Palladium Books... Somos só nós?

Olá, Sou grande fã dos RPGs da Palladium. Só jogo com eles. Podem ver aqui www.rpgcax.webs.com alguns dos livros que tenho e saber um bocadinho mais de mim.

Agora a minha pergunta é: Alguém mais joga jogos da Palladium em Portugal ou será apenas o meu grupo? Se jogam ou jogaram, qual é/foi o jogo? Quais as impressões?

Aproveito para dizer que bem sei que é um sistema old school e tem as suas falhas, mas as histórias, mundos e potencial puxam-me como poucos jogos fazem...

Anyone?

São o primeiro grupo que eu conheço que joga Palladium. Sei muito pouco sobre esta linha de RPGs para além das confusões que houve na rpg.net e de terem fama de serem um pouco complexos. Já agora, podias nos contar um pouco mais sobre os Palladium Books e sobre como se comparam aos outros RPGs que conheces?

Além disso, estou a ver no site onde dizem que "Nós já jogamos vários RPGs ao longo dos anos e obviamente temos jogado apenas os quais temos livros.", mas com as maravilhas da internet e até lojas que já mandam livros com portes gratuitos nunca ninguém pegou em nada mais recente? Ou pegaram mas nem sequer se jogou?

O único livro da Palladium que tenho e que alguma vez me passou pelas mãos é o Palladium Book of Weapons and Armour. É uma boa referência. Quanto aos jogos propriamente ditos, só sei o que vou lendo em fóruns vários. Infelizmente para a Palladium, as impressões raramente são positivas quanto ao sistema de regras. Pelo contrário, são frequentemente boas quanto aos universos de jogo.

Sérgio Mascarenhas

Tenho um ponto de vista em relação a essas confusoes no rpgnet. Tem que ser enquadrado primeiro. Penso que na america do norte a certa altura a palladium books era uma grande editora de RPGs. O que faziam era muito mais completo ou pelo menos tinha elementos que o tradicional D&D não tinha. Para quem achava o D&D limitado, os jogos da Palladium eram muito mais evoluidos. Logo, houve muita gente a jogar Palladium. É preciso ter isso em conta, há tanta confusão porque há muita paixão pela Palladium envolvido. Uns continuam com a mesma paixão outros deixaram que a sua paixão se tenha transformado em ódio.

Depois há que ter em atenção que a palladium books é o negócio do criador dos jogos. Ele é que manda em tudo. É uma editora independente gerida por ele e mais duas ou 3 pessoas ao contrário do WOTC por exemplo. Isto quer dizer que as coisas funcionam de maneira mais lenta e como o criador quiser. Porque uma das contendas maiores é que o criador, Kevin é um péssimo homem de negócios. Isto porque não lança os livros nas datas previstas, re-escreve muito do material dos freelancers, não quer adoptar o sistema D20 etc. Mais uma vez, estas queixas são tantas porque o pessoal gosta dos livros ou pelo menos quer gostar mas não suporta quem está por trás deles. A mim isso não me interessa para nada.

A nível de problema de mecânica, a maior queixa tem haver com o suposto "game balance". A maioria das pessoas acha que as personagens que cada um cria devem ser equivalentes e dizem que com a Palladium isso não acontece. E é verdade, uma personagem detective não é tão poderoso fisicamente como um superheroi com poderes como acontece no Heroes Unlimited. Mas eu pessoalmente não vejo mal nisso. Porque é que haviam de ser equivalentes? O detective terá que se desenrascar duma maneira e o superheroi doutra. Para capturarem o mesmo vilão, o superheroi se calhar luta directamente com o vilão, o detective teria que descobrir outra maneira de o capturar ou mandar prender. E isso depende do GM que está a dirigir. Uma situação dessas para mim tem tudo haver com roleplay. Nem todos são iguais e representar um superheroi não é o mesmo que um detectivo. O detectivo faz trabalho de investigação e o superheroi usa outros dotes geralmente.

