O que se espera de uma review?

Pq é q achas q os concursos são lucrativos para o BGG? O que é lucrativo para o BGG, que eu saiba, são os anúncios e as subscrições.

Nunca, o fiz, faço ou farei!! Essa era de mais! Estou a dar valor acrescentado aos produtos, de borla!!! As editoras é que me deviam pagar bem, como a todos qts fazem Player Aids, traduções (para permitir a outros poderem jogar o jogo), etc, etc.

Depende do envolvimento do autor com a pós-produção/divulgação do seu jogo. Há quem siga a par e passo o feedback da comunidade, incentivando, aceitando e solicintado o mesmo. Ou também os há quem se esteja a borrifar. E não são consistentes (daí eu depreender que tenha a ver com o quanto lhes deve cair no bolso na parte de direitos, dependendo do contrato de direitos que tenham assinado).

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Não é criticar a critica ou diminuir o crédito de uma review, mas de facto ultimamente tenho lido um pouco mais reviews e deparei-me com algumas coisas engraçadas mas por vezes sem muito bom senso no que toca a um aspecto fundamental: aquele que procura informação sobre um jogo em português.

E isto porquê? Porque ultimamente se tem falado muito em "fazer algo pelo hóbi" (espero que seja assim que se escreve em tempos de acordo ortográfico).

Uma das formas de se fazer algo pelo hóbi é proporcionar a quem chegar a este mundo dos jogos de tabuleiro, tenha acesso a informação clara sobre os jogos, muitas vezes apenas disponíveis noutras linguas.

A maior parte das reviews até há pouco tempo, era escrita de e para "gamers", aqueles que de alguma forma já estão à vontade neste meio. Mas se olharmos para a situação actual, há muita gente a chegar e a ter contacto com os sites e foruns portugueses e a procurar ajuda sobre este jogo ou aquele.

Enquanto isso, fui lendo algumas reviews e verifiquei que muitos dos que escrevem, o fazem usando o humor para dar vida ao artigo, e aqui é que a coisa fica meio tremida.

Humor é bom, mas de que forma?

Não falo por mim, pois se achar que não tem piada, passo à frente, mas penso naqueles que procuram informação objectivamente, são pais à procura de um jogo para oferecer a um filho, etc...

Deparei-me com coisas menos bonitas,como por exemplo, alusões racistas e de incesto num artigo sobre um jogo?!?!? Mas que raio!

Por vezes é mesmo a linguagem a não ser a mais apropriada, mesmo quando camuflada por uns asteriscos...

É mesmo uma questão de bom senso. Se se pretende atingir um público mais abrangentemente, acho que seria de bom tom usar um formato sensato.

Bem, isto é apenas um comentário ao que li por aí. Não levem a mal os autores das reviews, mas pensem só em quem vai ler e se o que escrevem se adequa a todos os públicos, isto é, se pretendem com o artigo, fazer mais gente se juntar a esta comunidade "hobista" dos jogos de tabuleiro.

«Mais vale estar calado e julgarem-te um idiota, do que abrir a boca e dissipar todas as dúvidas.»

