Os ditos jogos "CRPG"

Ultimamente, a disponibilidade de tempo para jogar computador nao tem sido muita. No entanto, nos ultimos tempos, tem-se assistido a uma degeneração do RPG nos jogos de computador.

Essencialmente, hoje em dia basta um jogo ter um sistema de pontos ou estatisticas e a personagem subir de nivel, para ser chamado de CRPG. Além disso, surgem jogos que aplicam estes elementos e dizem conter elementos de RPG.

Eu, pessoalmente, acho isto uma piada. Por exemplo, n considero o Dungeon Siege um RPG... talvez uma espécie de Dungeon Hack... mas nunca RPG.

Também jogos com opções de fala, não são para mim RPG's... nisso os jogos de aventura gráfica fazem-no bastante melhor.

Para mim um RPG (de computador), tem que conseguir recriar um ambiente onde possamos, para além de desenvolver a nossa personagem, desenvolver também o nosso papel no mundo e sentir as alterações. Senão, é meramente um jogo arcade com estatisticas e leveling.

É de facto pena que induzam aos novos jogadores, uma falsa noção de RPG,o que, ultimately, poderá a criar algum estranhismo ou afastamento de novos jogadores P&P.

O que acham?

[quote=Silverleaf]Também jogos com opções de fala, não são para mim RPG's... nisso os jogos de aventura gráfica fazem-no bastante melhor.[/quote]

Não percebi isto... o que queres dizer com "jogos com opções de fala"? São aqueles jogos em que os nossos personagens interagem com, vá lá, NPCs e o teor da conversa é comandado pelas frases que escolhemos dizer a partir de uma lista pré-definida?

É de facto pena que induzam aos novos jogadores, uma falsa noção
de RPG,o que, ultimately, poderá a criar algum estranhismo ou
afastamento de novos jogadores P&P. O que acham?


Acho que é o já conhecido fenómeno de Tolkien. Com o impacto que têem os
filmes, a nova geração até é capaz de ficar com a ideia que Senhor dos
Anéis é copiado de Star Wars, que o Gandalf é um clone do Obi-wan e que
o mundo da Terra Média é uma versão do ambiente de Warcraft.

O mesmo perigo existe com os CRPGS. Criam ruído na divulgação dos
pioneiros pen & paper, pois as pessoas se calhar até acham que
estes vieram depois dos jogos para computador e acham estúpido e
arcaico andar com folhinhas e dados quanto estamos na era digital.

Sim, isso mesmo. Existem jogos que apresentam apenas uma ramificação
de frases nas conversas. No entanto, existem CRPG's mais detalhados,
onde as respostas do nosso personagem dependem das características da
mesma.

Por exemplo, um personagem com pouca inteligência tem
tendência a fornecer respostas simples, e a resolver as quests ao
murro. Um personagem mais hábil de fala, poderá tentar as situações
desfavoráveis em favoráveis. Um personagem com maior destreza poderá
até mesmo evitar conversas, simplesmente permanendo fora de vista,
etc. 

 

Relativamente às falsas noções, penso que talvez seja uma questão de geração. O "appeal" dos RPG's P&P não é tão grande como o do D&D dos anos 50. A facilidade de ter um computador e/ou consola em casa, substituiu em muito o recurso a bens literários e formas de convívio inerentes. Eu pessoalmente abomino consolas, pois considero que as ofertas de jogos que apresentam são quase na integra dedicados a acção, desportos, infantis, etc... essencialmente uma arcada. Claro que, de vez em quando, não me importo de gastar 1€ e ir marcar uns tempos no Sega Rally, mas pronto... para perder horas prefiro coisas que necessitem de maior fluxo cerebral.

Ainda resta para ver o que esta geração do Harry Potter poderá fazer relativamente ao P&P... 

Bem, eu acho que tudo o q disseste se aplica a qq jogo de computador, especialmente aos ditos "crpg's"! :P

Esses jogos que dizem conter "elementos de rpg" têm tantos elementos de rpg como os "crpg's" são rpg's!

cRPG's só com realidade virtual e verdadeira inteligência artificial!

--------------------------------------------------------------
[B0rg]
We r all as one!!
We are The Borg. We are Eternal. We will return. Resistance is Futile...

If freedom is outlawed, only outlaws will have freedom.

Isto lembra-me uma cena espetacular: Neverwinter Nights! Um CRPG que, apesar de uma história mediocre, continha um tool que permitia criar novos modulos com todo o pormenor: design dos mapas, dos enredos, falas dos personagens, etc. Para aqueles que não se importassem de "programar" um bocadito em algo parecido com C, podiam até definir novos triggers, comportamentos, etc. Alem disso, um dos jogadores podia fazer de GM. Tipo, é interessante tares a jogar, a saber que nao sabes o q é q o GM maluko vai fazer, hehe. Cenas giras, tipo "Ao fim de meia hora a matares todos os gatos inocentes que viste no mapa, um deles transforma-se num great old red e olha fixamente para ti..." Mto giro ver o gato a transformar-se no dragao...