Ainda em relação à mecânica, no fundo o jogo mais visado é o RIFTS porque mistura tudo desde magia a poderes mentais, mechas e robos a dragões e demónios. Confesso que nunca joguei RIFTS apesar da curiosidade e acredito que com tanto livro nessa serie haja muita coisa a rever a nível de mecânica e armas/armaduras/raças/classes novas. Para acabar, esta parte do game balance, só quero dizer que na minha opinião um GM conhecedor do sistema/mundo e dos jogadores saberá manter o "game balance" seja qual for o sistema. Todas as outras queixas de mecânica a meu ver são coisas menores.

Isto já está longo, mas continuando... hehehe ;)

Comparado com outros jogos o que me atrai mais são os mundos e maneira que estão descritos. Quando leio um livro da Palladium começo logo a imaginar mil e uma historias e aventuras, sinto um entusiasmo diferente de quem os escreve... talvez seja só eu. Não posso dizer que leio muitos livros diferentes de RPGs porque nunca senti necessidade disso. Tenho muitos livros Palladium e então uso-os porque paguei para os ter! hahaha E porque satisfazem-me acima de tudo! No entanto, por exemplo, sempre gostei do Cyberpunk 2020 apesar das regras parecem-me demasiado complexas e quando se fala de netrunning então... não consegui chegar lá... o setting atrai-me e comprei os livros mas nunca consegui ser GM por não conseguir ambientar àquelas regras e ambiente de jogo. Star wars D6 também é um óptimo jogo e sistema. Gostava especialmente de não haver hit points propriamente ou níveis de experiência. Neste caso nem era preciso estar bem escrito para ser um sucesso. O sistema funcionava bem para Star Wars, mas como funcionaria se fosse transporto para um jogo moderno de artes marciais e ciborgs? Não sei. O que me gosto da Palladium é que o sistema base funciona para qualquer tipo de jogo ou ambiente, seja sci-fi seja fantasia.

Imagino que o sistema D20 tenha esse proposito hoje em dia tambem. De dar para tudo e mais alguma coisa.

Só quero acrescentar mais que eu joguei D&D (3 ou 4 nao sei) ha uns 5 anos e não gostei. 1) porque usavamos miniaturas nos combates... gosto de imaginar as coisas em vez de focar numa miniatura em cima da mesa 2)os jogadores jogavam o jogo como se fosse um jogo video... arranjar coisas para subir de nivel e comprar itens nas lojas para serem mais poderosos 3)alem das miniaturas no combate, não senti que o jogo desse grande foco em roleplaying propriamente dito, isto admito completamente provavelmente ter haver com o GM e jogadores com que joguei, mas pronto, andavam pela cidade onde chegamos a tentar encontrar tais objectos sem que eu sentisse uma historia a desenvolver. Joguei 3 sessões depois disse adeus.

A Palladium sempre me pareceu um jogo que focasse mais no aspecto roleplay do que no combate. Recebe-se mais pontos de experiencia por ideias do que por lutas ou acumular ouro e pessoalmente gosto muito mais disso.

Dito isto, acho que qualquer sistema ou ambiente dá para fazer o que quiseres dele. Tudo depende dos jogadores e do GM. Já joguei Vampire e gostei, mas nem por isso gosto do setting. No entanto, fazer a personagem foi rápido e intuitivo uma coisa que no Palladium não é. Para mim é o grande mal do Palladium, os PCs levem demasiado tempo a fazer. É talvez a única coisa que considero complexo no sistema de jogo.

Conclusão: eu sempre joguei Palladium, divirto-me, compro livros, faço GM e até agora o meu grupo gostou. Por isso sinto-me satisfeito. Não sinto necessidade de experimentar outros jogos. Tudo o que procuro num rpg, settings diferentes, histórias, personagens, emoção, roleplay e não rollplay, aventuras, possibilidades e potencial estão lá. Não é elitismo mas sim contentamento.

Ora bem, é mesmo isso. Os universos são muito bons.

