Ora bem, parece que um bando de otários decidiu que não lhes chegava de amiga da Onça nos programas normais e pediram um correio sentimental. Ei, eu não me queixo. Havia lá de perder a oportunidade de dizer mais mal e ser desagradável.
Por isso aqui está, o Correio dos Leitores do primeiro Amiga Da Onça!
“Perdoai-me mãe, porque eu pequei. Ultimamente, no jogo que eu mestro, até a minha única jogadora só se apaixona pelas NPCs fêmeas... eu bem tento interessá-la pelos NPCs com cromossoma Y mas sem sucesso, e eles nem sequer são todos porcos, feios ou maus. A minha campanha tem mais gajas do que o elenco do L-Word, e já todas viram mais acção na cama do que o Stallone, o Van Dame e o Charles Bronson no celulóide. Através dos logs dos meus jogos online, já produzi mais ficção lésbica que todo o movimento femininista Francês entre as décadas de 70 e 90. E há que ser frontal, e dizer que já tive menos tentado a experimentar algumas peças de Lingerie Triunfo só para poder acrescentar aquele toque mais realista às minhas descrições. Temo que me esteja a tornar numa lésbica dentro de um corpo de homem gordo barbudo. Mas depois deste sermão inspirador, vejo o erro dos meus caminhos, e estou pronto para me arrepender, renunciar aos jogos indie e às suas tentações. Dizei-me por favor, quantos anos de campanhas de AD&D 2a Edição devo jogar até me tornar um homem puro novamente? Que classes de personagem devo jogar para apressar a minha recuperação? Será errado querer jogar um mago com robes de seda e roupa interior de veludo? Ou então um jovem bárbaro imberbe de cabelos compridos, inocente e ingénuo, ainda incorrompido pela civilização, que se veste numa sexy tanga de pele de leopardo felpuda?”
Ricmadeira, de Dentro do Armário do Turno da Noite
Para começar, sim, és uma lésbica. Temos pena, mas olha esse teu corpinho barbudo enganou bem os moços do registo civil, por isso dá-te por contente porque conseguiste casar-se sem problemas, enquanto há por aí muita lésbica que quer casar e não pode. Sobre a tua jogadora, das duas uma, ou ela gosta de lamber alcatifa (contra isso nada, vivam as lésbicas, quantas mais melhor, porque significa que há menos concorrência atrás dos gajos) e pouco podes fazer quanto a isso; ou então como és gajo, consegues ver à primeira o que os NPCs Machos tem de interessante e não precisas de fazer o seu lado bom OBVIO (qualquer gajo que se preze nota logo), mas a gaja, como gaja que é não nota (por algum motivo as gajas n percebem os gajos e vice versa). Como és gajo, compensas a tua pila fazendo as tuas NPCs gajas mais trabalhadas porque tens que te esforçar a faze-las autenticas. Logo, elas acabam por ser mais obvias e mais interessantes.
Agora, só mais uma coisa, por tudo o que é santo, nunca mais voltes a referir “roupa interior de veludo” “inocente e ingénuo” e “sexy tanga” na mesma frase que um sujeito da frase do sexo masculino, porque isso é de roto. Homem que é homem nunca é inocente ou ingénuo, nunca usa roupa interior (sobretudo de veludo) e sobretudo NUNCA admite usar tanga, mesmo que a use. Não estás a imaginar o Conan a virar-se para a Red Sonja depois de uma noite de sexo bárbaro e dizer-lhe “Ó, Sonja, chega-me aí a tanga que tenho que ir à rua buscar cigarros!” pois não?
Caro abrirojogo.com:
Hoje no transito olhei para um homem dentro de um jipe da Porsche; sou homosexual?
Rui, de Lisboa (acho)
Sim. Homem a sério sabe que a Porsche não faz jipes. E se estás a falar do Cayenne MAIS gay és. Gajo que é gajo sabe que um jipe é daquelas coisas que se usam no exército, todo desconchavado, sem suspenção e com pastilha elástica a segurar o isqueiro. Coisas como o Cayenne são brinquedinhos de bicha, e notá-los na rua sem lhe escarrar em cima imediatamente é coisa de roto. Mais grave é o facto que notaste mais depressa o gajo que ia lá dentro que o modelo exacto do carro. Para além de bicha, isto quer dizer que és a “mulher” da relação.
Ainda bem que sou gaja, ou ia aí partir-te o focinho, porque contaminas este fórum com a tua bichanisse.
E por agora é tudo. Quando ganharem tomates para fazer mais perguntas, digam.