Claro que estas coisas dependem bastante das pessoas e principalmente do seu sentido de humor e de como reagem a um determinado texto. Não se pode pedir a um fanático dos malucos do riso para apreciar o humor do Woody Allen e vice-versa, independentemente das razões de cada um.
Quando estás a escrever para um universo de centenas de pessoas é evidente que algumas vão gostar e outras não vão. Isso é uma certeza. Tentas sempre agradar ao maior número de leitores, mas por muito que te esforces não o vais conseguir.
Felizmente em Portugal começam a existir várias pessoas a escrever sobre jogos e existe variedade de estilos e de abordagens. Devo-te dizer que gosto de algumas e de outras não tanto, mas dum modo geral penso que qualquer pessoa que leia uma critica num blog ou num site de jogos em português consegue perceber o que está em causa ou o que se pretende do jogador.
No nosso blog utilizamos, ou pretendemos utilizar o humor. Às vezes resulta e, na maior parte das vezes, não. Mas a opção que tomamos é consciente e deve-se apenas ao facto de aligeirar o texto de forma a poder ser acessível a qualquer pessoa e essencialmente não se tornar uma chatice. Ao mesmo tempo tentamos passar uma mensagem concreta sobre o que o jogo é sem nunca entrar no esquema de explicar todas as regras. Eu leio críticas em que são debitadas regras atrás de regras, que são mal escritas e em que o leitor acaba por não perceber nem as regras nem o jogo. Mas digo-te que é muito difícil escrever uma crítica em que sejas claro, pouco maçudo e que atinjas o teu alvo.
Mas em todo o caso o balanço que faço é bastante positivo. Recebemos muitos mails de pessoas que esbarraram com o blog ou com o Óbi (acho q com o acordo ortográfico ficará assim ) e ficam muito entusiasmadas e querem comprar jogos etc e acabam por ler os posts, as reviews e a sensação que fico é que estão bem informadas sobre o jogo depois de lerem as críticas. Ao menos isso!
Por isso discordo de ti quando dizes que, normalmente, as pessoas que têm pouca informação sobre os jogos de tabuleiro nas críticas que podem ler em Português (de Portugal ou do Brasil que aliás tem bons blogues sobre o tema). Acho até que durante os últimos 3 anos os blogues (mais o jogosdetabuleiro e o Spielportugal) foram a única porta de entrada de malta nova no Óbi. Agora já existem os encontros nacionais que estão bem organizados e conseguem chamar a atenção das pessoas que não jogam. Falta apenas um empurrão da imprensa que eu acredito que vai chegar mais tarde ou mais cedo, mas acho que esta comunidade é bastante competente, que faz muito pelo óbi e creio que, se em vez de jogadores fossemos todos políticos, Portugal não era esta pouca vergonha .
Onde reside o problema é nos locais onde se vendem os jogos: no corte inglês, na Fnac, ou nas tabacarias e mesmo nos sites de venda, onde não existem pessoas que conheçam o produto. Ninguém sabe o que é aquilo. Isso é que é realmente desesperante. Eu já vi um pai a querer comprar o heroscape para os filhos em que a vendedora resume o jogo desta forma: “este tem bonecos”. O Pai não levou o jogo, claro, mas se lhe fossem explicados os jogos á venda, provavelmente levaria algum.
Agora as críticas julgo que servem para que se tenha contacto com o jogo e as que existem em Português, duma maneira geral conseguem isso. Ou então nos session reports, que são bons para perceber a dinâmica do jogo num grupo e o que as pessoas sentem á mesa e por acaso o blog Jogoeu tem conseguido satisfazer esse objectivo muito bem.
Mas, em todo o caso, os blogs são blogs, são em primeiro lugar páginas pessoais, em que os seus autores escrevem o que quiserem e como quiserem. Não andam propriamente a satisfazer os interesses de lojas ou na senda de angariar jogadores e seria absurdo terem de se editar além daquilo que acham sensato. Não é esse o objectivo, pelo menos para nós. Nem acho que se deve pedir isso ou exigir isso.
Mas em última análise concordo com o Firepigeon: Não existe uma fórmula de escrever reviews, são visões pessoais que sem esse toque não têm vida e não servem para nada. Mas seja como for, o leitor caso não goste, tem sempre a opção de não ler ou carregar num dos links expostos do lado direito.

Julgo que deves concordar comigo que:

«[ ] Até que, depois de comer o jantar requentado, e ao subir ao quarto de casal de tecto espelhado e cama redonda, se deparou com um cenário revoltante de luxúria incestuosa, entre mãe e filho-adoptivo africano, alegadamente com 3 pernas.
- Mas o que é isto? Reinaldão, o que estás a fazer em cima da tua mãe? Ó mas o que é isto... afinal não tens 3 pernas? Ó meu Deus, mas porquê? Porquê? Porquêeeeeeeeeeeeeeeeeee?
[ ]

Aos poucos a tristeza e o choque foram-se transformando em algo de muito mais negro. Entristecido pela traição e furioso, pela perda dos sapatos, Martin Wallace encontrou em si a determinação necessária para fazer a única coisa que alguém que tenha acordado mal disposto, a quem tenha corrido mal o dia no trabalho, que tenha sido obrigado a aquecer o jantar no micro-ondas, tenha descoberto que a esposa não o tinha feito por estar a traí-lo com o filho adoptivo africano e tenha pisado merda, poderia fazer: cantar uma balada muito triste e melancólica e desenhar um jogo de tabuleiro imbuído de ressentimento e crueldade! [ ]»

Embora possa surtir o efeito de esboçar um sorriso ou até mesmo uma gargalhada (dependendo do sentido de humor), não está somente num Blog (está no BGG também), não do melhor bom-gosto numa review de um jogo.

Dando o beneficio da dúvida, seria possível fazer humor à volta da situação sem recorrer a algumas das imagens propostas. Por exemplo, no BGG poderia ter sido publicada uma versão que apenas se cingisse ao jogo (sem a piada, isto é).

