlando enquanto levanta os braços e os agita, de costas para o abismo. Parece que a tactica fucionou. As criaturas focadas só nele correm na sua direcção com uma ferocidade que o faz estremecer. Parecem cavalos selvagens.

De subito Orlando lembra-se daqueles caçadores que faziam tombar manadas de cavalos selvagens do alto de falésias sabendo que num confronto frente à frente nunca saíriam vitoriosos.

Orlando grita para o seu colega sem tirar os olhos das duas criaturas dizendo:

-"Amigo, se isto não correr como eu quero, encontrar-te-ei nas montanhas do paraíso!"

As quatro mãos agaram-no com violencia, umas nas roupas, outras no pescoço e Orlando agarrando também a cada um deles também, faz força para trás e deixa-se cair no abismo levando consigo os seus dois oponentes.

Enquanto cai ainda pode ouvir o J'aquim a gritar "ORLANDO!!".

Num estalar de dedos J'aquim entende o que tinha acontecido, seu amigo tinha escolhido sacrificar-se para que ele sobrevivesse. Ele volta a olhar para a beirada e ali a frente dele, o mesmo amigo que um segundo antes tinha caído na imensidão do vazio estava parado no ar, ofegante sim mas estava VIVO!

Orlando vem a planar até perto do seu amigo e deixa-se cair no chão, de joelhos.

Olha para o J'aquim e diz "Ainda não foi desta, amigo. Ainda não foi desta..."

Orlando olha para o J'aquim e: "Ainda não foi desta, amigo. Ainda não foi desta..." — mas detem-se: "Não pode ser!"

Era o tipo mais encorpado que saltava outra vez cá para cima.

Parece que os seus braços enormes lhe permitiram agarrar-se às paredes da gruta enquanto caía, tendo conseguido escalar as paredes húmidas num ápice. E já se agarrava a uma estalagmite que brotava do chão e, fazendo-a estalar, logo a atira contra Orlando que, apesar de ter assistido a tudo isto estupefacto, não consegue reagir a tempo de se afastar o suficiente...! No entanto, como ainda se encontrava em levitação isso serviu-lhe como que para absorver algum do dano sofrido. [Perdes 8 PF]

O tipo continua a sua carga esmurrando a parede com tal força que até consegue arrancar uma lasca de pedra do tamanho de uma mesa.

De repente, o capacete de J'aquim parece rebentar! A sua cabeça parece ter inchado e, num rasgo de coragem, interpõe-se entre Orlando e o tipo dos braços enormes. Este é apanhado pelo olhar de J'aquim, a quem crescera um terceiro olho na testa. O tipo parece paralizar, deixando cair a lasca ao chão. J'aquim, em transe, ordena-lhe que se atire pelo buraco ao que o tipo obedece sem pensar duas vezes...!

Desta vez não voltaria mesmo para cima.

J'aquim volta-se na tua direcção, tossindo e caindo sobre os joelhos. Usar o terceiro olho parecia ser demasiado desgastante. E, ainda que o seu crânio parecia ter aumentado de tamanho, já o seu braço esquerdo parecia ter definhado ainda mais.

Depois de descansarem alguns minutos resolvem entrar na Galeria K.

O cenário era surreal! Um montão de auxiliares jaziam espalhados pelo chão com sinais de terem sido brutalmente mutilados...! Alguns, encontravam-se empalados nas estalagmites que brotavam do chão; outros, mostravam sinais de ter sido mordidos selváticamente. E, para tornar o ambiente ainda mais fantasmagórico, um reflexo esverdeado iluminava o tunel principal.

Orlando: "O que aconteceu aqui? Onde está o pessoal do segundo turno?" — incrédulo.

J'aquim: "O pessoal do segundo turno esteve horas a fio sob influência daquele novo mineral! Se nós ficámos assim imagina o que lhes terá acontecido! Quando os auxiliares cá chegaram foi a carnificina!" — respondeu, como se tivesse equacionado todos os cenários na sua cabeça vezes sem conta.

Orlando: "Não podemos deixar que o primeiro turno venha cá pra baixo!" — olhando o elevador.

J'aquim: "Temos que voltar a enterrar o novo minério!" — acrescenta, olhando em volta, como que à procura de qualquer coisa.

[E agora, que pretendes fazer?]

J'aquim: "Não devem haver mais sobreviventes. Vamos rebentar com isto para que o novo minério não chegue a ver a luz do dia!" — sugere. E, virando-se para Orlando: "Vai mas é bloquear os elevadores para mais ninguém cá p'ra baixo!"

