Depois de mais um dia agitado e cansativo numa semana muito longa, recebi uma chamada. Era a minha namorada, a perguntar se eu demorava muito e a dizer que eu era um batoteiro! Que raio! Vi pelo tom dela que estava na brincadeira sobre a seriedade da acusação, mas sabia que havia algo por trás.
Pelos vistos ela meteu-se a jogar Exploradores com o pai e releu as regras, pelos vistos depois de muitas centenas de jogos em que nos diverti-mos imenso com o jogo, temos estado a jogar sem uma regra que altera a maneira como o jogamos. Quem é familiar com o jogo sabe que é um jogo rápido entre duas pessoas com regras minimas.
Mas alto lá! A minha namorada a jogar sozinha!!! Uuuhooo!!!
Fui a casa jantar e apareci em casa dela. Lá estava ela toda entretida a jogar com o pai. Pela cara dela já sabia o que ia dizer, que ganhou e que eu era um batoteiro.
Mal pode apresentou logo o livro de regras e mostrou a regra em falta, que por acaso torna o jogo ainda mais interessante, para quem lhe interessar, é a regra de poder ir-se buscar uma carta aos montes de cartas discartadas uma carta superior ou ao monte das cartas, que em jogos anteriores para nós não se podia ir buscar cartas discartadas.
Pouco depois anunciou que estava 100% vencedora, o que aliado a ter ganho um jogo de Ticket to Ride no dia anterior devia estar a sentir-se muito optimista. Eu tinha levado vários jogos novos para se jogar nesse dia, Mamma Mia, Formula D e Le Havre. O pai dela queria joga Powergrid, eu estava a pensar no Formula D e a minha namorada surpreendeu ao pedir o mais complicado.
Lá o Le Havre que eu tinha levado mais numa de mostrar teve a sorte de ser aberto e de separar-mos todos os componentes. Já li algures que é um jogo que tem tudo para ser complicado, mas não é. E realmente é isso, mas no inicio chegou a assustar toda a gente na mesa. À medida que se ia fazendo o deploy, lá as coisas iam ficando explicadas e o jogo a fluir muito bem. O principal problema é como a minha namorada disse, o problema é que há tanta coisa para fazer! É verdade, há muita escolha, mas passado um bocado já estavamos todos a rapidamente decidir o que fazer e o jogo a andar rapidamente. Estava a achar o jogo muito fácil, mas como estavamos a jogar o jogo curto, nem liguei muito.
Pouco depois a minha namorada foi ver uma regra e lá deu com uma regra mal interpretada por mim que matou o jogo. Estavamos a fazer as duas acções em vez de escolher ir buscar um item ou ir a um edificio.
Já era tarde e o jogo ficou por ali. Eu e a minha namorada ainda decidimos experimentar o Mamma Mia mas não atinamos com as regras pois já ninguém tinha cabeça para elas.
Tenho de passar a ter mais cuidado com as regras, especialmente se as ler à noite. No caso do Powergrid o jogo só é realmente bom as regras correctas, mas os Exploradres e o Le Havre estavam a ser divertidos mesmo com uma regra mal interpretada ou mal usada.
Mas pelos vistos a minha namorada tornou-se uma gamer! Sou mesmo uma má influência!
Olhando para trás os meus primos já jogavam jogos de tabuleiro, mas introduzi-lhes o Munckin e o RoboRally. Pouco depois já havia noites de Munchkin, e os amigos próximos compraram Munchkin, alguns todas as edições. Passado uns tempos apareceu o Coyote, o Saboteur, o Tichu, o Tsuro, o Shadows over Camelot, o Medevil, etc.
Acho que o mais importante é corresponder o jogo certo à pessoa certa. O pai da minha namorada já nos viu jogar várias vezes, mas mal apareceu jogos com mercadorias e empresas ele logo quis aprender, é algo que ele gosta. E ontem até já pediu para jogar o Powergrid.
MadCat,
A corromper o Mundo, uma pessoa de cada vez.