Palladium Books... Somos só nós?

Defensivo? Não pá, nada disso, pelo contrário.

Eu explico-me melhor: posso estar enganado mas com o que tens escrito até agora parecia-me que vinhas com a ideia de que o pessoal aqui ia dizer-te que eras louco em jogar Palladium e que devias deixar de jogá-lo para jogares d20/Storyteller/GURPS/Fate e tal e tal. Longe disso! :slight_smile:

Como vês a maioria aceita esse facto com tranquilidade e até tem alguma curiosidade pela tua experiência peculiar de jogo e até certo ponto a fidelização que tens por apenas uma editora que não sendo a mais popular criou alguma da história no hobby.

Por isso não precisas de defender nada por aqui nem me pareça que venhas “armado” em nada. Aliás eu disse-te, quando te dei as boas-vindas, que por aqui, só partilhando publicamente o teu gosto pelo RPG é que o pessoal costuma reagir com comentários.

Por isso tás na boa.

“Back to you, Jim”

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Santarém e Almeirim
ideonauta.blogspot.com - Viajando pelos

[quote=Dwarin]

Nunca joguei Palladium Fantasy RPG, mas joguei RIFTS. Tirando o setting que é bom, as regras são mázinhas. O autor (Simbieda) não se decide se quer um sistema de percentagem, d20, a criação de personagem usa um tipo de dados, o combate usa outro, uma completa salganhada. E depois, as infindáveis listas de armas, viaturas mecanizadas, robotos, cyborgues (já não falo das OOC), dão a impressão que todo o jogo é virado para o combate (se não é a intenção do autor, parece). Ali no meio há pérolas, mas é preciso esgravatar um bocado para lá chegar e não compensa o tempo que se perde.

Pelo que sei, o sistema base do Palladium RPG é o mesmo de RIFTS por isso não sei se isto responde à tua questão.

[/quote]

Pois é, usam-se vários tipos de dados para coisas diferentes. Mas penso não ser assim tão complexo. Caracteristicas é D6, Combate D20, e skills D100. Porque é que tem que optar por um sistema unico? Bem sei que há sistemas que o fazem e também já joguei como o Star Wars da West End Games D6 e o cyberpunk 2020 D10. Pode não ser tão intuitivo porque não é mandar sempre os mesmos dados mas não quer dizer que não funcione. Todavia, compreendo o teu ponto de vista especialmente se fores jogadores de sistemas como estes.

As listas infindáveis de armas, viaturas, robos, ciborgs e OCCs (as classes) é porque Rifts tem mais de 30 sourcebooks. Se usarem apenas o core não será assim tão extensivo. Mas, geralmente julgo que ninguém joga com os sourcebooks todos apesar de muitos jogadores gostassem de o poder fazer.

De facto o Rifts parece um jogo mais virado para o combate por causa dessas longas listas e OCC poderosas. Isso não nego. Também é um jogo que não posso falar muito porque não tenho e nunca joguei. Se eu pegasse nele talvez me limitasse ao core book e um ou dois sourcebooks para fazer aventuras com mais substancia do que apenas combate. Talvez aventuras na onda daquilo que os militares fazem no afeganistão, patrulhar o terreno, conhecer o povo, estabelecer contacto e protocolos com o povo, acabar com ameaças... Mas como digo, nem conheço bem o setting.

Em relaçao aos jogos deles que jogo: Palladium Fantasy, Systems Failure, Beyond the Supernatural, Heroes Unlimited, Dead Reign. Nunca tive problema em fazer um jogo equilibrado a nível de combate e roleplay nem sinto que os jogos estão virados para combate. Basta ver as listas intermináveis de skills e a quantidade de skills que cada personagem tem.

O problema não é a complexidade (o sistema não é complexo). O problema é que o autor parece ter arrebanhado partes de outros sistemas que leu, juntou tudo na mesma panela para ver o que saía dali. Do ponto de vista de design, há uma sensação de falta de uniformidade. No entanto, há quem goste ou, pelo menos, esteja disposto a aprender muito por causa dos setting que, reitero, são muito bons. Já vi que és grande fã do sistema da Palladium (editora) e isso é de louvar.