Orlando: "Ok! Mas volto já, que sabes tão bem como eu qual dos dois percebe mais de explosivos...!"

Orlando regressa ao patamar dos elevadores, desta vez sem encontrar oposição pelo caminho. Mas, logo se apercebe que os elevadores estão a funcionar. Assim sendo, e uma vez que os elevadores não andam se uma das portas estiver aberta, resolve abrir a porta à força, trancando-a com uma ferramenta. Sabia que isso faria com que o elevador parasse automaticamente, ficando pendurado no ar, sem poder subir nem descer e, muito provavelmente, com a sua equipa trancada no interior. "Mas isso é melhor do que vê-los todos a sofrer estas terríveis transformações!" — pensava consigo mesmo.

Nisto, depois de trancar o segundo elevador, apressa-se a correr para junto do J'aquim.

J'aquim tinha já começado a juntar os explosivos à volta de pontos estratégicos afim de soterrar o minério esverdeado. Assim que Orlando regressa, apercebe-se de que as ligações ao detonador tinham sido feitas com precisão. "Mas como, se ainda ontem o J'aquim não percebia nada de demolições?" — pergunta-se Orlando. Ao aperceber-se da presença de Orlando,

J'aquim: "Espero que esteja tudo nos conformes."

Orlando: "Sim, eu não faria melhor..."

J'aquim: "Pareceu-me lógico montar tudo desta maneira. Não sei muito bem porquê." — explica.

E é aí que Orlando se apercebe de algo muito estranho! O braço esquerdo do J'aquim parecia mais longo do que o direito. J'aquim apercebe-se da inquietude de Orlando e, metendo a mão ao ombro, apercebe-se de que... apercebe-se de que o osso do braço já não está ligado ao ombro...! Na verdade, ao tactear-se, J'aquim apercebe-se de que apenas mantem o braço ligado ao ombro por uma fina tira de pele.

J'aquim: "O meu braço... vai-me cair!"

Orlando: "Como assim, cara!#o?"

J'aquim: "Já não tenho comichão há umas horas, mas também não o consigo mexer!"

E, sem mais nem menos, o dito braço cai-lhe ao chão. <THUMP>

J'aquim tosse. Orlando, absorvido pelo que acaba de ver, não consegue aperceber-se de que "alguém" se aproximava, apanhando com toda a força de um soco que o faz voar contra as paredes da mina! <ZÁS>

Eram mais dois tipos, completamente alterados. Um deles, todo caparrudo, parecia ter aumentado de tamanho e o outro, bem mais magrinho, aparentava ter quatro braços e pele translúcida...!

Este último, começa por apontar os seus braços na vossa direcção, dois centrados em ti e os outros dois centrados no J'aquim que, acto contínuo, se começa a contorcer ligeiramente.

Acreditas que ele estaria a fazer alguma coisa ao J'aquim, mas tu não sentes nada de anormal. Aproveitas, então, para emitir um som (Sonic Blast) na direcção deles. Para teu espanto, o tipo mais caparrudo leva as mãos aos ouvidos, em plena agonia(!), enquanto que o outro, depois de um passo atrás, concentra-se no J'aquim, apontando-lhe os dois pares de braços.

Posto isto, apercebes-te que, para além do J'aquim se ressentir com isso, a pele do tipo mais magrinho ganha uma tez mais forte e, ele próprio, um ar mais confiante.

J'aquim perde as forças levando um joelho ao chão para se recompôr. O tipo mais magrinho esbraceja os quatro braços de forma ameaçadora, agora que volta as suas atenções para Orlando.

Orlando, apercebendo-se da reacção do tipo mais caparrudo, volta a emitir um som (Sonic Blast) na sua direcção. Desta vez o som foi tão estridente que o tipo mais carrancudo até começou a bater com a cabeça contra as paredes, tamanha era a agonia que sofria(!) Mas isso não durou muito tempo, porque logo começou a sangrar dos ouvidos, caindo para o chão... secamente. As ondas sónicas tinham-lhe rebentado os tímpanos.

Já o tipo mais magrinho facilmente conseguiu sacudir as ondas sónicas e já se lançava, braços em riste, em direcção a Orlando. Este, levando a mão ao seu cinto de mineiro, saca de um martelo (+3 melee, 1d6+1, 19+) e prepara-se para o confronto.