Deixa-me também dizer que para mim um RPG é: viver uma aventura grandiosa. É sobre ser outra pessoa noutro espaço e tempo, ver e enfrentar coisas inimagináveis. É sobre ser parte duma história. Por isso é que a Palladium para mim é óptimo. Tem grandes histórias à espera de descobrirmos. Se uma sessão passar sem um dado a ser lançado não me faz diferença. Não estou ali para contabilizar aquilo que mato, nem para subir de nível. Estou ali para interagir com o mundo e fazer parte dele durante umas horas. Seja a salver pessoas como heroi, a sobreviver no pós apocalípse, a investigar um caso de homícidio que o chefe mandou, ou a escrever artigos para um jornal do paranormal. E isso para mim é que é essencial e que a Palladium permite independentemente de o dado a ser lançado ter que ser assim ou assado. Wink

E esse livro de Weapons and Armour é muito interessante. Tambem tenho esse e o de contempary weapons.

[quote=Logus Vile]Se uma sessão passar sem um dado a ser lançado não me faz diferença.[/quote]Eu também estou já há algum tempo a mestrar uma longa campanha de Cybergeneration em que as regras são fraquinhas e desvalorizadas pelo grupo, mas no geral prefiro sempre regras fortes que sejam uma parte essencial da sessão. Como se costuma dizer, as regras servem para que não seja só uma pessoa a contar a história. Quando não há regras, ou acaba por ser o mestre-jogo que conta a história mediante pequenos contributos dos jogadores, ou é o grupo que já tem uma maneira própria de moderar quem pode dizer o quê criada por anos de convívio e de jogo.

Vocês usam as regras conforme elas estão no livro ou costumam fazer adaptações?

Também já ouvi dizer muitas coisas boas sobre os settings da Palladium. Vocês fazem rodar os livros entre vocês para cada jogador conhecer o setting ou ele é transmitido através dos mestres-jogo?

Atenção, aquilo que eu quiz dizer com a questão dos dados não serem lançados não tem haver com regras. Nem tem haver com desvalorização das mesmas. Muito menos tem haver com a inabilidade do jogo proseguir sem a intervenção do GM. Estou a falar de roleplaying sem combate. Ou seja, ainda ha pouco tempo o grupo passou uma sessão de três horas em que não houve combate mas no qual os PCs andaram a investigar, interagirem com NPCs e basicamente a tentar perceber o rumo que deviam tomar dado a situação em que se encontravam. Lançou-se uns dados aqui e ali para skills sim, portanto estava a exagerar quando dizia que não se lançava um único dado, mas de resto teve que ser o que eu considero roleplay mesmo, ou seja, os PCs a representarem as suas personagens.

Em relaçao á segunda pergunta, sim, basicamente uso as regras como elas estão no livro. Há ocasionalmente uma alteração aqui e ali mas não sinto necessidade de o fazer muita vez. Uma alteração que tenho feito nesta campanha recente com 8 jogadores tem haver com o combate por haver tanto jogador e alguns inexperientes. Basicamente, group initiative e default attacks declarados de inicio a não ser que sejam rapidos a alterar a sua acção. Isto porque ha jogadores novos e poucos experientes que por vezes demorarm tempo a escolher qual o ataque que querem fazer. Com tanta gente a jogar e ainda por cima pessoal amigo, há tendencia a distrairem-se de vez em quando. Assim, acelero o combate e têm que se manter mais atentos. Com grupos de 4-5 jogadores nunca senti essa necessidade.

Em relaçao aos settings, ainda não conseguimos jogar todos os settings que temos. Normalmente quando jogamos acabamos por ter longas campanhas... e o GM sou só eu há anos. Não por minha vontade, mas os jogadores do grupo não têm essa vontade. Alguns leêm os livros e todos gostam de jogar mas a ideia de ter que planear coisas, fazer mapas ou NPCs, ou seja ter trabalho de casa não lhes agrada muito! hahaha No entanto, há um novato no grupo que está a adorar jogar RPG, comprou logo o jogo que estamos a jogar e já lhe disse: You are the One! E para já, ele não descartou a ideia... terá que ganhar mais um bocadinho de experiência a jogar primeiro mas confio que finalmente chegou alguém que possa fazer de GM.

