Orléans


Sinopse:

Assumindo o papel de senhores medievais, os jogadores procurarão controlar diferentes aspectos da economia de Orléans: o desenvolvimento, o comércio, a população… No final o vencedor será aquele que melhor conseguir gerir os seus seguidores.

Como se joga:

No início do jogo todos os jogadores recebem um tabuleiro pessoal, um saco, 5 moedas, 7 marcadores da sua cor, 1 mercador, 10 postos comerciais e 4 fichas de seguidores (agricultor, navegante, lenhador e comerciante).

Image Beatrix Schilke

O jogo de decorre em 18 rondas com 7 fases cada uma. As fases são as seguintes:

1) Revelar evento: nesta fase revela-se a ficha do topo do monte de eventos (o primeiro evento é sempre a peregrinação).

2) Recenseamento: o jogador que estiver mais avançado na escala de agricultores ganha uma moeda, o que estiver mais atrasado paga uma moeda. Em caso de empate, nas duas situações mencionadas, ninguém recebe nem paga.

3) Seguidores: Nesta fase os jogadores retiram do saco, sem ver, o número de fichas de seguidores que a sua escala de cavaleiros permitir. Todos começam na casa 4, ou seja, por defeito todos os jogadores podem tirar 4 fichas de seguidores e à medida que o jogo evolui poderão chegar ao máximo de 8 seguidores por ronda.

4) Planeamento: Nesta fase todos jogam em simultâneo colocando as fichas de seguidores nos diferentes edifícios que desejam ativar. Cada edifício tem ações específicas.

Podem distinguir-se 3 grupos de ações:

  • as que permitem aceder ao mapa, quer pela possibilidade de mover o mercador como pela possibilidade de construir postos comerciais;
  • as que permitem obter seguidores e os seus bónus:
    • o agricultor permite ganhar dinheiro na fase 2;
    • o lenhador que permite ganhar engrenagens que por sua vez diminuem a exigência de seguidores nos edifícios onde são colocadas;
    • o comerciante que permite construir edifícios particulares e que só beneficiarão o jogador que os construir;
    • o navegante que permite ganhar dinheiro;
    • o cavaleiro que permite tirar mais seguidores do saco na fase 3;
    • o universitário que permite progredir na escala de desenvolvimento;
    • o monge que funciona como joker e substitui qualquer tipo de seguidor.
  • as que permitem enviar seguidores para o tabuleiro de beneméritos e ganhar dinheiro, desenvolvimento e/ou cidadãos.

5) Ação dos seguidores: Nesta fase os jogadores executam as ações onde têm os seus seguidores. Começa o jogador inicial a executar a sua primeira ação e segue-se no sentido dos ponteiros do relógio até que todos passem. É permitido alocar seguidores a edifícios e não executar a ação nesse turno, porém esses seguidores não poderão ser movidos desse edifício nos turnos seguintes.

 

Todos os seguidores que forem usados para executar uma ação vão para o saco depois da ação ter sido feita. Todos os seguidores ganhos através de uma ação também vão para o saco.

Image maeddes maeddison

6) Resolução do evento: Como o nome indica, resolve-se agora o efeito do evento. O livro de regras trás uma explicação detalhada de cada um deles.

7) Mudança do marcador de jogador inicial.

O jogo termina no fim da resolução do 18º evento. Em seguida pontua-se da seguinte forma:

  • Dá-se uma ficha de cidadão a quem tiver mais postos comerciais colocados no mapa;
  • Cada moeda = 1 PV
  • Bens:
    • Tecido – 5 PV
    • Lã – 4 PV
    • Vinho – 3 PV
    • Queijo – 2 PV
    • Trigo – 1 PV
  • (Postos comerciais + fichas de cidadão) x índice de desenvolvimento (máx. 6) = ? PV

O jogador com mais pontos de vitória ganha. Em caso de empate ganha o jogador com melhor índice de desenvolvimento. Se o empate persistir há vários vencedores!

Avaliação:

Depois do deck-building (Dominion…) chega o bag-building! A originalidade deste mecanismo deixa-nos com um sorriso de desconfiança ao princípio mas depois a ideia acomoda-se no tempo.

Orléans é um jogo muito bem servido em termos de componentes e de ilustração embora com um preço um pouco exagerado nesta primeira edição, no entanto, a 2ª tiragem já está aí e com um preço bem mais agradável!

No início tudo nos é servido como um clássico worker placement, depois percebemos que os trabalhadores afinal podem ficar no tabuleiro até nos apetecer ativá-los, adicionando ao jogo o factor de gestão do tempo… e a experiência começa a tornar-se aliciante.

À medida que se avança na partida começam os dilemas da escolha pelo melhor caminho para a vitória. Inúmeras opções, imensas consequências, muito que planear… sem darmos conta já estamos completamente dentro do jogo, batalhando para maximizar as escolhas e jogar no timing certo.

Embora ainda com pouco tempo de rodagem por estas bandas já dá para afirmar que Orléans tem muito potencial para ver mesa nos próximos tempos. É preciso descobrir com mais profundidade as diferentes variáveis que nos podem conduzir à vitória, perceber quais os edifícios em função da estratégia escolhida, e muito mais que com poucas partidas não temos oportunidade de descobrir. Orléans é por isso um jogo para se ir descobrindo.

A mecânica serve muito bem o jogo, que flui extremamente bem, ao contrário daquilo que parecia inicialmente, e no final permite ter uma agradável  experiência de jogo não demorando excessivamente.