Isto faz-me também lembrar de uma coisa tipica nos CRPGs... por norma, os inimigos têm um circulo vermelho a servir de target, os neutrais um circulo amarelo, e os friendlies um circulo verde. Tipo, ver um gato com target vermelho é nakela... é um gato... 1HP... mas, qdo ves um dragao vermelho com um circulo vermelho a 2 feet de ti... Ja mencionei que tinhamos temporariamente abandonado o plot e távamos a matar os gatos todos que o GM tinha dedicado a meter no mapa quando o construiu? hihi 

Argh, essa coisa horrivel! :S

Ainda me convenceram a fazer de GM para um projecto de um server tuga q andavam a fazer nisso. A minha sorte foi q o projecto não foi a lado nenhum! :)

Mas BTW, so assim por curiosidade, antes do neverwinter nights já um crpg de vampire q tinha saido uns bons tempos antes tinha um modulo de st. Foi o primeiro nisso!

--------------------------------------------------------------
[B0rg]
We r all as one!!
We are The Borg. We are Eternal. We will return. Resistance is Futile...

If freedom is outlawed, only outlaws will have freedom.

Sim, também me lembro, se bem q não era muito costumizável estando o pessoal condenado a fazer pequenos "remakes" do plot.

Apesar do engine do NWN nao ter sido desenhado para mundos permanentes, apareceram bastantes, e um quanto numero deles bem sucedidos.

 MMORPGs mesmo, tive oportunidade de jogar por vários meses o WoW que gostei bastante (mas de RPG nao tem nada de especial), e o Anarchy online.  No horizonte espera-se o D&D Online, mas não sei como vai sobreviver tendo em conta que (pelo menos para já) não tem PvP.

Eu tenho ultimamente regressado ao mundo de RPGs de pc, mas quanto mais jogo mais me convenço que de RPG têm pouco. É como vocês dizem, são jogos de aumentar as estatísticas dos nossos personagens, de lhes arranjar mais poderes para poderem matar mais monstros e ganharem mais experiência (e o ciclo continua, talvez seja por isso que são tão viciantes). Tenho passado as minhas noites no “World of Warcraft”, e se bem que tem muitas quests a completar, o que dá uma boa sensação de RPG, o cunho da nossa personagem é muito escasso, pode-se mesmo dizer que é quase inexistente no jogo, tirando fazer parte de uma guilda.

Qual é o objectivo de um RPG tabletop? Jogar aventuras/histórias/desafios. Qualquer jogo de pc faz isso, mas e quando o mundo é enorme? Aí começamos a querer mais, pois essas coisas tornam-se vulgares. Todos nós já jogámos campanhas tabletop em que só ficámos satisfeitos quando as nossas personagens fossem importantes no mundo em que jogamos. Nestes jogos isso não acontece. Podemos ter umas stats muito altas e conseguir matar o dragão que come o resto do mundo em 5segundos, mas se formos embora, o mundo ressente-se? Não, nem pode ressentir porque o jogo deve poder correr sem a assistência de outrem, e aí está o problema porque por mais bem feito que esteja, nunca tem o cunho humano tão característico. Cada vez mais os jogos têm o minimo de interacção com NPCs possivel, talvez por alguns jogadores acharem chato e preferirem acção. Lembro-me do “Vampire: the Masquerade Bloodlines” em que a interacção com as NPCs era muito boa (óptimos dialogos, boas histórias, decisões ponderadas) mas isso é uma gota de água num oceano. Normalmente a interacção com os NPCs resume-se a pedir quest, receber quest, completar quest, ou então usufruir de vendedores. Mas acaba por ser isso que as massas querem, maior parte dos jogadores querem é tripas a voar e que se dane o que a NPC pensa.

Realmente é a interacção que para mim faz um RPG. É como diz o novo anuncio de D&D: “If you are going to be in a basement pretending to be an elf, it’s best to have some friends around.” Os MMORPGs podem ter lá amigos, mas não é a mesma coisa de os ter ao lado, a por-nos questões e dilemas que nenhum programador poderia incluir num jogo. Mas até voltar a jogar, tento contentar-me com a alternativa online do mundo pré-feito em que muito pouco fica á imaginação.


Light allows us to see, Darkness forces us to create...

Bem dito :slight_smile:

Acabei de experimentar o demo deste jogo e reforçou-me a confiança nos CRPGs. Chama-se “Indigo Prophecy” mas também é conhecido como “Fahrenheit” e é um CRPG como até hoje ainda não vi. Vestimos a pele de uma de 4 personagens e jogamos uma história de thriller sobrenatural em que cada decisão nos pode levar a um desfecho diferente. Tem uma história brutal e pesada (só para aperitivo a primeira cena somos nós a tentar fugir à polícia por termos assassinado alguém de uma forma muito estranha) e cada cena pode-se passar de modo completamente diferente por termos feito alguns pormenores de maneira diferente.
Não deixem de espreitar este, que a meu ver tem muito interesse!


Light allows us to see, Darkness forces us to create...

Eu já cheguei a um dos finais deste jogo e é muito bom. Na verdade você controla praticamente todas as personagens principais do jogo, as cenas se trocam entre assassino e policiais. Tudo realmente muito bom vale a pena jogar.

No site da roleplay, o Shibuya escreveu um artigo sobre como este jogo e Shemmue ensinam algumas lições para os mestres de RPG de mesa.