ao contrário de muitos eu até gosto do Monopoly jogado a 3... nem mais nem menos...
sendo que após a eliminação do 3º jogador o jogo torna-se uma corrida para ver quem não vai à banca rota primeiro, perdendo nesta fase a sua vertente de negociação.
Eu não olho para o jogo como um jogo em que se tenta levar os outros à pobreza... mas sim como um jogo de sobrevivência... e penso que deverá ser esse o objecto do mesmo.
Sem desprimor para o Monopoly, pois acho que se uma pessoa gosta de um jogo... seja ele qual for... deve joga-lo sempre que tiver outras pessoas com o mesmo sentimento, acho que deve dar uma oportunidade a outros jogos que podem agradar-lhe igualmente.
Uma sugestão (que já foi dada aqui) é os Descobridores de Catan (em inglês Settlers of Catan), envolve sorte para obter recursos, negociação sobre os mesmos enquanto se constroi uma rede de vilas e cidades numa ilha.
Outros dois jogos de negociação "pura" (ou quase), mas que infelizmente nunca experimentei (mas estão na minha lista de jogos a jogar) são o Chinatown e o Diplomacy (sendo o primeiro, mais leve (1h~1h30m) do que o segundo (pode chegar às 6~7 horas))
Entretanto, joguei ontem no encontro do Porto um outro jogo de negociação que me tinha esquecido de mencionar.
O Quo Vadis é uma surpresa muito agradável não só para quem não conhece muitos jogos mas mesmo para quem já conhece bastantes do prolífico Dr. Knizia. É daqueles que temos aqui na prateleira e poucas vezes nos lembramos de levar aos encontros, mas quando o jogamos acaba sempre por nos deixar satisfeitos. Negociação e manobras tácticas em 60 minutos ou menos... brilhante.
A opinião do MGBM: https://www.abreojogo.com/2006/10/quo_vadis
Acho que o monopólio pode ser um jogo com alguma estratégia se for jogado a 2 jogadores. Com mais que isso é demasiado caótico e o jogo passa a ficar reduzido a sorte[/quote]
É exactamente ao contrário.
Mais um exemplo revelador da incapacidade estratégica (de negociação) da generalidadedos criticos do monopólio
que os leva a limitar a sua acção a uma gestão directa da rentabilidade dos bens que possuem
e consequentemente à posição redutora deste depender basicamente da sorte.
Se fosses um tipo capaz de negociação, se não limitasses a tua apreciação do jogo e dos bens que neles possuem à rentabilidade imediata, não terias perdido. Certamente os dados não te teriam feito cair nessas duas casas. Afinal, o Monopólio ser um jogo de sorte é apenas a manifestação da burrice de quem o critica... Diz-se por aí.
Aqui há dias estava eu a ver por acaso um programa na tv sobre jovens cientistas locais. A certa altura o programa incide sobre um investigador de um laboratório da FCG e filmam-no em casa, ao piano. A imagem enquadra as pernas dele ao nível do chão. Por debaixo do piano há... precisamente, uma caixa do Monopólio.
Ora bem, o jovem era articulado e claramente inteligente, capaz de reflexão e daquele estado de espírito requerido para jogar um jogo "profundo", "táctico-estratégico", enfim, "inteligente". Pelo seu perfil até me parece que é bem provável que ele saiba que há muita outra coisa para jogar além do Monopólio.
Apesar disso, não tinha debaixo do piano o Catan. Não era sequer o Carcassonne. Tinha, nem mais, nem menos, o Monopólio!
Devemos abanar a cabeça em sinal de desaprovação e desespero? Penso que não. Sucede apenas que aquele jovem já "joga" a fundo no seu trabalho, desenvolve aí "jogadas estratégicas" com "implicações profundas", enfrentando "adversários muito difíceis".
Nestas circunstâncias (e sem falar com o visado, apenas especulando a partir de uma rápida imagem de tv) suspeito que a última coisa que ele quererá é transportar o estado de espírito do seu dia-a-dia profissional para os momentos de lazer. Então deverá, se eu estiver certo, querer jogar qualquer coisa que esteja nos antípodas da sua maneira de pensar profissional. Preferirá um jogo em que tudo é arbitrário, dependente da sorte, mas onde se diverte com os amigos, em lugar de transformar o divertimento em mais um momento de tensão e de esforço inteletual.
O Monopólio tem o seu lugar e ele não depende (apenas) das capacidades mentais de quem o joga...