Mal o outro se aproxima, Orlando começa a esbracejar com o martelo atingindo-o uma vez, ao ponto de lhe partir um braço. Mas o tipo ataca com uma chuva de murros(!), mas sem conseguir magoar Orlando. Nisto recua, aproximando-se outra vez de J'aquim, dizendo:

"Ainda me posso servir deste outra vez." — ao que Orlando responde com um: "Tu NÃO lhe ponhas a mão!", antecedido de um martelo (+4 ranged, 1d6+1, 19+) a voar. Foi tal a violência que o escalpe do tipo ainda voou alguns metros para lá do sítio onde caiu,... em espasmos.

Orlando respira, ofegante. Sem compreender muito bem ainda o que acabara de se passar.

Por sua vez J'aquim, apesar de enfraquecido, mostra-se alerta:

J'aquim: "Ainda hão-de haver muitos mais nas mesmas condições! Orlando, tens que subir para lhes bloqueares o avanço lá de cima!"

Orlando: "Não te vou deixar aqui sozinho!"

J'aquim: "Tens que ir, é a única maneira! Eu rebento isto e sigo logo atrás de ti!"

Orlando ía continuar a contestar o plano de J'aquim quando, vindos dos tuneis mais próximos do filão do novo minério, começam a surgir mais mutantes. Primeiro dois, depois mais três, não se ficando por aí... Um deles, que aparentava ter asas a brotar-lhe das costas, lança-se em pleno voo pela galeria chegando num ápice ao outro lado, junto do tunel que o levaria até aos elevadores. E este não fora o único a ultrapassar Orlando a caminho da superfície... E mais lhes seguiriam as passadas, não fosse o J'aquim ter revelado o que lhe tinha aparecido durante a noite — um terceiro olho (na testa) fitava os mutantes, perturbando-os ao ponto de não conseguirem mexer um músculo.

J'aquim: "Não sei quanto mais tempo conseguirei aguentá-los, Orlando! Vai apanhar os que passaram!"

E agora?

Sem mais opções em mente, Orlando pega no martelo e põe-se em perseguição dos mutantes, gritando para trás: Agora lembra-te de perderes uma perna também!

J'aquim: Era o que mais faltava!

E virando-se para os detonadores, pressiona-os e corre fugindo da explosão que se seguirá.

Entretanto, os mutantes, livres do poder de J'aquim conseguem retomar o controlo dos seus corpos e recomeçam a seguir no encalço dos dois mineiros e da sua liberdade, ou pelo menos assim desejando...

E então, num perfeito coro de explosões, os explosivos fazem sentir a sua derradeira força no seio da galeria K:

-PUUUUUUM!!!!

OOC: Antes de mais, benvindo a Emerson! Para primeira resposta, não está nada má! Mas não sei se percebeste bem alguns pormenores, por isso vou tentar explicar/perceber o que se está a passar na Galeria K:

  • Decides então seguir o conselho do J'aquim e tentar bloquear o caminho aos mutantes que conseguiram passar por vocês.
  • Isso obriga-te a deixar o J'aquim para trás sozinho que, para além de estar a bloquear os restantes mutantes com o poder do tal olho, ainda tem que se preocupar com os explosivos.
  • Se ficasses para trás, o mais certo era que não conseguissem conter o avanço de todos os mutantes e que, os que já vos tinham ultrapassado, acabassem por causar o caos na superfície ou, PIOR, nos tuneis que separavam a Galeria K da superfície...!
  • Partindo do princípio de que ambos entendemos isto, vou continuar com a minha resposta.

<PUUUM>

O J'aquim tinha conseguido barrar o caminho aos mutantes! Mutantes esses, lembras-te, eram mineiros como vocês. E também como os colegas do teu turno que se encontram presos no elevador alguns andares acima. No preciso instante em que te lembras deles, uma nuvem de poeira espessa como a noite ultrapassa-te enchendo o tunel de um branco ocre irrespirável.

E agora?


[Pronto, por hoje é só. Para responderes, pensa nos teus poderes, pensa na situação em que te encontras, pensa no que queres fazer e no que acabaste de fazer.]

OCC:Não encontro nada quanto a limite de Sonic Blast, nem dos seus pormenores, pelo que não se posso utilizar isto como pretendo na resposta, mas espero pelo teu feedback. Mais uma vez, não sei se chegaste a receber o outro mail que te mandei por aqui com algumas questões...vou tentar reduzir as minhas questões, mas vou também correr o risco de pôr o pé na poça.

Não havia tempo para parar!