Francamente, não conheço ninguém que jogue isso e, na altura em que eu jogava, éramos o único grupo. Como tu devem andar mais por aí, do mesmo modo que, provavelmente, mais alguém para além do meu grupo joga Savage Worlds. É uma questão de insistir que alguém há-de aparecer. Mas depois de ler o Rifts fiquem sem grande vontade de explorar os restantes rpgs da Palladium.

Thumbs UpA fidelização é simples de explicar e penso que se calhar já o fiz antes até. São dos primeiros jogos que joguei, tenho os livros, e muitos ainda por usar, gosto de o ler e satisfazem-me. Não sinto mesmo necessidade de jogar outros. No entanto, ao longo do anos já joguei uma coisa ou outra. Como vampire e D&D mas regresso sempre aos meus Palladium quando posso fazer de GM. São regras que conheço e dentro do meu estilo de GMing o sistema funciona. Simple as that.Cool

Muitas aventuras para todos! Sejam com a Palladium ou não!

[quote=Dwarin]

O problema não é a complexidade (o sistema não é complexo). O problema é que o autor parece ter arrebanhado partes de outros sistemas que leu, juntou tudo na mesma panela para ver o que saía dali. Do ponto de vista de design, há uma sensação de falta de uniformidade. No entanto, há quem goste ou, pelo menos, esteja disposto a aprender muito por causa dos setting que, reitero, são muito bons. Já vi que és grande fã do sistema da Palladium (editora) e isso é de louvar.[/quote]

O origem do jogo e sistema foi nos anos 80 penso que 83/84. Se não estou errado, foi inspirado no AD&D. Logo as classes, raças e pontos de experiencia, etc. E na altura o AD&D também era "uma salganhada" atributos D6, combate D20 e skills D100... esta simplificaçao mostra a origem do sistema da Palladium e porque é que é old school.

Em relação ao design, penso que te referes ao layout do livro. Aí sim tambem te dou razao. Como já expliquei num outro post, uma das razões que os Americanos detestam a Palladium é por causa do seu criador, o Siembieda, e a intransigencia dele em actualizar ou profissionalizar a compainha. A Palladium continua a ser gerida por ele e mais uns quantos como se tivessemos nos anos 80. hahaha Isso refelecte-se em vários aspectos como esse a que penso que te referes.

E já agora obrigado, sou grande fã e até tenho livros autografados pelos autores dos livros.Cool

[quote=Dwarin]Francamente, não conheço ninguém que jogue isso e, na altura em que eu jogava, éramos o único grupo. Como tu devem andar mais por aí, do mesmo modo que, provavelmente, mais alguém para além do meu grupo joga Savage Worlds. É uma questão de insistir que alguém há-de aparecer. Mas depois de ler o Rifts fiquem sem grande vontade de explorar os restantes rpgs da Palladium.[/quote]

Espero que um dia tenhas tempo e vontade de experimentar a Palladium... quem sabe num jogo nosso?

E força com o Savage World... confesso que tambem não conheço...

Sim, pré-inscrevo-me desde já nessa demo e até não me importava de ir all the way e experimentar o RIFTS, esse ganda maluco Tongue out

[quote=Logus Vile]Esses jogos não conheço,[/quote]Practicamente conheces Cybergeneration que é uma versão do Cyberpunk 2020 feita em 2027 em que jogas com os filhos adolescentes dos Edgerunners.

Ah! claro! eu tenho o livro e tudo só que nunca o li ja que me foi oferecido... Eu gosto muito do mundo de cyberpunk e bem antes dos filmes do matrix hahaha mas nunca me adaptei às regras o suficiente para sentir comfortavel a ser GM. É pena...