Sinto que o pessoal á partida está contra os jogos da palladium porque "houvem" falar mal. A minha pergunta é, e alguém jogou para comprovar isso? It is what it is and like every in life it is what you make it out to be. O mais importante para mim é a historia e emoçao. Não sou o tipo de pessoa que vai ver um filme e não gosta porque o heroi num plano tinha o relógio no pulso e no seguinte não tinha. Isso não interessa à história (unless it does, then that's a whole different matter...but you get what I mean)

Também sinto necessidade de explicar o meu ponto de vista sobre o que é RPGs para mim, porque há pouco fui ler o tópico do review ao D&D4 e fiquei a perceber como alguns jogadores vêm o roleplay.

Para mim roleplay é criar um PC que tem personalidade e depois demonstrá-lo no jogo (Playing in Character XP), é um jogador ter um alingnment "bom" e em vez de matar o o vilão, prendo-o e leva-o à justiça (Avoiding Unnecessary Violence XP, Playing in Character XP) é um NPC mentir ao PC e o PC dar lhe a volta e descobrir a verdade (Good Judgement XP). Tudo isto a Palladium valoriza entre outros. A este tipo de situação chamo roleplay e é o que gosto de fazer. Não estou a dizer que não há combate mas os maiores pontos experiencia vêm da representação da personagem, das ideias que cada um tem durante o jogo e da ultilização de skills (não falo de combate).

Ha uns anos fui GM dum jogo demo de Beyond the Supernatural. Os PCs desse jogo não eram lutadores, eram investigadores, arqueologos, etc. Fiz uma demo para um grupo experiente que jogava D&D e ficaram um bocado surpesos como as sessões decorriam. Eram obrigados a pensar e falarem, a representarem os PCs porque não havia dragoes para matar nem ouro para recolher. Independentemente de ser Palladium ou outro jogo num setting parecido, aquele tipo de jogo é para fazer roleplay e nao rollplay. E é esse tipo de jogo que gosto, por isso ter falado na questao dos dados (albeit in an exagerated way).

Peço desculpa se já me estou a repetir... mas a hora é tarde e paixão pelo jogo muita! hahahaWink

Dois pontos apenas:

  • acho que pode haver roleplay durante um combate, especialmente quando o resultado do combate é importante para o personagem (“What you’re fighting for” + “Playing in Character XP”)se os seus objectivo forem moralmente e espiritualmente positivos e está de acordo com as suas convicções (“What you’re fighting for” +“Playing in Character XP” + “Good Judgement XP”) e especialmente para evitar violência futura ou o escalar do conflito (“What you’re fighting for” +“Playing in Character XP” + “Good Judgement XP” + “Avoiding Unnecessary Violence XP”);

  • acho que não se deve confundir a postura de design de um dado jogo ou até o seu papel histórico com os jogadores que o jogam. Conheço fãs de jogos supostamente só acerca da “good fight” que gostam bastante de desafios sociais e inclusivamente resolveram objectivos da crónica com conversas com NPCS e prémios de 1000xp no final.

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Concordo com o Mariano. Porque é que a maioria dos jogadores acha que combate e roleplay são mutuamente exclusivos? Ouço falar muito, e não só aqui, que uma sessão foi espectacular porque não se lançaram dados como se isso fosse indicativo que a sessão foi roleplay e não roll-play. As minhas sessões, mesmo as de CoC/ToC, têm lançamentos de dados e sim, horror dos horrores num rpg de investigação, combate. Na actual campanha de Solomon Kane, o combate faz parte integrante do ADN do género "pulp" e, no entanto, estou sempre a encorajar os jogadores a fazer roleplay. Quando num determinado combate, as motivações das personagens vão para além do mero "matar tudo o que se mexa," quando se coloca em risco aquilo em que as personagens acreditam, então o combate pode ser mais complexo. Existe actualmente a tendência para separar uma sessão em duas fases: o role-play e o combate, como se os jogadores estivessem envolvidos no roleplay e, de repente, quando se desembainham espadas, o roleplay desaparece e começa-se a jogar um mero boardgame táctico. Uma visão errada, a meu ver.