É a minha visão do assunto, não me incomoda de sobremaneira. Como diz a sabedoria popular: "Se não gostas de ervilhas, arruma-as para a borda do prato."

Apenas fico reticente quando devo indicar a determinada pessoa, o que ler sobre tal assunto pois a imagem que poderá daí advir pode não ser a mais bonita.

Sendo este um óbi (esperemos que não fique assim depois do acordo) em crescimento, deveriamos todos ter mais cuidados com a imagem que passamos. Já vivi esta situação numa outra actividade e a realidade é que a imagem não mudou muito e continua a transparecer que se trata de uma actividade praticada por fedelhos mimados - mas isso é outra estória.

«Mais vale estar calado e julgarem-te um idiota, do que abrir a boca e dissipar todas as dúvidas.»

O texto não é de facto meu e por isso apenas te posso dar a minha interpretação. Na verdade, a ideia que me pareceu que o autor (o Zorg) queria passar era que o dia do martin Wallacce tinha sido tão tramado e que tinha ficado tão desgastado com as coisas que viu que decidiu fazer um jogo de tabuleiro onde se pudesse vingar do mundo, surgindo assim o Age of Steam. Pá eu acho a ideia boa porque, de facto, passa logo no primeiro paragrafo, antes da crítica começar, aquilo que o jogo é. Tramado e de que maneira para o jogador. Não sei se já o jogaste, mas a ideia que se tem ao jogá-lo é que o dia do designer devia ter corrido muito mal.
Claro que concordo contigo, agora que o assunto vem à baila, que eventualmente pode chocar uma ou outra pessoa, mas nunca nos passou pela cabeça que isso pudesse acontecer. Mas essas coisas acontecem. Se calhar podias ter ficado chocado e outras pessoas não. Mas garanto-te que nem sequer falámos sobre isso nem faziamos ideia que a piada usada podesse ser considerada de mau gosto.
Houve no entanto uma vez que pensei duas vezes antes de publicar uma critica. No Container, iniciei-a com uma conversa entre dois trolhas que basicamente tinha duas asneiras em cada frase. Claro que tapei as letras das asneiras com *, mas fiquei na dúvida.
Mas lá está, o blog é meu, não ganho nada com ele e se gosto de texto como ele está, não acho que o deva cortar.
No entanto enviei a crítica para a rede de jogos com o mesmo diaogo inicial e o Vital aceitou-o sem modificar as asneiras. Se o quisesse modificar estava totalmente à vontade.
Concordo que talvez sites como o AbreoJogo e principalmente o rededeJogos possam ter algum cuidado e editar os textos que recebem, mas nos blogs acho que não faz sentido.
Eu sou muito liberal em relação a essas coisas, principalmente ao humor, existem coisas muito piores e mais chocantes no mundo do que uma eventual piada de mau gosto.
Quanto à imagem que passamos. Eu nisso acho que não nos devemos esforçar por nada. Eu gosto de jogar e pronto. Sou uma pessoa normal (ao contrário do Zorg) tu certamente és uma pessoa normal, e as pessoas que conheço são pessoas perfeitamente normais que estão inseridas na sociedade, são estudantes ou trabalhadores normais, com famílias, filhos e com uma educação acima da média. Por isso acho que os jogadores de tabuleiro não se devem preocupar em passar imagem nenhuma deles. Se queres que te diga, cheguei a pensar que, quando fui a um dos primeiros encontros, me iria deparar com totós. Nada disso, tirando um ou outro (sim, também os há :)) são pessoas bastante normais e acessiveis. A particularidade que têm é que gostam de jogos de tabuleiro. mas qual é a diferença entre jogar jogosdetabuleiro ou Poker ou Sueca ou Xadrez?
Aconselho-te a ver https://www.ludusluderia.com.br/ na opção Ludus na Media para veres as reportagens que passaram na Tv Brasileira sobre jogos de tabuleiro. As pessoas não se esforçaram por passar nenhuma imagem e a coisa saiu natural e bastante positiva.
Dá lá uma olhadela!

Uma pequena sugestão em relação ao acordo ortográfico, ignorem-no. É a única coisa sensata a fazer...

Hobby tem tradução há muito tempo. É o mesmo que passatempo. Fica a opção de cada um para usar o termo traduzido correctamente ou então recorrer ao estrangeirismo, correctamente também, e escrever "hobby".