Sustendo a respiração e, confiando no seu poder de levitar no caso de se enganar e ir parar ao Abismo, Orlando continua a correr no sentido que pensa levar ao elevador. Ao mesmo tempo, sabendo ter alguns mutantes à sua fente, ia usando o Sonic Blast na esperança de conseguir atingir uns desses maganos, ou pelo menos aperceber-se a tempo de alguma parede.

«A mãe Terra tem destas coisas, umas vezes estamos a abrir galerias, noutros estamos a fechar galerias...agora esta dos mutantes é nova!» - pensou Orlando uma última vez, antes de se ocupar com o que tinha pela frente.

O Sonic Blast fura a poeira e embate contra as grades do elevador deixando-as a vibrar durante um bom pedaço, mas não acerta em ninguém. Quando finalmente chegas ao elevador e a poeira começa a assentar notas que as grades foram forçadas com força bruta e que os mutantes que escaparam à explosão terão conseguido esgueirar-se pelo buraco e, de alguma maneira, escalar pelo fosso acima.

Espreitas pelo fosso e notas pouco ou nenhum movimento, apenas o serpentear do cabo do elevador — alguém deve estar a subir por ele...

Sem se esquecer do seu amigo, Orlando decide marcar indicações no chão, usando a poeira como quadro, para que J'aquim conseguisse segui-lo. Olha então de novo para o fosso antes de agarrar o cabo do elevador.

-Nada de J'aquim, nada de mutantes, e agora ainda tenho o pessoal do outro turno preso num elevador com mutantes esfomeados à solta...bem, mãos à obra.

E com isto continuou a sua perseguição, tentanto perscutar a escuridão por cima de cima de si, ao mesmo tempo que mantinha «os ouvidos bem abertos» para qualquer ruído, tanto de cima como de baixo, afinal de contas não havia a certeza de que todos os mutantes tivessem sido apanhados pela explosão, nem da sobrevivência de J'aquim.

Coincidência das coincidências, ouves uma tosse abafada vinda da Galeria K:

"Orlando? (cof) Conseguimos!" — e depois de uma breve pausa (quem sabe se conseguiria ver-te no meio daquela nuvem de poeira): "Vai, sobe! Eu já lá vou ter. (cof cof) Deixa-me só apanhar o fôlego..."

Com esta feliz novidade ganhas novo alento para escalar elevador acima que, com a ajuda do cabo, se torna tarefa fácil. À medida que te afastas do nível da Galeria K começas a aperceber-te da situação frágil em que se encontrava o pessoal do teu turno, presos no outro elevador desde há bocado, gritando por socorro.

De repente, fazem silêncio. Mas só para desatarem aos gritos — estes mais caóticos. Um dos gritos parece carregar, no entanto, mais terror sendo projectado em crescendo. Olhando para cima apercebes-te porquê. Um dos mineiros acaba de ser atirado fosso abaixo por um dos mutantes. Passa ao teu lado numa velocidade vertiginosa sem que possas fazer nada. Estatela-se lá em baixo e o seu grito cessa. E cessam também os gritos dos restantes mineiros por uns instantes, ao aperceberem-se do eco do seu corpo a embater no chão.

Soltas um grito de fúria e, um dos mutantes — que parecia ter desenvolvido um par de tenazes por vez de mãos — com um golpe desses novos membros solta o cabo por onde sobes...

Ao sentir a tensão do cabo a terminar naquele breve segundo, Orlando fica aterrado e começa a cair pelo espaço que acabara de percorrer. Felizmente ainda teve a presença de espírito suficiente para se lembrar de levitar.

-Porra! Esta foi por pouco!...Que barulho é este?

Parecia o som de algo a cair...ao olhar para cima Orlando repara num elevador enorme a cair. Nem tempo teve para se desviar, no entanto o elevador seguia um percurso diferente e falhou por uma questão de centímetros, ainda puxando Orlando devido à velocidade a que ia.

-O cabo...!!! J'aquim, foge!!!

E mantendo a sua levitação agarra o cabo que antes prendera o elevador ao seu contrapeso, sendo puxado por este ao tentar atrasar a sua queda ao mesmo tempo que apanhava boleia para junto de J'aquim esperando que este tivesse ouvido o seu aviso.

(para tentar explicar a situação, não só está a tentar travar o elevador, como está a usar o impulso deste para chegar mais depressa a J'aquim, sendo a levitação que está a usar tanto um travão para o elevador, como para si quando estiver a chegar ao chão e não acabar esborrachado)