É certo, mas o que descreves é uma atitude reactiva ao facto de os jogos «tradicionais» tenderem a ter sistemas desenvolvidos e detalhados para o combate e deixarem no limbo, ou quase, tudo o resto. Isso leva os jogadores que querem jogar o social, a investigação, etc., a terem de improvisar sem suporte nas regras. Daí é um passo de nada colocar as coisas em termos de roleplay vs. rollplay, roleplay vs. combate.

Sérgio Mascarenhas

[quote=jrmariano]Dois pontos apenas: (...)[/quote]

Concordo plenamente com que dizes.

Claro que há lugar para o combate e há lugar para o combate e roleplay ao mesmo tempo. Combate justificado é combate emocionante e dramático. Elementos essenciais duma boa história!

E qualquer jogo só é tão bom quanto o GM e os jogadores. Por isso, nesse contexto posso dizer que qualquer jogo é bom, e porque não Palladium também? Porque supostamente é esse jogo que está em discussão.

O que não gosto são jogos e convenções que se vêm criando que torna um rpg cada vez mais num jogo de tabuleiro ou videogame. Mas é apenas a minha opinião. No outro dia falando com um amigo eu disse mesmo que se me dessem a escolher entre um LARPG e um Boardgame RPG escolhia sem duvida o LARPG. Espero que isso também ajude a esclarecer o meu ponto de vista acerca desse assunto.

Em comparação a D&D, é verdade que certos sistemas priveligiam um tipo de RPG mais lúdico em que grande parte do gozo de jogar está precisamente em maximizar todas as opções de regras disponíveis - mas nem todos os RPGs são assim e a própria hiper-abrangência do D20 já ficou para trás e esta quarta edição da WotC é um RPG muito mais focado.

[quote=Logus Vile]E é esse tipo de jogo que gosto, por isso ter falado na questao dos dados (albeit in an exagerated way).[/quote]Por acaso, não pensei que estivesses a exagerar, pois é algo que acontece de vez em quando, pelo menos na minha experiência. Agora, é certo que dados, regras, combate e rollplay não é tudo a mesma coisa. Com o tempo que se demora a aprender um RPG, não é logo à primeira que se consegue fazer roleplay em combate (e isso não depende só do jogador, mas também do grupo em que está inserido), mas é perfeitamente possível.

No caso de D&D, não dá para estar 100% do tempo dentro de personagem, mas isso não quer dizer que o roleplay saia de cima da mesa quando o combate começa. Por isso, aliás, eu concordo contigo em relação ás miniaturas e pessoalmente prefiro usar uma grelha e uns marcadores/meeples que dêem uma visão mais abstracta do combate, sobre a qual nós imaginamos e descrevemos o que estará a acontecer.

[quote=Dwarin]

Concordo com o Mariano. Porque é que a maioria dos jogadores acha que combate e roleplay são mutuamente exclusivos? Ouço falar muito, e não só aqui, que uma sessão foi espectacular porque não se lançaram dados como se isso fosse indicativo que a sessão foi roleplay e não roll-play. As minhas sessões, mesmo as de CoC/ToC, têm lançamentos de dados e sim, horror dos horrores num rpg de investigação, combate. Na actual campanha de Solomon Kane, o combate faz parte integrante do ADN do género "pulp" e, no entanto, estou sempre a encorajar os jogadores a fazer roleplay. Quando num determinado combate, as motivações das personagens vão para além do mero "matar tudo o que se mexa," quando se coloca em risco aquilo em que as personagens acreditam, então o combate pode ser mais complexo. Existe actualmente a tendência para separar uma sessão em duas fases: o role-play e o combate, como se os jogadores estivessem envolvidos no roleplay e, de repente, quando se desembainham espadas, o roleplay desaparece e começa-se a jogar um mero boardgame táctico. Uma visão errada, a meu ver.