Já conhecia a Ludus Luderia, mas ainda bem que chamas a atenção.

Realmente os brasileiros têm uma forma mais descontraída de fazer as coisas (isso nota-se na TV) e não seria diferente ao fazer uma reportagem sobre jogos de tabuleiro.

Não é a questão se devemos ou não fazer obrigatoriamente um esforço para passar uma postura, mas sim agirmos naturalmente em conformidade com as situações. Ora vejamos: em casa, no trabalho, a jogar futebol, com os amigos (aqueles com quem estamos mesmo à vontade), é normal agirmos e falarmos de uma forma mais descontraída e até sairem uns desaforos pela boca fora e umas atitudes menos próprias do que se estivermos num meio de desconhecidos, numa situação mais formal. Não estou a ver o autor da review a fazer o mesmo tipo de descrição se tivesse sido entrevistado para a a televisão - a história seria diferente por certo.

A verdade é que a ferramenta "Internet" nos permite certas liberdades descontroladas, incensuradas, e ao toque de um clique estão ao dispor de todos.

Não quero com isto dizer que estou a censurar o blog do autor, pelo contrário, inserido no blog não tenho qualquer objecção, inserido num veículo como o BGG, AoJ, Rede de Jogos, etc... supostamente centros de recolha de informação e opinião, os conteúdos deviam ter em conta todos os públicos.

Não me ía sentir à vontade para dizer a um jovem de 12 ou 13 anos para ir ler determinado artigo de opinião ao BGG (ou qualquer dos outros), sabendo que o conteúdo poderia ferir susceptibilidades. - e longe de mim pensar que um jovem de 12 ou 13 anos nos nossos dias é um "tótó", mas sim penso que os pais poderiam não estar de acordo com a linguagem e imagens passadas - aí sentir-me-ia responsável por ter indicado.

«Mais vale estar calado e julgarem-te um idiota, do que abrir a boca e dissipar todas as dúvidas.»

Agora que andavamos entretidos neste passatempo de escrever passatempo doutra forma, viéste pôr o H no óbi. Feio! Desmancha prazeres!

«Mais vale estar calado e julgarem-te um idiota, do que abrir a boca e dissipar todas as dúvidas.»

Já sabes... Apetecia-me mandar uma boca, e como já disse o que pensava acerca deste tópico, fui falar de algo paralelo!

Eu até gosto de óbi!
Mas prefiro Oubi!

[quote=Mallgur]

Uma pequena sugestão em relação ao acordo ortográfico, ignorem-no. É a única coisa sensata a fazer…

Hobby tem tradução há muito tempo. É o mesmo que passatempo. Fica a opção de cada um para usar o termo traduzido correctamente ou então recorrer ao estrangeirismo, correctamente também, e escrever “hobby”.

[/quote]

Na minha opinião, passatempo é: palavras cruzadas, sudoku, descubras as diferenças, sopa de letras, monopólio, ler o jornal, jogar no telemóvel, saltar à corda, passear o cão, etc.

Por outro lado, hobby é: colecionar selos, aeromodelismo, pintura, tocar piano, culinária, jogar poker, paintball, tuning, fotografia, jogos de tabuleiro, etc.

[quote=Rick Danger]Na minha opinião, passatempo é: palavras cruzadas, sudoku, descubras as diferenças, sopa de letras, monopólio, ler o jornal, jogar no telemóvel, saltar à corda, passear o cão, etc.

Por outro lado, hobby é: colecionar selos, aeromodelismo, pintura, tocar piano, culinária, jogar poker, paintball, tuning, fotografia, jogos de tabuleiro, etc. [/quote]

E a diferença é?

Na primeira tens um jogo de tabuleiro (mau, é certo, mas ainda assim um jogo de tabuleiro) e no segundo um jogo ( de cartas, é certo, mas que consta no BGG)... em que ficamos?

Um hobby é um passatempo. A definição do meu dicionário dá um passatempo favorito, mas será sempre algo que fazes exclusivamente por prazer, no teu tempo livre, ou seja, sem ser por motivos profissionais.

Não quero descarrilhar o tópico, por isso aproveito para dar também a minha opinião.

Pessoalmente, o que espero de uma review é uma diversidade de opiniões sobre o jogo. O que eu gosto mais de ler é uma crítica que suscite respostas do maior número de pessoas diferentes. Com todo o potencial que as comunidadas online têem, considero mais útil uma discussão construtiva que apresente diversas perspectivas do que um longo artigo de um veterano/especialista a que toda a gente diz que sim.