Em relação à demo, não tinha problema em fazê-la... o problema é mesmo que não tenho Rifts e nunca joguei. Teria que ser outro jogo. Em breve vou preparar uma demo de Dead Reign para fazer com 2 grupos diferentes, mais um não era dificil...Wink

[quote=Logus Vile]Muitas aventuras para todos! Sejam com a Palladium ou não![/quote]Sim, nós por cá gostamos é de jogar RPG. Uma boa parte de nós joga mesmo vários RPGs diferentes e estamos sempre a experimentar coisa novas, não deixando de haver um ou outro jogo que conhecemos bastante bem. É assim uma espécie de equilíbrio entre excelência e exploração (um tópico sobre o qual já falamos no ano passado), por isso, não só admiramos quem já é excelente a jogar o seu RPG preferido, como também temos todo o gosto em explorar esse RPG se ainda não o conhecermos.

Por outro lado, também temos no AbreoJogo muita gente que é fã apenas do seu RPG e não se afasta muito daquilo que conhece, mas esses membros não costumam participar tanto nos vários tópicos, como é natural. Recentemente, aconteceu mesmo o impensável que foi a própria comunidade de fãs de D&D partir-se em duas entre os aficionados de 4E e os resistentes de 3.5/D20.

Neste momento, acho que facto não temos mais ninguém de Portugal que jogue Palladium, mas algo me diz que, mesmo que houvesse, ainda tínhamos aqui uma outra divisão entre fãs de RIFTS e fãs dos outros livros ou coisa do género Ashamed e é pena os roleplayers ás vezes terem esta tendência para se isolarem em campos opostos.

Estou para aqui com esta explicação Laughing porque já houveram mal-entendidos em que algum pessoal ficou com a impressão que a gente só diz mal do seu RPG quando, na verdade, só tratamos tudo por igual, fazemos perguntas que podem ser consideradas estranhas, falamos de outros jogos diferentes e começamos a fazer comparações. Eventualmente, alguém acaba por dizer "para esse tipo de jogo ABC, mais valia jogares XYZ" e aí é que o pessoal se chateia desnecessariamente. Ficas já avisado Wink

[quote]Eu gosto muito do mundo de cyberpunk e bem antes dos filmes do matrix hahaha mas nunca me adaptei às regras o suficiente para sentir comfortavel a ser GM. É pena...[/quote]Eu também adoro Cyberpunk e não gosto particularmente das regras, mas prontos. Faz-me apreciar ainda mais os RPGs em que as regras são boas Tongue out

[quote]Em relação à demo, não tinha problema em fazê-la...[/quote]Temos que marcar isso para um próximo encontro nacional de roleplayers, espero que para breve.

Contem comigo para isso.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

[quote=Rick Danger]Neste momento, acho que facto não temos mais ninguém de Portugal que jogue Palladium, mas algo me diz que, mesmo que houvesse, ainda tínhamos aqui uma outra divisão entre fãs de RIFTS e fãs dos outros livros ou coisa do género Ashamed e é pena os roleplayers ás vezes terem esta tendência para se isolarem em campos opostos.

[/quote]

Por acaso, nunca verifiquei esse cenário... é que acompanho os foruns oficiais da Palladium e lá também há muita discussão sobre as regras, o rumo dos jogos, pros e contras mas geralmente o pessoal que joga RIFTS e o pessoal que não joga não se dividem. Falando por mim, se soubesse de alguém a correr RIFTS cá em Portugal eu seria dos primeiros a saltar e a dizer que queria jogar também! É mesmo com pena minha que não haja mais ninguém a jogar regularmente porque era uma oportunidade de ver como outras pessoas dirigem os jogos que jogamos e trocar ideias. Por outro lado sinto uma especie de orgulho... afinal ser pioneiros ou sobreviventes têm o seu mérito... whatever that means....