[/quote]

concordo como respondi noutro post. O exemplo que estava a dar, como depois expliquei foi um bocado exagerado porque de facto lançam-se dados para skills e outros afins, combate é que não. Mas é obvio que o combate faz parte do RPG e não é a descartar nem é para dividir. Foi apenas um exemplo de como pode decorrer uma sessão e um gosto pessoal. A descartar é jogos que não têm outra coisa, ou que incentivam a não fazer outra coisa.

Espero ter explicado o meu ponto de vista sobre RPGs. Agora pergunto on topic: e o Palladium é assim tão mau? Ou simplesmente nunca jogaram?

Admito à partida que é um sistema old school, com classes e niveis, portanto por muitos automáticamente uma falha...

[quote=Logus Vile]o Palladium é assim tão mau? Ou simplesmente nunca jogaram? Admito à partida que é um sistema old school, com classes e niveis, portanto por muitos automáticamente uma falha...[/quote]Nunca li, nem joguei. A única questão que tenho é: sendo os settings muito fixes e as regras não tão boas e bastante generalistas, não valerá a pena jogar esses settings com outras regras? Um bocado como a malta usa os suplementos de GURPS só pela excelente informação detalhada que contêm.

Não tenho nada contra classes e níveis, até acho que são bastante mais úteis do que parecem à partida, desde que estejam bem integrados no jogo. Quanto ao old school, se isso significar um grande peso em cima dos ombros do mestre-jogo (quer em termos de autoridade, quer em tempo de preparação), não me interessa pessoalmente. Para isso, já me chega a campanha de Cybergeneration que estou a mestrar Tongue out já para não falar dos anos em que mestrei Mage, esse jogo em que a magia é tão complexa que acaba por ter de ser toda adjudicada pelo mestre-jogo.

Eu por mim é mais por não os conhecer muito bem e o pouco que sei deles ainda não me ter feito andar o último km até ao ponto em que começo a lê-los. Mas se me o convidares a experimentar, claro que o jogo. Depois fico com uma opinião melhor consolidada e posso tomar uma decisão informada se o volto a jogar.

Não sei se será uma falha para muitos. Basta constatar que o movimento do Old School está a ter um ressurgimento forte o que até se reflecte em novos produtos como o Dragon Age RPG, uma adaptação do videojogo. A New School também já trouxe ao de cima o que tinha a trazer e portanto fico sempre curioso pelo que há-de vir mas nunca em detrimento do que já é bom AGORA, eh e.

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Por acaso não estás à espera que estejamos a tentar-te convencer, quanto à tua lealdade exclusivista pela Palladium, que estás errado e nós estamos certos em escolher outros jogos, pois não? :smiley:

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[quote=Rick Danger]

[quote=Logus Vile]o Palladium é assim tão mau? Ou simplesmente nunca jogaram? Admito à partida que é um sistema old school, com classes e niveis, portanto por muitos automáticamente uma falha...[/quote]Nunca li, nem joguei. A única questão que tenho é: sendo os settings muito fixes e as regras não tão boas e bastante generalistas, não valerá a pena jogar esses settings com outras regras? Um bocado como a malta usa os suplementos de GURPS só pela excelente informação detalhada que contêm.[/quote]

Ok, pergunta válida e sei que já houve muita gente a tentar converter RIFTS para D20. Mas para mim é assim, não percebo porque é tão mau. As regras sempre funcionaram para os jogos que fiz. Talvez aqui e ali tenha feito um house rule ou decidido como pareceu melhor numa dada situação. Mas estar com o trabalho de aprender outro sistema por completo, comprar mais livros, depois fazer a converção das classes todas, os poderes, magias, veiculos, naves, etc não me parece lógico.

E quero acrescentar que o grande franchise da Palladium é o RIFTS. É o jogo que o publico mais adora/odeia. É o jogo que supostamente tem o maior problema de game balance e munchkinism, no entanto eu não jogo RIFTS nem nunca joguei. Há pormenores do sistema que não vejo como mais valias como por exemplo o S.D.C. (que é uma especie de extra hit points), ou pouca utilidade dada a certos atributos quando não são um certo valor. Mas não são pormenores destes que me vão mudar completamente de sistema. O mais que pode acontecer é fazer uns pequenos house rules e siga.

