O que são os Roleplaying Games? (Minha definição pessoal)


Para quem não conhece os Roleplaying Games, segue o meu entendimento muito pessoal e informal do conceito bem como uma breve introdução ao Grupo de Roleplayers de Lisboa.
Criei este texto como recurso para, quando necessário, apontar como link para explicar a alguém.
Claro está, convido quem queira a opinar e/ou apresentar a sua definição pessoal. Obrigado e abraços!   :)
Henrique Soares
 
 
 
O hobby dos Roleplaying Games (também conhecidos como Jogos de Personagem, Jogos Narrativos ou o que mais os queiramos chamar) surgiu em meados dos anos 70 e consiste em jogos nos quais os participantes (3 a 7, normalmente), se juntam à volta de uma mesa e, num ambiente de jogo e convívio, usam a imaginação e uma estrutura de regras determinadas para inventar uma história naquilo que se torna uma mistura lúdica de teatro informal e improvisado, contar de histórias e simulação de um universo fictício.
 
São maioritariamente jogos colaborativos, em que ninguém ganha ou perder e em que o objectivo geral é a criação contínua de uma narrativa que, quanto mais estimulante e cheia de surpresas para todos, melhor. Normalmente um dos jogadores assume o papel de Mestre de Jogo, uma espécie de narrador / contador de histórias e árbitro que propõe aos outros jogadores uma determinada situação narrativa. Os restantes participantes, assumindo o papel de um determinado personagem, definem e narram o que o seu alter-ego faz na circunstância proposta. O encadear colaborativo de situações, cenas e episódios forma uma narrativa com coerência e significado.
 
Muitos RPGs usam ferramentas de aleatoriadade, como dados ou cartas, para resolver situações em que o desenlace é incerto, e podem até recorrer a elementos visuais como imagens, mapas ou miniaturas num tabuleiro, mas nem sempre estes elementos são necessários porque a principal plataforma de jogo é a imaginação colectiva em forma de conversa. São sempre histórias interactivas no sentido em que são moldadas por todos os participantes e, consequentemente, todos terão surpresas ao longo da sessão já que ninguém sabe o que vai dali surgir.
 
Existem tipos de Roleplaying Games muitíssimo variados e para todos os gostos, idades, e graus de complexidade. Desde jogos com mais acção ou combate, até jogos mais narrativos, de representação de personagens e em que o contar de histórias em conjunto se sobrepõem à simulação da acção.
Também os universos em que as histórias destes jogos se passam abrangem todo o espectro da imaginação, existindo jogos com temas como o fantástico, ficção científica, super-heróis, piratas, eventos históricos, investigação, terror, adaptados de filmes, séries ou livros, ou até simplesmente histórias da vida quotidiana nos dias de hoje.
 
Estes jogos são óptimos para a aprendizagem e desenvolvimento dos mais jovens (e não só!), já que são uma actividade bastante social e desenvolvem as capacidades de leitura e verbais, o raciocínio matemático, a criatividade e a imaginação. Reforçam também a experiência em resolução de conflitos, em encontrar em conjunto soluções para problemas e desafios, e a adaptação a falar perante outras pessoas, expor as ideias de cada um e gerir a aceitação destas por parte dos outros.
 
Os Roleplaying Games foram ao longo dos tempos adaptados com grande êxito ao mundo dos video-jogos, mas os Tabletop Roleplaying Games (ou RPGs de mesa) serão sempre uma excelente e inigualável forma de convívio, entretenimento e criatividade.
 
 
 
 
O Grupo de Roleplayers de Lisboa tem como objectivo a divulgação dos Roleplaying Games e a ligação entre jogadores, e organiza, desde Março de 2011, encontros mensais abertos ao público em geral. Participa também noutros eventos de actividades semelhantes organizados por vários grupos, como os jogos de tabuleiro através do Grupo de Boardgamers de Lisboa e da LisboaCon, ou o Ludopolis ‒ Festival dos Jogos e da Diversão, ou até eventos relacionados com a cultura popular japonesa como o Anipop Kyuu-Ti ou o IberAnime.
 
Os encontros mensais do grupo realizam-se no segundo sábado de cada mês no Centro Comercial Alvaláxia, em Lisboa e a actividade principal, para além do convívio de pessoas com (pelo menos) um interesse comum, são as sessões de jogo que qualquer mestre-de-jogo pode agendar e dinamizar e que, nalguns encontros, são subordinadas a temas opcionais como Fantasia, Ficção Científica, Investigação, Terror, e por aí fora. Em cada encontro promove-se também uma mesa redonda informal para convívio ou debate de temas específicos de interesse dos participantes.
 
Os eventos realizados pelo grupo são perfeitamente compatíveis com participantes inexperientes no hobby e promovem sempre a participação por parte de jogadores estreantes que trazem sempre novas impressões e abordagens.
 
É também fundamental, neste esforço de divulgação perante tanto quem conhece os Roleplaying Games como quem não conhece, o desmistificar da ideia de que os RPGs são uma actividade estanque e demasiado complicada, que requer a leitura de livros de regras com dezenas ou centenas de páginas e que envolve um enorme esforço de preparação para cada sessão. Pretende-se reforçar também a ideia que arranjar um grupo de amigos interessado em participar em sessões de jogo não é tão complicado quanto possa parecer, e que existem imensos jogos grátis, com poucas páginas, que se aprendem imediatamente e que servem como excelente introdução ao hobby.
 
Os encontros mensais têm tido uma média de 10 a 20 participantes, com alguns elementos mais regulares e muitos outros que participam mais ocasionalmente, mas também, com frequência, com participantes estreantes (quer aos encontros como aos RPGs em si).
 
Dada a irregularidade da maior parte dos participantes e também para promover a diversidade, os jogos dos encontros são normalmente histórias que duram apenas uma sessão (ou episódio) e portanto não requerem continuidade ou um compromisso demasiado grande dos participantes. Mas como, para a maior parte dos jogadores a continuidade da história que é construída no jogo também é importante, tem-se tentado promover nos encontros campanhas (ou histórias) mais contínuas, de forma a que uma história iniciada numa sessão possa continuar em sessões subsequentes. Nalguns destes jogos não existe a obrigatoriedade de estarem presentes os mesmo jogadores das sessões anteriores; um conceito que podemos chamar de “campanha aberta”. Os encontros do grupo têm contado já com a presença de campanhas abertas com o sistema Pathfinder Roleplaying Game, um dos RPGs mais conceituados do momento.
 
Os encontros de roleplayers são portanto uma óptima oportunidade para experimentar Jogos de Personagem e/ou trazer amigos que ainda não experimentaram, como também para conviver, trocar ideias, conhecer pessoas com interesses comuns ou até encontrar novos grupos e companheiros de jogo. São abertos a todos, experientes ou não, acompanhados ou sozinhos, e não é preciso trazer nenhum jogo ou material, é só aparecer!
 
O Grupo de Roleplayers de Lisboa marca também presença na Internet, servindo de plataforma de troca de ideias ou ponto de encontro de jogadores.
 
Para mais informações visitem
www.facebook.com/roleplayerslisboa
www.abreojogo.com/roleplayers_lisboa
 
ou escrevam para
[email protected]