De maneira a dar a conhecer alguns dos jogos que andamos a jogar, meto aqui uma descrição que fiz no nosso fórum. Considero este jogo um jogo ideal para se iniciar no mundo de Palladium sci-fi por ser relativamente simples a nível de conceito e classes. Eis a minha descrição:

Systems Failure é um RPG de Ficção Científica e Pós-Apocalípse e baseia-se numa realidade alternativa no planeta Terra.
A história centra-se no medo que havia nos finais dos anos 90 sobre o ano 2000. Havia muitas pessoas que achavam que o mundo ia acabar e muitas seitas e grupos religiosos convencidos que o mundo não passaria do ano 1999. De facto, havia muitas teorias da conspiração, por assim dizer. A nível tecnológico havia o receio que os computadores, e em geral qualquer máquina, não estavam preparadas para assumirem nos calendários internos a passagem de 1999 para 2000 e que consequentemente poderia haver um reset a muitas dessas máquinas ou pior, podiam avariar. A este medo chamavam the Y2K bug.*
Na realidade não aconteceu absolutamente nada. Tudo funcionou perfeitamente e o último julgamento não veio à Terra.
Todavia, no mundo Systems Failure isso não foi verdade!
Na passagem de ano de 1999/2000, perante muita expectativa, e enquanto a maioria das pessoas se juntavam nas festas comemorativas habituais, outros rezavam para que se salvassem do fim do mundo e ainda outros escondiam-se nos seus bunkers recheados e equipados de armas. E estes últimos dois afinal tinham razão...
Assim que bateu 00h00 na Nova Zelândia, as centrais eléctricas, os computadores, carros, aviões, sistemas electrónicos avançados e até os aparelhos mais simples deixaram de funcionar! E em efeito dominó, pelo mundo fora assim que virava meia noite o mesmo cenário repetiu-se..... O caos foi imediato! A histeria em massa que já existia multiplicou-se vezes sem conta. Nas grandes cidades, os motins e gangs de pilhadores invadiram as ruas, os edifícios e as lojas grandes e pequenas. Os governos tentaram em vão controlar o caos que se espalhava por todo o mundo.
O resto do ano de 2000 foi dedicado a tentativa da retoma da electricidade e da normalidade. No entanto, o caos prolongou-se durante meses e os governos não conseguiram controlar a nova anarquia instaurada. Revoluções, motins, crime e assassinatos fugiram ao controlo da policia e forças militares. Vários países abriram falência com o não funcionamento das grandes indústrias, o colapso dos mercados e bancos. A escassez de comida e bens nas cidades agrava ainda mais a situação.
No final do ano, um terço das grandes cidades mundiais estavam destruídas. Muitas das cidades foram incendiadas nos motins e guerrilhas durante O Colapso, enquanto outras caíram com as inúmeras guerras civis e insurreições. No entanto, começou-se a espalhar o rumor que muita da devastação fora provocada por uma ameaça alienígena. As teorias da conspiração eram muitas e variadas, e o rumor dos invasores alienígenas era maioritariamente ignorado....
O início do jogo é Fevereiro de 2010, em Portugal.
O mundo está irreconhecível. Portugal está irreconhecível. Não há governo, polícia, nem serviços militares. Ninguém confia em ninguém. É uma selva onde a lei da sobrevivência é quem manda. O "velho oeste" dos filmes instaurou-se.
Os alienígenas são verdadeiros. Ninguém sabe de onde vieram estes monstros que se assemelham a insectos gigantes. Mas vieram para consumir a nossa electricidade. Capturaram os nossos líderes e transformaram-nos em zombies mandados por eles... pois, os Insectos inserem uma minhoca, Silkworm, no cérebro dos humanos, passando a controlá-los. É o mesmo procedimento que têm com qualquer humano que lhes cruze o caminho enquanto bebem da electricidade das centrais e da nossa tecnologia.
A televisão, a rádio e a internet ainda existem mas são controladas pelos Insectos. A electricidade está ao acesso de quem quiser usufruir dela, porém, ligar a luz é como chamar os Insectos a si.... Assim, as populações espalham-se longe das cidades controladas pelos Insectos e fecham-se em pequenas comunidades auto suficientes, a cultivar a terra e a viver dela. Mas os Insectos alienígenas não são os únicos perigos... há sempre gangs de splatterpunks, milícias, e mercenários sem escrúpulos para atormentar as pessoas que apenas querem voltar a ter algo parecido com uma vida normal.