Terei que fazer um demo game para o pessoal depois ter razões de queixa... ou não!Cool Estar a defender um sistema apenas porque "dizem" que é mau é um bocadinho ingrato. Afinal, a Palladium está viva e há muitos jogadores por aí fora. Só em Portugal é que não! hehehe

[quote=Rick Danger]

Não tenho nada contra classes e níveis, até acho que são bastante mais úteis do que parecem à partida, desde que estejam bem integrados no jogo. Quanto ao old school, se isso significar um grande peso em cima dos ombros do mestre-jogo (quer em termos de autoridade, quer em tempo de preparação), não me interessa pessoalmente. Para isso, já me chega a campanha de Cybergeneration que estou a mestrar Tongue out já para não falar dos anos em que mestrei Mage, esse jogo em que a magia é tão complexa que acaba por ter de ser toda adjudicada pelo mestre-jogo.

[/quote]

Esses jogos não conheço, mas a nível de Palladium posso dizer que a preparação passa pelo enredo, uns NPCs, talvez uns mapas e pouco mais. E com a internet até se torna muito mais fácil do que há uns anos atrás, encontram-se NPCs já feitos (que este sim é um mal do Palladium, a criação de personagens leva tempo). O último fim de semana que passou, jogamos 3 sessões, uma foi de total improviso da minha parte porque os PCs quiseram investigar um rumor que era apenas isso. Não tinha nada preparado no papel mas saquei duma base de NPCs que tenho colecionado ao longo dos anos, ampliei o rumor e como não houve combate, apenas umas discussões acesas entre PCs e NPCs fez-se bem e foi divertido. Já agora o jogo é Systems Failure, um jogo pós apocaliptico com alienigenas na terra.Laughing

[quote=jrmariano]Por acaso não estás à espera que estejamos a tentar-te convencer, quanto à tua lealdade exclusivista pela Palladium, que estás errado e nós estamos certos em escolher outros jogos, pois não? :D sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Santarém e Almeirim
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Não sei se percebi a pergunta... mas não estou à espera que me convencem de nada.

Gostava era de encontrar outros jogadores que tenham jogado ou jogam Palladium tambem... até porque era interessante partilhar opiniões sobre a adaptação dos settings a Portugal entre outras coisas.

Este discurso todo que tenho tido talvez com tom demasiado defensivo, é porque o conhecimento que têm do sistema é que é mau... mas ainda ninguém jogou só leram ou ouviram dizer. Confesso que há alturas que dizem-me que tal filme é mau e não o vejo e se calhar ia gostar se visse! Laughing ou não... hahaha

Anyway, se de alguma forma acham que venho aqui "armado" não é verdade! Eu sou um fã que descobriu este site há pouco tempo e claro quis falar da minha paixão pelos RPGs que jogo. E acima de tudo fiquei contente em saber que existe uma comunidade, mesmo que seja minuscula, de pessoas que gostam e jogam RPG em Portugal. Pelo menos parece que criou alguma conversa aqui no forum, o que pense ser bom.Smile Over and out.

Nunca joguei Palladium Fantasy RPG, mas joguei RIFTS. Tirando o setting que é bom, as regras são mázinhas. O autor (Simbieda) não se decide se quer um sistema de percentagem, d20, a criação de personagem usa um tipo de dados, o combate usa outro, uma completa salganhada. E depois, as infindáveis listas de armas, viaturas mecanizadas, robotos, cyborgues (já não falo das OOC), dão a impressão que todo o jogo é virado para o combate (se não é a intenção do autor, parece). Ali no meio há pérolas, mas é preciso esgravatar um bocado para lá chegar e não compensa o tempo que se perde.

Pelo que sei, o sistema base do Palladium RPG é o mesmo de RIFTS por isso não sei se isto responde à tua questão.